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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Psicologia Trabalho de Conclusão de Curso HABILIDADES SOCIAIS EM DEPENDENTES QUÍMICOS

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Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Psicologia

Trabalho de Conclusão de Curso

HABILIDADES SOCIAIS EM DEPENDENTES QUÍMICOS

Autor: Reginaldo Gomes de Maia Júnior

Orientador: Drª. Alessandra Rocha Albuquerque

Brasília - DF

2013

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REGINALDO GOMES DE MAIA JÚNIOR

HABILIDADES SOCIAIS EM DEPENDENTES QUIMICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em Psicologia da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do título de Psicólogo.

Orientadora: Profª Drª Alessandra Rocha Albuquerque

BRASÍLIA 2013

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Trabalho de Conclusão de Curso de autoria de Reginaldo Gomes de Maia Júnior, intitulado “HABILIDADES SOCIAL EM DEPENDENTES QUIMICOS”, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Psicólogo da Universidade Católica de Brasília, em 05 de dezembro de 2013, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

______________________________________________________________________ Profª. Drª. Alessandra Rocha Albuquerque

Psicologia – UCB

_____________________________________________________________________ _Profª. Drª. Graziela Furtado Scarpelli Ferreira

Psicologia – UCB

Brasília 2013

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, em segundo a pessoa que mais lutou e me apoiou para que pudesse trilhar bons caminhos: minha amada mãe que nunca mediu esforços para que tivesse o maior bem que se pode ofertar a um filho: educação. Sem sombra de dúvidas a minha fortaleza, fonte de inspiração nos quesitos dedicação, esforço, amor e superação. Obrigado por tudo. Você é essencial!

Queridas mulheres por quem tenho amor, orgulho e respeito, tias que por vezes foram minhas mães: Maria, Dalva, Luzia, Marcia.

Minha amada “Vó Adelina”, um anjo em minha vida por todo amor, carinho e cuidados que me oferta de forma tão pura e amável.

Querido pai por toda torcida e incentivo, um grande beijo por ser este homem humilde e trabalhador.

Sinceros agradecimentos ao meu querido Padrinho Sebastião Nogueira a quem vejo, admiro e respeito como um pai. Obrigado por ser essa figura tão especial para mim.

Aos meus grandes primos, porém irmãos Wemerson e Ricardo que são fundamentais para mim.

Wellinton e Miriam, de coração meus irmãos mais velhos, me faltam palavras para definí-los e agradecê-los por serem tão especiais em minha vida. Obrigado por todos os cuidados e gestos e amor e carinho que sempre me ofertaram.

A minha doce e amada afilhada Yasmin, sempre cheia de luz e alegria. Willian e Suellen, vocês são extraordinários, obrigado por toda motivação.

Aos pequenos e amados: João Carlos, Lara, Cecilia, Mariana, Clara e Vitor (querido afilhado).

Suellen Amaral que por anos foi mais que uma namorada, sempre me apoiando e me dando forças para que pudesse enfrentar as adversidades que apareciam.

Aos parceiros de jornada: Tiago Lima, Ivan Grebot, Maximiliano Barbosa, Fernando Lobo e em especial ao amigo Thiago Luz por toda a força e incentivo neste trabalho.

As futuras colegas de profissão Ludmila Assis, Bianca Muniz, Laura Rapouso e em especial Luiza Oliveira e Laiany Bueno.

Aos futuros colegas de profissão que admiro e agradeço por toda troca de experiência e apoio: Marco Aurélio, Marcos Vinicius, Rhodrygo Pereira, Eduardo, Edson Thomé.

Ao grande amigo Alessandro e seu filho Miguel por serem como uma extensão da minha família.

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RESUMO

Referência: JUNIOR, R. G. M., Habilidades Sociais em dependentes químicos. 27 f. 2013. Psicologia. Universidade Católica de Brasília, 2013.

Resumo: O presente trabalho quantitativo teve como objetivo avaliar o nível de habilidades sociais em dependentes químicos, do sexo masculino, usuários de drogas lícitas e ilícitas, internados em uma comunidade terapêutica. Encontramos artigos que relacionam habilidades sociais e qualidade de vida. Indivíduos socialmente habilidosos são capazes de alcançar objetivos, desenvolvem relacionamentos interpessoais onde sujeito é capaz de expressar sentimentos, atitudes, desejos, reivindicar direitos, expor opiniões, respeitar o direito do outro e minimizar problemas ou a probabilidade dos mesmos. Transtornos associados ao uso de substâncias psicoativas são relacionados a déficits em habilidades sociais, sejam como a causa do uso ou como uma alternativa para que se potencializem tais habilidades. Considera-se que o uso de drogas resulte em danos no desempenho social. Para avalição foi utilizado o Inventario de Habilidades Sociais – IHS, que produz um escore geral, referenciado à norma em termos de percentis, e escores em cinco subescalas de habilidades sociais: F1 - Enfrentamento e Autoafirmação com Risco; F2 - Autoafirmação na Expressão de Sentimento Positivo; F3 - Conversação e Desenvoltura Social; F4 - Autoexposição a Desconhecidos e Situações Novas; F5 - Autocontrole da Agressividade. A amostra contou com o de 16 participantes, sendo 5 alcoolistas e 11 adictos de drogas ilícitas como crack, maconha, cocaína, LSD. Todos participantes eram maiores de 18 anos, sem danos neurológicos ou cognitivos. O resultado encontrado, nesta aplicação dentre os 16 participantes, apenas 04 tiveram resultados abaixo da média, contrariando o que encontramos na literatura.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...07

1.1. Empatia... 08

1.2. Comportamento Assertivo ... 09

1.3. Dependência Química ... 10

1.4. Habilidades Sociais e Dependência Química ... 03

2. JUSTIFICATIVA ...14 3. OBJETIVOS ...15 3.1. Objetivo Geral...15 3.2. Objetivos Específicos...15 4. Métodos...15 4.1. Participantes...15 4.2. Local...15 4.3. Material...16 4.4. Instrumento...16 4.5. Procedimento... 18 5. RESULTADOS...18 5.1. Considerações Finais...24 6. Referencias bibliográficas ...25 7. APÊNDICE...26

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1. INTRODUÇÃO

Compreende-se por habilidades sociais (HS) o conjunto de comportamentos aprendidos, sendo verbais e não verbais, que requerem iniciativa e respostas que afetam a relação interpessoal. Dentre os comportamentos não verbais destacam-se a expressão facial, a postura, o contato visual, gestos e aparência física. Adicionalmente, pode-se considerar as habilidades sociais como aqueles comportamentos desejáveis, que capacitam a pessoa a interagir com o outro de modo que as necessidades sejam satisfeitas e satisfaçam as expectativas dos demais, promovendo a interação entre as pessoas (FALCONE, 2001).

Segundo Bellack et al. (1997, apud FALCONE, 2001) o indivíduo que é socialmente habilidoso deve saber quando, onde e como se comportar, dando significado às habilidades sociais, percebendo e analisando sinais sutis que definem a situação e o repertório apropriado de resposta. Estudos sobre habilidades sociais afirmam que indivíduos socialmente habilidosos têm melhor qualidade de vida, são menos propensos a desenvolver doenças e têm melhor desempenho no trabalho. Habilidades sociais bem desenvolvidas favorecem o alcance dos objetivos em relações interpessoais, faz com que as frustrações sejam reduzidas nas experiências vivenciadas pelo indivíduo.

Para Caballo (1996 apud LUCCA, 2004), o comportamento socialmente habilidoso é aquele conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em uma situação interpessoal que expressa seus sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou seus direitos, de um modo adequado ao contexto em que estiver inserido, respeitando o direito do outro e resolvendo e minimizando problemas ou a probabilidade futura dos mesmos. O autor afirma ainda que o comportamento socialmente habilidoso deve incluir a especificação de três componentes: o comportamental (tipo de habilidade), o cognitivo (variáveis do individuo) e o situacional (contexto ambiental).

Bendell e Lennox (1997, apud FALCONE, 2001) falam que o indivíduo socialmente habilidoso é capaz de:

(a) Obter ganhos com maior frequência;

(b) desempenhar tarefas indesejáveis em um mínimo e

(c) desenvolver e manter relacionamentos mutuamente benéficos e

sustentadores.

As principais repostas de habilidades sociais são: capacidade de dizer “não”, pedir favores, fazer pedidos e expressar sentimentos positivos e negativos, bem como iniciar, manter e finalizar conversações. Este conjunto de habilidades pode ser denominado

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genericamente de comportamento assertivo. Segundo Lazarus (1993 apud ZELANATTO, 2013) essas habilidades dão origem a outras: fazer e aceitar elogios; fazer e recusar pedidos; expressar amor, agrado e afeto; iniciar e manter conversações; defender os próprios direitos; expressar opiniões pessoais, inclusive desacordo; pedir mudança de comportamento do outro; desculpar-se ou admitir ignorância, fazer ou receber críticas; resistir às tentações, dar e receber feedback.

1.1.EMPATIA

Compreende-se por habilidades sociais (HS) o conjunto de comportamentos aprendidos, sendo verbais e não verbais, que requerem iniciativa e respostas que afetam a relação interpessoal. Dentre os comportamentos não verbais destacam-se a expressão facial, a postura, o contato visual, gestos e aparência física. Adicionalmente, pode-se considerar as habilidades sociais como aqueles comportamentos desejáveis, que capacitam a pessoa a interagir com o outro de modo que as necessidades sejam satisfeitas e satisfaçam as expectativas dos demais, promovendo a interação entre as pessoas (FALCONE, 2001).

Segundo Bellack et al. (1997, apud FALCONE, 2001) o indivíduo que é socialmente habilidoso deve saber quando, onde e como se comportar, dando significado às habilidades sociais, percebendo e analisando sinais sutis que definem a situação e o repertório apropriado de resposta. Estudos sobre habilidades sociais afirmam que indivíduos socialmente habilidosos têm melhor qualidade de vida, são menos propensos a desenvolver doenças e têm melhor desempenho no trabalho. Habilidades sociais bem desenvolvidas favorecem o alcance dos objetivos em relações interpessoais, faz com que as frustrações sejam reduzidas nas experiências vivenciadas pelo indivíduo.

Para Caballo (1996 apud LUCCA, 2004), o comportamento socialmente habilidoso é aquele conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em uma situação interpessoal que expressa seus sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou seus direitos, de um modo adequado ao contexto em que estiver inserido, respeitando o direito do outro e resolvendo e minimizando problemas ou a probabilidade futura dos mesmos. O autor afirma ainda que o comportamento socialmente habilidoso deve incluir a especificação de três componentes: o comportamental (tipo de habilidade), o cognitivo (variáveis do individuo) e o situacional (contexto ambiental).

Bendell e Lennox (1997, apud FALCONE, 2001) falam que o indivíduo socialmente habilidoso é capaz de:

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(d) Obter ganhos com maior frequência;

(e) desempenhar tarefas indesejáveis em um mínimo e

(f) desenvolver e manter relacionamentos mutuamente benéficos e

sustentadores.

As principais repostas de habilidades sociais são: capacidade de dizer “não”, pedir favores, fazer pedidos e expressar sentimentos positivos e negativos, bem como iniciar, manter e finalizar conversações. Este conjunto de habilidades pode ser denominado genericamente de comportamento assertivo. Segundo Lazarus (1993 apud ZELANATTO, 2013) essas habilidades dão origem a outras: fazer e aceitar elogios; fazer e recusar pedidos; expressar amor, agrado e afeto; iniciar e manter conversações; defender os próprios direitos; expressar opiniões pessoais, inclusive desacordo; pedir mudança de comportamento do outro; desculpar-se ou admitir ignorância, fazer ou receber críticas; resistir às tentações, dar e receber feedback.

1.2.COMPORTAMENTO ASSERTIVO

Para Alberti e Emmons (1983, apud FALCONI, 2001) comportamento assertivo é aquele que torna o sujeito capaz de agir em prol de seus próprios interesses, a se afirmar sem ansiedade indevida, a expressar sentimentos sinceros sem constrangimento, ou a exercitar seus próprios direitos. Lange e Jakubowski (1976 apud FALCONI, 2001) consideram que comportamento assertivo se diferencia dos comportamentos agressivo e passivo ou não assertivo, sendo verbais ou não verbais.

Bendel e Lennox (1997 apud FALCONI, 2001) citam alguns exemplos de comportamentos assertivos, agressivos e passivos. São comportamentos assertivos com componentes verbais:

a) refletir uma consideração pelos desejos da outra pessoa e pelos próprios

desejos, através de uma posição conciliatória, que beneficia ambas as partes;

b) expressar expectativas, desejos e sentimentos de forma direta e;

c) é socialmente aceito.

São comportamentos agressivos:

a) desconsiderar o desejo do outro, tentando alcançar os próprios desejos;

b) não costumar envolver expressão direta dos desejos, expectativas e

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c) costumar ser socialmente inapropriado. São comportamentos passivos:

a) desconsiderar os próprios desejos, facilitando a obtenção dos desejos do

outro e;

b) manifestar falha ou inadequação, das expressão dos próprios desejos,

expectativas de sentimentos.

Quando não se tem interação, ou seja, em relações disfuncionais, ocorre a falta de reforçamento, resultando em menor qualidade de vida. Deficiências em interagir socialmente parecem estar ligadas a uma variedade de transtornos psicológicos como: esquizofrenia, depressão, transtornos emocionais e afetivos. Nestes casos as habilidades sociais podem ser relacionadas como fator principal ou secundário (DEL PRETTE e DEL PRETTE 2006). Esta ligada também a quadros como sociopatias, agressividade, delinquência, além de quadros de abuso de substâncias psicoativas (álcool e drogas).

1.3. Dependência química

A busca por uma definição de dependência química existe há cerca de 300 anos, quando iniciaram as primeiras tentativas de abordagens científicas sobre o tema; porém, somente há pouco mais de um século houve uma definição mais próxima do que hoje se entende por esse termo. O uso de substâncias que alteram o estado mental, conhecidas popularmente como drogas ou substâncias psicoativas, é um fenômeno que acontece há milhares de anos e, possivelmente, irá continuar presente na história da humanidade. Seja por razões culturais, religiosas, de recreação ou forma de enfrentamento de problemas, o homem sempre manteve uma relação com o uso de drogas. A relação que o sujeito estabelece com a droga pode ser inofensiva, mas também pode se tornar algo que gere consequências físicas, biológicas, psicológicas e sociais (DUARTE e MORIHISA 2011).

As drogas são classificadas em:

• que podem provocar alteração no funcionamento cerebral, que

resultam em depressoras da atividade mental: substâncias que diminuem da atividade global ou de certos sistemas específicos do Sistema Nervoso Central, tendo como consequência: redução da atividade motora, da reatividade a dor, da ansiedade. É comum nesse tipo de substância um efeito de euforia no primeiro momento e posteriormente, aumento da sonolência;

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• estimulantes da atividade mental: substâncias capazes de aumentar a atividade de determinados sistemas neurais, o que traz como consequência, estado exagerado de alerta, insônia e aceleração do processo psíquico.

• perturbadoras da atividade mental: substâncias fenômenos psíquicos

anormais, entre os quais se destacam os delírios e as alucinações. O uso dessas substâncias possui relação direta com questões comportamentais, que podem resultar ou serem resultantes de déficits que o sujeito apresenta em sua vida. O CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) (apud DUARTE e MORIHISA 2011) utiliza o termo “uso nocivo” de drogas ao se referir, ao uso de substâncias que resultam em danos físicos e mentais. Os critérios de avaliação são:

• Evidência clara de que o uso foi de responsável (ou contribuiu

consideravelmente) por dano físico ou psicológico, incluindo

capacidade de julgamento comprometida ou disfunção de

comportamento;

• A natureza do dano é claramente identificável;

• O padrão de consumo tem sido persistido por, pelo menos um mês ou

tem ocorrido repetidamente dentro de um período de 12 meses;

• Não satisfaz critérios para qualquer outro transtorno relacionado à

mesma substância no mesmo período (exceto intoxicação aguda). Como critérios para dependência são listado três ou mais das seguintes manifestações, ocorrendo por pelo menos um mês, ou se persistirem por períodos por pelo menos um mês, se persistirem por períodos menos que um mês, devem ter ocorrido juntas de forma repetida em um período de 12 meses:

• Forte desejo ou compulsão para consumir a substancia.

• Comprometimento da capacidade de controlar o início, o término ou

níveis de uso, evidenciado pelo consumo frequente em quantidades ou períodos maiores do que o planejado ou por desejo persistente ou esforços infrutíferos para reduzir ou controlar o uso;

• Estado fisiológico de abstinência quando o uso é interrompido ou

reduzido, evidenciado pela síndrome de abstinência característica pela da substância ou pelo uso desta ou de outra similar para aliviar ou evitar tais sintomas.

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• Evidência de tolerância aos efeitos, necessitando de quantidades maiores para obter o efeito desejado, ou estado de intoxicação ou redução acentuado desses efeitos com uso continuado da mesma quantidade.

• Preocupação com o uso, manifestado pela redução ou abandono das

atividades prazerosas ou de interesse significativo, por causa do uso ou do tempo gasto em obtenção, consumo e recuperação dos efeitos.

• Uso persistente, a despeito de evidências claras de consequências

nocivas, evidenciadas pelo uso continuado quando o sujeito está efetivamente consciente (ou espera que esteja) da natureza e extensão dos efeitos nocivos.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV) (apud DUARTE e MORIHISA 2011) utiliza o termo “abuso” de drogas, que engloba as consequências sociais. Os critérios para classificação como abuso são :

- Um ou mais dos seguintes sintomas ocorrendo no período de 12 meses, sem nunca preencherem critérios para dependência;

- Uso recorrente, resultado em fracasso em cumprir obrigações importantes relativas a seu papel no trabalho, na escola ou em casa;

- Uso recorrente em situações nas quais isso representa perigo físico; - Problemas legais recorrentes à substância;

- Uso continuado, apesar de problemas sociais ou interpessoais, persistentes ou recorrentes, causados ou exacerbados pelos efeitos da substância.

O DSM-IV considera o padrão mal adaptativo de uso, levando ao prejuízo ou sofrimento clinicamente significativos, manifestados por três ou mais dos seguintes critérios, ocorrendo a qualquer momento no período do 12 meses:

1. Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:

a. Necessidade de consumo de quantidades

progressivamente maiores para adquirir a intoxicação ou efeito desejado;

b. Acentuada redução do efeito como o uso continuado da

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2. Abstinência manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos:

a. Síndrome da abstinência característica para a substância;

b. A mesma substância (ou substância estreitamente

relacionada) é consumida para aliviar ou evitar os demais sintomas de abstinência

3. A substância é frequentemente consumida em maiores

quantidades ou por um período mais longo que o pretendido.

4. Existe um desejo persistente ou esforços mal sucedidos no

sentido de reduzir ou controlar o uso;

5. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para obtenção e

utilização da substância ou na recuperação de seus efeitos.

6. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são

reduzidas em virtude do uso;

7. O uso contínuo, apesar da consciência de se ter um problema

físico, psicológico, persistente ou recorrente, que tende a ser causado ou exacerbado pela substância.

1.4. HABILIDADES SOCIAIS E DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Segundo Sheier et al. (1999, apud DEL PRETTE e DEL PRETTE, 2002) os transtornos associados ao uso de substâncias psicoativas são igualmente relacionados aos déficits de habilidades sociais em termos de concomitância ou causalidade, entre os quais, os de enfrentamento de situações de risco à auto estima e resolução de problemas. Tais dificuldades levam a fuga, via uso de substâncias psicoativas que, por sua vez, geram ainda mais perturbações no desempenho social. Além disso, a rede de relações sociais, ligada ao consumo de drogas, quando caracterizada por pressão social, coloca demandas para desempenho assertivo que, se deficitário, dificulta a intervenção e a superação do problema. Há também muitos indivíduos que buscam o uso de substâncias psicoativas como uma forma de se tornarem mais sociáveis, melhorando a capacidade de interação.

Marlatt e Gordon, (1993, apud, CUNHA et al., 2007) dizem que os comportamentos aditivos são padrões de hábitos seguidos por alguma forma de gratificação imediata. A emissão desses comportamentos tendem a ocorrerem em situações de estresse e ansiedade

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nas quais o uso da droga reduz este quadro. Tais comportamentos inferem em uma má adaptação, além de um déficit em suas habilidades. Wagner e Oliveira (2007) afirmam que na fase da adolescência é possível observar que através desse aumento da capacidade de interação que as drogas promovem, se tornam um reforçador social, além disso, também reduzem sintomas de ansiedade, que são consequências de contingências aversivas, que poderiam ser reduzidas se outras habilidades sociais fossem promovidas nos diferentes ambientes sociais onde o sujeito está inserido.

Zelanatto (2012) diz que é cada vez mais evidente que pessoas com habilidades de enfrentamento frágeis, quando são expostas a situações-estímulo, tendem a reagir de forma mal adaptativa. Somados fatores biológicos, genéticos e também a história de habilidade social do indivíduo, ele pode se tornar mais vulnerável ao uso de substâncias psicoativas.

Para a Organização Mundial de Saúde (2004, apud Aliane, Lourenço e Rozani 2005) a dependência química pode ser entendida como um processo de aprendizagem, resultado de uma complexa interação entre os efeitos fisiológicos das substâncias psicoativas no cérebro e o que o sujeito interpreta daquela situação, relacionando ao ambiente e consolidando como aprendizado. Ao consumir uma substância psicoativa que é altamente satisfatória ou reforçadora é mais provável que esse comportamento de consumo se repita.

“Aprender novas habilidades que favoreçam a expressão de sentimentos, emoções, pensamentos sem prejudicar os próprios direitos e o direito dos outros pode ser considerado como comportamento assertivo. Através do desenvolvimento dessas habilidades sociais, se capacita o indivíduo para ser mais assertivos, visando uma menor frequência nos comportamentos menos assertivos, como o uso de substâncias psicoativas. O uso de treinamento de habilidades sociais na dependência química teve início na década de 70, sendo uma abordagem complementar aos tratamentos realizados na época” (ZELANATTO, 2012 p. 174.)O uso desse treinamento é adaptado para que o sujeito alcance melhores resultados, principalmente no que diz respeito a enfrentamento de situações de risco.

2. JUSTIFICATIVA

O homem tem a necessidade de interagir socialmente. Dada a necessidade de tais interações para o adequado desenvolvimento biopsicossocial, podemos considerar que quando tais interações não são bem desenvolvidas, podem prejudicar a qualidade de vida do sujeito. Pesquisas anteriores sugerem relações entre déficits de habilidades sociais e dependência química sendo possível que o uso de substâncias psicoativas tanto influencie como seja

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influenciado por déficits neste repertório. Neste sentido, pesquisas que explicitem, de forma sistemática, relações entre estes fenômenos (HS e dependência química), podem contribuir para indicar a importância de se avaliar o repertório social presente em quadros clínicos de dependência química e no planejamento de intervenções que promovam o incremento de habilidades sociais.

3. OBJETIVOS

3.1.OBJETIVO GERAL

Verificar as habilidades sociais de pacientes dependentes químicos em um contexto de internação.

3.2.OBJETIVO ESPECIFICO

Mapear o perfil sócio demográfico dos participantes dependentes químicos em condição de internação;

Avaliar as habilidades sociais, em seus diferentes componentes, em dependentes químicos do sexo masculino em idade adulta.

4. MÉTODO

4.1.PARTICIPANTES

Participaram da pesquisa 16 pacientes do sexo masculino, maiores de 18 anos, internados de forma voluntária para tratamento especializado em dependência química. Entre os participantes, cinco estavam em tratamento por uso abusivo de álcool. Os outros 11 participantes estavam em tratamento por uso abusivo de drogas ilícitas, como maconha, crack e LSD.

4.2. LOCAL

A pesquisa foi realizada em uma comunidade terapêutica especializada em tratamento para dependência química, localizada no município de Santo Antônio do Descoberto – Goiás, (entorno de Brasília). Os horários das aplicações do instrumento foram combinados entre os responsáveis pela instituição e pesquisador, pois foi utilizado o espaço físico da instituição. Foram tomados os cuidados necessários para que a atividade da pesquisa não gerasse nenhum tipo de prejuízo nas atividades terapêuticas realizadas com os participantes.

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4.3. MATERIAL

Foi utilizado lápis, borracha, caderno de aplicação do Inventário de Habilidades Sociais (IHS), folha de resposta e crivo de correção do IHS.

4.4. INSTRUMENTO

Foi utilizado o Inventário de Habilidade Social IHS-Del-Prette (DEL PRETTE E DEL PRETTE, 2001), pois este é um instrumento de auto relato para avaliação de habilidades sociais, analisado e aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia e disponibilizado em forma de uma caixa com materiais impressos (manual, fichas de aplicação e de apuração).

O instrumento é composto por 38 itens, cada um descreve uma situação de relação interpessoal e uma demanda de habilidade para reagir àquela situação. O respondente deve estimar a frequência com que reage da forma sugerida em cada item, considerando o total de vezes que se encontrou na situação descrita, e estimar a frequência de sua resposta em escala tipo Likert, com cinco pontos, variando de zero (nunca ou raramente) a 4 (sempre ou quase sempre). Em alguns itens há uma proposição negativa, ou seja, pontuação mais alta indica déficit de habilidades sociais, devendo-se, nestes, inverter a pontuação para a obtenção do escore. O IHS-Del-Prette produz um escore geral, referenciado à norma em termos de percentis, e escores em cinco subescalas de habilidades sociais:

Escore fatorial 1 - enfrentamento e autoafirmação com risco: capacidade de lidar com situações que demandam a afirmação e defesa dos direitos e autoestima, com o risco potencial de reação indesejável por parte do interlocutor (possibilidade de rejeição, de réplica ou de oposição). É um indicador de assertividade e controle da ansiedade em situações como as que foram avaliadas no IHS: apresentar-se a uma pessoa desconhecida, abordar parceiro para relacionamento sexual, discordar de autoridade, discordar de colegas em grupo, cobrar dívida de um amigo, declarar sentimento de parceiro (a), lidar com críticas injustas, falar a público desconhecido, devolver à loja uma mercadoria defeituosa, manter conversa com desconhecidos e fazer perguntas a conhecidos.

Escore fatorial 2 - autoafirmação na expressão de sentimento positivo: identifica o repertório do respondente em habilidades de autoafirmação na expressão de afeto positivo: habilidades para lidar com demandas de expressão de afeto positivo e de afirmação da autoestima que não envolvam risco interpessoal ou apenas um risco mínimo de reação indesejável. No IHS esse escore foi obtido sobre as habilidades de: elogiar familiares e outras pessoas, expressar sentimento positivo, agradecer elogios, defender em grupo outra pessoa e participar de conversação trivial.

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Escore fatorial 3 - habilidades de conversação e desenvoltura social: retrata a capacidade de lidar com situações sociais neutras de aproximação (em termos de afeto positivo e negativo), com risco mínimo de reação indesejável demandando principalmente “traquejo social”, na conversação. Um alto escore nesse fator supõe bom conhecimento das normas de relacionamento cotidiano para o desempenho de habilidades, tais como são descritas no IHS: manter e encerrar conversação em face a face, encerrar conversas ao telefone, abordar pessoas que ocupam posição de autoridade, reagir a elogios, pedir favor a colegas e recusar pedidos abusivos.

Escore fatorial 4 - autoexposição a desconhecidos ou a situações novas: é um indicador que inclui basicamente a abordagem a pessoas desconhecidas. É em parte semelhante ao escore fatorial 3, porém com maior risco de reação indesejável ao outro. Nas situações avaliadas no IHS, esse fator incluiu fazer apresentações ou palestras a um público desconhecido, pedir favores ou fazer perguntas a pessoas desconhecidas.

Escore fatorial 5 - autocontrole da agressividade a situações aversivas: avalia a capacidade de reagir a estimulações aversivas do interlocutor (agressão, pilhéria, descontrole) com razoável controle da raiva e da agressividade. Não significa deixar de expressar desagrado ou raiva, mas fazê-lo de forma socialmente competente, pelo menos em termos de controle sobre os próprios sentimentos negativos. Esse fator reúne: as habilidades de lidar com crítica dos pais e com chacotas ou brincadeiras ofensivas. Nesse fator, foi identificado um item negativamente correlacionado com os outros dois: cumprimentar desconhecidos. Essa habilidade expressa uma característica interpessoal importante para muitas demandas interpessoais, (a extroversão) mas poderia, aqui, estar refletindo uma característica – a impulsividade incompatível com a calma e o autocontrole avaliados nesse fator.

Além do Inventário de Habilidades Sociais, foram utilizadas as fichas de anamnese e prontuários, para a coleta de informações sobre os participantes, tais como: dados sócio demográficos, estado geral de saúde e condição psíquica dos participantes (orientação espaço-temporal, memória, etc.).

4.5. PROCEDIMENTO

Foi realizado contato com a direção da clínica para apresentação do projeto. Autorizada à realização da pesquisa foi solicitada uma lista com os nomes dos pacientes que atendiam aos critérios de inclusão na pesquisa: ser maior de 18 anos; ter sido internado voluntariamente; ser ”capaz” (juridicamente) e não apresentar comprometimento cognitivo/neurológico.

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Os pacientes foram individualmente contactados e convidados a participar da pesquisa. Neste primeiro contato com os pacientes foi apresentado o projeto e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice A) e, uma vez assinado, era realizada uma breve entrevista para confirmar se os mesmos preenchiam os requisitos para participação na pesquisa. Uma vez definida a participação na pesquisa deu-se início à análise sistemática dos prontuários com foco nos seguintes aspectos:

· estado geral de saúde e psíquico dos participantes (foram

excluídos da amostra aqueles que apresentaram comprometimentos cognitivos/neurológicos mesmo que atendessem os demais critérios de inclusão);

· levantamento da(s) droga(s) consumidas pelos participantes

(inibidoras, estimulantes ou perturbadoras);

· dados sócio demográficos – idade, escolaridade, nível

socioeconômico;

· histórico de internação - internação única ou recorrente, tempo

total das internações.

Após análise sistemática dos prontuários, foi aplicado o IHS, de forma coletiva, com cinco participantes por vez.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados estão organizados a partir dos objetivos específicos do trabalho. As informações foram obtidas a partir da análise sistemática dos prontuários e de um questionário sócio demográfico. Após esse processo de análise, foi realizada a aplicação do IHS e os dados do instrumento foram organizados quantitativamente.

A Tabela 1 apresenta os dados de cada participantes explicitando: idade, tipo de droga consumida, tempo de consumo, tempo de internação e nível de escolaridade. A coluna referente as drogas consumidas foi considerada a substancia de preferencia, ou seja a de uso mais comum (frequente) pelo sujeito.

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Tabela 01: Características dos participantes - idade, tipo de droga consumida, tempo de consumo, tempo de internação e nível de escolaridade (nesta coluna são utilizadas as siglas I para incompleto e C para completo).

Participante Idade Tipo de Droga Consumida Tempo de Consumo (anos) Tempo de Internação Escolaridade

1 60 Álcool 15 4 meses Médio (I)

2 49 Álcool 15 5 meses Médio (I)

3 46 Álcool 10 3 meses Médio (C)

4 39 Álcool 8 2 meses Médio (C)

5 26 Álcool 4 3 meses Superior (C)

6 50 Crack 20 4 meses Médio (C)

7 39 Crack 4 4 meses Superior (C)

8 31 Cocaína 4 3 meses Médio (C)

9 31 Crack 3 2 meses Superior (I)

10 29 Crack 10 3 meses Médio (C)

11 29 Crack 6 4 meses Médio (C)

12 27 Crack 8 5 meses Médio (C)

13 23 Crack 4 2 meses Médio (C)

14 23 Maconha 4 4 meses Médio (C)

15 21 Crack 4 5 meses Médio (I)

16 21 LSD 3 1 mês Médio (C)

Dos 16 participantes apenas cinco são alcoolistas e os demais usuários de drogas ilícitas. Observa-se que os alcoolistas apresentam a faixa etária mais alta (média de 44 anos) que os demais participantes (média de 29,5 anos), com a maioria deles acima dos 40 anos de idade.

Esta proporção de usuários de álcool (31%) em relação aos de drogas ilícitas corresponde à média da clínica na qual no momento da pesquisa, dos 51 internos 16 eram usuários de álcool e 35 de drogas ilícitas. Os dados referentes à faixa etária também correspondem aos da população da clínica como um todo de modo que os alcoolistas apresentam idade mais avançada (a maioria está acima dos 40 anos) e os usuários de drogas

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ilícitas apresentam idades mais baixas. Estes resultados podem ser explicados pelo fato da internação decorrente do abuso de álcool tender a ser adiada ou tardia na medida em que o uso de álcool, como uma droga lícita, não apenas é tolerado como incentivado em nossa sociedade e mesmo quando abusos no consumo desta substância são cometidos muitas vezes a família e o próprio usuário demoram para identificá-lo como problemático. Para Büchelle, Marques e Carvalho (2004, apud BÜCHELLE e CRUZ, 2011), a família e a cultura são importantes na determinação do consumo de álcool e outras drogas. Os padrões culturais possuem papéis importantes no desenvolvimento do alcoolismo. Sendo assim é algo complexo para algumas famílias avaliar se de fato o sujeito é alcoolista ou se ainda está dentro do que se chama uso social.

Dentre os usuários de drogas ilícitas, chamados neste trabalho como “adictos”, encontramos a seguinte proporção: 08 usuários de crack, 01 usuário de cocaína, 01 usuário de maconha e 01 usuário de LSD. Porém, na análise dos prontuários, são recorrentes os relatos afirmando que apesar de terem uma droga de preferência, já tiveram experiências com outras drogas, que eram usuários de uma segunda droga ou de múltiplas drogas. Em relação ao tempo de consumo, os alcoolistas apresentaram um tempo de consumo maior, possivelmente por apresentarem um índice de idade mais alto, do que os usuários de drogas ilícitas.

Na análise do tempo de consumo verificou-se que o início do consumo de substâncias psicoativas, em grande maioria, foi na adolescência ou na fase adulta. Nos contatos realizados é comum que os pacientes façam relação de uso abusivo com o marco da primeira internação, por isso, deve-se levar em consideração que alguns pacientes reduzem o impacto da dependência no tempo de consumo, acreditam que o uso que faziam nos períodos pré-intenção não era abusivo, por isso nesse fator descrito é considerado como uma estimativa de tempo de uso.

O tempo mínimo de internação proposto pela instituição na qual os participantes estavam internados é de 06 meses. Entre os participantes o tempo de internação encontra-se entre um e quatro meses.

Dos 16 participantes quatro estão internados pela primeira vez, 7 já foram internados entre três e seis vezes e 5 já foram internados mais de seis vezes.

Com relação ao nível de escolaridade apenas três não possuem o ensino médio completo, onze concluíram o ensino médio e dois possuem curso superior. Deve-se considerar que a pesquisa foi realizada em uma clínica particular cujo acesso e custos do tratamento não são acessíveis à população como um todo. Este contexto pode, deste modo, ter interferido nos

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níveis de escolaridade encontrados uma vez que possivelmente pelo nível sócio econômico, o nível de escolaridade seja mais elevado.

Segundo Del Prette e Del Prette (2001) no manual de aplicação do IHS, as interpretações dos escores totais e fatoriais dos respondentes é calculada com base na sua posição em relação à população, em percentis. Valores acima do percentil 50 indicam que o respondente está entre os 50% dos indivíduos com escores mais altos em habilidades sociais. Abaixo de 50% indica o contrário, ou seja, que está abaixo da metade dos respondentes. Escores acima de 75% indicam que o respondente encontra-se entre os 25% maiores escores. Abaixo de 25% é considerado que o repertório de habilidades sociais do sujeito esteja deficitário.

A Tabela 2 apresenta os resultados de cada participante no IHS. Os dados estão dispostos nas colunas da esquerda para a direita, da seguinte forma: escores totais, percentil (com base no escore total) e escores fatoriais por fator de 1 a 5.

Tabela 02: Resultados individuais no IHS em termos de escore total e percentil (segunda e terceira colunas, respectivamente) e escores fatoriais de cada um dos participantes.

Participantes Escore Total Percentil F1 F2 F3 F4 F5

1 82 10 1,63 2,14 2,14 2 3 2 84 15 1,9 2,85 1,71 1,75 2,33 3 100 60 2,54 3,28 2,14 1,42 1 4 125 97 3,63 3,71 3,14 4 2,33 5 129 99 3,27 3,14 3,71 2,5 2 6 124 97 3,72 3,57 3,28 4 1 7 86 15 1,72 2,85 3,14 3 2,33 8 87 20 1,63 2,28 2,71 2,5 2 9 118 90 3,36 3,71 2,57 2,5 1,66 10 100 60 2,72 2,42 3 2,25 2,66 11 109 80 2,63 3,14 3 2,25 2,33 12 101 65 2,45 2,85 2,14 1,75 2,33 13 111 85 2,81 4 1,71 2,5 2,66 14 96 50 2,81 2,85 3 1,5 1,66 15 103 70 2,63 3,14 3 2,5 2,66 16 111 85 2,63 3,28 3,14 2 2,33 Média 104,02 70 2,63 3,08 2,72 2,40 2,14

Segundo o manual de aplicação do IHS considera-se o escore 96 como indicativo de um repertório social “médio”. Escores totais acima e abaixo desse valor são classificados da seguinte forma:

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Bom repertório de habilidades sociais - escore total entre 98 e 103;

Repertório bastante elaborado de habilidades sociais - escore total entre 110 e 135;

Bom repertório de habilidades sociais - escore total 90 e 94; Déficit de habilidades sociais - escores entre 56 e 87.

A escala avaliativa dos escores fatoriais difere desta e, de acordo com o manual segue a seguinte classificação:

F1 repertorio médio 2,27. F2 repertorio médio 3,0; F3 repertorio médio 2,5 F4 repertorio médio 2,2; F5 repertorio médio 2,66.

Sendo assim, os valores que se encontram abaixo significam que o sujeito está com baixo repertório, quando está muito abaixo se considera déficits em habilidades sociais, sendo indicado o treino em habilidades sociais. Quando está acima da média com bom repertório ou repertório acima da média.

O grupo de participantes de modo geral, teve um escore total médio de 104,12 que é considerado como um escore bom e acima da média, mas quando se faz uma análise comparativa dos fatores percebe-se que nos fatores F1 (enfrentamento e autoafirmação com risco;), F2 (autoafirmação na expressão de sentimento positivo), F3 (conversação e desenvoltura social) e F4 (auto-exposição a desconhecidos e situações novas) os escores

obtidos pelo grupo foram acima da média, porém no fator F5 (autocontrole da agressividade)

o grupo teve um escore abaixo da média. Esse fator avalia as habilidades sociais de autocontrole e agressividade em situações aversivas.

Entre os 16 participantes, 12 obtiveram resultados médios ou acima da média e 4 participantes tiveram resultados abaixo da média 96, valor médio no repertório de habilidades sociais. Dentre esses quatro participantes dois são usuários de drogas ilícitas e os outros dois usuários de álcool.

Por fim foi realizada uma análise, com o intuito de se comparar os resultados entre alcoolistas e usuários de drogas ilícitas, visando verificar se há diferenças significativas entre o tipo de droga consumida e o nível de habilidades sociais.

Tabela 3: Escores fatoriais e totais individuais, escore fatorial e total da amostra do grupo de alcoolistas.

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Escore Total Percentil F1 F2 F3 F4 F5 Participante 1 82 10 1,63 2,14 2,14 2 3 Participante 2 84 15 1,9 2,85 1,71 1,75 2,33 Participante 3 100 60 2,54 3,28 2,14 1,42 1 Participante 4 125 97 3,63 3,71 3,14 4 2,33 Participante 5 129 99 3,27 3,14 3,71 2,5 2 Média 104 - 2,59 3,02 2,57 2,33 2,13

Tabela 4: Escores fatoriais e totais individuais, escore fatorial e total da amostra do grupo de adictos.

Escore Total Percentil F1 F2 F3 F4 F5

Participante 6 124 97 3,72 3,57 3,28 4 1 Participante 7 86 15 1,72 2,85 3,14 3 2,33 Participante 8 87 20 1,63 2,28 2,71 2,5 2 Participante 9 118 90 3,36 3,71 2,57 2,5 1,66 Participante 10 100 60 2,72 2,42 3 2,25 2,66 Participante 11 109 80 2,63 3,14 3 2,25 2,33 Participante 12 101 65 2,45 2,85 2,14 1,75 2,33 Participante 13 111 85 2,81 4 1,71 2,5 2,66 Participante 14 96 50 2,81 2,85 3 1,5 1,66 Participante 15 103 70 2,63 3,14 3 2,5 2,66 Participante 16 111 85 2,63 3,28 3,14 2 2,33 Média 103,5 - 2,65 3,10 2,79 2,43 2,15

Tabela 5: Comparativo entre as médias dos escores fatoriais entre o grupo de alcoolistas e de adictos.

Fator Alcoolistas Adictos

F1 2,59 2,65

F2 3,02 3,10

F3 2,57 2,79

F4 2,33 2,43

F5 2,5 2,15

Ao se comparar os escores fatoriais dos dois grupos, observa-se que não houve diferenças significativas entre os grupos. Para a maioria dos fatores os participantes tiveram um resultado mediano ou acima da média. O grupo de adictos obteve os escores mais altos

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nos fatores F1, F2, F3 e F4, mas no fator F5, que avalia o autocontrole da agressividade a situações aversivas, este grupo teve o menor resultado.

5.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao se investigar as habilidades sociais em dependentes químicos, percebeu-se que dentro dessa amostra não há sinais de déficits na maioria dos participantes. Nesta amostra, que reuniu 16 participantes, apenas quatro tiveram resultados que evidenciam repertório baixo de habilidades sociais, ou seja dentro da amostra colhida, 12 participantes possuem níveis de habilidades sociais entre mediano e alto.

Conforme citado nesse trabalho, na literatura encontramos autores que dizem que há déficits nas habilidades sociais em dependentes químicos, como Sheier et al. (1999, apud DEL PRETTE e DEL PRETTE, 2002), que afirmam que no transtorno de consumo de substâncias químicas existe baixa nas habilidades sociais, no que se refere a enfrentamento de situações de risco à autoestima e resolução de problemas.

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terapias cognitivo comportamentais, um guia para terapeutas. São Paulo, ARTMED, 2013. p. 172-174.

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APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O Senhor está sendo convidado a participar da pesquisa “Habilidades Sociais em Dependentes Químicos” sob responsabilidade da Profª. Alessandra Rocha Albuquerque e aluno Reginaldo Gomes de Maia Júnior.

O objetivo desta pesquisa é avaliar habilidades sociais em usuários de drogas licitas e ilícitas e em condição de internação. O senhor receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que seu nome será mantido no mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que permitam identificá-lo.

A sua participação é voluntária, não remunerada e se dará da seguinte forma: responder a um Inventário de Habilidades Sociais (IHS) composto por 38 questões, o que tomará aproximadamente 30 minutos.

(27)

A pesquisa apresenta como benefício para você a possibilidade de desenvolvimento de autoconhecimento no que se refere às suas Habilidades Sociais; todavia, apesar de oferecer riscos m.ínimos, o processo de autoconhecimento pode mobilizá-lo emocionalmente. Caso algum desconforto desta natureza seja gerado a equipe de psicólogos da clínica estará ao seu dispor para dirimi-lo. O senhor poderá também, a qualquer momento, recusar-se a responder qualquer questão do Inventário bem como desistir de participar da pesquisa sem nenhum prejuízo para o senhor.

Como parte da pesquisa será necessária também a análise de seu prontuário na clínica pelos pesquisadores e ao assinar este termo o senhor estará também autorizando-nos a consultá-lo.

Os resultados do IHS bem como da pesquisa serão disponibilizado para o senhor e serão divulgados na Universidade Católica de Brasília podendo ser publicados posteriormente. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda do pesquisador.

Se o(a) Senhor(a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor telefone para: Profª. Alessandra Rocha Albuquerque na Universidade Católica de Brasília no telefone 3356-9272.

Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCB, número do protocolo ____________________. As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou seus direitos podem ser obtidos também pelo telefone: (61) 3356-9784.

Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável e a outra com o senhor.

______________________________________________ Nome / assinatura

____________________________________________ Alessandra Rocha de Albuquerque

Pesquisador Responsável

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