DISCIPLINA: Logística em Agronegócio CÓDIGO: DP 0092
PROFESSOR: Nelson de Mello
AULA 2
17/03/2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS DOM PEDRITO
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTO
GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
O gerenciamento da cadeia de suprimentos combina todos os esforços desenvolvidos na produção e distribuição de um produto ou serviço final, desde os fornecedores até os consumidores.
Inclui:
gestão da oferta e a procura,
aquisição de matérias primas e componentes, manufatura e montagem,
gestão de estoques e armazéns, gestão de pedidos,
distribuição através de diferentes canais, entrega aos clientes.
Devido a amplitude do escopo de atuação, o gerenciamento da cadeia de suprimentos envolve complexas interdependências, criando de fato um “negócio estendido” que supera amplamente os limites do “chão de fábrica”.
Hoje em dia, fornecedores de matérias primas e serviços, distribuidores, armazenadores, e os próprios clientes, bem como consultores, produtores de software e desenvolvedores de sistemas de informação são participantes-chave do gerenciamento da cadeia de suprimentos.
O Supply Chain Management consiste no estabelecimento de relações de parceiras de longo
prazo, entre os componentes de uma cadeia produtiva,
que passarão a planejar estrategicamente suas atividades e partilhar informações de modo a desenvolverem as suas atividades logísticas de forma integrada, através e entre suas organizações.
Com isso, melhoram o desempenho conjunto pela busca de oportunidades, implementada em toda a cadeia, e pela redução de custos para agregar mais valor ao cliente final.
Trata-se de uma tecnologia de administração orientada para a integração entre os principais processos de negócio que existem nos elementos de uma cadeia logística, desde os consumidores até os fornecedores iniciais, em um modelo de negócio harmônico e de alto desempenho.
Na concepção do Supply Chain Council, a Logística é parte integrante do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos
Conceito de Orientação para a Cadeia de Suprimentos (SCO) (Mentzer et al, 2001)
SCO: Construto multidimensional, que considera
um conjunto de antecedentes nas firmas da cadeia que facilitam o SCM
Indica o reconhecimento por uma organização das vantagens de gerenciar a cadeia como um todo, e dedicar esforços para essa estratégia comum.
Dimensões do SCO: Confiança Compartilhamento de informações Interdependência Compatibilidade organizacional Visão compartilhada Liderança da cadeia
Apoio da alta gerência (reconhecimento da importância e disposição a alocar recursos)
Outros aspectos:
Relacionamentos internos (ambiente colaborativo) Foco no cliente
Escopo do SCM:
Escopo funcional
Todas as funções tradicionais da gestão devem ser incluídas no processo da gestão da cadeia de suprimentos.
SCM significa a gestão de múltiplos processos de negócio, incluindo pesquisa de marketing, promoção, vendas, logística, previsão de demanda, colheita de informação, pesquisa e desenvolvimento, desenho de produto, desenvolvimento de novos produtos, análise de valor.
Escopo do SCM:
Escopo organizacional
Empresas de vanguarda realizam a concorrência entre cadeias de suprimento e não entre companhias.
A gestão de cadeias da suprimento é feita por parcerias de firmas trabalhando em conjunto e compartilhando informações, riscos e ganhos para produzir vantagens competitivas.
Cadeias de suprimento de sucesso se baseiam em parcerias estratégicas com orientação de longo prazo.
Objetivos do SCM: atingir lucratividade, vantagem
competitiva e satisfação dos clientes Objetivos específicos:
Menor custo para fornecer o nível necessário de serviço aos clientes
Melhorar o serviço ao cliente por meio do aumento da disponibilidade de estoque e redução do tempo de ciclo das ordens
A CADEIA DE SUPRIMENTO DO SÉCULO XXI
Hau L. Lee (2004)
Desafios para as cadeias de suprimento: Agilidade
Adaptabilidade Alinhamento
AGILIDADE Objetivos:
Reagir rapidamente a mudanças de curto prazo em demanda ou oferta
Métodos
Promover fluxo de informações com fornecedores e clientes Desenvolver relacionamentos colaborativos com fornecedores Projetar para a postergação
Formar reserva de estoque com componentes essenciais de baixo custo
Contar com sistema logístico ou parceiros confiáveis
Esboçar planos de emergência e criar equipes de gestão de crises
ADAPTABILIDADE Objetivos:
Ajustar o modelo da cadeia de suprimento a mudanças estruturais no mercado
Métodos
Monitorar as economias ao redor do mundo para detectar fornecedores e mercados
Usar intermediários para desenvolver novos fornecedores
Avaliar as necessidades do consumidor final, não só dos clientes atuais
Criar produtos de projeto flexível
Identificar em que ponto do ciclo tecnológico se encontram os produtos da empresa
ALINHAMENTO Objetivos:
Criar incentivos para o melhor desempenho
Métodos
Trocar informações e conhecimentos livremente com fornecedores e clientes
Definir claramente papéis, tarefas e responsabilidades para fornecedores e clientes
custo CUSTO TOTAL (A + B)
TRADE-OFF
CUSTO B
custo
nível de serviço
NÍVEL DE SERVIÇO AO CLIENTE
Custo de transporte, processamento de pedido e estocagem
custo
NÍVEL DE SERVIÇO AO CLIENTE
Custo de vendas perdidas Custo de transporte,
processamento de pedido e estocagem
custo
nível de serviço
CUSTO TOTAL
NÍVEL DE SERVIÇO AO CLIENTE
Custo de vendas perdidas Custo de transporte,
processamento de pedido e estocagem
Custo de
manutenção de estoque Custo de pedido Custo total
custo
custo
CUSTO TOTAL
PREVISÃO DE VENDAS
Custos de realizar a previsão
Custo dos erros de previsão
Modelos
VALOR ADICIONADO PELAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS
Quatro tipos de valor de um produto:
Valor de forma (produção)
Valor de lugar (transporte)
Valor de tempo (estocagem)
VALOR ADICIONADO PELAS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS
Quatro tipos de valor de um produto:
Valor de forma (produção)
Valor de lugar (transporte)
Valor de tempo (estocagem)
Valor de posse (marketing, vendas)
NÍVEL DE SERVIÇO AO CLIENTE
Nível de Serviço Logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado.
É o resultado líquido de todos os esforços logísticos da firma.
Quem é o cliente?
Do ponto de vista da logística, o cliente é a entidade à porta de qualquer destino de entrega.
Residência do consumidor Empresa varejista
Empresa atacadista
Local de recebimento da fábrica Depósito de empresa
Indivíduo
Outra organização
Exemplos de indicadores de nível de serviço:
Tempo decorrido entre o recebimento de um pedido no depósito de um fornecedor e o despacho do mesmo a partir do depósito
Percentagem de itens em falta no depósito do fornecedor num momento dado
Percentagem de pedidos dos clientes preenchidos com exatidão
Percentagem de clientes atendidos dentro de um intervalo de tempo Volume de ordens entregue dentro de um intervalo de tempo desde a recepção do pedido
Proporção dos bens que chegam ao cliente em condições adequadas Tempo despendido entre a colocação de um pedido pelo cliente e a entrega do bem solicitado
NÍVEL DE SERVIÇO E MARKETING (Interfaces) LOGÍSTICA •Transportes •Gestão de estoques •Processamento de pedidos •Movimentação de materiais MARKETING 4Ps: • PRODUTO • PREÇO • PROMOÇÃO-PROPAGANDA • LUGAR (place)
NÍVEL DE SERVIÇO E MARKETING (Interfaces) LOGÍSTICA •Transportes •Gestão de estoques •Processamento de pedidos •Movimentação de materiais INTERFACE • Nível de serviço ao cliente • Localização de depósitos • Armazenagem • Precificação MARKETING 4Ps: • PRODUTO • PREÇO • PROMOÇÃO-PROPAGANDA • LUGAR (place)
NÍVEL DE SERVIÇO PRÉ – TRANSAÇÃO Política explicitada por escrito Política conhecida pelo cliente Estrutura organizacional Flexibilidade do sistema Serviços técnicos (manuais, treinamentos) TRANSAÇÃO Nível de estoque Habilidade no trato de atrasos Ciclo de pedido Tempo de entrega Precisão Conveniência do pedido Substitubilidade do produto PÓS- TRANSAÇÃO Instalação Garantia Reparos Peças de reposição Rastreamento do produto Queixas e reclamações Embalagem Reposição temporária durante reparos
Nível de serviço
Ven
das
Retornos crescentes
Retornos decrescentes
Nível de serviço $
RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE SERVIÇO E LUCRO
RECEITAS CUSTOS
Nível de serviço $
RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE SERVIÇO E LUCRO
RECEITAS CUSTOS
NÍVEL DE SERVIÇO AO CLIENTE E CICLO DE VIDA DO PRODUTO tempo Ven das maturidade - saturação crescimento
introdução obsolescência - declínio
Etapa de Introdução
Objetivo: conquista do mercado
Logística desempenha um papel destacado no esforço integrado de marketing
Necessidade de grande disponibilidade e grande flexibilidade logística
Projeções de demanda pouco confiáveis
Remessas pequenas e de freqüência irregular (compradores não desejam estocar o produto)
Flexibilidade na entrega Planos de contingência
Etapa de Crescimento
Aumenta aceitação no mercado, vendas ais previsíveis Equilíbrio serviço / custo
Diminuem as necessidades de apoio logístico especial ao marketing Nesta etapa é definido o nível de serviço a ser oferecido ao cliente (nível de disponibilidade, resposta consistente e rápida aos pedidos)
Etapa de Maturidade
Aumenta a concorrência , produtos substitutivos
Concorrentes oferecem serviços diferenciados (maior nível de serviço)
Complexidade no canais de comercialização (comercialização cruzada) necessidade de mais centros de distribui,cão, flexibilização logística)
CUSTOS LOGÍSTICOS UNITÁRIOS MAIS ALTOS NESTA ETAPA
Etapa de Obsolescência -Declínio
Avaliação e decisões de abandonar o produto ou restringir a distribuição
Ênfase na minimização de riscos mais do que na minimização dos custos logísticos unitários
Determinação do nível de serviço ao cliente
Depende de
Estratégia global de marketing da empresa
Componentes específicos do seu posicionamento competitivo
Trade-off custo/benefício
(Exemplo: empresa cuja estratégia é baseada em baixo custo, vai ter provavelmente baixo nível de serviço logístico ao cliente)
Determinação do nível de serviço.
Serviço básico e serviço de valor agregado
Serviço básico: nivel mínimo de serviço fornecido a
todos os clientes
Serviço com agregação de valor: serviço
diferenciado; acordos exclusivos; muitas vezes fornecido por empresas especializadas
Serviço com agregação de valor:
Focado no cliente: entregas a domicílio; embalagens especiais para clientes; marcação de preço.
Focados na promoção: módulos de exposição nos pontos de venda; amostras grátis, brindes
Focadas na manufatura: instalações físicas exclusivas; customização de produtos
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística Empresarial. O processo de integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo, Atlas, 2009.
MORABITO , R.; IANONI, A. Logística Agroindustrial. Em: BATALHA, O. (org) Gestão Agroindustial. São Paulo, Atlas, 2009.
BALLOU, R, Logística Empresaria. Transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo, Atlas, 2011.
FLEURY, P.; WANKE, P. FIGUEIREDO, K. Logística Empresarial. A perspectiva brasileira. São Paulo, Atlas (Coleção COPPEAD de Administração), 2007.
LEE, H. A cadeia de suprimento do século XXI. Harvard Business Review, outubro de 2004.
MENTZER, J. et al. Defining SCM. Journal o f Business Logistic, v. 22, n. 2 p. 1-25, 2001.
FERRAES NETO, F.; KUEHNE JUNIOR, M. Logística Empresarial. FAE Centro Universitário. Curitiba,1999. www.fae.edu/publicacoes/pdf/empresarial/4.pdf.
Nelson de Mello Prof. Adjunto
UNIPAMPA – Dom Pedrito