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Design e arquitectura do zoo

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Academic year: 2021

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Design e arquitectura do zoo 

  A arquitectura e design do zoo têm de conjugar duas necessidades em conflito: as dos animais e as  do público.    Cerca de 80% dos zoos são urbanos e como tal são necessariamente limitados no tamanho e têm de  fazer o melhor uso possível do espaço disponível. Os animais encontram‐se normalmente em alojamentos,  alguns  dos  quais  dispõem  de  espaço  exterior.  Jaulas  ou  outro  tipo  de  barreira  são  geralmente  necessárias  para prevenir quer a fuga dos animais, quer a aproximação excessiva do público.    Além do equipamento mais simples nos alojamentos, como troncos para leões e tigres se coçarem e  troncos, ramos ou cordas suspensas para macacos, pode também ser utilizado material mais moderno, como  rochas e árvores artificiais para melhor simular o habitat natural.    Tigre de Amur no zoo de Filadélfia   

Os  mamíferos  de  grande  porte,  elefantes,  rinocerontes,  hipopótamos  e  tapirs,  são  muitas  vezes  acomodados nas mesmas instalações. Estes animais dispõem geralmente de espaços exteriores, com piscina  para  os  hipopótamos  e  para  as  outras  espécies.  As  girafas,  cuja  altura  pode  exceder  4  m,  necessitam  obviamente de acomodações com altura suficiente e espaço exterior para se exercitarem. Cavalos, zebras,  ocapis,  camelos,  porcos,  antílopes  e  outros  animais  necessitam  também  de  acomodações  e  espaços  exteriores. Apenas os mamíferos de pequeno porte podem dispor de acomodações sem espaços exteriores.  

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2        Corços no Parque Biológico de Gaia                           Ocapi no Zoo de Miami                 

 Hipopótamos  no  Zoo  de  Duisburg,  Alemanha                Tapir no zoo de San Diego   

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Os animais nocturnos que se encontram nos zoos dispõem de acomodações nas quais o ciclo normal  de luz é revertido através de luz artificial. Durante as horas de luz, estes animais estariam normalmente em  repouso,  mas  como  é  durante  este  período  que  os  zoos  se  encontram  abertos  ao  público,  as  suas  acomodações são iluminadas com luz vermelha ou branca não ofuscante e estes animais estão então activos.  Nas  horas  de  obscuridade,  a  situação  inverte‐se  e  as  suas  acomodações  são  iluminadas,  de  modo  que  os  animais entram em repouso.    Os aviários nos zoos urbanos podem assumir diversas formas. Podem ser constituídos por uma série  de pequenas gaiolas, cada uma contendo um espécime ou um par de aves. Podem também ser constituídos  por gaiolas de grandes dimensões, as quais possuem várias espécies diferentes mas relacionadas entre si ou  pertencendo ao mesmo tipo de ambiente.  Existem várias formas de apresentação dos aviários ao público. A mais comum é a utilização de rede  metálica, mas também pode ser utilizada uma barreira menos visível, como fios metálicos verticais com um  intervalo entre si de 1 a 2,5 cm. Também pode ser usado vidro, mas se não for posicionado correctamente  pode  originar  reflexos  indesejáveis.  Outra  forma  de  permitir  a  observação  do  público  e  resguardar  simultaneamente  as  aves  é  construir  o  aviário  de  modo  a  que  a  zona  de  acomodação  das  aves  esteja  iluminada e a zona do público esteja na obscuridade. Outra forma é o chamado aviário “walk‐through”, no  qual  as  aves  dispõem  livremente  de  uma  grande  área  e  os  visitantes  possuem  um  trilho  definido.  Estes  aviários permitem simular o ambiente natural através da vegetação. 

 

As aves aquáticas e as aves de rapina encontram‐se geralmente em aviários exteriores que possuem  um abrigo anexo. Os aviários modernos para estas espécies têm geralmente uma grande área para que as  aves  se  possam  exercitar  convenientemente.  Um  dos  melhores  aviários  do  mundo  encontra‐se  no  Zoo  de  San Diego, na Califórnia.             Grifo no Parque Biológico de Gaia 

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Os  répteis  encontram‐se  geralmente  em  gaiolas  individuais  no  edifício  próprio.  Os  zoos  das  zonas  sub‐tropicais e tropicais possuem estes animais geralmente em acomodações exteriores. 

 

Quando  os  animais  estão  confinados  em  edifícios  é  necessário  ajustar  as  condições  de  ventilação,  luz, temperatura e humidade de acordo com as espécies. Aquecimento central e humidificadores devem ser  instalados  em  cada  edifício,  com  sistemas  de  controlo  independentes  para  cada  acomodação.  Alguns  animais  gostam  de  tomar  sol  e  de  se  alimentarem  numa  área  vizinha  de  menor  temperatura.  Neste  caso,  devem  utilizar‐se  lâmpadas  de  infra‐vermelhos  ou,  no  caso  de  alguns  répteis  do  deserto,  luz  ultravioleta.  Pode também utilizar‐se a luz solar directa se as janelas permitirem a passagem de raios ultravioleta. 

 

Desde  1930,  o  número  de  zoos  em  campo  aberto  (“open‐space”)  tem  aumentado,  principalmente  em  áreas  rurais.  Estes  zoos  apresentam  um  número  de  espécies  inferior  ao  dos  zoos  urbanos,  mas  estas  dispõem de áreas maiores e por isso mais próximas do seu ambiente natural. Nestes zoos, as espécies estão  confinadas  com  recurso  a  métodos  diferentes,  como  fossos  com  água,  fossos  secos  e  sebes  com  rede  incorporada. 

Enquanto  alguns  destes  zoos  apresentam  apenas  uma  espécie  por  espaço,  alguns  zoos  tentam  recriar ambientes com um determinado conjunto de espécies diferentes, por exemplo, a área respeitante ao  continente africano pode englobar elefantes, rinocerontes brancos, zebras de Grant, girafas, gnus de cauda  branca, etc. 

Nos chamados safari park, os animais estão confinados a grandes áreas que os visitantes atravessam  de  carro.  Apesar  desta  prática  se  basear  na  que  ocorre  nas  reservas  naturais  africanas,  apresenta  riscos,  nomeadamente quando a densidade de tráfego é elevada ou quando os visitantes não respeitam as regras,  como manter os vidros subidos ou não sair do carro.   Os zoos em campo aberto podem desempenhar um papel importante como centros de reprodução  de espécies raras ou em risco de extinção.   

 

 

 

 

 

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Alguns aspectos a ter em consideração: 

 

ª Para a segurança animal, as estruturas devem ser projectadas de modo a que os animais não corram o  risco de se ferir, isto é, sem bordas ou junções ou encaixes afiados. 

ª  Para  a  segurança  humana,  as  estruturas  devem  ser  projectadas  de  modo  a  que  encaixes,  tais  como  porcas, não possam ser abertos por animais com destreza manual, tais como macacos. 

ª  Para  a  segurança  animal,  as  estruturas  devem  ser  pintadas  com  produtos  não  tóxicos  se  comidos  por  animais.  As  estruturas  metálicas  revestidas  com  plástico  devem  ser  resistentes  aos  ultravioletas  e  deve  possuir um certificado de garantia dos fabricantes a este efeito. 

ª  Para  a  saúde  animal,  as  acomodações  dos  animais  devem  simular  o  mais  próximo  possível  o  habitat  natural do animal recorrendo opções de enriquecimento ambiental. 

ª Para a segurança do visitante, as áreas de serviço devem ser delimitadas com telas de madeira, de metal  ou de bambu para manter os visitantes longe destas áreas não públicas. 

ª As estruturas de observação dos animais devem estar integradas nas suas acomodações.  

ª  As  barreiras  de  segurança  só  devem  ter  barras  verticais  se  não  houver  possibilidade  de  o  visitante  as  escalar. As barreiras podem ter uma única barra horizontal à altura dos adultos e uma única barra inferior à  altura das crianças. 

ª O sistema de informações deve utilizar tipos de letra, cores e sinais gráficos estandardizados e materiais  de longa duração como o alumínio, a fibra de vidro, ou aço. 

ª Os telhados devem ser inclinados para permitir o escoamento da água e evitar a deterioração estrutural  dos  edifícios.  Os  soalhos e  paredes  devem  ser  elaborados  com materiais  permanentes  ou  resistentes  e  de  fácil manutenção (as superfícies lustrosas ou brilhantes são de evitar pois não se adequam visualmente a um  ambiente de jardim zoológico). 

ª Devem existir locais de repouso para o visitante e recipientes de recolha de lixo em abundância. 

ª Os edifícios de apoio ao visitante devem ser coloridos e atractivos ao olhar e a sua aparência deve estar  relacionada com o tema da área onde se encontram.  

ª  Para  assegurar  o  conforto  animal,  cada  acomodação  deve  possuir  áreas  para  o  animal  descansar,  se  alimentar, beber água, se exercitar, de acordo com as necessidades biológicas da espécie.  

ª Algumas espécies escaladoras preferem não dormir ao nível do solo – é necessário fornecer plataformas  em altura para dormirem. 

Referências

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