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Verifica~ao da Homogeneidade dos Dados de Precipita~ao Pluviometrica das Microrregioes do Estado da Paraiba

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Verifica~ao da Homogeneidade

dos Dados de

Precipita~ao Pluviometrica das Microrregioes do

Estado da Paraiba

Vicente Paulo Rodrigues da Silva Francisco de Assis de Souza 2

Enilson Palmeira Cavalcanti 3

Utilizando 0metoda deduplas massas, 0presente trabalho objetiva verificar a homogeneidade dos dados dechuva das microrregi5es do Estado da Paraiba. Foram selecionados 03 (tres) postos, considerados representativos, de cada uma das 12(doze) microrregi5es doEstado. Foidefinido um periodo unico, 41anos de dados(1934-1974), paratodas as series estudadas. Observou-se que atraves do metoda de dupla massa e possivel verificar se realmente um determinado posto pertence aquela microrregiao que ele esta inserido. Alem disso, atraves desse metoda e possivel selecionar series consistentes de chuva para a utiliza~ao em modelos hidrol6gicos chuva-vazao. Foiobservado tambem que amicrorregiao do Serid6 ea que chove menos e ado Litoral paraibano ea quechove mais.

Introdu ao

A maior parte do Estado da Paraiba, cerca de 80%, esta inserida no semi-arido nordestino, com precipita~ao media anual inferior a 800mm. A parte litoranea do Estado apresenta valores da precipita~ao media anual, em algumas localidades, superiores a 1500mm. Essa varia~ao espacial da precipita~ao e provocada por diferentes sistemas atmosfericos que atuam no Estado, os quais delimitam microrregi5es pluviometricamente homogeneas. A regionaliza~ao da

II

Prof. Ass Ooutorando (CORN/PlOT).AvAprfgio Veloso, 882,Bodocongo,

Campina Grande - PB,58109970

a

Prof.Adj. Ooutor (OCA/CCT/UFPB). Av Aprfgio Veloso, 882, Bodocongo,

Campina Grande -PB,58109970

II

Prof.Adj Ooutorando (CORN/PlOT).Av Aprfgio Veloso, 882,Bodocongo, Campina Grande - PB,58109970

precipita~ao pluviometrica permite identificar regi5es homogeneas com base apenas nas suas caracteristicas pluviometricas. Nesse sentido, varios pesquisadores, utilizando diferentes tecnicas de analise multivariada,determinaram regi5es pluviometricamente homogeneas em varias partes do mundo.

BRAGA(1992), utilizando a tecnica de analise de componentes principais, para a determina~ao de grupos homogeneos, mostrou a existencia de cinco grupos homogeneos no Estado daParaiba. Apartir dos totais mensais precipitados SOUSA(1996), utilizando analise de fatores comuns, regionalizou vaz5es de cheias em parte do Estado de Sao Paulo, e determinou quatro regi5es hidrologicamente homogeneas. Com base na distribui~ao de chuva e nas caracterfsticas do solo e do clima do Estado da Paraiba, FIGU EIREDO (1989) delimitou 12 (doze) microrregi6es homogeneas.

(2)

Segundo RODRIGUES DA SILVA et al.(1996). a distribuigao anual e interanual das chuvas nas microrregi6es do sertao do Estado da Paraiba e muito semelhante aquelas das microrregi6es circunvizinhas. Os regimes sazona is de precipitagao nessas microrregi6es san semelhantes aos das demais areas do Estado.

Alguns metodos de regionalizagao de precipitagao pluviometrica, de metodologia simples ou complexa. as vezes san imprecisos e falhos. Isso porque a pr6pria aplicagao desses metodos, alem de utilizar apenas a altura pluviometrica, exige algumas tomadas de decis6es puramente subjetivas. Para delimitar regi6es homogeneas, com confiabilidade, utilizando apenas a altura pluviometrica e insuficiente, porque uma tecnica precisa demanda informag6es acerca do c1ima, solo e vegetagao. Como esses parametros san influenciados diretamente pela chuva, logosanfundamentais na delimitagao de regi6es homogeneas.

Visando analisar a consistencia das series

pluviometricas, dentro de uma' perspectiva regional, 0 presente trabalho objetivou verificar 0 comportamento da homogeneidade dos dados de precipitagao pluviometrica das microrregi6es do Estado da Paraiba.

Dados e Metodologia

Nesse trabalho foram utilizados os dados de precipitagao pluviomMrica de 36 postos pluviometricos pertencentes as 12 microrregi6es do Estado da Parafba, determinadas por FIGUEREDO(1978j. Para cada uma delas foram selecionados 03 postos com 41 anos de dados(1934-1974), considerados mais representativos segundo 0 criterio de menor numero de falhas e dados duvidosos.

o

metoda de duplas massas consiste em selecionar os postos pluviometricos de uma microrregiao, acumular os seus totais anuais e plotar no sistema cartesiano os valores acumulados. Na ordenada san plotados os totais acumulados de cada posta e na abcissa os totais medios da precipitagao anual acumulada da microrregiao.

Segundo BERTONI & TUCCI(1993). os totais

acumulados dospostos analisados san proporcionais aostotais medios acumulados da microrregiao, e os pontos devem-se alinhar segundo uma linha reta. Uma mudanga nadeclividade constitui erros sistematicos, mudanga nas condig6es de observagao ou existencia de uma causa fisica real, tal como alterag6es climaticas numa regiao. Para se considerar a existencia de mudanga nadeclividade, e prajica comum exigir a ocorrencia depelomenos cinco postos sucessivos alinhados segundo uma nova tendencia. 0 alinhamento dos postos em retasparalelas ou a distribuigao errMica dos postos e resultante de comparagao de postos com diferentes regimes pluviometricos. Sendo incorreta toda associagao que se pretenda fazer entre os dados dos postos e a regiao que os postos estao inseridos.

···1

De acordo com a Tabela 1 os postos localizados nos <C

a:::

municipios de Cabaceiras(11545mm) e Picui(12802mm) foram ~ osque acumularam 0 menor volume pluviometrico noperfodo ~

estudado, enquanto que, os postos de Joao ~

Pessoa (7 4668mm) e Alhandra (68031 mm) foram os que ic:(

acumularam 0 maior volume durante 0 mesmo periodo. As

microrregi6es que acumularam 0 maior volume precipitado.

no mesmo periodo, foram a do Litoral(65543 mm) e do Brejo(54017 mm), e as que acumularam 0menorvolume foram asdos Carris Velhos(18990 mm) e adoSerid6(16170 mm). Os postos deJoao Pessoa e Alhandra pertencem amicrorregiao que tambem acumulou 0 maior volume, ou seja a microrregiao do Litoral(65543mm). No entanto, os dois postos que acumularam 0 menor volume(Cabaceiras e Picuf) nao

pertencem a mesma microrregiao que acumulou 0 menor volume(Cariris Velhos).

Muito embora seja bastante variavel, 0 numero de Municipios por microrregiao, foi padronizado 03(tres) Municipios por cada microrregiao do Estado da Paraiba. Atraves da figura 1 observa-se a distribuigao espacial de 36 postos pluviometricos localizados nos Municfpios pertencentes as suas respectivas microrregi6es.

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TABELA1-Precipita~ao anual acumulada(mml, correspondente aoperfodode 1934a 1974, dasmicrorregi6es elocalidades do Estado da Parafba.

Microrregi6es Total Localidades Total

acumulado(mm) acumulado(mm)

01.Joao Pessoa 74668 a.Litoral 65543 02.Alhandra 68031 03. Mamanguape 53929 b.BaixoParafba 39771 04. Itabaiana 31228 05.Pilar 40567 06. Sape 40567

c.Piemonte da Borborema 36824 07. Guarabira 50958

08. Inga 25474 09. Mulungu 33990 d.Curimatau 28293 c 10.Barrade Santa Rosa 13912 11.Cuite 36375 12.Araruna 34592 13. Alagoa Nova 54439 e. Brejo 54017 14.Areia 57274 15.Bananeiras 50336

f.Agreste da Borborema 21095 16. BoaVista 17139

17.Pocinhos 15317

18.Campina Grande 30829

g.CarrisVelhos 18990 19.Cabaceiras 11545

20.Monteiro 23861 21.Boqueirao 21564 h.Serid6 16170 22.Juazeirinho 21821 23.Picui 12802 24.Pedra Lavrada 13878 i. AutoPiranhas 33175 25.Patos 29818 26.Pianco 37522 ~ 27.Souza 32184 j.Serra de Teixeira 29634 28.Imaculada 26990 29.Princesa Isabel 34885 30.Manaira 27028

I.Catole doRocha 33506 31.Belem do Brejo doCruz 28824

32.Catole do Rocha 36349

33.Brejo doCruz 35346

m. Sertao de Cajazeiras 35739 34.Cajazeiras 35516 35.Concei~ao 29611

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Muito embora seja bastante variavel, 0 numero de Municipios por microrregiao, foi padronizado 03(tres) Municfpios por cada microrregiao do Estado daParafba. Atraves da figura 1 observa-se a distribuigao espacial de 36 postos pluviometric.os localizados nos'Municfpios pertencentes as suas respectivas microrregi05es.

A analise da figura 2, que exibe as curvas de duplas massas dasmicrorregi6es do Estado da Paraiba, mostra que as microrregi6es do Agreste da Borborema(Figura 2.f). Baixo Parafba(Figura 2.b). Litoral(Figura 2.a) sac homogeneas de acordo com a metadologia pro posta pelos dados analisados. As localidades de Patos, Souza(Figura 2.i). Imaculada e Manaira(Figura 2.j} seguem 0 mesmo padrao de

comportamento. Nas demais microrregi6es as curvas de

ma'ssas e.videnciam inconsistencia dos dados. Ou seja, as

localidades de Pianc6, pertencente a microrregiao do Alto Piranhas(figura 2.il, e de Cabaceiras, pertencente a microrregiao dos CaririsVelhos(Figura 2g). as series acumuladas mostram um dos seguintes comportamentos caracterfsticos de erros sistematicos nas observag6es: mudanga nas condig6es de observagao ou alterag6es das condig6es climaticas.

~ 15

• 7

14 •

~

~

.

~ '!

Figura 1 - Distribui~ao dos postos pluviometricos localizados em 36

Municfpios doEstado daParafba.

o

metodo de duplas massas nao permite identificar qual dessas causas foi a responsavel pelas irregularidades. As microrregi6es do Brejo(figura 2.e). Catole do Rocha(figura 2.1), Curimatau(figura 2.d). Piemonte da Borborema(figura 2.c), Sertao de Cajazeiras(figura 2.m), Serid6(figura 2.h) e Serra de Teixeira(figura 2.j). mostram um comportamento das curvas de massas, com mudanga de declividade, que permite sugerir

que algumas das localidades, inseridas nessas microrregi6es, apresentam diferentes regimes pluviometricos.

Figura 2-Curvas de duplas massas das microrregioes do Estado da

Parafba 50500 '5500 40500 g 8.35500 ~30SOO ~ ~ .g25500 ~ ~ 20500

t

15500 ~ 10500 5500 500 900

(5)

i

30900 ~25900 'g.20900 ~ £15900

1

'320400 ~ ~ i15400

"

"

!10400 £ '315400 ~ 12400 i

"

"00

I

6400 <

Figura 2.g - Microrregiao Cariris Velhos

~ ~15400 ~3 ~12400

L~

'l

-g 6400 < 26000 2 8. ~21000 ~ .~ .!!l16000

!

11000 ~20700 ~

I

\5700

i

10700 ~8.26000 ~ ~21000 ;;: i~\6000 .~ :111000 £

(6)

Os resultados alcangados no presente trabalho permitern as seguintes conclus6es:

I. 0 metoda de dupla massa possibilita verificar se um determinado posta pluviometrico pertence, defato, aquela microrregiao homogenea na qual esta inserido. Esse metoda pode auxiliar nos estudos de mudanga climatica, desde que seja assumido que nao tenha ocorrido erros sistematicos nas observag6es enem mudangas nas rotinas de observagao;

II. Esse metoda tambem po de ser utilizado na selegao de series pluvilJlrletricamente homogeneas para posterior utilizagao em modelos hidrol6gicos chuva-vazao;

III. A microrregiao do Serid6 e a que chove menos e a do Litoral e a que chove mais no Estado da Paraiba. Nao existe uma relagao direta entre as localidades e as microrregi6es que chove menos, noentanto, existe uma relagao com as 10caHdades.que chovl;: mai.s. Isso indic.aqu8 a variabilidade espacial da precipitagao pluviometrica emaior nas baix.as frequencias do que nas altas frequencias de chuva.

Referencias Bibliograficas

BERTONI. J. C. & TUCCI. C. E. M. Precipitagao. In: Hidrologia: Ciencia e Aplicagao, ed. da Universidade: ABRH

EDUSP.Porto Alegre-RS, vA, p.177 -241, 1993.

FIGUEREDO, M. l. Geografia da Parafba. Editora e GrMica Santa Fe lTDA, Campina Grande, Pb, 103p, 1989.

RODRIGUES DA SilVA, V. P: AZEVEDO, P V de; BRITO, I. B..de. Qrigem do Maximo relativo de pluviometria no Extremo Oeste do Estado da Paraiba. In: VII CONGRESSO ARGENTINO DE METEOROlOGIA eVil CONGRESSO lATINOAMERICANO E IBERICODE MEJEOROLGIA, 1996, Argentina, Buenos Aires. Anais..., Buenos Aires: Centro Argentino de Meteorol6gos Federaci6n latinoamericana e Iberica deSociedades de Meteorologia, 500p, p. 101-102, 1996.

BRAGA, C. C. Analise de componentes principals da precipitagao media decendial do Estado da Parafba. In: I CONGRESSO IBERICO E I CONGRESSO INTERNACIONAL DE METEOROLOGIA,1992, Madrid, Espanha. Anais..., Madrid, ~

1992, p.292-298.

i1

et SOUSA, F.de A. S.de. Regionalizagao de cheias a partir dos

ffi

u..

totais mensais precipitados, utilizando tecnicas de analises ~ multivariadas. Sao Paulo:USP.1996, 160p. Tese(Doutorado)-

:!E

I

-Curso de P6s-Graduagao em Engenharia Hidraulica, Escola

c:x:

Politecnica daUniversidade de Sao Paulo, Universidade de Sao Paulo, 1996.

Enderego paracorrespondencia:

Revista Atmosfera &Agua /Nucleo deMeteorologia e Recursos Hidricos deAlagoas - COCT-SEPLAN RuaCincinato Pinto, 503, Edf. Setor - 2°andar-Centro

CEP:57020-050 Macei6 - Alagoas E-mail: meteorologistas@cdctal.br/hidrologos@cdctal.br

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