• Nenhum resultado encontrado

Avaliação da Força Muscular Respiratória em Idosas Saudáveis

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação da Força Muscular Respiratória em Idosas Saudáveis"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

FACULDADE FASERRA

Pós Graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva

Maria Clara de Souza Pereira Gama Maciel

Avaliação da Força Muscular Respiratória em Idosas Saudáveis

Manaus – Amazonas 2016

(2)

Maria Clara de Souza Pereira Gama Maciel

Avaliação da Força Muscular Respiratória em Idosas Saudáveis

Manaus – Amazonas 2016

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Pós Graduação em Fisioterapia Intensiva Faculdade FASERRA, como pré requisito para a obtenção do título de Especialista, sob a Orientação do Professor(a): Fernanda Franco.

(3)

Avaliação da força muscular respiratória em idosas saudáveis

MARIA CLARA DE SOUZA PEREIRA GAMA MACIEL1

mariaclaralh@hotmail.com

FERNANDA FIGUEIROA SANHEZ FRANCO2 ROBERTA GONÇALVES LINS³

Pós Graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva – FASERRA

Resumo

Introdução: A mensuração da força muscular respiratória é realizada através de medidas estáticas das pressões máximas respiratórias e constitui uma importante ferramenta para determinação da existência e prognóstico de distúrbios neuromusculares e pulmonares. Objetivo: Comparar a força muscular respiratória de mulheres adultas com idade menor que 60 anos e superior a 60 anos. Métodos: Foram avaliadas 163 mulheres saudáveis divididas em dois grupos: mulheres adultas e idosas através da manovacuometria visando a medida das pressões respiratórias máximas inspiratórias (PImáx) e expiratórias (PEmáx). A análise estatística foi realizada utilizando Teste T de Student considerando significativo p ≤ 0,05. Resultados: A amostra final foi composta por 116 mulheres adultas e 47 idosas. Os valores de PImáx em mulheres adultas foi significativamente maior quando comparado a mulheres idosas (-108 cmH2O ± 5,3 cmH2O; -79,5 cmH2O ± 4 cmH2O; p=0,0014, respectivamente). O mesmo comportamento foi observado na avaliação de PEmáx. Conclusão: Os resultados indicam que a força muscular inspiratória e expiratória é menor nas mulheres com idade mais avançadas, isso pode sugerir que o processo de envelhecimento tende a interferir na força muscular respiratória, resultando em alteração da funcionalidade do sistema respiratório.

Palavras-chave: força muscular, avaliação, músculos respiratórios, envelhecimento.

___________________________________

1 Pós graduanda em Fisioterapia em Terapia Imtensiva

2 Graduação em Fisioterapia, Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória, Doutorado em Fisiopatologia

(4)

1. Introdução

O acompanhamento contínuo da função pulmonar determina as consequências, a extensão e progresso de várias patologias, principalmente, distúrbios pulmonares e neuromusculares. A avaliação das pressões respiratórias máximas e avaliação da capacidade vital são os principais métodos que avaliam a função pulmonar 1.

Em indivíduos saudáveis esta mensuração serve principalmente para quantificar a força muscular e também para que possa servir como parâmetro de normalidade, pois contribui para a compreensão do comportamento do sistema respiratório, além de possibilitar a comparação dos dados obtidos da população saudável com os dados de indivíduos que possuam algum tipo de acometimento na força muscular, analisando as diferenças encontradas 2,3.

A pressão inspiratória máxima reflete a força dos músculos respiratórios e é definida como a máxima pressão expiratória (PEmáx) e inspiratória (PImáx). Esta força é medida avaliando-se a pressão respiratória estática máxima que é gerada na boca após inspiração e expiração completas, caracterizando, respectivamente, a PImáx e a PEmáx, que indicam a força dos grupos musculares inspiratórios e expiratórios 4. De acordo com um estudo 5 a PImáx é uma medida da força muscular inspiratória, ao passo que a PEmáx mede a força dos músculos abdominais e intercostais 4.

São muitos os fatores individuais já identificados que podem interferir na PImáx e PEmáx , tais como: o sexo, a idade, a altura, o peso, a capacidade de trabalho muscular ou aptidão física, o volume pulmonar em que foram feitas as medidas e o correspondente valor da pressão de recolhimento elástica do sistema respiratório, o tabagismo, o grau de escolaridade e de motivação do indivíduo 6.

Gorzoni e Russo 7 constataram que em idosos sadios, as principais alterações funcionais do aparelho respiratório, decorrentes do processo natural de envelhecimento incluem a redução da complacência da parede torácica; a força dos músculos respiratórios; a capacidade vital; a pressão arterial de oxigênio.

A busca por parâmetros biológicos do envelhecimento e melhora das condições de vida vem ganhando ênfase na literatura mundial 8-10. Vários estudos demonstraram que a idade é um preditor negativo das forças musculares respiratórias com significância estatística tanto em homens quanto em mulheres 11.

(5)

Dito isso, nesse trabalho temos por objetivo avaliar as pressões respiratórias com o progredir da idade em indivíduos do sexo feminino.

2. Metodologia

A amostra inicial foi composta de 169 voluntárias saudáveis e participantes dos Centros de Convivência da Família e na comunidade acadêmica da Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Os voluntários foram selecionados de acordo com os seguintes critérios: apresentar IMC entre 18 e 29,5 kg/m2, não ter histórico de tabagismo e ser do sexo feminino. Indivíduos com histórico de doença respiratória ou cardiovascular foram excluídos, bem como indivíduos com IMC maior que 29,5 e com qualquer doença neuromuscular que impedisse a realização dos testes. Sendo assim, a amostra final foi composta por 163 mulheres saudáveis com idades entre 20 e 88 anos.

Os indivíduos foram separados em dois grupos: mulheres adultas (idade 20-59 anos) e idosas (idade superior a 60 anos).

Todas as voluntárias foram instruídas quanto aos procedimentos do estudo, de acordo com os requisitos da resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa em seres humanos.

Dados pessoais e antropométricos foram avaliados através de um formulário dirigido contendo dados pessoais. As medidas antropométricas, peso e altura, foram coletados através de uma balança portátil e fita métrica manual, o Índice de Massa Corpórea (IMC) foi calculado pela fórmula IMC = peso/altura*altura, peso em quilogramas e altura em metros.

Sobre a saúde física os indivíduos foram questionados a respeito da presença ou não de patologias e se estão submetidos de forma ativa ou passiva ao fumo.

A força muscular respiratória foi mensurada através da medida da Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e da Pressão Expiratória Máxima (PEmáx).

Antes de iniciar o teste, os voluntários foram instruídos a respeito do procedimento a ser realizado. Ao realizar o teste permaneceram na posição sentada com os pés no chão e a posição do tronco em relação ao quadril foi em um ângulo de 90º. A PEmáx e a PImáx foram avaliadas através de um manovacuômetro analógico (marca Wika©), os voluntários usaram um clipe nasal para realizarem as manobras já que possivelmente o uso deste clipe diminui o escape aéreo, facilitando a aceitabilidade das manobras e influenciando a magnitude dos valores 12.

(6)

A PImáx foi obtida a partir do Volume Residual (VR) onde os indivíduos foram orientados a realizar uma expiração máxima e em seguida, após o comando verbal realizaram um esforço inspiratório máximo e sustentado por no mínimo dois segundos no bocal do manovacuômetro. A PEmáx foi mensurada a partir da Capacidade Pulmonar Total (CPT), na qual foi solicitado ao individuo que realizasse uma inspiração máxima antes de um esforço expiratório máximo, também com uma sustentação mínima de dois segundos.

Foram realizadas três manobras para cada pressão a ser mensurada. Para que a manobra seja considerada aceitável é necessário que a duração seja de dois segundos e que não haja vazamento de ar pela boca ou nariz. Pelo menos duas manobras deverão ter seus valores não diferentes entre si e não superiores a 10% do valor mais alto. Ao final das três manobras escolhe-se o maior valor obtido de PImáx e PEmáx.

A análise estatística foi realizada utilizando Teste T de Student considerando significativo p ≤ 0,05, através do programa estatístico “R”.

3. Resultados

Seis indivíduos foram excluídos do estudo por não preencherem os critérios de ausência de doença respiratória e/ou cardiovascular. A amostra final foi composta por 116 mulheres adultas e 47 idosas.

A tabela 1 apresenta os dados antropométricos da amostra estudada descritos com média e desvio-padrão. Podemos observar que a média de idade das mulheres foi de 44,5 ± 12 anos e entre as idosas foi de 65 ± 6,6 anos. O IMC médio das mulheres adultas e idosas são 26,5 ± 5,1kg/m2 e 27,2 ± 4,7 kg/ m2, respectivamente.

(7)

Na tabela 2 o valor da PImáx e PEmáx quando analisados em relação à idade, mostraram valores menores em idosas, com valor p<0,05.

A força muscular inspiratória e expiratória nas mulheres mostra um decréscimo progressivo em cada década com o passar da idade. (Gráficos 1 e 2) .

4. Discussão

Os principais resultados deste estudo mostram diferença significativa nos valores da PImáx e PEmáx entre os grupos de mulheres adultas e idosas. Conseguimos ver que com a progressão da faixa etária a PImáx e PEmáx decrescem. Essas reduções nos valores das pressões respiratórias podem estar relacionadas às alterações fisiológicas próprias do processo de envelhecimento, como mudanças na composição do tecido pulmonar e da caixa torácica, que acarretam diminuição da massa e da eficiência da musculatura respiratória 13.

Carpenter et al. 14 realizaram um estudo sobre a PImáx, na faixa etária de 47 a 68 anos, e observaram que para cada um ano aumentado na idade acarretava em uma

(8)

diminuição de 0,93 cmH2O nas mulheres. O comportamento dessas pressões mantém certa estabilidade até os 55-60 anos de idade e, a partir daí declinam marcantemente em módulos. Este fato não impede que o idoso mantenha sua ventilação, mas está na dependência de um importante mecanismo de proteção das vias respiratórias: a tosse 11.

Enright et al. 15 demonstraram reduções na PImáx e PEmáx entre 0,8 e 2,7 cmH2O por ano em idosos a partir de 65 anos, em ambos os sexos, sendo esse declínio maior nos homens.

Tolep et al.16 encontraram evidências de que as alterações musculares associadas ao envelhecimento afetam a função muscular respiratória, com significativa redução em torno de 25% na força do diafragma de idosos, quando comparados com adultos jovens 17.

Na maioria dos estudos, o sexo e a idade são os dois fatores que mais consensualmente explicam as variações na PImáx e PEmáx, sendo menores em mulheres, e mais baixas com o avanço da idade 6.

É importante ressaltar que os bons hábitos de vida diária e a prática regular de exercício físico contribuem para que o envelhecimento ocorra de forma saudável propiciando uma melhora na capacidade cardiorrespiratória, aumento da força e resistência à fadiga e bem estar psicológico 18.

5. Conclusão

Os resultados indicam que a força muscular inspiratória e expiratória são menores nas mulheres com idade mais avançadas, isso pode sugerir que o processo de envelhecimento tende a interferir na força muscular respiratória, resultando em alteração da funcionalidade do sistema respiratório, predispondo os idosos a diminuição da capacidade respiratória levando-os mais rapidamente à fadiga.

6. Referências

1. Fiori, J. et al. Pressões respiratórias máximas e capacidade vital: comparação entre avaliações através de bocal e de máscara facial. J. Bras. Pneumol., São Paulo, vol 30, n.6, p. 515-20, Nov./Dez. 2004.

2. Begnini, J. Avaliação da força Muscular e endurance dos Músculos ventilatórios em indivíduos eutróficos saudáveis. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel.

(9)

3. Leal, A. et al. Comparação entre valores de força muscular respiratória medidos e previstos por diferentes equações. Fisioter Pesqui. São Paulo, v.14, p. 25-30, 2007.

4. Costa, D. et al. Novos valores de referência para pressões respiratórias máximas na população brasileira. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo, v.36 n.3 p. 306-312, jan. 2010.

5. Mangelsdorff, G. et al. Potencia de los músculos inspiratorios en insufiencia cardíaca crónica y en enfermedad pulmonar obtructiva crónica. Rev Méd Chile, v.129, n.1, p.51-59, jan. 2001.

6. Pessoa, IS. Valores de referência para a força muscular respiratória: metodologia recomendada por diretrizes internacional e brasileira. (2013).

7. Gorzoni, ML, Russo, MR. "Envelhecimento respiratório." Freitas, EV; PY, L,

NERI, AL, CANÇADO, FAX (2002).

8. Black LF, Hyatt RE. Maximal respiratory pressures: normal values and relationship to age and sex. Am Rev Respir Dis, v.99, p.696-702, 1969

9. Neder JA, et al. Reference values for lung function tests. I. Static volumes. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, 32: 703-717, 1999.

10. Neder, JA et al. Reference values for lung function tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz J Med Biol Res. 1999;

11. Gonçalves, MP. et al. Avaliação da força muscular inspiratória e expiratória em idosas praticantes de atividade física e sedentárias. 2006.

12. Montemezzo, D, et al. Pressões respiratórias máximas: equipamentos e procedimentos usados por fisioterapeutas brasileiros. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.17, n.2, p.147-52, abr/jun. 2010.

13. Simões, RP, et al. "Maximal respiratory pressure in healthy 20 to 89 year-old sedentary individuals of central São Paulo State." Brazilian Journal of Physical Therapy 14.1 (2010): 60-67.

14. Carpenter, MA, Tockman, MS, Hutchinson, RG et al. Demographic and antropometric correlates of maximum inspiratoy pressure. The atherosclerosis risk in communities study. Am Journal Respiratory Crit Care Med., v. 51, p. 415-422, 1999

15. Enright, PL, et al. Respiratory muscle strength in the elderly. Correlates and reference values. Am J Respir Crit Care Med. 1994;149(2 Pt 1):430-8.

(10)

16. Tolep K, Higgins N, Muza S, Griner G, Kelsen SG. Comparison of diaphragm strength between healthy adult elderly and young men. Am J Respir Crit Care Med. 1995;152(2):677-82.

17. Simões, LA, et al. "Relationship between functional capacity assessed by walking

test and respiratory and lower limb muscle function in community-dwelling elders." Brazilian Journal of Physical Therapy 14.1 (2010): 24-30.

18. Freitas, EV. Atividade física no idoso.Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

Referências

Documentos relacionados

POSSIBILIDADE, EMITENTE, CHEQUE, OPOSIÇÃO, EXCEÇÃO PESSOAL, OBJETIVO, DISCUSSÃO, CAUSA DEBENDI, TÍTULO DE CRÉDITO / HIPÓTESE, SOCIEDADE EMPRESÁRIA, FACTORING,

Discussão - - Quadro 3 Taxa de incidên- cia de doença diarreica Salubri- dade do ambiente da área de residên- cia Salubri- dade do ambiente domésti- co Higiene

Exemplos de requisitos não funcionais: Velocidade de execução do sistema (Performance), Facilidade de manutenção dos programas (Manutenibilidade), Emissão

Toragesic ® é contraindicado para uso por pacientes com ulceração péptica (lesão no estômago ou duodeno); sangramento gastrintestinal; sangramento cérebro-vascular;

Contrariamente ao esperado, em 28% dos casos foi identificado o tipo 2B (asiático), possível consequência do aumento da imigração para o nosso país de indivíduos

Técnica de Enfermagem de uma refinaria de petróleo questiona a determinação de empregadores para que a aferição da pressão arterial dos trabalhadores seja

Com esta pesquisa, esperamos contribuir para os estudos desenvolvidos nas áreas da Linguística e da Ciência da Informação, notadamente, no que se refere às questões de

Tendo em vista a ausência de estudos, por parte de pesquisadores brasileiros, que comparam as equações de predição e também os valores obtidos e preditos por esses autores em