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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Fafe

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CAPITULO III

CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

Com o objectivo de caracterizar a evolução demográfica das freguesias do concelho de Fafe, utilizou-se informação estatística, fornecida pela Câmara Municipal de Fafe, pelo Censo de 2001 (http://www.ine.pt) e pelo IGEO (http://www.igeoe.pt). Essa evolução será traçada nos seguintes parâmetros (tabela n.º 3.1): população residente e densidade populacional (1),

índice de envelhecimento (2), população por sector de actividade e taxa de analfabetismo(3).

3.1. POPULAÇÃO RESIDENTE E DENSIDADE POPULACIONAL

A tabela n.º 3.1 apresenta o enquadramento do concelho de Fafe e do distrito de Braga, em termos de área, população residente e densidade populacional nos anos 1991-2001. Desse quadro podemos constatar que, analisando os valores da população residente por concelhos do Braga se evidencia um crescimento de efectivos de 1991 para 2001, com excepção dos concelhos de Celorico de Basto e Vieira do Minho. No que toca ao maior número de efectivos (2001), Fafe ocupa o quinto lugar. Vizela é o concelho que apresenta o maior valor de densidade populacional do Distrito de Braga. Nos sete concelhos que menores valores de densidade populacional apresentam, não atingindo os 112 hab/km2, encontra-se Terras de Bouro, Vieira do Minho e Cabeceiras de Basto.

Em termos de população residente, Fafe tem 52 757 indivíduos, repartidos por 36 freguesias, que correspondem a 6,36% da população total do Distrito de Braga (valores de 2001).

_____________________________________

(1) A densidade populacional, segundo a definição de tipologias do INE, é um indicador que mede a intensidade do povoamento expressa pela relação entre o número de habitantes de uma determinada área territorial e a superfície desse território (habitualmente expressa em número de habitantes por quilómetros quadrados: hab/km2).

(2) O Índice de Envelhecimento é a relação entre a população idosa e a população jovem por cada 100 indivíduos, e é calculada com base na seguinte fórmula: (População com 65 e + anos / População dos 0 aos 14 anos) x 100.

(3) Taxa de analfabetismo = (população com 10 ou mais anos que não sabe ler nem escrever / população total ou mais anos) *100.

(2)

Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Fafe ______________________________________________________________________________________ Área (2008)

(ha) 1981 1991 2001 1991 (h/km2) 2001 (h/km2) 1991 2001 Evolução 1991 2001 Evolução I II III Bovinos Ovinos Caprinos Equídeos

PORTUGAL 4257 91946700 - 9965315 10329340 - 112 72 104 32 11 9 -2 - - - - - - -BRAGA 514 270645 - 764877 829663 - 351 50 78 28 13 11 -2 - - - - - - -Amares 24 8196 - 16957 18511 - 226 52 78 26 12 11 -1 - - - - - - -Barcelos 89 37894 - 113224 121643 - 321 36 56 20 9 8 -1 - - - - - - -Braga 62 18342 - 143595 164370 - 897 39 59 20 7 6 -1 - - - - - - -Cabeceiras de Basto 17 24184 - 16513 17715 - 73 60 90 30 20 16 -4 - - - - - - -Celorico de Basto 22 18110 - 21637 20228 - 112 59 95 36 20 17 -3 - - - - - - -Esposende 15 9542 - 30537 33342 - 349 42 62 20 9 7 -2 - - - - - - -Guimarães 68 24107 - 145979 159140 - 660 34 55 21 9 7 -2 - - - - - - -Póvoa de Lanhoso 29 13255 - 21789 22718 - 171 51 79 28 15 12 -3 - - - - - - -Terras de Bouro 17 27749 - 9406 8215 - 30 77 129 52 18 16 -2 - - - - - - -Vieira do Minho 21 21849 - 15890 14558 - 67 75 114 39 15 13 -3 - - - - - -

-Vila Nova de Famalicão 49 20172 - 116113 127423 - 632 38 60 22 8 7 -2 - - - - - -

-Vila Verde 58 22869 - 44636 46482 - 203 53 76 23 15 12 -3 - - - - - - -Vizela 7 2470 - 20410 22561 - 913 29 43 14 9 8 -1 - - - - - - -Fafe 36 21909 45828 48191 52757 245 264 57 97 40 12 10 -2 4% 60% 36% 5040 4179 1160 28 Aboim 1147,6982 577 508 418 44,26 36,42 88,60 135,82 47,22 - - - 33 85 30 218 258 251 0 Agrela 196,3746 367 339 271 172,63 138,00 60,50 90,38 29,88 - - - 11 79 21 14 109 0 0 Antime 312,2141 1508 1466 1589 469,55 508,95 48,40 77,91 29,51 - - - 24 502 233 134 22 0 5 Ardegão 219,6786 354 379 342 172,52 155,68 49,50 81,36 31,86 - - - 4 78 36 77 0 0 0 Armil 464,8355 940 843 820 181,35 176,41 58,30 72,50 14,20 - - - 14 289 75 114 26 0 0 Arnozela 368,1802 387 372 292 101,04 79,31 70,30 103,77 33,47 - - - 7 61 30 92 81 0 0 Cepães 416,7805 1409 1462 1590 350,78 381,50 47,40 83,95 36,55 - - - 35 550 174 185 22 0 0 Estorãos 590,4565 1515 1588 1588 268,94 268,94 50,30 73,68 23,38 - - - 30 487 180 118 135 81 6 Fafe 797,0054 9871 11584 15323 1453,44 1922,57 43,90 59,90 16,00 - - - 51 3211 3976 109 135 0 0 Fareja 322,1962 542 710 877 220,36 272,19 17,90 36,79 18,89 - - - 16 338 79 97 41 0 0 Felgueiras 576,8283 158 165 135 28,60 23,40 67,40 130,43 63,03 - - - 23 20 11 75 73 0 0 Fornelos 244,6663 1174 1282 1430 523,98 584,47 34,80 59,56 24,76 - - - 20 419 220 99 65 21 0 Freitas 661,2380 850 813 745 122,95 112,67 51,10 80,89 29,79 - - - 51 186 75 129 144 78 0 Golães 469,9293 2083 2127 2157 452,62 459,01 33,20 65,06 31,86 - - - 17 709 208 96 91 48 0 Gontim 325,7697 187 188 127 57,71 38,98 88,60 246,67 158,07 - - - 18 16 4 114 0 0 0 Medelo 251,7207 1022 1404 1604 557,76 637,21 36,20 53,38 17,18 - - - 18 446 287 35 0 0 0 Monte 956,8736 724 522 393 54,55 41,07 99,20 200,00 100,80 - - - 35 38 27 508 448 37 0 Moreira de Rei 1725,3511 1991 1914 1992 110,93 115,45 64,40 92,15 27,75 - - - 59 493 213 268 386 125 5 Passos 409,6540 1145 1136 1113 277,31 271,69 40,00 47,24 7,24 - - - 24 379 86 107 101 106 0 Pedraído 517,6098 345 344 321 66,46 62,02 76,70 184,78 108,08 - - - 15 62 38 68 0 0 0 Queimadela 1026,8061 837 693 616 67,49 59,99 95,80 214,12 118,32 - - - 72 95 46 281 208 69 5 Quinchães 1060,8728 1962 1927 2344 181,64 220,95 45,40 71,03 25,63 - - - 31 678 330 207 172 23 0 Regadas 584,4556 1595 1652 1794 282,66 306,95 47,00 67,26 20,26 - - - 21 597 169 223 146 34 7 Revelhe 491,0824 934 871 820 177,36 166,98 40,60 78,43 37,83 - - - 8 201 84 127 65 23 0 Ribeiros 495,8127 749 702 732 141,59 147,64 49,20 98,45 49,25 - - - 21 198 131 97 87 32 0

Santa Cristina Arões395,0558 910 1064 1352 269,33 342,23 31,10 46,64 15,54 - - - 19 522 67 65 0 0 0

São Clemente Silvares245,2652 553 589 551 240,15 224,65 57,90 64,86 6,96 - - - 11 161 232 66 0 0 0

São Gens 1479,7596 2023 1903 1888 128,60 127,59 48,00 78,96 30,96 - - - 46 511 232 496 252 47 0

São Martinho Silvares629,3059 1339 1505 1451 239,15 230,57 49,20 87,18 37,98 - - - 17 434 186 89 31 14 0

São Romão Arões 572,1409 2311 2956 3258 516,66 569,44 22,70 44,11 21,41 - - - 36 1146 464 120 0 10 0

Seidões 396,2648 540 564 621 142,33 156,71 54,80 70,99 16,19 - - - 28 153 55 222 84 9 0 Serafão 776,5902 1328 1147 1195 147,70 153,88 67,00 104,55 37,55 - - - 35 235 139 57 231 0 0 Travassós 814,2372 1855 1939 1621 238,14 199,08 44,70 72,84 28,14 - - - 20 434 183 111 293 92 0 Várzea Cova 1191,5620 648 465 447 39,02 37,51 118,90 182,81 63,91 - - - 14 58 61 104 278 45 0 Vila cova 486,5695 417 339 252 69,67 51,79 109,00 173,68 64,68 - - - 8 40 31 50 178 15 0 Vinhós 287,8001 678 729 688 253,30 239,05 39,90 66,39 26,49 - - - 10 181 97 68 17 0 0

FREGUESIA População Residente Densidade Populacional Índice de envelhecimento Taxa de analfabetismo Sectores (2001) Total animais (1999)

(3)

O concelho de Fafe, no espaço inter censitário (1981-2001) em estudo (tabela n.º 3.1), relativamente às suas 36 freguesias e no que concerne à população residente, à variação da população residente, em termos absolutos e relativos, e à densidade populacional em 2001, podemos concluir que:

- Em termos de áreas de ocupação, Moreira do Rei é a que apresenta maior área com 17,25

km2, seguindo-se as freguesias de São Gens, Várzea Cova, Aboim, Quinchães e Queimadela,

com áreas compreendidas entre os 10 e os 18 km2, tendo as restantes 30 freguesias uma área

de ocupação inferior a 10 km2. De salientar que a freguesia que ocupa menor área, no

concelho de Fafe, é a de Agrela, com 1,96 km2;

- Em relação à taxa de variação da populacional residente, a freguesia de Fafe é a que se destaca por apresentar valores de aumento (5452 indivíduos) tão díspares relativamente às restantes freguesias. De destacar que das 36 freguesias do concelho, apenas 16 apresentam acréscimos de população em antítese às 20 que apresentam uma taxa de crescimento negativa; - Relativamente à população residente e à densidade populacional (figura n.º 3.1), há a destacar que do total do concelho de Fafe, apenas 16 das 36 freguesias, apresentam um aumento. Se dividirmos os valores destes indicadores em três classes, no ano de 2001,

teremos: Fafe com cerca de 1923 hab/km2, 11 freguesias com valores que variam entre os 250

e os 650 hab/km2 e, finalmente, as restantes 24 freguesias, com valores inferiores a 250

hab/km2. As freguesias com menor quantitativo populacional localizam-se, essencialmente, a

Norte do concelho, que corresponde à área onde também há uma predominância de área agrícola. Como seria de esperar, as maiores densidades populacionais verificam-se nas áreas limítrofes da sede do concelho de Fafe, que é a freguesia de Fafe. Nas freguesias adjacentes à freguesia de Fafe, a densidade populacional, de um modo geral, vai baixando à medida que nos afastamos da sede do concelho, com a excepção de Regadas.

- Com uma densidade populacional inferior à média nacional (112,2 hab/ km2) surgem apenas

algumas freguesias do Norte do concelho, nomeadamente Aboim, Felgueiras, Gontim, Monte, Pedraído, Queimadela, Várzea Cova, Vila Cova e Arnozela a Sul.

De realçar que a densidade populacional é um bom indicador para análise pois afere da necessidade e/ou interesse das populações em se situarem em determinadas áreas. O número

de habitantes por km2 varia entre os 23,40 hab/km2 de Felgueiras e os 1922,57 hab/km2 de

Fafe. A Densidade Populacional média é da ordem dos 264 hab/km2.

De uma forma geral, podemos concluir que, em termos de variação populacional e densidade populacional, a freguesia de Fafe apresenta os valores mais elevados devido ao facto de esta constituir a sede do concelho de Fafe, o que por si só representa uma mais-valia.

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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Município de Fafe __________________________

Figura n.º 3.1 – Mapa n.º 25 – Mapa da população residente (1981/1991/2001) e densidade populacional (2001) do concelho

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3.2. ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO

Na tabela n.º 3.1 podemos observar a variação do índice de envelhecimento, em %, no Distrito de Braga (1991 e 2001). Dessa tabela podemos constatar que do total dos concelhos de Braga, Terras de Bouro é o que apresenta maior índice de envelhecimento, sendo, em contrapartida, o concelho de Vizela o que tem menores valores, nos dois anos em análise. O concelho de Fafe aparece com valores sempre superiores aos do distrito de Braga e inferiores aos do Continente Português.

Relativamente ao índice de envelhecimento no concelho de Fafe entre 1991 e 2001, uma vez que para 1981 não se obtiveram os dados (figura n.º 3.2), podemos inferir que: - As freguesias que apresentam maior índice de envelhecimento são Gontim, Queimadela, Monte, Pedraído e Várzea Cova, variando os seus índices de envelhecimento entre os 180% e os 250%. Em contrapartida, as freguesias que apresentam os valores mais pequenos, abaixo dos 50%, são Fareja, São Romão Arões, Santa Cristina Arões e Passos;

- As restantes 27 freguesias do concelho de Fafe apresentam um índice de envelhecimento que varia entre os 50% e os 180%;

- Das 36 freguesias do concelho de Fafe, apenas 10 mostram valores de índice de envelhecimento acima da média concelhia, que é de 97,18%;

- Relativamente ao grupo etário mais jovem, as freguesias de Fafe e São Romão Arões apresentam valores elevados.

3.3. POPULAÇÃO POR SECTOR DE ACTIVIDADE

No concelho de Fafe (tabela n.º 3.1.), o sector com maior representatividade é o secundário (ou industrial), canalizando 60% do total de activos, seguido do terciário (serviços) que emprega 36% dos activos, sendo o sector primário (agrícola) quase residual (4%).

Em termos de actividades económicas, e relativamente à população activa no concelho de Fafe, a figura n.º 3.3, mostram-nos para o ano de 2001, respectivamente, os sectores de actividades no concelho de Fafe e a distribuição dos sectores económicos da população residente no concelho de Fafe. Dessas mesmas figuras podemos constar que:

- Os sectores primários e secundários são, respectivamente, os sectores predominantes nas freguesias de Gontim e Felgueiras e Fafe e Várzea Cova, sendo o sector secundário o sector com maior domínio, predominando nas restantes 32 freguesias do concelho de Fafe;

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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Município de Fafe __________________________

Figura n.º 3.2 – Mapa n.º 26 – Mapa de índice de envelhecimento (1991/2001) e sua evolução (1991/2001) do concelho de

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- A parte Norte do concelho de Fafe é aquela que apresenta, embora em pequena quantidade, o maior número de activos no sector primário;

- O sector primário é o sector com menor percentagem de população activa, isto é, a população activa na agricultura é reduzida, pelo facto de uma boa parte do povoamento rural já não ter uma relação com o sector primário mas sim com o secundário ou terciário, levando desta forma a um aumento do número de abandono de terrenos agrícolas. O abandono de espaços florestais e agrícolas também se justifica pelo facto da população mais jovem mostrar preferências pela vida na cidade.

Far-se-á de seguida uma breve abordagem aos sectores com maior realce neste documento, ou seja, ao sector primário, uma vez que neste estão consideradas as actividades mais importantes para o desenvolvimento deste estudo, e o sector secundário, por ser o sector com maior representatividade no concelho de Fafe.

3.3.1. Sector Industrial

O sector económico de Fafe, apesar da sua marcada vertente industrial é caracterizado, essencialmente, por micro e pequenas empresas. Além das indústrias transformadoras, verifica-se uma presença significativa do comércio por grosso e retalho e do sector da construção civil. As actividades relacionadas com a agricultura, silvicultura e pesca possuem uma significância muito menor.

Analisando, de um modo geral, as empresas da indústria transformadora, no concelho de Fafe, verifica-se que, para além da indústria têxtil, que surge como uma das fileiras mais importantes, apenas se verifica, com uma presença muito menos significativa, a indústria metalúrgica de base e produtos metálicos e a indústria da madeira e da cortiça, que possuíram em tempos alguma tradição no concelho.

De realçar ainda a existência de dois tipos de actividades que constituem elevado risco e perigo de incêndio florestal (figura n.º 3.4), sendo estes os estabelecimentos de fabrico e de armazenagem de produtos explosivos (dos quais três se localizam na freguesia de Passos e outro na freguesia de Santa Cristina Arões) e os estabelecimentos de fabrico artesanal de carvão (localizando-se um na freguesia de Pedraído).

Na envolvente ás oficinas de pirotecnia, e respectivos paióis, existem zonas de segurança, com um raio de cerca de 100 metros, em volta destas (figura n.º 3.4).

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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Município de Fafe __________________________

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Relativamente ao ordenamento e planeamento das áreas industriais, na figura n.º 3.4, podemos observar a localização das principais zonas industriais instaladas e de algumas indústrias dispersas no concelho de Fafe, verificando-se que estas se situam, maioritariamente, se dividirmos o concelho em duas partes, na parte Sul. A Zona Industrial do Socorro é considerada a principal.

Não obstante as diversas zonas industriais mencionadas, existem algumas empresas e industrias que se encontram localizadas foras dessas áreas.

3.3.2. Sector agrário, silvícola e pecuário

No concelho de Fafe, a agricultura pode ser caracterizada, essencialmente, por ser uma actividade de subsistência, utilizada na maioria das vezes para consumo familiar. Através da notória diminuição da superfície de uso do solo e do efectivo pecuário (figuras n.º 3.5 e n.º 3.6, verifica-se que esta actividade tem mostrado um declínio, que se deve essencialmente ao envelhecimento da população rural que, em idade de reforma, começa a abandonar a actividade.

Como já referido anteriormente, o sector primário (agricultura, silvicultura e pesca), com um peso de 4% na estrutura sectorial do concelho, apresenta uma dinâmica globalmente débil, tendo-se verificado, uma diminuição da superfície agrícola utilizada (4676,7 ha em 1999) e, consequentemente, um aumento da superfície agrícola não utilizada1 e de outras formas de utilização de terras.

No entanto, as potencialidades do sector primário não deverão ser menosprezadas, pois mesmo que estas não mostrem uma expressão significativa para o concelho, constitui, em alguns casos, uma fonte de rendimento alternativa e uma forma de minorar os efeitos da crise do sector têxtil. Ao abandono das explorações, deverá ser dada uma especial atenção devido aos riscos, nomeadamente em termos ambientais e principalmente ao nível dos incêndios florestais que estes podem acarretar.

1 Segundo INE, RGA:”Superfície agrícola não utilizada, é uma superfície que foi já anteriormente utilizada como superfície

agrícola, mas que já não é explorada por razões económicas, sociais ou outras e que não entra no afolhamento ou rotação cultural. Esta superfície pode voltar a ser utilizada com o auxílio dos meios geralmente disponíveis numa exploração”.

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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Município de Fafe __________________________

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Uso do solo e sua variação absoluta no concelho de Fafe(1989-1999) -2000 0 2000 4000 6000 ha 1989 5592 20 1003,1 1999 3744,4 27,6 716,8 Variação absoluta -1847,6 7,6 -286,3

Total de terra arável limpa Total de culturas sob-coberto de matas e florestas Total de culturas permantes

Figura n.º 3.5. - Uso do solo e sua variação no concelho de Fafe (1989 - 1999).

A figura n.º 3.5 caracteriza o uso do solo, ou seja, caracteriza em termos de área a terra arável limpa2, as culturas sob-coberto de matas e florestas e as culturas permanentes3, na área do concelho de Fafe, nos anos de 1989 e 1999. Fazendo uma análise a esta figura, podemos evidenciar, no que diz respeito à área ocupada, que existe uma tendência negativa, uma vez que o total de culturas permanentes e o total de terra arável limpa registou um decréscimo acentuado com uma diminuição de 71,5% e 67%, respectivamente. O total de culturas sob-coberto de matas e floresta foi o único a registar um aumento no número de hectares, na ordem dos 27,5%.

De realçar, no entanto, que a parcela desta figura que menor representação tem é o total de culturas permanentes, tanto em termos absolutos, como relativos, mas inclui importantes itens. Analisando esses itens, verifica-se que as matas e florestas sem cultura sob-coberto apresentam a perda de área acentuada de menos 2744,9 ha. Seguidamente aparece a superfície agrícola utilizada, que registou, em termos absolutos, uma diminuição de 2290,7 ha. A área de pastagem permanente em terra limpa diminui 53,4%.

O facto de Fafe possuir uma percentagem significativa de solos não susceptíveis de aproveitamento agrícola, parte é ocupada com floresta, por matas e florestas sem culturas sob-coberto.

Uma boa parte dos produtores singulares agrícolas desenvolvem a sua actividade a tempo parcial, o que confirma as características familiares da produção e, muito possivelmente, a coexistência com o desenvolvimento de outras actividades profissionais.

2 Segundo o INE: “Superfície ocupada com culturas temporárias em cultura principal, pousio e horta familiar. Designa-se por

limpa porque não inclui a terra arável que está sob-coberto (associada) de matas e floresta”.

3 Segundo o INE: “Culturas que ocupam a terra durante um longo período e fornecem repetidas colheitas. Não entram nas

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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Município de Fafe __________________________

Da análise efectuada verifica-se que a tendência no concelho de Fafe é para a diminuição das áreas agricultadas, com um aumento de superfície agrícola não utilizada.

Relativamente ao efectivo animal, vão ser considerados aqueles que mais directamente interferem na dinâmica e problemática florestal, sendo eles: bovinos, ovinos, caprinos e equídeos.

A figura n.º 3.6 indica-nos o número de efectivos animais no concelho de Fafe, de onde se verifica que, em termos absolutos, o gado bovino é o melhor representado no concelho, seguido do ovino e caprino, em ambos os anos. Os equídeos surgem em menor número, variando entre 58 e 66 em 1989 e 1999, respectivamente.

Em termos de variação absoluta de efectivos animais, os equídeos foram os únicos que apresentaram uma evolução positiva (mais 8), enquanto que os restantes animais sofreram um decréscimo, sendo os efectivos bovinos os que sofreram o maior declínio (menos 3112 animais), seguidos dos caprinos (menos 866 animais) e os bovinos (menos 324 animais).

Efectivos animais e sua variação absoluta no concelho de Fafe (1989-1999)

-4000 -2000 0 2000 4000 6000 8000 1989 7852 4590 2109 58 1999 4740 4266 1243 66 Variação absoluta -3112 -324 -866 8

Total de bovinos Total de ovinos Total de caprinos Total de equídeos

n.º

Figura n.º 3.6 - Efectivos animais e sua variação no concelho de Fafe (1989 - 1999).

As freguesias do concelho de Fafe, no ano de 1999, que apresentaram maior número de efectivos animais (figura n.º 3.7) foram: Monte (993 animais), São Gens (795 animais) e Moreira do Rei (784 animais).

No que diz respeito à produção com intuitos comerciais, existem algumas empresas produtoras de vinhos, algumas estufas dedicadas ao desenvolvimento da floricultura e de hortícolas, e duas cooperativas – a COFAFE – Cooperativa dos Produtores Agrícola de Fafe e a FAFEMEL – Cooperativa dos Produtores de Mel de Fafe.

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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios do Município de Fafe __________________________

3.4. TAXA DE ANALFABETISMO

Relativamente ao Mapa da taxa de analfabetismo (1981/1991/2001) do concelho de Fafe (Mapa n.º 28), este não foi elaborado por não se possuir a informação necessária para a sua construção.

No entanto, a tabela n.º 3.1 mostra-nos a taxa de analfabetismo nos concelhos integrantes do Distrito de Braga (1991 e 2001), em %. O concelho da Braga é o que apresenta menor taxa de analfabetismo, sendo, em contrapartida, o concelho de Celorico de Basto o que tem maiores valores, nos dois anos em análise. O concelho de Fafe surge com valores sempre superiores aos do Distrito de Braga e inferiores aos do Continente Português.

Referências

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