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Parecer do GEOTA. ao Estudo de Impacte Ambiental do projecto da Pedreira Arcena

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Academic year: 2021

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Organização Não Governamental de Ambiente, de Utilidade Pública, com

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Palhota Viva; ADPCCBombarral, Associação de Defesa do Património de Mértola, Real 21, Amigos dos Açores, SETA

Parecer do GEOTA

ao Estudo de Impacte Ambiental do

projecto da Pedreira “Arcena”

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Parecer do GEOTA ao Estudo de Impacte Ambiental do projecto da Parecer do GEOTA ao Estudo de Impacte Ambiental do projecto da Parecer do GEOTA ao Estudo de Impacte Ambiental do projecto da

Parecer do GEOTA ao Estudo de Impacte Ambiental do projecto da PedreiraPedreiraPedreiraPedreira “Arcena”

“Arcena” “Arcena”

“Arcena” no âmbito do protocolo estabelecido com a C.M. Vila Franca de Xirano âmbito do protocolo estabelecido com a C.M. Vila Franca de Xirano âmbito do protocolo estabelecido com a C.M. Vila Franca de Xirano âmbito do protocolo estabelecido com a C.M. Vila Franca de Xira Lisboa, 10 de Maio de 2011

Sumário SumárioSumário Sumário

O projecto em consulta, a Pedreira “Arcena”, pretende assegurar a existência de cálcario e margas para, em conjunto com a produção da Pedreira “Bom Jesus”, alimentar a fábrica de cimento de Alhandra, estendendo o seu funcionamento por um período de 59 anos. Outro objectivo declarado pelo promotor é “garantir uma configuração final de lavra compatível com a instalação de células que permitam a expansão do Aterro de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) localizado em Mato da Cruz, também conhecido por Aterro Sanitário de Mato da Cruz (ASMC)”, uma vez que a actual capacidade das suas células se encontra próxima do esgotamento.

Apesar de o EIA se apresentar consistente e bem documentado, tanto na análise da situação de referência como na avaliação de impactes e medidas de minimização, surgiram dúvidas em relação a diversos parâmetros, principalmente aqueles associados à expansão do Aterro. Conforme descrito adiante, consideramos que este EIA carece de estudos mais aprofundados para uma completa percepção dos impactes, tanto junto das populações como dos valores naturais existentes.

De acordo com a avaliação efectuada do EIA da Pedreira “Arcena” consideramos que a justificação do projecto é insuficiente, na actual conjuntura socioeconómica do país, uma vez que a Pedreira “Bom Jesus”, em exploração pela CIMPOR na mesma área geográfica, garante o abastecimento de matéria-prima para essa empresa por mais 30 anos, dispensando, portanto, a geração de impactes negativos que nalguns aspectos, podem ser significativos.

A criação de novos postos de trabalho com a implementação do projecto não se apresenta como relevante face às consequências negativas do empreendimento, e serão provavelmente compensadas negativamente pela depreciação do mercado imobiliário na freguesia de Alverca, que apresenta a maior densidade populacional do concelho de Vila Franca de Xira.

Uma vez que se trata na verdade de um projecto conjugado de exploração mineira e Aterro, visando facilitar a expansão do Aterro Sanitário de Mato da Cruz, consideramos que o âmbito do estudo deveria ter sido alargado para contemplar essa vertente do projecto, bem como as alternativas técnicas e de localização do futuro Aterro. Dado ainda o processo de fusão Valorsul/Resioeste, o âmbito geográfico da consulta do público deveria abranger os concelhos servidos por essas duas empresas.

Por conseguinte, c Por conseguinte, cPor conseguinte, c

Por conseguinte, consideramos que deverá ser dado um parecer desfavorável a este EIA.onsideramos que deverá ser dado um parecer desfavorável a este EIA.onsideramos que deverá ser dado um parecer desfavorável a este EIA.onsideramos que deverá ser dado um parecer desfavorável a este EIA.

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Introdução IntroduçãoIntrodução Introdução

Este parecer surge na sequência de um pedido formulado pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, considerando que se encontra a decorrer, à data, a consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da Pedreira “Arcena”, com término previsto até ao próximo dia 11 de Maio, que este projecto suscita ao GEOTA e à C.M.V.F.X. preocupações relativamente aos impactes ambientais decorrentes da conjugação com a expansão do Aterro Sanitário de Mato da Cruz, conforme é referido nos documentos a que tivemos acesso e ainda, que a actividade de análise e produção de opinião em sede de consulta de EIA faz parte do papel que o GEOTA desempenha enquanto organização representativa da sociedade civil.

Este parecer incide nos seguintes aspectos: análise da justificação e antecedentes do projecto; política e estratégia nacional de resíduos; análise do âmbito do EIA; análise de impactes cumulativos desenvolvida, ou não, entre esta Pedreira e outros projectos; análise das alternativas de localização anteriormente propostas; alternativas de tecnologia; análise do Plano de Monitorização; lacunas do EIA; adequação ou não do estudo para a tomada de decisão nesta fase, tendo em conta a fundamentação das soluções propostas. Nos termos do Art.º 4º do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio (republicado pelo DL 197/2005, de 8-11), são objectivos fundamentais da Avaliação de Impacte Ambiental (AIA):

a) Obter uma informação integrada dos possíveis efeitos directos e indirectos sobre o ambiente natural e social dos projectos que lhe são submetidos;

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b) Prever a execução de medidas destinadas a evitar, minimizar e compensar tais impactes de modo a auxiliar a adopção de decisões ambientalmente sustentáveis;

c) Garantir a participação pública e a consulta dos interessados na formação de decisões que lhes digam respeito, privilegiando o diálogo e o consenso no desempenho da função administrativa;

d) Avaliar os possíveis impactes ambientais significativos decorrentes da execução dos projectos que lhe são submetidos, através da instituição de uma avaliação, a posteriori, dos efeitos desses projectos no ambiente, com vista a garantir a eficácia das medidas destinadas a evitar, minimizar ou compensar os impactes previstos.

De acordo com essa mesma legislação, entende-se por:

• "Estudo de impacte ambiental" ou "EIA" - documento elaborado pelo proponente no âmbito do procedimento de AIA, que contém uma descrição sumária do projecto, a identificação e avaliação dos impactes prováveis, positivos e negativos, que a realização do projecto poderá ter no ambiente, a evolução previsível da situação de facto sem a realização do projecto, as medidas de gestão ambiental destinadas a evitar, minimizar ou compensar os impactes negativos esperados e um resumo não técnico destas informações

• "Impacte ambiental" - conjunto das alterações favoráveis e desfavoráveis produzidas em parâmetros ambientais e sociais, num determinado período de tempo e numa determinada área, resultantes da realização de um projecto, comparadas com a situação que ocorreria, nesse período de tempo e nessa área, se esse projecto não viesse a ter lugar;

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Plano de Pedreira da Pedreira “Arcena” foi elaborado pela Visa - Consultores de Geologia Aplicada e Engenharia do Ambiente, S.A., sob solicitação do proponente, CIMPOR – INDÚSTRIA DE CIMENTOS, S.A. (adiante designada CIMPOR).

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Pretende-se aqui fazer a ressalva que o parecer do GEOTA, em nenhuma circunstância, deve ser usado para colocar em causa a idoneidade ou competência técnica dos responsáveis pela elaboração do EIA da empresa “Visa”, nem da empresa “CIMPOR”, como “dono da obra”, nem da “Valorsul”, outra das empresas citadas nos documentos do EIA como parte interessada em todo este processo.

Conforme o Resumo Não Técnico (RNT) do EIA, com data de Setembro de 2010 “A tipologia de projecto, em fase de projecto de execução, consiste no licenciamento de uma Pedreira de calcário e margas com 71,7 ha. Este projecto encontra-se sujeito a procedimento prévio de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), conforme estipulado no n.º 18 do anexo I do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 197/2005, de 8 de Novembro.”

No âmbito do procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental do Projecto da Pedreira de calcário e margas “Arcena” (Projecto de Execução), conforme consta da documentação acedida por esta ONGA, em sede de Autoridade de AIA (APA – Agência Portuguesa de Ambiente), a Comissão de Avaliação (CA) efectuou uma apreciação técnica da documentação recebida tendo, nos termos do n.º 5 do artigo 13º do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, tendo considerado necessária a apresentação de elementos adicionais para efeitos de conformidade do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), para o que a empresa consultora elaborou o Aditamento ao EIA, com data de Fevereiro de 2011, “tendo por objectivo dar resposta às questões colocadas pela CA”.

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Enquadramento do Estudo Enquadramento do EstudoEnquadramento do Estudo Enquadramento do Estudo Análise da justificação e antecedentes do projecto Análise da justificação e antecedentes do projectoAnálise da justificação e antecedentes do projecto Análise da justificação e antecedentes do projecto

A Pedreira “Arcena” tem o objectivo de assegurar as reservas disponíveis para o abastecimento da fábrica de cimento de Alhandra por um período de 59 anos, em laboração paralela com a Pedreira “Bom Jesus”. Acrescenta-se ainda o facto de a matéria-prima da Pedreira “Arcena” poder corrigir a falta de carbonato de cálcio (CaCO3) que ocorre actualmente na Pedreira “Bom Jesus”, com um período de vida previsto de 30 anos. O projecto é ainda justificado com uma parceria entre a Cimpor e a Valorsul, para a expansão do Aterro sanitário de Mato da Cruz, visto a capacidade deste se encontrar próxima do esgotamento. O material a explorar na Pedreira “Arcena” tem como objectivo abastecer a fábrica de cimento de Alhandra, da CIMPOR.

Localização LocalizaçãoLocalização Localização

De acordo com o plano da Pedreira a selecção da área “resulta de uma abordagem metodológica positiva que considera a ocorrência do recurso mineral, a sua localização relativa à unidade de produção, a disponibilidade de terrenos e a sensibilidade ambiental da área”.

Pretende o projecto localizar a futura Pedreira “Arcena” imediatamente a Norte da povoação com o mesmo nome, na freguesia de Alverca do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, estando previsto que o acesso à Pedreira “Arcena” se faça “a partir do nó de Alverca da A1, seguindo em direcção Noroeste tomando a rotunda de acesso a Vialonga e saindo em direcção a Bucelas (2ª saída), via EN116. Após percorrer cerca de 3 km, toma-se a EM 1250, em direcção a Norte, até à localidade de Mato da Cruz. Nesta localidade

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seguem-se as indicações para o Aterro Sanitário Mato da Cruz, sendo o acesso à Pedreira “Arcena” realizado por caminho paralelo ao limite Norte do Aterro.”

Alternativas AlternativasAlternativas Alternativas

Nos termos do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio (republicado pelo DL 197/2005, de 8-11), no seu ANEXO III, nº 1, vemos que o conteúdo mínimo do EIA deve contemplar:

Descrição e caracterização física do projecto, das soluções alternativas razoáveis estudadas, incluindo a ausência de intervenção, tendo em conta a localização e as exigências no domínio da utilização dos recursos naturais e razões da escolha em função: Das fases de construção, funcionamento e desactivação; Da natureza da actividade; Da extensão da actividade; Das fontes de emissões.

Segundo o RNT (Set2010) no EIA foram analisadas duas alternativas, saber:

• A não implementação deste Projecto – alternativa que se afigura de abordagem complexa atendendo, desde logo, à inclusão da área de intervenção em “Espaços de Indústria Extractiva (áreas de recursos geológicos complementares massas minerais)” e a sua classificação como Área de Reserva de calcários e margas, encontrando-se subjacente, nesta classificação do espaço, a importância do recurso mineral e seu aproveitamento. Assim, deve sempre considerar-se a perspectiva de execução de um Projecto de Pedreira para esta área que, podendo ser distinto na sua forma, induziria, no essencial, a mesma tipologia e a mesma magnitude de impactes.

• A implementação deste Projecto – para este cenário, fez-se a previsão e a avaliação dos impactes que serão gerados com a eventual aprovação e implementação do Projecto, face à situação de referência previamente caracterizada. Assim, considerando a tipologia do Projecto em análise e as características da localização proposta, admite-se que os

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impactes negativos gerados pela laboração da Pedreira irão incidir sobre algumas vertentes do ambiente biofísico, concentrando-se os impactes positivos sobre aspectos de natureza sócio-económica.

No EIA consultado não foram consideradas outras alternativas ao projecto, uma vez que, segundo o EIA, a exploração do recurso mineral está directamente dependente da sua localização.

Os autores deste parecer são da opinião que deveriam ter sido estudadas alternativas que considerassem a não construção do aterro sanitário (garantindo o cumprimento dos objectivos relativos à ampliação desta infraestrutura). A consideração da expansão do aterro levou a CIMPOR a alterar a configuração da exploração nessa área, com perca de reservas; a condicionar o faseamento da lavra, ao proceder a uma escavação que não acompanha a estratificação; e obrigando, ainda, a proceder de imediato à escavação, antes de proceder à construção da central de beneficiação (britagem) e das infra-estruturas de transporte (poço, túnel e correia transportadora), determinando a construção de Aterros temporários.

Descrição do Projecto Descrição do ProjectoDescrição do Projecto Descrição do Projecto

De acordo com o n.º 2 do art. 10.º-A do Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 340/2007, de 12 de Outubro, a futura Pedreira é de classe 1.

O projecto apresentado abrange a totalidade da área alvo de licenciamento e dele faz parte o Plano de Lavra (PL) e Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística (PARP).

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Nos termos declarados nos documentos à consulta do público, para além do Projecto (Plano de Pedreira), sujeito a avaliação de impactes ambientais, serão construídas infra-estruturas complementares, para o tratamento e o transporte do material explorado para a Pedreira “Bom Jesus”, localizada a Norte da Pedreira “Arcena”.

De acordo com os documentos citados os calcários e margas explorados serão tratados (fragmentados) em britagem blindada (coberta) a localizar na área da Pedreira “Arcena”. As infra-estruturas de transporte referem-se a um poço, a um túnel e ao circuito da correia transportadora que permitirá o transporte do material explorado da Pedreira “Arcena” até às instalações industriais da Pedreira “Bom Jesus”. Importa referir as áreas destinadas ao estaleiro de construção do túnel e do poço, e ao caminho na área da Pedreira “Bom Jesus” que permitirá a construção e manutenção das infra-estruturas de transporte.

Plano de Lavra Plano de Lavra Plano de Lavra Plano de Lavra

A Pedreira é constituída pelas seguintes tipologias de áreas, num total de 717 000 m2

:

Exploração – 617 490 m2

Zonas de defesa – 11 480 m2

Instalações de apoio - 11350 m2

Área sem actividade extractiva (acessos, reforço da vegetação, outros usos) – 76 680m2

A Pedreira terá um período de vida útil de 59 anos, laborando em paralelo com a já licenciada “Bom Jesus”.

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A Pedreira funcionará ainda junto dos terrenos do já licenciado Aterro de Mato de Cruz e da sua futura expansão, prevista dentro dos terrenos da Pedreira “Arcena”.

A exploração da Pedreira decorrerá de acordo com as seguintes fases:

Desmatagem e decapagem Desmatação dos terrenos virgens e remoção de terras que cobrem o recursos mineral, com auxilio de escavadoras e dumpers

Desmonte Desagregação do maciço por acção de explosivos Carga Carregamento do material desmontado em dumpers Transporte Transporte do calcário e margas da frente de

desmonte até à instalação de britagem e dos estéreis para Aterro

Britagem Fragmentação e classificação granulométrica do calcário e das margas

Expedição Descarga no poço e transporte por correia até à Pedreira Bom Jesus

A exploração será implementada em 4 fases principais:

Fase I: Escavação da área da Pedreira consignada para futura expansão do Aterro Sanitário de Mato Cruz (conclusão em 5 anos);

Fase II: Escavação da plataforma de instalação da britagem (realizada durante a Fase I);

Fase III: Escavação da Pedreira em regime normal (conclusão em 55 anos); Fase IV: Escavação das reservas subjacentes á instalação de britagem (conclusão em 59 anos).

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Plano Ambiental e de Plano Ambiental e de Plano Ambiental e de

Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística (PARP)Recuperação Paisagística (PARP)Recuperação Paisagística (PARP) Recuperação Paisagística (PARP)

De acordo com a “Introdução e objectivos gerais do plano” (Cap. 4.3.1. do EIA) a recuperação será articulada com a lavra e terá início logo que sejam libertadas áreas já exploradas e será executada em 4 fases.

Acções de integração imediatas (Fase 0) – Estão previstas intervenções imediatas que assentam na criação de cortinas arbóreo-arbustivas. Esta fase será implementada nos primeiros anos dos trabalhos de lavra.

Acções de recuperação na zona de expansão do ASMC e na plataforma da britagem (Fase 1) – Realizadas assim que a configuração da Fase I e Fase II da lavra atinjam a sua forma final. Estas acções contemplam operações de Aterro, de espalhamento da terra vegetal, de sementeiras e de plantações. Esta fase terá uma duração aproximada de 2 anos.

Acções de recuperação intermédia (Fases 2 e 3) - As intervenções intermédias de recuperação serão iniciadas assim que a configuração da lavra atinja a sua forma final

A duração das Fases 2 e 3 será de cerca de 25 anos para cada uma, sendo que os dois primeiros anos da Fase 2 serão realizados em simultâneo com a Fase 1.

Acções de recuperação final (Fase 4) - Recuperação final das áreas ocupadas pela Fase IV da lavra. Estima-se que esta fase tenha uma duração aproximada de 5 anos após a conclusão da Fase III da lavra e da Fase 3 da recuperação paisagística, ao que se seguem dois anos de trabalhos de conservação e de manutenção.

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A duração total prevista para a recuperação será de cerca de 60 anos, ao que se seguem 2 anos de trabalhos de conservação e de manutenção.

Análise sumária dos aspectos formais do EIA Análise sumária dos aspectos formais do EIAAnálise sumária dos aspectos formais do EIA Análise sumária dos aspectos formais do EIA

O EIA em apreço segue, em geral, as disposições da legislação em vigor para este tipo de avaliações.

Analisamos, a seguir, outros aspectos que, no nosso entender, deveriam ter sido também avaliados, tendo em especial consideração que a principal motivação declarada para o desenvolvimento deste projecto de Pedreira se prende com a intenção da Valorsul em expandir o Aterro Sanitário de Mato da Cruz.

Análise do âmbito do EIA Análise do âmbito do EIAAnálise do âmbito do EIA Análise do âmbito do EIA

A definição de âmbito de um EIA caracteriza-se por “identificar, analisar e seleccionar as vertentes ambientais significativas que podem ser afectadas por um determinado projecto e sobre as quais o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) deve incidir” (Decreto-Lei n.º 69/2000, Artigo 2º, alínea h). Embora a submissão de uma proposta de definição de âmbito seja um processo facultativo, o processo de definição de âmbito de um EIA é essencial e determina a qualidade da caracterização dos impactes ambientais e sociais dos projectos em análise. O presente EIA cumpre, de um modo geral, a estrutura recomendada pelo DL n.º 69/2000 e pela Portaria n.º330/2001.

Há, no entanto, aspectos relevantes a apontar:

Os projectos complementares ou subsidiários ao empreendimento são deficientemente caracterizados. Especificamente, o EIA prevê, na pág. 51 do

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referido estudo, a expansão do Aterro de Mato Cruz, da responsabilidade da Valorsul, “para Este, em terrenos que integrarão a Pedreira “Arcena”, após a exploração do recurso mineral.” A reforçar esta ideia consta ainda que “o objectivo da primeira fase da exploração da Pedreira “Arcena” é o de permitir a ampliação do Aterro Sanitário de Mato da Cruz”. O presente EIA não tem por âmbito a AIA (Avaliação de Impacte Ambiental) do projecto “Pedreira + Aterro”, resultado de um consórcio entre a Cimpor e a Valorsul, sendo esta uma lacuna importante do estudo. O EIA deveria abranger claramente a identificação de casos de impactes cumulativos significativos associados aos projectos da envolvente e definir os objectivos da sua avaliação em função desta identificação.

Posto isto, o EIA não cumpre, na totalidade, os objectivos fundamentais do DL n.º 69/2000 de “obter uma informação integrada dos possíveis efeitos directos e indirectos sobre o ambiente natural e social dos projectos que lhe são submetidos”.

Um outro aspecto, subsidiário desta argumentação, é o seguinte: a assumir que se trata efectivamente de um projecto de consórcio “CIMPOR+Valorsul”, então, a consulta do público, nessa situação, deveria ter sido alargada a todos os municípios servidos pela Valorsul e Resioeste, uma vez que estas duas empresas se encontram em processo de fusão, o que remete também para a questão do estudo e fundamento da necessidade e das alternativas de localização do novo aterro sanitário, pois é também disso que se trataria. Nada disso foi feito.

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Análise dos descritores, servidões e riscos Análise dos descritores, servidões e riscosAnálise dos descritores, servidões e riscos Análise dos descritores, servidões e riscos

Clima Clima Clima Clima

Destaca-se, neste aspecto, a destruição do coberto vegetal poderá afectar o microclima por diminuição da evapotranspiração, apesar de ser pouco significativo. O regime de ventos (dominante de NW) também facilitará o transporte aéreo de sedimentos resultantes da exploração da Pedreira até à localidade de Arcena em dias secos.

Geologia e geomorfologia Geologia e geomorfologia Geologia e geomorfologia Geologia e geomorfologia

Como ficou claro na apreciação técnica da Comissão de Avaliação (CA), a caracterização da estrutura e tectónica da área de implantação do projecto encontra-se muito incompleta no EIA, baseando-se unicamente em dados recolhidos por foto-interpretação e, de acordo com o plano de Pedreira, na cartografia realizada na encosta imediatamente a Norte da área de estudo, e apenas na medição de planos de estratificação ao longo dos caminhos que cortam a área da Pedreira. De acordo com o plano, “a cartografia geológica assume particular importância por constituir uma ferramenta essencial na identificação e localização das formações geológicas que afloram no terreno (...) o estudo da cartografia geológica e das principais falhas que compartimentam a massa mineral, constituem a base do conhecimento geológico do maciço de Arcena”, sendo que consideram que a identificação das falhas e respectiva cinemática será fundamental para a compreensão da fracturação que afecta o maciço rochoso, influenciando, fortemente, o planeamento do desmonte. Ou seja, o conhecimento da cartografia geológica deve influenciar fortemente o plano de lavra, condicionando fortemente o método de desmonte a aplicar e ao

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poderem aparecer, numa mesma frente de desmonte, formações com diferentes características.

Em resposta às questões levantadas pela CA, a caracterização da tectónica regional foi complementada com novos trabalhos de campo realizados pelos técnicos da CIMPOR, tendo apenas sido apresentada uma figura com a actualização da rede de fracturas e respectivas estratificações na área da Pedreira. Não foram referidas as influências destes novos dados nos planos de lavra e métodos de desmonte.

Quanto à eventual existência de fenómenos cársicos superficiais ou subterrâneos, dúvidas também apresentadas pela CA, tal não é referido no capítulo dedicado à geologia e geomorfologia do EIA. Os autores do EIA dizem não ter identificado (em diversas saídas de campo) quaisquer fenómenos cársicos superficiais ou subterrâneos na área da Pedreira. No entanto, em resposta à questão da CA quanto à execução de uma prospecção espeleo-arqueológica mais aprofundada, o proponente afirma só ser viável efectuar a avaliação requerida aquando do acompanhamento arqueológico dos trabalhos de corte de vegetação e descubra do terreno para a exploração, devido à fraca visibilidade do terreno causada pela densidade da vegetação. Embora não tenham sido identificados indícios da presença de cavidades com potencial interesse arqueológico e espeleológico, é da opinião dos autores do parecer que a sua presença não deve ser excluída do âmbito dos factores ambientais Geologia e Ecologia, como preconiza o estudo. No entanto, reconhece-se que a caracterização litológica da área da Pedreira, conjuntamente com os resultados obtidos nas sondagens, não apresenta as condições mais propícias para a

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formação de fenómenos cársicos com significativa importância, tal como refere o EIA.

As campanhas de monitorização feitas em resposta ao aditamento permitiram identificar possíveis falhas, que poderão ter influência na morfologia da Pedreira e dos Aterros sanitários tanto o já existente como a expansão. Assim, o estudo da presença de factores que motivem o escorregamento ou tombamento de blocos (e.g. estratificação e fracturação) e fenómenos de aluimento (e.g. presença de grandes cavidades cársicas preenchidas com terra rossa), são de extrema importância para a garantia da estabilidade das escavações e da sua vizinhança, especialmente o ASMC. No estudo não é apresentada nenhuma caracterização geomorfológica da área ocupada actualmente ASMC e como já mencionado não retira conclusões da geomorfologia levantada na área de exploração.

Acrescentando que foi possível observar, em zonas de corte recente, ocorrência de fosseis reveladores da existência de património paleontológico que deveria ser, na mesma medida, estudado e acompanhado para todas as operações que envolvam o revolvimento da camada superior do solo (Plano de Monitorização) e o registo de todas as ocorrências patrimoniais, para memória futura.

Consideramos que deverão ser desenvolvidos estudos que garantam a estabilidade do actual Aterro onde estão depositadas 6 milhões de toneladas de resíduos, bem como da sua futura expansão.

Recursos hídricos superficiais Recursos hídricos superficiais Recursos hídricos superficiais Recursos hídricos superficiais

No EIA, a alteração do ciclo hidrológico do rio Crós Cós é considerada pouco significativa, apesar de prevista uma ocupação do vertente esquerda da bacia

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hidrográfica e afectação de talvegues de regime torrencial – de 1.ª e 2.ª ordens – principalmente na nova célula do Aterro, segundo foi possível verificar por inspecção visual em visita realizada ao terreno – embora estejam projectadas bacias de decantação.

Embora algumas das linhas de água cartografadas dentro da área de intervenção sejam consideradas inexpressivas e o rio Crós Cós como não afectado, constatámos que o talvegue sobre o qual será implantado o Aterro possui alguma importância física, com boas probabilidades de alterar o regime de contribuição ao rio Crós Cós.

Ao contrário do que está expresso em relação à não condução de “um incremento da área impermeabilizada das pequenas bacias hidrográficas em apreço”, o Aterro implicará forçosamente a impermeabilização das respectivas células.

Ao nível da drenagem superficial, não são abordados os efeitos da nova célula do Aterro que irão ocupar, na totalidade da expansão, segundo o parecer constate Anexo V do aditamento complementar, da autoria do Eng.º António Carmona Rodrigues (9 de Fevereiro de 2011), 12,9 ha dos 71,7 ha destinados à exploração da Pedreira.

Aliás, nesse parecer, reconhece-se que “O projecto de Pedreira de Arcena é na realidade um projecto combinado de exploração mineira e de destino final de resíduos como extensão ao Aterro existente há vários anos em Mato da Cruz.”!

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Re Re Re

Recursos hídricos subterrâneoscursos hídricos subterrâneoscursos hídricos subterrâneos cursos hídricos subterrâneos

Neste aspecto, chamamos a atenção que a vibração provocada pelo sistema de exploração previsto para a Pedreira poderá provocar uma maior fracturação das camadas de calcários, promovendo o aumento irreversível da permeabilidade e das condições hidro-geológicas de referência.

Quanto às águas subterrâneas, “atendendo à cota do piso base de exploração prevista no Projecto (90 m), ao inventário hidrogeológico efectuado, e à ausência de intersecção do nível freático nas sondagens de reconhecimento geológico efectuadas não se prevê a afectação do nível freático. No entanto, tal como descrito na caracterização da situação de referência, a informação disponível sobre a piezometria não permite concluir acerca da continuidade hidráulica dos pontos amostrados. A monitorização do nível freático, tal como proposta no Capítulo V, permitirá estabelecer a tendência evolutiva do nível freático e a aferição da certeza, da magnitude e da importância deste impacte”. De qualquer modo e como é reconhecido no estudo da área afecta ao estudo, a zona de expansão do Aterro, pela diferença de permeabilidade entre as várias camadas de calcários margosos, margas e argilas, tem alta probabilidade de existência de aquitardos suspensos, não sendo fornecida informação sobre a zona do actual ASMC. No EIA é reconhecido o risco de contaminação de águas subterrâneas por infiltração resultante de descargas acidentais de efluentes líquidos domésticos com origem nas infra-estruturas de suporte à actividade extractiva, derrames resultantes da má manipulação de substâncias solúveis perigosas. O estudo também reconhece que “o desmonte com recurso a explosivos deverá provocar um incremento da permeabilidade secundária, por

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aumento da fracturação do maciço calcário”, devendo originar maior drenagem de água subterrânea para o interior da corta, ainda que muito pouco significativo à escala do aquífero. No entanto, como não é considerado no EIA o ASMC não é avaliado o potencial risco de contaminação agravado pela alteração na geomorfologia resultante dos rebentamentos do processo extractivo.

Qualidade da água Qualidade da água Qualidade da água Qualidade da água

Dado o histórico de queixas da população nessa matéria, pensamos que será necessário efectuar mais estudos de despiste de causalidade entre os lixiviados que tenham escapado da contenção do Aterro dos que eventualmente possam ter contaminado os aquíferos e águas superficiais.

Os impactes da futura expansão do Aterro pela actual zona de talvegue não foram suficientemente estudados, especialmente em termos de medidas minimizadoras.

Qualidade do ar Qualidade do ar Qualidade do ar Qualidade do ar

Embora este seja um dos descritores mais importantes no licenciamento de uma Pedreira, especialmente no que toca às partículas (o único poluente analisado no estudo), mas também devido a emissões de gases de escape associados ao transporte dos materiais. No plano proposto os impactes deste descritor estão minimizados por diversos sistemas de controlo de emissões, desde a central de britagem, à rega dos acessos, ao transporte de materiais por túnel ou passadeiras blindadas. Também os poluentes atmosféricos derivados da emissão de escapes por transporte estão muito minimizados pela ausência de viagens diárias de camiões com materiais extraídos.

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Os pontos de amostragem apresentam alguma correlação com a proximidade às Pedreiras, no entanto o valor total não é considerado significativo.

Mais uma vez não se consideram os impactes cumulativos da existência de um Aterro na área de estudo, que poderá aumentar a concentração de partículas na zona de Arcena devido aos processos de exploração (embora o teor total de partículas possa manter-se igual, uma vez que o Aterro actualmente em funcionamento estará selado). Além das emissões de partículas seriam de estudar as emissões próprias do Aterro, especialmente o metano (CH4).

Ruído Ambiental Ruído Ambiental Ruído Ambiental Ruído Ambiental

Este é outro dos descritores de especial relevância no licenciamento de uma Pedreira, especialmente quando inserida na vizinhança de habitações. Neste descritor, embora sejam preconizadas medidas de minimização, a afectação das populações será um pouco maior especialmente quando considerando a incomodidade causada pelas explosões (aspecto que só foi considerado em aditamento). No entanto, de uma forma geral e através do plano de monitorização proposto no estudo, estes impactes podem ser mitigados.

Uma vez mais, falta ao estudo analisar os efeitos conjuntos da expansão do Aterro+Pedreira, uma vez que, tal como no descritor Poluição do Ar, a exploração do Aterro aproxima a fonte de emissão da localidade de Arcena, actuando conjuntamente com o ruído da Pedreira e tendo um potencial de incumprimento legal.

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Vibrações Vibrações Vibrações Vibrações

As vibrações serão introduzidas principalmente pelo processo de exploração da Pedreira pelo movimento de veículos pesados.

A vibração resultante das explosões é uma das pressões que potencialmente pode gerar mais impactes neste projecto. Apesar disso, o seu estudo foi muito superficial. Ao longo do EIA reconhece-se várias vezes a influência das vibrações em materiais de diferentes densidades e vazios no maciço calcário, mas em nenhum momento essas preocupações são expressas em relação ao actual ASMC, que se encontra encostado à fase I do plano de lavra. Reconhece-se a influência sobre as habitações vizinhas, considerando (para efeitos de modelação) que estas se encontram em bom estado de conservação inicial. Considera-se, aquando da lavra da plataforma do poço, que as vibrações podem afectar a estabilidade desta estrutura. Já foi mencionado na geomorfologia que as vibrações têm um papel decisivo na segurança da exploração.

O RNT do EIA é claro sobre essa matéria: “Assim, efectuar-se-ão as medições das vibrações provocadas pela exploração da Pedreira e verificar-se-á se as vibrações provocadas não implicam qualquer perigo para as construções existentes na envolvente. Como medida minimizadora, opta-se por determinar a diminuição da quantidade de explosivos utilizados e o recurso a retardos que permitam diminuir a quantidade de vibrações aquando da proximidade das casas. Monitorizar-se-ão as vibrações provocadas pelos desmontes para que não sejam ultrapassados os valores de segurança para as construções existentes. Optou-se por incluir as vibrações no Plano de Monitorização (p.18).”

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No entanto e embora exista um Aterro sobre o mesmo sedimento calcário, repleto de materiais com diferentes densidades e vazios resultantes da degradação de resíduos biológicos, assente sobre membranas com limites de resistência, a influência da vibração sobre estas estruturas não foi considerada. E, caso existam impossibilidades técnicas para o estudo da influência da vibração sobre estas estruturas, pensamos que deve ser seguido o princípio da precaução. O mesmo é válido para a ampliação do Aterro, que estará em funcionamento paralelamente à extracção mineira, pelo que, caso não sejam asseguradas garantias de estabilidade e segurança desta estrutura é nossa opinião que o Aterro nunca poderá ser executado nesta localização.

Consideramos que a ausência de impactes negativos sobre o Aterro existente e futuro, bem como a pouca significância dos impactes sobre as construções existentes na envolvente não foi cabalmente demonstrada neste EIA.

Biologia. Biologia. Biologia. Biologia.

Aceitamos a avaliação efectuada no EIA. S

S S Solosolosolos olos

No EIA só é considerado o uso exclusivamente agrícola, classificado como de baixa aptidão. Embora concordando com esta avaliação, também poderiam ter sido aqui enquadradas outras actividades, como a pastorícia, a silvicultura ou a caça, ou mesmo actividades de desportos de contacto com a natureza, como o pedestrianismo, cicloturismo, BTT, etc., aproveitando a proximidade ao núcleo urbano e o excelente sistema de vistas que seria proporcionado após o encerramento definitivo do Aterro sanitário de Mato da Cruz e no caso de não

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desenvolvimento do projecto de Pedreira nesse local (Alternativa “0”), bem entendido.

Paisagem Paisagem Paisagem Paisagem

O EIA considera positivo ”o enchimento completo de uma parte da área explorada mediante utilização como Aterro sanitário” no âmbito do PARP. Pelo contrário, esse enchimento afigura-se-nos negativo, já que elimina um talvegue natural de contribuição para o rio Crós Cós e com algum relevo visual.

O projecto prevê a exploração desta célula dentro da 1.ª fase e com uma duração de 5 anos. Sendo um vale relativamente demarcado, este período parece natural, considerando a relativa escassez de material de Pedreira para explorar na zona para onde se pretende a expansão do Aterro Sanitário de Mato da Cruz.

Socioeconomia Socioeconomia Socioeconomia Socioeconomia

No EIA, o capítulo da socioeconomia foca diversos impactes positivos da implementação da Pedreira nomeadamente:

A actividade extractiva representa, do ponto de vista da socioeconomia, um factor de desenvolvimento importante, sendo, neste domínio, um pólo de dinamização económica, gerador de emprego directo e indirecto e polarizador de diversidade das actividades economias locais e regionais. Este ponto é positivo no desenvolvimento económico das comunidades da envolvente.

O EIA foca também a articulação do presente projecto de exploração de Pedreira com a ampliação do Aterro Sanitário de Mato da Cruz, prevendo um impacte positivo pelo emprego. Embora neste descritor o EIA foque os impactes

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positivos da integração do projecto de expansão do Aterro nos terrenos e fase de exploração da Pedreira, nos restantes descritores a existência da laboração paralela do projecto com a nova célula do Aterro é omissa na avaliação de impactes. Considera-se esta uma lacuna do presente estudo, uma vez que a fase de funcionamento da nova célula do Aterro compreende um conjunto de impactes que deveriam ser avaliados em conjunto.

A expansão do Aterro de Mato de Cruz é ainda apontada como impacte positivo na melhoria do sistema de tratamento de resíduos dos concelhos onde a Valorsul opera mas omitem-se os impactes ambientais directos da sua implementação naquele local e nem se coloca a hipótese de existirem alternativas de projecto.

Ao nível de impactes ambientais derivados da Pedreira sobre as populações da envolvente, o EIA remete, neste capítulo, para a avaliação de outros descritores ambientais onde o assunto é focado com mais profundidade.

Neste capítulo deveria ter sido feita uma análise mais profunda ao nível de efeitos de desvalorização territorial, decorrentes da implementação de mais uma unidade industrial na área. Deveria também ter sido avaliado o efeito da afectação da paisagem junto da população a respectiva qualidade associada, sofrendo o efeito cumulativo do contexto de exploração simultânea de outras Pedreiras e dos Aterros.

Irá ainda ocorrer perda de valor de área afecta a REN e a espaços agro-florestais que não foi analisado.

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Há ainda a considerar que o EIA não teve em atenção a crise de conjuntura no sector da construção civil, que tem levando a uma redução no consumo de cimento e derivados para esse sector.

Ordenamento do Ordenamento do Ordenamento do

Ordenamento do territórioterritórioterritórioterritório e planeamento municipale planeamento municipale planeamento municipal e planeamento municipal

• Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional (RJREN): Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto; Declaração de Rectificação n.º 63-B/2008, de 21 de Outubro e Portaria n.º 1356/2008, de 28 de Novembro.

De acordo com a planta de delimitação da REN no concelho de Vila Franca de Xira, a área de implantação da Pedreira “Arcena” está integrada na REN por abranger “Áreas Estratégicas de protecção e recarga de aquíferos”, “Área com elevado risco de erosão hídrica do solo” e “Cursos de água e respectivo leitos e margens”. O projecto insere-se nas categorias consideradas compatíveis, de acordo com o Anexo II do Decreto-Lei no 166/2008, de 22 de Agosto, relativo ao Regime Jurídico da Reserva Ecológica Nacional.

Nos termos do n.º 1 do artigo 20.º do referido Decreto-lei, nas áreas integradas na REN são interditos os usos e as acções de iniciativa pública ou privada que se traduzam em operações de loteamento, obras de urbanização, construção e ampliação, vias de comunicação, Aterros, escavações e destruição do revestimento vegetal não incluindo as acções necessárias ao normal e regular desenvolvimento agrícola do solo e das operações correntes de condução e exploração dos espaços florestais. De acordo com os n.os 2 e 3 do artigo 20.º do citado decreto-lei, constituem excepção os usos e as acções compatíveis com os objectivos de protecção ecológica e ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais, desde que não coloquem em causa as funções

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desempenhadas pelas respectivas áreas (anexo I do referido decreto-lei) e estejam simultaneamente previstas no anexo II do DL 166/2008, de 22 de Agosto.

Atendendo ao especificado nas linhas anteriores, o projecto configura usos e acções compatíveis com os objectivos de protecção ecológica e ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais.

Pelo n.º 3, artigo 20.º do DL 166/2008, a compatibilidade dos usos e acções previstos no projecto com os objectivos da REN, implica também o cumprimento do seguinte:

1. 1. 1.

1. Não coloque em causa as funções das respectivas áreas afectadas, nos termos do anexo I do DL 166/2008, de 22 de Agosto;

2. 2. 2.

2. Observe as condições estabelecidas na Portaria 1356/2008 para a respectiva viabilização:

a. a. a.

a. Conformidade com os instrumentos de gestão territorial vinculativos; b.

b. b.

b. A autorização de ampliação da Pedreira implica ainda o cumprimento cumulativo dos seguintes requisitos:

i. Esteja prevista e regulamentada em plano municipal de ordenamento do território;

ii. Seja reconhecida, pela autarquia, como revestindo interesse público municipal;

iii. No caso de ampliação, deve a mesma ser justificada por razões de necessidade decorrente do uso existente;

iv. Seja comprovada, pelo requerente, a inexistência de alternativas de localização viável em áreas não integradas na Reserva Ecológica Nacional;

v. No caso de a exploração não ser sujeita a procedimento de avaliação de impacte ambiental, nos termos da legislação aplicável, a pretensão está sujeita a um procedimento de avaliação de incidências ambientais. Este procedimento segue, com as devidas

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adaptações, o estabelecido nos artigos 5.º a 9.º do Decreto -Lei n.º 225/2007, de 31 de Maio;

vi. No âmbito da avaliação de impacte ambiental ou de incidências ambientais deverão ser apresentadas medidas de compensação ambiental, a executar na fase de exploração e pós - exploração, podendo ainda apresentar medidas de recuperação de outras Pedreiras ambientalmente degradadas;

vii. Nos leitos dos cursos de água a mobilização e extracção de inertes pode ser autorizada desde que previstas em planos específicos de gestão de extracção de inertes em domínio hídrico ou se destine a melhorar as condições de funcionamento do curso de água ou se enquadre na implementação de uma utilização do domínio hídrico ou se enquadre numa medida de conservação e reabilitação da rede hidrográfica e zonas ribeirinhas, nos termos previstos no artigo 33.º da Lei da Água.

No caso de projectos sujeitos a procedimento de AIA, “a pronúncia favorável da comissão de coordenação e desenvolvimento regional no âmbito desses procedimentos compreende a emissão de autorização” (n.º 7, artigo 24.º do DL 166/2008, de 22 de Agosto.

A Pedreira “Arcena” reúne as condições para ser viabilizada no âmbito do RJREN (n.º 3 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 166/2008 de 22 de Agosto), em virtude de se encontrar prevista e regulamentada no PDM.

Os requisitos necessários em legislação são justificados no EIA e respectivos aditamentos, para a construção da Pedreira, cumprindo assim os pressupostos necessários para a sua implementação em REN.

No entanto, e tendo em conta que o âmbito do EIA não prevê a fase de exploração da expansão do Aterro de Mato de Cruz, não é possível a verificação

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do cumprimento integral dos condicionalismos impostos ao projecto em matéria do regime jurídico da REN.

De notar que no anexo II do RJREN apenas constam as Pedreiras. Sobre os Aterros não existem excepções previstas.

Em Diário da República, o PDM do Concelho de V.F.X. foi alterado em 2010 e prevê a zona de expansão do Aterro. Nos mapas do EIA, essa zona de expansão é assinalada como “REN”, o que levanta a dúvida se o EIA contemplou a cartografia mais actualizada.

No EIA afirma-se que o ponto vii) subalínea B2, carece de autorização da ARH: “A acção em causa enquadra-se no âmbito das utilizações domínio hídrico definidas como Aterros e escavações pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de Maio, para a qual será solicitado a Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Tejo a respectiva autorização no decurso do procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental.” (pág. IV.57 do EIA). Não nos foi possível identificar tal autorização na documentação consultada, pelo que se coloca a dúvida se a mesma foi, de facto, emitida.

A área destinada à expansão do Aterro de Mato de Cruz encontra-se localizada em área de Cabeceiras de Linhas de Água e Linhas de Água pelo que é importante incluir a sua análise e justificação para os pontos acima descritos. Esta avaliação poderá exigir novas medidas de mitigação inerentes ao funcionamento da Pedreira, no caso de análise conjunta dos impactes sobre as áreas afectas à REN, podendo alterar as justificações referidas no EIA para os pontos vi. e vii. do anexo II do DL 166/2008. Só a avaliação integrada de ambos os projectos que vão ser implementados na área afecta à REN permitirá

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