Documento de Referência
Nanotecnologia em Cosméticos
Maio de 2012
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Documento de Referência
Nanotecnologia em Cosméticos
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Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos Av. Paulista, 1313 – 10º andar – CJ 1080
01311-923 | São Paulo | SP | Brasil www.itehpec.org.br
Conselho Gestor
Presidente: João Carlos Basilio da Silva Vice-Presidente: Manoel Teixeira Simões Tesoureiro: Romeu Affonso
Conselho Científico-Tecnológico
Presidente: Flávia Alvim Sant'Anna Addor Conselheira: Silvia Berlanga de Moraes Barros Conselheira: Silvia Stanisçuaski Guterres Conselheiro: Carlos Eduardo de Oliveira Praes Conselheira: Assunta Napolitano Camilo Conselheiro: Elcio Garcia Alvares
Coordenação Executiva
Marina Kobayashi
Encontro Internacional “Os Pilares Fundamentais da Nanotecnologia na Indústria Cosmética”
Coordenação Executiva: Marina Kobayashi
Coordenação Técnica: Carlos Eduardo de Oliveira Praes
Documento de Referência “Nanotecnologia em Cosméticos”
Relator: Pedro Amores da Silva
Contribuições: Carlos Eduardo de Oliveira Praes, Marina Kobayashi, Flávia Alvim Sant'Anna Addor, Silvia Stanisçuaski Guterres
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Apresentação
O
Documento de Referência “Nanotecnologia em Cosméticos”apresenta a síntese de todos os aspectos discutidos acerca da nanotecnologia no Encontro Internacional “Os Pilares Fundamentais da Nanotecnologia na Indústria Cosmética”, que aconteceu nos dias 17 e 18 de maio de 2012 em São Paulo, SP, Brasil. O documento contendo os apontamentos e recomendações do setor tem como objetivo subsidiar a construção de políticas públicas adequadas para o desenvolvimento da nanotecnologia para a Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos no Brasil.
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Setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e
Cosméticos
O
Setor brasileiro de HPPC vem crescendo a uma taxa real média de 10% ao anonos últimos 16 anos e, em 2011, o Brasil seguia como o 3º maior mercado consumidor do mundo com 10% de market share (dados do Euromonitor). O faturamento da indústria alcançou 29,4 bilhões de reais ou 17,6 bilhões de dólares (ex-factory, líquido de impostos sobre vendas).
Segundo dados recentes da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), há mais de duas mil empresas fabricantes de produtos do Setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos registradas no país. Em 2011, 20 empresas de grande porte representavam 73% do faturamento total.
Até 2011, as exportações do setor cresceram a uma taxa superior a 14%, atingindo 141 países de todos os continentes. O setor foi responsável ainda pela criação de cerca de 4,3 milhões de oportunidades de trabalho.
A indústria cosmética destaca-se pelo seu dinamismo, demandando inovação contínua e investimentos constantes, fatores que se refletem sobre toda a cadeia produtiva.
A inovação é um fator fundamental para o desenvolvimento e competitividade das empresas; e as parcerias com fornecedores, universidades e instituições de pesquisa tornam possível a aceleração do processo de inovação através de projetos conjuntos e da transferência de tecnologia.
A título de ilustração, em 2009, o setor investiu cerca de 2% do seu faturamento em P&D, taxa muito superior aos 0,65% da média brasileira (levantamento da Booz & Company). A cada dois anos, os lançamentos dentro do setor são responsáveis por cerca de 50% do faturamento de toda a indústria cosmética.
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Sobre o Itehpec
O
ITEHPEC - Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos – foi criado em 2006 como o braço tecnológico da ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. O ITEHPEC tem como missão atender a demanda do setor nas questões de inovação e tecnologia; estimulando, fomentando e promovendo atividades de inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico para os produtos do setor, em qualquer região do território nacional e internacional.O ITEHPEC tem um papel fundamental no estabelecimento de diretrizes para o desenvolvimento tecnológico desta cadeia produtiva, constituindo-se, a partir das decisões de seu Conselho Gestor, um Programa de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Cosmética.
O Itehpec tem como objetivos:
a) Ser o facilitador no desenvolvimento tecnológico, um instrumento para a capacitação tecnológica das empresas, tendo como papel fundamental a busca da competitividade do setor, gerando informações para o balizamento das políticas tecnológicas e para a gestão do processo de mudanças e inovações no setor;
b) Gerar oportunidades de negócios em inovação e capacitação tecnológica para as empresas do setor;
c) Estabelecer e consolidar a interação das universidades e centros de pesquisa com as empresas;
d) Estimular o aproveitamento dos mecanismos de subvenção e incentivos fiscais para a inovação nas empresas; e
e) Estimular a participação de instituições de Ciência & Tecnologia no processo de inovação tecnológica.
Programa de Inovação
Sob a missão de atender a demanda do setor nas questões de inovação e tecnologia, o ITEHPEC vem estimulando, fomentando e promovendo atividades de inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico do setor.
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O ITEHPEC desenvolveu um Programa de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico para a Indústria Cosmética apoiado em quatro pilares fundamentais: 1. produção de conhecimento estratégico; 2. disseminação, aplicação do conhecimento e capacitação de empresas; 3. criação de ambiente propício para a inovação; 4. inserção das empresas na gestão da inovação.
Esses pilares estão baseados em ações estratégicas que levam em consideração os desafios e oportunidades para alcançar a liderança mundial na produção de produtos para cabelo e pele, que atendam aos requisitos do mercado global, quanto à segurança, eficácia e inovação até 2023.
A seguir, destacamos uma das iniciativas do ITEHPEC que deu origem a esse Documento de Referência, o Encontro Internacional “Os Pilares Fundamentais da Nanotecnologia na Indústria Cosmética”.
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Encontro
Internacional de Nanotecnologia
O
ITEHPEC promoveu nos dias 17 e18 de Maio de 2012 o Encontro
Internacional “Os Pilares
Fundamentais da Nanotecnologia na Indústria Cosmética”.
O Encontro reuniu renomados especialistas do Brasil e do exterior para discutir sobre os aspectos da nanotecnologia que estão em evidência na atualidade em todo o mundo. As discussões abordaram os pilares fundamentais da nanotecnologia na indústria cosmética: pesquisa e formulação; nanometrologia; segurança dos nanomateriais e a comprovação da segurança desde a pesquisa até o consumidor final; e ainda, a comprovação da eficácia dos produtos com nanoingredientes.
O objetivo principal do Encontro foi reunir elementos para a construção de diretrizes para o desenvolvimento da nanotecnologia durante os dois dias de debates e discussões. A partir disso, foi produzido este documento consolidando os aspectos relevantes apontados pela indústria cosmética. O documento tem como intuito subsidiar a construção de políticas adequadas para o desenvolvimento da nanotecnologia na Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos no Brasil.
O público foi constituído por empresários, executivos e profissionais de pesquisa e desenvolvimento, marketing, qualidade, assuntos regulatórios, meio ambiente, dentre outras áreas; além de autoridades; técnicos do governo e pesquisadores.
A nanotecnologia possui uma característica de potencializar propriedades físico-químicas em reduzidas concentrações, e os materiais em escala nanométrica ou nanomateriais tem sido alvo de muitos estudos e pesquisas.
De fato, já há produtos em diversos setores que utilizam a nanotecnologia com sucesso. No setor cosmético, verifica-se que as empresas têm a preocupação natural pela comprovação da segurança e eficácia dos nanomateriais e dos cosméticos que deles se utilizam.
Existe um grande leque de oportunidades para a aplicação da nanotecnologia na indústria cosmética, mas isso vem acompanhado de grandes desafios na área de pesquisa e se estendem pela construção de uma normatização capaz de
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assegurar aos consumidores a segurança dos produtos e que, ao mesmo tempo, não impeça a evolução na aplicação dessa nova tecnologia.
O Encontro contou com a co-organização da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), além das parcerias da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
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Principais Abordagens do Encontro
Nanotecnologia e o Consumidor
A informação e a educação do consumidor foram dois aspectos muito abordados ao longo de todo o Encontro.
O aumento a que podemos assistir de registros e lançamentos de novos produtos cosméticos e a divulgação das nanotecnologias que são incorporadas nos cosméticos deve estar em paralelo com uma preocupação de educação do consumidor e com a exatidão da informação que é transmitida. Tal como em outros setores, a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos deve manter-se fiel aos conceitos técnicos e sua comprovação, evitando apelos que possam induzir no consumidor expectativas erradas.
Mais do que uma tendência, a nanotecnologia é uma oportunidade de crescimento do setor para novos produtos com maior valor agregado. Conforme visto anteriormente, é notória a pujança deste segmento no Brasil.
Portanto, o surgimento desta nova tendência abre novas oportunidades, mas também propõe desafios para a sociedade e para o governo, que deverá promover a educação e fomentar a divulgação de informação acerca da nanotecnologia, enquanto o setor defenderá a transparência da informação que transmite ao consumidor. Todas estas contribuições irão consolidar a educação do consumidor para as nanotecnologias e contribuir para a sua aceitação.
Nanotecnologia - Caracterização
A segurança na utilização dos nanomateriais em cosméticos é a vertente que mais tem sido debatida em nível mundial e foi, sem margem para dúvidas, o aspecto mais importante debatido no Encontro Internacional de Nanotecnologia.
A segurança de nanomateriais, além de considerar a utilização pelo consumidor, deve ser estudada e avaliada de forma abrangente. Ela deve considerar toda a exposição que pode ocorrer desde as etapas de fabricação de nanoingredientes e eventual exposição dos trabalhadores, até à eliminação dos produtos contendo nanomateriais e a sua persistência e efeitos no meio ambiente.
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Para que este amplo estudo seja possível, torna-se fundamental uma avaliação e caracterização dos nanomateriais que exige uma definição rigorosa e métodos adequados.
Atualmente, a definição que prevalece é aquela que considera como nanomaterial todas as partículas que possuam pelo menos uma das suas dimensões em escala entre 1 e 100 nanômetros (nm) e que estas partículas sejam estudadas em número. A definição mais consensual estabelece que “Nanomaterial é um material natural, obtido acidentalmente ou fabricado, que contém partículas livres ou agregadas onde, para 50% ou mais das partículas -considerando a sua distribuição em número - possui uma ou várias dimensões externas na escala entre 1nm e 100 nm”.
Para um estudo rigoroso destes nanomateriais, é fundamental separar os nanoingredientes sólidos e insolúveis das nanotecnologias de encapsulação.
As nanotecnologias de encapsulação tais como as nanoemulsões, lipossomas, entre outras que, quando aplicadas na pele, separam-se nos seus constituintes sofrendo difusão em contacto com a pele; já deram provas de segurança de uso nos últimos 30 anos e seus estudos e metodologias já estão consolidados. Por outro lado, os nanoingredientes sólidos e insolúveis devem ser o principal objeto de estudo e, para estes, devem ser desenvolvidos novos métodos de caracterização e avaliação de segurança. Nenhum destes métodos está normalizado pela ISO (International Organization for Standardization).
Para consolidar o desenvolvimento de novos métodos, destaca-se no Brasil o Projeto da ABDI, no âmbito da Agenda Tecnológica Setorial (ATS) de Cosméticos, desenvolvido em parceria com ITEHPEC/ABIHPEC e INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), onde serão desenvolvidos métodos de caracterização para os nanomateriais, assim como amostras de referência dos nanomateriais mais utilizados pelo setor. Visa-se o desenvolvimento de uma bateria de métodos de caracterização padronizados, cujas metodologias de análise sejam de execução rápida, a custo controlado e que atenda os requerimentos regulatórios. Uma vez padronizada, esta tecnologia será difundida com o apoio de laboratórios de referência para os fabricantes de insumos e cosméticos.
É fundamental o empenho de todo o setor para que o INMETRO desenvolva métodos adequados para cada nanomaterial, permitindo a caracterização, reprodutibilidade e rastreabilidade; além da certificação de laboratórios de referência.
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Nanotecnologia e Segurança de Nanoingredientes
A análise de segurança de cosméticos que incorporam nanotecnologias deve ser desenvolvida no produto final se as tecnologias aplicadas forem solúveis e lábeis; ou então, diretamente nos nanoingredientes, se estes forem insolúveis e persistentes.
No entanto, todos os produtos cosméticos, independentemente das tecnologias que incorporem, devem sempre ser objeto de todas as análises exigidas pelas normas e requerimentos regulatórios da ANVISA. A análise específica de segurança dos cosméticos contendo nanomaterias não exclui as normas de segurança comuns aos produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos.
A segurança dos nanoingredientes para o consumidor depende da exposição destes através da pele, inalação e ingestão. Os métodos atualmente utilizados para a avaliação da exposição devem ser adaptados às nanotecnologias, utilizando técnicas de estudo que considerem, além da exposição sistêmica, a penetração através da pele, a inalação e deposição pulmonar e a absorção/translocação intestinal.
Nanoingredientes – Desenvolvimento de Novos Insumos e Novos
Vetores
O crescimento visível dos lançamentos de novos produtos incorporando nanotecnologias está a par com o desenvolvimento da capacidade da comunidade científica brasileira. Neste aspecto, destacam-se o surgimento de centros brasileiros de produção científica, além do incentivo ao registro de patentes.
Só uma caracterização rigorosa dos novos insumos (designação química, CAS, diâmetro, polidispersidade, potencial zeta, reatividade) permitirá a sua comercialização e a aceitação destes produtos em mercados internacionais.
As aplicações dos métodos de nanoencapsulação permitem aumentar a estabilidade dos ingredientes, reduzir a quantidade aumentando o seu efeito e administrar estes ingredientes em regiões específicas da pele. Os primeiros usos de nanomateriais (nanopartículas de zinco, titânio, quartzo, topázio e nanometais e minerais micronizados) exploraram as suas propriedades de refração da luz solar.
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Alguns destes vetores já são usados em cosmética (nanocápsulas, nanoesferas, fulerenos) e outros já possuem patentes aplicáveis ao setor (quantum dots, dendrímeros e nanotubos de carbono).
Outras vantagens que já são exploradas referem-se à associação da nanotecnologia a materiais já conhecidos melhorando as suas propriedades (nanofibras, nanotêxteis).
Nanoingredientes - Debate Regulatório internacional
As normas a serem adotadas para o estudo da segurança e a regulamentação internacional encontram-se em debate nas principais regiões econômicas. Vale dizer que o Brasil é membro integrante dos fóruns de discussão participando na ISO (International Organization for Standardization) e no ICCR (International Cooperationon Cosmetic Regulation).
Esta harmonização e alinhamento internacional são importantes para o setor produtivo brasileiro que exporta produto acabado, para que não sejam acrescentadas barreiras à livre circulação de mercadorias.
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Recomendações do Setor
O Encontro Internacional de Nanotecnologia promovido pelo ITEHPEC alcançou na plenitude seus objetivos de reunir especialistas nacionais e internacionais acerca da temática.
Esta foi mais uma demonstração clara que a priorização da estratégia do Brasil no tema nanotecnologia está em alinhamento com outros países e o setor de Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos pode se aproveitar dessa oportunidade, contribuindo para alavancar o crescimento econômico das empresas e do país, bem como oferecer aos consumidores brasileiros produtos inovadores.
Durante os dois dias, os principais temas referentes a oportunidades ou cuidado sobre a nanotecnologia aplicada a cosméticos foram tratados e, para que o setor possa evoluir rapidamente com pesquisa, desenvolvimento e inovação, algumas iniciativas precisam de encaminhamento priorizado, tais como:
Inserir a nanotecnologia nos programas escolares e fomentar a realização de programas generalistas para a divulgação
Apoiar as fases iniciais de desenvolvimento da metodologia de caracterização e o estabelecimento de laboratórios que possam acelerar a caracterização dos nanoingredientes
Desenvolver procedimentos e métodos para análise e caracterização de produtos da cadeia de nanotecnologia aplicada aos cosméticos – Projeto de Nanometrologia
O projeto traz a oportunidade de inovar e desenvolver a Indústria para o mercado consumidor nacional e internacional, aumentar a relação e aproximar as empresas de Universidades e Institutos de Ciência e Tecnologia, aumentando a assertividade e o conhecimento relacionado a decisões estratégicas e planejamento. Para o governo, significa evoluir nas questões de regulamentação e, quando determinada, possuir uma Indústria preparada. Para o mercado consumidor, é ter produtos inovadores que atendam as necessidades de consumo.
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Acompanhar a discussão internacional sobre nanotecnologia nos principais fóruns e mercados.
Organismos internacionais de referência para o Setor de HPPC vêm discutindo sobre a nanotecnologia, sua evolução, aspectos de segurança, legislação e tendências. É importante que o setor, através do ITEHPEC, participe e acompanhe as discussões dos diversos agentes nos principais mercados. Dentre os organismos internacionais, destacamos a ISO (International Organization for Standardization), ICCR (International Cooperation on Cosmetics Regulation), Nanodermatology Society (EUA), entre outros.
Reunir esforços do setor, das autoridades e dos centros de pesquisa para o desenvolvimento da Nanotecnologia no Setor de HPPC no Brasil.
O Brasil conta com massa critica de considerável expressão no país, além de algumas diretrizes para desenvolvimento, avaliação de segurança e eficácia; e ainda políticas de esclarecimento junto ao consumidor sobre o real impacto dos novos ingredientes, em relação a aspectos sanitário e ambiental.
Financiar Programas Setoriais de Inovação
O Brasil, sem sombra de dúvida, tem verificado um grande avanço no campo da Pesquisa e Desenvolvimento. O país tem trabalhado para promover mudanças estruturais, resultando em saltos qualitativos de inovação.
Uma característica do setor cosmético é a existência de elevado número de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), que precisam ser inseridas no contexto da inovação. E é nesse sentido que gostaríamos de apresentar nossa contribuição através de uma proposta de criação de um mecanismo voltado para acelerar o processo de difusão da inovação e melhor atender as MPME, estimulando políticas públicas orientadas para a inovação.
Os Programas Setoriais de Inovação no Brasil, a exemplo dos Programas Setoriais de Exportação, deveriam receber financiamento direto através de suas entidades de classe. A exemplo da APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), que financia os Programas Setoriais de Exportação, deveria existir uma Organização voltada à promoção da Inovação, financiando diretamente os Programas Setoriais por meio das associações ou Entidades Tecnológicas Setoriais (ETS) como é o caso do ITEHPEC.
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O ITEHPEC, por sua vez, estruturou um completo Programa de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico para a Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, que inclui, dentre outros temas, o desenvolvimento da Nanotecnologia para o Setor de HPPC no Brasil. Cabe ressaltar que os projetos que constituem o Programa Setorial de Inovação para a Indústria Cosmética deverão ter um impacto gigantesco, uma vez que contemplam ações estratégicas de longo prazo para o desenvolvimento da inovação e tecnologia da cadeia produtiva de HPPC.
PROGRAMAÇÃO
DO ENCONTRO INTERNACIONAL
“Os Pilares Fundamentais da
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CONFERÊNCIAS
Nanotecnologia – Uma visão global sobre lançamentos e principais tendências, Jane
Henderson, Presidente da Mintel Beauty Division, REINO UNIDO
Conclusões do estudo “Nanotecnologias: subsídios para a problemática dos riscos e regulação”, Marina Pereira Pires de Oliveira, responsável pelo projeto de nanotecnologia
da ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
PILAR 1: PESQUISA E FORMULAÇÃO
Os princípios que devem ser considerados na formulação ou na escolha de nanomateriais na aplicação de produtos para pele e cabelo
Formulações de Nanotecnologias para aplicação na pele: estrutura e destino, Prof. Dr. Elias
Fattal, Universidade de Paris, Faculdade de Farmácia, FRANÇA
O que é preciso saber sobre um nanomaterial para sua aquisição junto a um fornecedor: quais as suas características para aplicação em produtos de cabelo ou pele, Profa Dra.
Silvia Guterres, UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Estado da arte em nanotoxicologia de materiais na escala nanométrica aplicados no cabelo e a pele, Prof. Dr. Nelson Durán, Unicamp – Universidade Estadual de Campinas
PILAR 2: NANOMETROLOGIA
Ferramentas metrológicas para caracterização físico-química confiável dos nanomateriais: aspectos específicos de caracterização dimensional de nanopartículas, Oleksii Kuznetsov,
Pesquisador de Metrologia e Qualidade do INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
Técnicas de Caracterização de Nanomateriais aplicadas a Cosméticos, Natália Neto
Pereira Cerize, Pesquisadora do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas, do Centro de Tecnologia de Processos e Produtos, do Laboratório de Processos Químicos e Tecnologia de Partículas
Mesa Redonda
Mediador: Carlos Praes, coordenador dos grupos de Nanotecnologia da ABIHPEC/ITEHPEC
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PILAR 3: SEGURANÇA
Segurança dos Nanomateriais e Comprovação da Segurança desde a Pesquisa até o Consumidor
Avaliação de Segurança de produtos cosméticos contendo nanomateriais. Um enfoque na segurança de nano-ingredientes, Pedro Amores da Silva, INFARMED – Autoridade Nacional
de Medicamentos e Produtos de Saúde – PORTUGAL
Abordagens para a segurança dos nanomateriais e conformidade com os regulamentos no setor de cosméticos, Prof. Dr. Qasim Chaudhry, FERA - Food and Environment Research
Agency, REINO UNIDO
Esclarecimentos sobre a segurança dos nanomateriais. Ensaios e estudos atuais realizados para os nanomateriais que têm sua segurança comprovada, Prof. Dr. José Mauro
Granjeiro, Especialista Sênior em Metrologia e Qualidade do INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial
Segurança de cosméticos contendo nanoingredientes: o que muda? Como e por que monitorar o produto no mercado?, Dra. Flávia Addor, Diretora Técnica da Medcin
Instituto da Pele
PILAR 4: EFICÁCIA
Comprovação da Eficácia dos Produtos com Nanomateriais
Disposição de nanomateriais aplicados sobre a pele: avaliação e imagem, Prof. Dr.
Richard Guy, Universidade de Bath, REINO UNIDO
Eficácia e Segurança de Nanotecnologias destinadas à aplicação na pele, Prof. Dr. Elias
Fattal, Universidade de Paris, Faculdade de Farmácia, FRANÇA
Mesa redonda
Mediador: Profa Dra. Silvia Guterres, UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Além do debate da mesa redonda, foi apresentada uma compilação com os pontos-chave abordados durante os dois dias do Encontro. A partir disso, com o resultado do Encontro, o ITEHPEC irá produzir um documento com a síntese de todos os aspectos discutidos acerca da nanotecnologia. O documento contendo os apontamentos do setor deverá ser encaminhado para as autoridades governamentais com o objetivo de subsidiar na construção de políticas adequadas para o desenvolvimento da nanotecnologia no Brasil.
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Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
Av. Paulista, 1313 – 10º andar – CJ 1080 01311-923 | São Paulo | SP | Brasil www.itehpec.org.br
Documento de Referência “Nanotecnologia em Cosméticos”