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CONTRIBUTO DA ADVID PARA A DISCUSSÃO DA APLICAÇÃO DO DL 254/98 E MEDIÇÃO DA ÁREA DAS PARCELAS DE VINHA

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CONTRIBUTO DA ADVID PARA A DISCUSSÃO DA

APLICAÇÃO DO DL 254/98 E MEDIÇÃO DA ÁREA

DAS PARCELAS DE VINHA

(Elementos para trabalho)

ADVID

Novembro, 2004

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CONTRIBUTO DA ADVID PARA A DISCUSSÃO DA APLICAÇÃO DO DL 254/98 E MEDIÇÃO

DA ÁREA DAS PARCELAS DE VINHA

(Elementos para trabalho)

A Região Demarcada do Douro, na sua configuração actual, apresenta uma área com vinha de aproximadamente 43.0821 mil hectares divididos pelas três sub-regiões segundo as diferentes formas de armação do terreno mais

usadas na região2, constituindo segundo os dados mais recentes do CERVIM3, a superfície mais importante de

entre as regiões vitícolas de montanha.

Quadro 1 - Evolução da área de vinha na RDD. Situação em Outubro de 2004 (IVDP)

Situação das vinhas 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Aptas a Mosto Generoso 32.495 33.616 34.329 35.240 35.930 36.634 36.809

Com mosto generoso (A -F) 28.187 29.079 29.492 29.930 30.193 30.516 30.649 Sem mosto generoso 4.308 4.537 4.837 5.310 5.737 6.118 6.160

(G – I) 2.113 1.875 1.918 1.897 1.790 1.689 1.665 504-I (A -I) 961 1.187 1.527 2.086 2.631 3.100 3.221 Outras situações* 1.234 1.475 1.392 1.327 1.316 1.329 1.274

Não Aptas e sem Mosto Generoso** 8.142 7.780 7.427 6.832 6.454 5.937 6.273

Sub-total (aptas s/ MG e não aptas) 12.450 12.317 12.264 12.142 12.191 12.055 12.433

Área total da região 40.637 41.396 41.756 42.072 42.384 42.571 43.082

Em reestruturação (DL 254/98) 0 267 475 672 1.057 1.239 1.385

* Consociadas, sem DCP, sem produção, falta de granjeio, dispersa, 339-C/2000 . ** Falhas, com idade inferior a 3 anos, ramadas, bordaduras e povoamentos ilegais

Quadro 2 - Número e área de parcelas nos vários tipos de instalação nas sub-regiões do Douro

Baixo Corgo Cima Corgo Douro Superior RDD

TIPO DE INSTALAÇÃO

Nº Parcelas Área Nº Parcelas Área Nº Parcelas Área Nº Parcelas Área

Terraços Pré-Filoxera 1566 419 4810 898 1466 419 7842 1736 Terraços Pós-Filoxera 49139 10614 37955 10083 6247 1873 93341 22570 Patamares 1205 1774 2466 4058 948 1623 4619 7455 Vinha-ao-alto 872 501 2744 1448 526 538 4142 2486 Sem armação 1307 315 9294 3009 18619 7506 29220 10831 Outras armações 567 41 973 164 153 87 1693 292 Total 54656 13665 58242 19660 27959 12045 140857 45370

Fonte: DRATM/CEVD - IVV/DCV (2003)

Na sua característica dominante de vinha de encosta, a sua cultura está fortemente condicionada pelos elementos paisagísticos que constituem a topografia da região, nomeadamente o declive e relevo originais das parcelas com vinha, sendo que cerca de 44% do total está instalado em declives superiores a 30%, valor que sobe para 71%, se considerarmos apenas a área de vinha classificada no ADV (9288 ha), onde se observa ainda que 51% da vinha tem declives superiores a 40%.

1 Segundo IVDP em Outubro de 2004

2 Segundo DRATM/CEVD - IVV/DCV em Dezembro de 2003 3 CERVIM - Centro de Estudos da Viticultura de Montanha

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Quadro 3 - Número e área das parcelas, segundo o declive, nas sub-regiões do Douro

Baixo Corgo Cima Corgo Douro Superior RDD

Declive (%)

Nº Parcelas Área Nº Parcelas Área Nº Parcelas Área Nº Parcelas Área

< 5% 886 151 1381 259 1785 795 4052 1205 5 - 15% 7159 1563 14333 3671 11360 4552 32852 9786 15 - 30% 15825 3683 22294 6509 10745 4157 48864 14349 30 - 45% 18437 5259 14150 5796 3496 2183 36083 13239 > 45% 12349 3009 6084 3425 573 358 19006 6792 Total 54656 13665 58242 19660 27959 12045 140857 45370

Fonte: DRATM/CEVD - IVV/DCV (2003)

Quadro 4 - Distribuição das classes de declive na área de vinha do ADV (9288 ha)

Classes declive (%) PIOT-ADV Baixo Corgo Cima Corgo Douro Superior

0-15 8.1 9.7 7.2 15.1 15-30 13.3 15.2 12.3 13.8 30-40 20.3 21.0 20.1 19.8 40-50 24.8 23.8 25.3 24.3 >50 32.8 30.3 35.1 27.0 Fonte: PIOT-ADV (2002)

Ao longo da sua história, a região tem adoptado formas de armação do terreno no sentido de conferir competitividade à cultura da vinha, pela necessidade de simplificar tarefas ou motorizar operações, sendo as mais significativas as introduzidas a partir de finais da década de 70, com o aparecimento dos patamares de dois bardos (mais tarde também de um bardo) e a vinha “ao alto”.

A introdução dos novos sistemas, deu origem a alterações importantes, quer do ponto de vista paisagístico, quer na forma de plantar a vinha, principalmente no alargamento do compasso e diminuição da densidade tradicional de plantação, com o objectivo de adaptar a cultura da vinha à mecanização.

Mudanças importantes, foram também introduzidas, a partir de 1990 na forma de cálculo da área e na atribuição do Benefício, altura em que se passou da unidade “milheiro” para o conceito de área útil, tendo a Casa do Douro, para as diferentes formas de sistematização optado pelos critérios apresentados no Quadro 5.

Quadro 5 - Critérios usados pela Casa do Douro para cálculo da área útil de plantação Sistematização do terreno Fórmula de cálculo

Patamares PDRITM N.º pés x compasso referido na licença de plantação Patamares de 2 bardos N.º pés x compasso medido no terreno

Patamares de 1 bardo e socalcos pré-filoxéricos N.º pés x compasso (distância entre a aresta interior do patamar ou socalco até à videira x distância na linha) Vinhas tradicionais e ao “alto” N.º pés x compasso medido na horizontal

Posteriormente, com o levantamento das áreas vitícolas realizadas pelo Ficheiro Vitivinícola do IVV, constatou-se que as áreas determinadas pelo método da área ortoprojectada, apresentavam diferenças significativas relativamente aos valores presentes no cadastro da Casa do Douro, essencialmente para as vinhas sistematizadas

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em patamares, como resultado da perda de área em taludes, controle de erosão, estradas de trabalho e ligações entre patamares.

Torna-se assim necessário conhecer as relações existentes entre a área total, efectiva e útil em patamares e vinha “ao alto”,considerando como unidade de referência utilizada, relativamente à superfície a área total da parcela medida em projecção horizontal4.

Atendendo à grande diversidade de declives e densidades de plantação, é necessário utilizar outros tipos de referência, como seja o hectare medido segundo o declive, ao qual se retira a área destinada a estradas de trabalho que representa a área efectiva. Ou a área efectiva medida segundo o declive do terreno, a que se subtrai os espaços para manobra e área para controlo de erosão, que define a área útil da parcela, ou seja, o compasso utilizado (espaço entre-linha x espaço na linha, medidos na superfície), multiplicado pelo número de plantas. Utilizando para efeito de cálculo das respectivas áreas, as relações trigonométricas relativas à construção de patamares de dois e um bardo, implantação de estradas de trabalho em parcelas de patamares e a organização das estradas de trabalho, desniveladas por talude nas vinhas sistematizadas “ao alto”, com base nas figuras apresentadas é possível, com uma boa aproximação, determinar os valores observados no terreno.

Para efeitos de simulação consideraram-se as indicações de Grácio (1975) e Félix (1984), segundo os quais, a implantação de vinhas em patamares de duas linhas, exige um mínimo de largura da plataforma de plantação de 3,6 metros e um máximo de 4 metros, para um espaço entre linhas de 2 a 2,2 metros, um afastamento em relação ao bordo exterior de 0,8 metros a 1 metro e uma distância de 0,8 a 1 metro entre a base do talude e o bordo interior, para eventual rede de drenagem e faixa de circulação (Bianchi de Aguiar, 1985; Constantinescu, 1966). No caso de patamares para implantação de 1 linha usam-se critérios semelhantes, as larguras de plataforma a considerar são de 2,45 a 2,75 metros (Bianchi de Aguiar, 1987), sendo que actualmente estão em uso as dimensões de 2,3 a 2,5 metros (Magalhães, A., 2002), com 0,7 m de distância da videira para a crista do talude e 1,6 a 1,8 até à base do talude, para circulação de equipamentos mecânicos.

A altura do talude não deverá ultrapassar os dois metros, por razões de ordem biológica, paisagística, técnica e económica (ADVID, 2003; Galet, 1986; Bianchi de Aguiar, 1985; Ochaba, 1966; Constantinescu, 1966), pois acarretam grandes problemas na execução das vias de acesso, nos remates dos patamares e nas manobras das máquinas com alfaias montadas que se efectuam na via de acesso e no controlo das insfestantes.

O declive do talude não deverá atingir inclinações que ponham em risco a sua estabilidade. Grácio (1975) refere que na RDD, para a largura de patamar de 3,8 a 4 metros, podem utilizar-se taludes com 200% de inclinação, sem necessidade de recobrir o talude com espécies vegetais, para valores pluviométricos anuais que não ultrapassem os 800 milímetros, em solo pouco solto ou rochoso. Para terrenos relativamente soltos ou argilosos, o declive do talude deve ser reduzido para valores próximos de 100% (Grácio, 1967). No entanto, verifica-se na Região, a construção de taludes, quase sempre, com valores próximos do limite superior de inclinação (Bianchi de Aguiar, 1987). Também Magalhães, A. (2002; 2004), refere que o declive para patamares de apenas 1 bardo deverá ser de 150% podendo atingir 200% nas situações de solos mais rochosos.

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T = Largura do talude (m) H = Altura do talude (m) P = Largura do patamar (m) a/b = Decimal5 do declive da encosta

c/d = Decimal do declive do talude x = Profundidade de escavação (m)

Fig 1 - Esquema em corte transversal de um patamar horizontal com talude de terra. (Fonte Bianchi de Aguiar, 1988)

β – Declive inicial de encosta (%) β’ – Declive após introdução do talude (%) L – Comprimento inicial da parcela (m) L’ – Comprimento final da parcela (m) α - Declive do talude (%)

H – Altura do talude (m) T – Base do talude (m) CH – Comprimento do talude (m)

Fig 2 - Esquema representativo de uma rede de estradas de trabalho nos patamares. (Fonte M. Cunha, 1991)

T- Comprimento da parcela (m) Z- Cota a montante da parcela (m) X- Cota após um troço de estrada (m) H- Largura da parcela (m)

L- Comprimento de um troço de estrada (m) ß- Declive do terreno (%)

α - Declive da estrada (%)

Fig 3 - Esquema em corte transversal da variação do declive da encosta pela introdução de um talude (Fonte M. Cunha, 1991)

5- O declive do terreno, indica-se, geralmente, por meio de uma fracção, em que o numerador indica a projecção dum segmento sobre um plano vertical, e o denominador, a projecção desse mesmo segmento sobre o plano horizontal; assim, o declive de, por exemplo 2/3, indica que o segmento que se projecta verticalmente em 2m, projecta-se horizontalmente em 3m. Esta fracção pode reduzir-se a decimal. Deste modo, a fracção 2/3 corresponde 0,667 quando reduzida a decimal P L T c d a b Perfil original da encosta

H X P L T c d c d a b a b Perfil original da encosta

H X H Z T β L X X X’ α H Z T β L X X X’ α X Z H L’ L T CH α β’ β X Z H L’ L T CH α β’ β

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Um problema que se coloca no estabelecimento de patamares é a determinação dos valores limites de declive da encosta. Assim, fixando a altura do talude (H) (fig. 1), em valores iguais a 2 metros (ou inferiores) e considerando, como se referiu, o estabelecimento de patamares na RDD com declives de talude (c/d) (verFig. 1) entre 100 e 200%, verifica-se que para estas condições, em encostas com inclinações superiores a cerca de 40%, não é aconselhado o estabelecimento de patamares de 2 bardos, com as dimensões usuais na RDD.

Apresentamos de seguida alguns exemplos da variação destas relações para diferentes formas de sistematização e de geometria da parcela.

Quadro 6 - Variação da área ocupada com estradas* em função da configuração da parcela, para vinhas

sistematizadas em patamares.

Parcela Percentagem da área ocupada com estradas (%) Largura Comprimento Declive da encosta (%)

(m) (m) 30 35 40 45 50 55 60 200 50 13.6 15.6 17.5 19.4 21.1 22.7 24.3 143 70 9.7 11.1 12.5 13.8 15.1 16.2 17.3 125 80 8.5 9.7 11.0 12.1 13.2 14.2 15.2 111 90 7.5 8.7 9.7 10.8 11.7 12.6 13.5 100 100 6.8 7.8 8.8 9.7 10.6 11.4 12.1 67 150 4.5 5.2 5.8 6.5 7.0 7.6 8.1 50 200 3.4 3.9 4.4 4.8 5.3 5.7 6.1 40 250 2.7 3.1 3.5 3.9 4.2 4.5 4.9

* Estradas com inclinação de 15 % e largura de de 3,5 m

Quadro 7 - Áreas efectivas e úteis na vinha «ao alto» resultantes de diferentes organizações fundiárias.

Área total projecção horizontal (%)

Parcela Largura da parcela 50 m Largura da parcela 80 m

Declive

(%) nº parcelas adjacentes Estradas erosão Contr. Manobra Efectiva Útil Estradas erosão Contr. Manobra Efectiva Útil

30 89,8 86,7 95,3 92,0 40 1 14,0 0,0 3,0 92,6 89,4 8,8 1,3 1,9 98,3 94,9 50 96,2 92,8 102,0 98,5 30 94,7 91,5 98,3 95,1 40 3 9,3 0,0 3,0 97,7 94,4 5,8 1,3 1,9 101,4 98,1 50 101,4 98,0 105,3 101,8

Faixa para controle de erosão- 1 metro (Largura > que 50 m)

Largura das estradas- 3,5 metros Faixa para manobras- 0,5 metro

Realça-se a recuperação da área ocupada pelas infra estruturas nos declives mais elevados e nas parcelas mais largas e agrupadas. Este facto deve-se ao aumento da área (efectiva e útil) medida segundo o declive relativamente à sua projecção horizontal.

Para iguais declives da encosta e do talude, o aumento da largura da plataforma de plantação, não acarreta aumento da perda de área, uma vez que a proporção entre a área da base dos taludes e a área da plataforma se mantêm constante. Haverá, portanto, perda de área útil se não se aumentar o número de videiras plantadas quando se procede ao alargamento da plataforma plantada.

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Observa-se que à medida que o declive da encosta aumenta, mantendo a largura da plataforma do patamar, a base e a altura do talude vão crescendo, se este mantiver a sua inclinação, de que resulta um aumento da perda de área útil por hectare.

Na cultura da vinha em patamares de 2 linhas, somente uma área entre 56 e 81% da sua superfície total (na horizontal) é utilizada pela cultura. A restante área são repartidos pelas estradas (2 a 15%) e taludes (17 a 29%), números referentes aos declives de 30 a 50% e comprimento das parcelas de 70 a 300 metros. Quando se procede à implantação de vinha "ao alto", em condições similares, a área útil é de 87 a 102% da área total medida em projecção horizontal.

Quadro 8 - Área efectiva e útil da encosta sistematizada em patamares

Área total projecção horizontal (%)

Declive Largura 70 m Largura 300 m

(%) Estrada Taludes Efectiva Útil Estrada Taludes Efectiva Útil

30 9,7 17,1 90,3 73,2 2,3 17,1 97,7 80,6

40 12,5 22,9 87,5 64,6 2,9 22,9 97,1 74,2 50 15,1 28,6 84,9 56,4 3,5 28,6 96,5 67,9

Plataforma de plantação de 3,5 metros Estradas com inclinação de 15% Taludes de declive de 175% Estradas com 3,5 metros de largura Espaço entre-linha 2metros Nº de linhas 2

Ainda com base nos elementos referidos, é possível fazer uma projecção sobre as relações trigonométricas da área ocupada por taludes e respectiva altura para diferentes declives da encosta, bem como sobre o número potencial de videiras a plantar por hectare sistematizado em patamares de dois e um bardo, apresentados como exemplos ilustrativos.

Quadro 9 - Densidade de plantação para patamares de um e dois bardos em diferentes declives da encosta

Declive da

encosta Largura talude Altura talude Videiras/ha

Declive da

encosta Largura talude Altura talude Videiras/ha

(%) (m) (m) (nº) (%) (m) (m) (nº) 20 0.54 0.81 3962 20 0.30 0.52 3081 25 0.70 1.05 3810 25 0.38 0.67 2981 30 0.88 1.31 3657 30 0.48 0.83 2882 35 1.07 1.60 3505 35 0.58 1.01 2783 40 1.27 1.91 3352 40 0.68 1.19 2683 45 1.50 2.25 3200 45 0.80 1.39 2584 50 1.75 2.63 3048 50 0.92 1.61 2484 55 2.03 3.04 2895 55 1.05 1.84 2385 60 2.33 3.50 2743 60 1.20 2.10 2286

Plataforma de 3.5 m Declive de talude 150% Plataforma de 2.3 m Declive de talude 175% Área de estradas 12% Inclinação das estradas 15% Área de estradas 12% Inclinação das estradas 15% Compasso 2.0 m x 1.1 m Largura da estrada 3.5 m Distância na linha 1.1 m Largura da estrada 3.5 m Número de bardos 2 Número de bardos 1

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Altura do talude (m) Área ocupada por taludes (%) 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 2.3 2.5 3.0 3.5 4.0 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 100 125 150 175 200

Fig 4 - Altura do talude em função do declive da encosta para Fig 5 - Área ocupada pelos taludes em função do declive da larguras de patamares entre 2,3 e 4 m. encosta para taludes entre 100 e 200 % de declive

(deverá ser adicionada a área perdida com estradas)

Videiras / ha Videiras / ha 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 2.3 2.5 3.0 3.5 4.0 Declive de talude 175 % Distância entre plantas 1,1

1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 2.3 2.5 3.0 3.5 4.0 Declive de talude 200 % Distância entre plantas 1,0

Fig 6 - Número de videiras por hectare em função do declive da encosta, largura do patamar (2,3 e m - 1 bardo;

3,0, 3,5 e 4,0 - 2 bardos), declive de talude e distância entre plantas na linha.

Constata-se pelos exemplos referidos a dificuldade de respeitar os critérios definidos no DL 254/98 e Despacho Conjunto 473/2004, quanto à densidade mínima por hectare, para os declives mais elevados de instalação de vinha em patamares, pois os valores apresentados a título de exemplo variam no terreno, quer em função das diferentes configurações dos patamares, quer pela irregularidade do relevo e forma da parcela, podendo dar origem a vinhas ilegais, ao abrigo da referida legislação.

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Considerando, que a mecanização é essencial ao desenvolvimento da viticultura no Douro, com base na qualidade e na sustentabilidade económica da mesma, entendeu-se ainda que seria benéfico não prejudicar a sistematização em patamares estreitos (de 1 bardo), uma vez que, em certas situações, serão a melhor opção a recomendar e obrigação legal dentro do ADV para declives superiores a 50%, bem como efectuar uma ponderação para os patamares de 2 bardos até certo limite de declive e configuração de parcela.

Para dar cabimento ao estudo da verificação das áreas existentes e forma de correcção e analisando o documento emitido pelo IVDP em 22-10-2004, na sua metodologia de abordagem, entende a ADVID apresentar as seguintes ideias para base de trabalho:

1. Estrutura de base de dados. Definida com base na unidade PARCELA, com actualização no mínimo a cada 5 anos (aero-fotografia e dados vitícolas: castas, sistemas de condução, etc.), acessos permitidos aos organismos do Estado pertinentes (IVDP, INGA, IFADAP, etc. e ainda, unicamente com possibilidade de leitura, ao proprietário da parcela), procedimentos de auditoria e controlo decorrentes do conjunto de normas ISO 9000:2000 ou outra que venha a ser elaborada e a que o IVDP se obrigue.

2. Parâmetros mínimos a identificar. Reter os parâmetros existentes nas várias bases de dados actuais (parcelário, registo central vitícola e cadastro da Casa do Douro), eliminando os repetidos e redundantes, sem prejuízo de manter a máxima informação possível que aí se encontra disponível.

3. Elementos que dão sinal de parcela: -os já constantes do ficheiro vitivinícola do IVV:

Modo de exploração (conta própria, arrendamento, comodato, etc.) Categoria de utilização (uva de vinho, uva de mesa, uva passa, etc.) Tipo de cultura (pura, árvores dispersas, consociada)

Modo de condução (alta, baixa) Idade da plantação

Irrigação (com, sem) Limites administrativos

Estradas, caminhos públicos e linhas de água com representação cartográfica para a escala de trabalho Nas situações pedidas pelo proprietário, o limite de blocos - parcelário P3

- a aptidão à produção de mosto generoso (com, sem)

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4. Proposta de estabilização da definição da parcela. a) Percentagem máxima admitida em superfícies não plantadas.

Por exercício de simulação teórica realizados pela ADVID e verificação de casos práticos em vinhas conduzidas segundo uma boa prática agrícola, para valores de declive inicial da encosta entre 30 e 60%, obtêm-se valores para superfícies não cultivadas entre 22 e 44%, no caso de patamares de dois bardos, ou entre 19 e 38 % para patamares de um bardo. Valores mais precisos carecem da estudo de caso a realizar em parcelas de referência para validação de diferentes configurações de terreno.

b) Coeficientes de penalização para casos de diminuição da área da parcela.

No caso da percentagem máxima das superfícies não plantadas, necessárias à actividade normal da cultura, ultrapassarem o que ficar definido em a), admite-se a aplicação de um coeficiente de penalização, sendo a sua definição da competência de um organismo regulador. A ADVID poderá assistir em qualquer estudo técnico necessário para aferir tais coeficientes.

c) De acordo com o que ficar definido na alínea a), todas as áreas não cultivadas da parcela deverão ser utilizadas na totalidade para contabilização do direito de plantação.

d) Sobre as densidades mínimas, com base no anteriormente exposto, reafirmamos a ideia que os limites definidos pelo DL 254/98 para o caso das vinhas sistematizadas em patamares, não conseguem ajustar-se à realidade da região.

Estudos teóricos realizados pela ADVID, apontam no sentido da pertinência de associar a uma densidade mínima de plantação um compasso máximo, com valores na ordem de 3000 videiras/ha e 2,3 m x 1,2 m respectivamente, para sistematizações em patamares. A adequação destes valores à realidade carece no entanto de um estudo mais aprofundado para o qual a ADVID terá muito gosto em contribuir.

No sentido da preservação do património paisagístico, das necessidades técnicas actuais e ainda tendo em vista preocupações de carácter ecológico, será recomendável que se respeite igualmente, quando da sistematização em patamares, uma altura máxima de talude de 2.0 m, e como forma de fomentar a utilização do patamar de um bardo, podendo nestes casos e desde que devidamente autorizados pelo IVDP, a densidade de plantação descer até abaixo de 3000 videiras/ha, usando para o efeito um compasso máximo de plantação.

Para vinhas plantadas anteriormente à publicação deste diploma e ainda em exploração, serão admissíveis enquanto subsistirem densidades inferiores, nos termos a definir no método previsto no nº 2 do artigo 7º deste diploma.

e) Atribuição de MG e cálculo do rendimento por hectare.

Pensamos ser desejável que tanto para efeitos de atribuição de MG como para o cálculo do rendimento por hectare, se evolua para a utilização do conceito de área ortoprojectada.

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Referências

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