• Nenhum resultado encontrado

Obtenção de Mudas e Desenvolvimento Inicial de Plantas de Pequizeiro

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Obtenção de Mudas e Desenvolvimento Inicial de Plantas de Pequizeiro"

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

Obtenção de Mudas e Desenvolvimento Inicial de Plantas de

Pequizeiro

Érica Fernandes Leão1,2; Odilon Peixoto de Morais Júnior1,3; Vilson Antônio de Amorim1,4; Nei

Peixoto1,5. Universidade Estadual de Goiás, UnU Ipameri-GO, 75780-000, Brasil.

E-mail: erica.agronomia@hotmail.com; nei.p@terra.com.br.

1Universidade Estadual de Goiás, UnU Ipameri, Curso de Agronomia; 2Bolsista PIBIC/CNPq; 3Voluntário PVIC; 4Colaborador; 5Professor Orientador do curso de Agronomia UEG-UnU

Ipameri.

PALAVRAS-CHAVE: Caryocar brasiliense, Caryocar coriaceum, dormência, planta matriz.

1 INTRODUÇÃO

O bioma Cerrado é de grande importância pela diversidade de plantas nativas, que vem sendo bastante exploradas, de forma extrativista, para diferentes finalidades. Segundo Carvalho (1994), o pequizeiro (Caryocar spp.) é um exemplo destas espécies com potencial econômico, sendo uma bastante promissora podendo ser empregada em programas de revegetação de áreas em degradação. Ele se destaca por possuir madeira de ótima qualidade e pode ser espécie adequada a programas de renda familiar, pois possui um fruto oleaginoso, muito apreciado pela população das regiões de ocorrência.

O extrativismo é a realidade atual da espécie que ainda se encontra em estado silvestre na natureza, porém, tem-se constatado o interesse e a necessidade de seu cultivo. De acordo com Pereira et at. (2002), o primeiro passo para a “domesticação” e cultivo comercial, a exemplo de outras fruteiras, é a determinação de técnicas adequadas de propagação, visando à obtenção de mudas de alta qualidade e plantações mais produtivas, com frutos de melhor qualidade e aceitação pelos consumidores e indústrias.

A espécie Caryocar brasiliense Camb., a mais conhecida e melhor estudada, é amplamente distribuída em diferentes regiões do Cerrado, principalmente nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Mato

(2)

Grosso do Sul. Enquanto que outras, como o Carycar coriaceum Wittm., muito encontrada em seu habitat natural nos cerradões dos estados de Tocantins, norte de Goiás, oeste da Bahia, Piauí e sul do Ceará, ainda não tem despertado a atenção dos pesquisadores ou interessados em sistemas de cultivo (LORENZI et al., 2006).

Estas duas espécies não se diferem apenas em relação ao ambiente onde comumente ocorrem, mas também, quanto a algumas características fenotípicas bastante nítidas. Segundo Lorenzi et al. (2006), Caryocar brasiliense Camb. é uma árvore de 6-10m de altura, folhas compostas trifolioladas com folíolos pubescentes, seus frutos são oblongos e deiscentes, que amadurecem em dezembro-janeiro, contendo uma ou duas sementes lenhosas cobertas por polpa carnosa e aromática, que esconde uma superfície revestida de espinhos. Já as plantas de Caryocar coriaceum Wittm. são árvores de 8-12m de altura, folhas compostas trifolioladas com folíolos glabros e coriáceos, os frutos são oblongos ou globosos, do tipo drupa, indeiscentes, que amadurecem em novembro-dezembro, contendo de uma a quatro sementes protegidas por endocarpo lenhoso, revestido de espinhos rígidos.

Como em outras espécies vegetais, podem existir também grandes variações genotípicas dentro de cada espécie de pequizeiro, sendo que, algumas plantas apresentam porte, tamanho de fruto, coloração e desenvolvimento de plantas bem contrastantes entre as mesmas. Assim, é possível, que existam variações em relação ao poder germinativo em função do vigor das sementes, repostas a tratamentos pré-germinativos e desenvolvimento inicial de mudas, de sementes obtidas de diferentes plantas matrizes (VERA et al., 2005).

Já se tem bastante conhecimento entre os pesquisadores que a propagação do pequizeiro por sementes é difícil, pois as sementes apresentam forte dormência (ARAÚJO, 1994; MIRANDA et al., 1988). As baixas taxas e velocidades de germinação dificultam o trabalho em viveiros, elevam o custo de produção das mudas e, principalmente, dificultam o planejamento dos plantios definitivos (SILVA et al., 2004).

Dois mecanismos de dormência foram sugeridos para explicar a demora na germinação de sementes de pequi. Um deles está associado ao endocarpo rígido que seria um impedimento mecânico ao desenvolvimento das sementes e o segundo se refere à dormência embrionária (DOMBROSKI, 1997; OLIVEIRA, 2002). Para quebra da dormência embrionária, trabalhos mostram eficiência quando se usa ácido giberélico na proporção de 1g para 2,0 L de água, deixando as sementes

(3)

imersas em solução por 48 horas. Dessa forma o tempo de germinação que, normalmente pode chegar a 360 dias se reduz a 40 dias (DOMBROSKI, 1997; SILVA et al., 2004; PEREIRA et al., 2002; SOUZA et al., 2002).

A coleta de materiais genéticos e a sua manutenção em bancos de germoplasma e coleções de trabalho poderão contribuir para minimizar o problema da erosão genética de espécies do Cerrado, constituindo-se o primeiro passo para a realização de estudos agronômicos. A seleção de genótipos superiores para obtenção de material propagativo e o desenvolvimento de tecnologias de produção poderão viabilizar a introdução dessas espécies ao cultivo, que poderão constituir alternativas de renda em um modelo sustentável de produção (SOUZA & SALVIANO, 2002; CHAVES, 2004).

A produção de mudas em viveiros se torna viável se houver amplo conhecimento dos fatores que interferem na produção das mesmas. De acordo com LEITE et al., (2006) há insetos causadores de galhas em pequizeiro que causam sérios prejuízos podendo levar a morte prematura de plantas quando ocorrem severos ataques. O galhador foi identificado, preliminarmente em 2006, como uma nova espécie ainda não descrita de Eurytoma sp. (Hymenoptera, Eurytomidae) (LEITE et al., 2009) e tem ampla ocorrência em plantas de pequizeiro.

Assim, foram instalados experimentos, com o objetivo de avaliar a quebra de dormência de sementes de 20 plantas matrizes das espécies C. brasiliense e C. coriaceum, em reposta à imersão em ácido giberélico e avaliar o desenvolvimento inicial de plantas das mesmas no campo.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Três experimentos foram conduzidos na Fazenda Experimental da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri no município de Ipameri-GO, localizado à latitude de 17°41’S, longitude 48°11’W e altitude de 800 metros, e o clima do tipo Aw, segundo a classificação de Köppen. Os dois primeiros experimentos visaram à produção de mudas de C. coriaceum e C. brasiliense e o último objetivou a avaliação do desenvolvimento inicial de plantas das duas espécies nas condições de campo em Ipameri.

(4)

No experimento 1 foram utilizadas sementes de 20 plantas matrizes da espécie C. coriaceum coletadas no município de Porangatu, norte do Estado de Goiás, enquanto que no experimento 2 foram utilizadas sementes de 20 plantas matrizes da espécie C. brasiliense coletadas no município de Ipameri-GO. Em cada experimento, das 20 plantas que deram origem às sementes, 15 foram georreferenciadas para obtenção exata do local onde se encontram e as 5 restantes não foram identificadas.

As coletas dos frutos e extração de sementes das duas espécies de pequizeiro foram realizadas entre os meses de setembro e dezembro de 2008, sendo mantidas em galpão seco até o início do projeto. Antes da semeadura o endocarpo foi removido manualmente esfregando as sementes em piso cimentado, com cuidado para não comprometer o embrião.

Cada experimento foi conduzido em delineamento em blocos casualizados, sendo os tratamentos dispostos em parcelas subdivididas, tendo nas parcelas as 20 matrizes e nas subparcelas o tratamento das sementes, com três repetições. Nas subparcelas foram utilizadas sementes com o tratamento de imersão durante 48 horas em água pura e em solução de GA3 500mg.l-1, como foi recomendado por Pereira et al. (2002). Cada subparcela foi constituída de dez sacos de polietileno com dimensões de 30cm de altura por 20cm de largura e 0,18mm de espessura, próprios para produção de mudas, com duas sementes por saco. Como substrato, foi utilizado uma mistura de três partes de solo e uma parte de esterco de curral curtido. Após o tratamento por imersão, as sementes foram semeadas diretamente nos sacos a uma profundidade de 2cm e mantidas a pleno sol em condições de campo e clima do município de Ipameri, sendo irrigadas duas vezes por dia durante todo período de condução dos experimentos.

O início da germinação se deu aos 30 dias após a semeadura, quando então foram iniciadas contagens de germinação a cada 7 dias, totalizando 15 contagens aos 128 dias. Foram feitos cálculos de índice de velocidade de germinação, tempo médio de germinação das sementes e porcentagem final de sementes germinadas em cada subparcela.

Os dados de porcentagem de germinação dos 2 experimentos foram transformados em arco-seno √(x + 0,5) devido às parcelas com germinação final igual a zero. No caso de germinação de duas sementes em um saco plástico, uma delas era transferida para outro saco, tão logo inicie a emergência, deixando-se sempre uma muda por recipiente.

(5)

Aos 100 dias após a semeadura observou-se ataque intenso da praga Eurytoma sp., causando galhas nas faces adaxial e abaxial dos folíolos. Dessa forma, foi criada uma escala (Figura 1) para avaliação da severidade do ataque da praga com notas variando de 1 a 5, sendo que 1 representa plantas sem galhas; 2 plantas com 1 a 25% das folhas com galhas; nota 3 para plantas com 26 a 50% das folhas com galhas; 4 plantas com 51 a 75% das folhas com galhas e por fim receberam nota 5 as plantas que apresentaram 76 a 100% das folhas com presença de galhas de Eurytoma sp. Para ataque de Eurytoma sp. foram consideradas apenas as parcelas como fonte de variação, ou seja, os 20 tratamentos que consistiram das mudas oriundas das 20 matrizes e 5 repetições.

Os dados finais de porcentagem de germinação, tempo médio de germinação, índice de velocidade de germinação e média de notas para o ataque de Eurytoma sp. foram submetidos à análise de variância utilizando o aplicativo SISVAR e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade, sendo que em todas as análises foi utilizada a transformação √Y + 0,5 – SQRT (Y + 0,5) para melhor distribuição dos dados.

2.2 Experimento 3

Foi implantado, na Fazenda Experimental da UEG-Ipameri, um experimento visando avaliar o crescimento inicial de progênies de algumas plantas matrizes dentre as 20 de Caryocar brasiliense e algumas plantas dentre as 20 de C. coriaceum no mesmo experimento. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com número variável de repetições de acordo com a quantidade de mudas obtidas nos dois primeiros experimentos, com máximo de 9 repetições, sendo cada parcela representada por uma planta. As plantas foram dispostas numa área com vegetação nativa de Cerrado dispostas no espaçamento aproximado de 8m x 6m, pois o experimento seguiu-se em uma área sem desmatamento.

Foram plantadas 276 mudas no dia 18 de Dezembro de 2009, sendo que o plantio das mesmas foi feito de forma que o coleto ficou a um centímetro acima do nível do solo. Foram obtidos dados de altura da planta por ocasião do plantio definitivo e, a cada 40 dias, totalizando cinco observações.

Os dados de altura das mudas em função do período de avaliação foram, finalmente, submetidos à análise de regressão sendo agrupadas as progênies das plantas matrizes, utilizando o aplicativo ESTAT.

(6)

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No experimento 1, para porcentagem final de germinação, houve diferença significativa entre as plantas matrizes, porém, as sementes de grande parte das plantas matrizes não germinaram ou tiveram taxas mínimas de germinação, havendo, também, elevada influência ambiental como pode ser observado pelo respectivo coeficiente de variação (Tabela 1). As sementes oriundas das plantas matrizes 15, 17, 9 e 18 se destacaram com médias elevadas de porcentagem final de germinação, diferindo das demais com médias inferiores. Informações do comportamento de germinação de sementes desta espécie são fundamentais para o estabelecimento de cultivos e para preservação da mesma, pois segundo Oliveira et

al. (2008) os estudos de C. coriaceum são escassos, o que nos obriga a analisá-la de modo semelhante a C. brasiliense.

Tabela 1. Médias de porcentagem final de germinação de Caryocar coriaceum. Ipameri, GO. 2010. Matriz % Germinação 10 0 a 7 0 a 13 0 a 20 0 a 19 0 a 3 0 a 1 0 a 6 0,8333 a 2 1,6667 a 5 1,6667 a 16 2,5000 a 8 2,5439 a 4 4,1667 a 12 3,3333 a 11 3,5417 a 14 4,1667 a 18 9,0000 b 9 10,4902 b 17 12,2826 b 15 21,3636 b CV (%) 37,56

(7)

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

A imersão de sementes de C. coriaceum armazenadas por um ano, em ácido giberélico na concentração 500mg.l-1, se mostrou ineficiente para elevar a porcentagem final de germinação de sementes no período de 128 dias, última observação de emergência, já que a intenção foi a produção de mudas para plantio no período chuvoso do mesmo ano, posterior ao ano de coleta.

Devido à grande quantidade de parcelas com germinação final igual a zero e casos de não ocorrência de germinação nas três repetições, foi inviável a análise estatística dos dados de tempo médio de germinação (TMG) e índice de velocidade de germinação (IVG) da espécie C. coriaceum.

Para porcentagem final de germinação, da espécie Caryocar brasiliense (Experimento 2), as matrizes mostraram comportamentos variados quanto ao potencial germinativo (número final de germinação) (Tabela 2).

Tabela 2. Médias de Porcentagem Final de Germinação (% Germinação), Tempo Médio de Germinação e Índice de Velocidade de Germinação de Caryocar brasiliense. Ipameri, GO. 2010. Matriz % Germinação TMG IVG 11 0 a 0 a 0 a 6 0 a 0 a 0 a 12 1,6667 a 10,3333 a 0,0026 a 20 3,9394 a 30,1667 a 0,0056 a 15 4,1667 b 48,0000 b 0,0100 a 16 4,7619 b 56,5000 b 0,0153 a 14 6,0000 b 56,8333 b 0,0121 a 10 6,3889 b 52,3333 b 0,0235 a 7 16,6379 c 33,3333 b 0,1074 b 5 15,5556 c 61,8333 b 0,0310 a 9 15,5679 c 71,0000 b 0,0195 a 13 18,3333 c 68,1667 b 0,0365 a 19 24,1667 c 59,8333 b 0,0177 a 8 29,0230 c 57,0000 b 0,0737 b 18 38,1897 d 58,6667 b 0,0297 a 2 45,0000 d 59,0000 b 0,0253 a 17 45,8333 d 52,8333 b 0,0603 a 1 51,3889 d 50,1667 b 0,1377 c 4 54,8276 d 48,3333 b 0,1534 c 3 56,8572 d 53,3333 b 0,0793 b CV (%) 16,09 35,67 2,66

(8)

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

As plantas matrizes 3, 4, 1, 17, 2 e 18 se destacaram com altas médias de porcentagem de germinação (Tabela 2), atingindo até aproximadamente 57%. Dessa forma, essa espécie se torna viável para utilização de porta-enxertos de mudas de pequizeiro. Com médias variando entre 29 e 16,63%, se diferiram dos demais os tratamentos 8, 19, 13, 9, 5 e 7. Também houve diferença significativa para as médias 10, 14, 16 e 15 variando as porcentagens de 6,39 a 4,17%. Por fim, as médias que se igualaram com menores porcentagens de germinação foram correspondentes aos tratamentos 20, 12, 6 e 11. Assim, a porcentagem média final de germinação apresentou grande variação de acordo com a planta matriz, comprovando o estudo de Pereira et al. (2004), que constatou a grande variabilidade de sementes de pequizeiro oriundas de diferentes matrizes, no que se refere ao número final de sementes germinadas.

As taxas de germinação de sementes de C. brasiliense são muito variáveis, de 30 a 85% (HERINGER, 1970; MELO, 1987; MIRANDA et al., 1988; ARAÚJO, 1994; SÁ et al., 1994) isso pode ser explicado segundo Pereira et al. (2004), pelo efeito altamente significativo das matrizes na germinação de sementes, entre autores trabalhando em regiões diferentes e com populações distintas, o que foi confirmado no presente estudo.

(9)

Quando se avaliou a resposta das plantas matrizes ao tratamento com ácido giberélico a diferença foi não significativa, ou seja, a presença do ácido não elevou a porcentagem final de germinação, contrastando Dombroski (1997) e Pereira et al. (2004), que relatam que a dormência do embrião é reduzida pela aplicação de ácido giberélico elevando assim, o número final de sementes germinadas.

Dessa forma há necessidade de avaliar o tratamento com GA3 para sementes recém coletadas, pois Oliveira (2002) observou a redução da capacidade germinativa de 70% (sementes frescas) para 19% aos 4 meses de armazenamento. Porém, outros trabalhos mostram que as sementes de pequizeiro resistem bem ao armazenamento com taxas altas de germinação em baixa umidade (DOMBROSKI, 1997; OLIVEIRA, 2002).

Para tempo médio de germinação de C. brasiliense, as vinte plantas matrizes apresentaram comportamentos diferentes quanto ao TMG (Tabela 2). O tratamento das sementes com ácido giberélico, também apresentou diferença significativa. Porém a interação entre os fatores planta matriz X tratamento GA3 não apresentou diferença significativa, assim a resposta das plantas de pequizeiro ao tratamento com ácido giberélico independe do genótipo em questão.

O TMG variou de 10,33 a 71 dias como pode ser observado na tabela 2. As sementes oriundas das plantas matrizes 12 e 20 se destacaram com menores valores de TMG, porém apresentaram também as menores porcentagens de germinação. Os demais genótipos se igualaram quanto a esta característica, sendo que para as matrizes 11 e 6 o TMG foi igual a zero já que eles não apresentaram nenhuma semente germinada.

O tratamento com ácido giberélico interferiu no TMG de C. brasiliense, sendo que sementes tratadas resultaram em média inferior quando comparadas às não tratadas (Tabela 3). Assim, o tratamento de imersão por 48 horas em solução 500mg.l-1de GA

3, aumenta a velocidade de germinação de sementes desta espécie de pequizeiro.

Tabela 3. Tempo médio de germinação de C. brasiliense na presença (1) e ausência (2) de tratamento pré-germinativo. Ipameri, GO. 2010.

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

Tratamento TMG

1 41,8000 a

2 50,9667 b

(10)

As diferentes matrizes de pequizeiro não apresentaram interação de resposta quanto à quebra de dormência de sementes pela ação do ácido, nem mesmo a presença do ácido influenciou na germinação de sementes dos vinte genótipos de C. brasiliense.

Outro parâmetro analisado na germinação das sementes de C. brasiliense foi o índice de velocidade de germinação (IVG), que resultou em significância positiva, tanto para as plantas matrizes, para ação do ácido giberélico na quebra da dormência, como para a interação entre esses dois fatores.

As matrizes de pequizeiro do experimento 2 apresentaram diferentes comportamentos quanto ao Índice de Velocidade de Germinação (Tabela 2), sendo que os tratamentos 4 e 1 apresentaram maior IVG, se diferindo das plantas 3, 8 e 7 com IVG intermediário e com menores valores deste parâmetro os demais tratamentos com médias estatisticamente iguais.

Para IVG de C. brasiliense, a imersão das sementes em GA3 na concentração de 500mg.l-1 por 48 horas é eficiente para elevar a velocidade de germinação das mesmas (Tabela 4).

Tabela 4. Tempo médio de germinação de C. brasiliense na presença (1) e ausência (2) de tratamento pré-germinativo. Ipameri, GO. 2010.

Tratamento IVG

2 0,0355 a

1 0,0485 b

CV (%) 1,94

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

Para as sementes que receberam o tratamento com ácido giberélico o IVG foi maior nas progênies das matrizes 1 e 4, e as menores valores deste mesmo parâmetro foi observado para 19, 18, 9, 16, 14 e 15, sendo que as matrizes 11, 20, 6 e 12 não apresentaram IVG devido à ausência de germinação na subparcela. Na ausência do tratamento o material 7 se destacou com maior valor de IVG, se diferindo de 4 e 1 com taxas intermediárias de IVG, e também se diferiram os demais com menores taxas de IVG (Tabela 5).

Tabela 5. Índice de Velocidade de Germinação das matrizes de C. brasiliense na presença e ausência de tratamento pré-germinativo. Ipameri, GO. 2010.

(11)

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

No desdobramento da interação, os tratamentos 1, 3, 4, 7, 8, resultaram em IVG favorecido pela ação do ácido, exceto as sementes oriundas da planta matriz 7 que apresentaram comportamento inverso (Tabela 6).

Tabela 6. Média de IVG de algumas plantas matrizes de C. brasiliense na ação de GA3. Ipameri, GO.

2010.

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

Houve diferença significativa entre as plantas matrizes para o ataque da praga galhadora, sendo que no experimento 1, as mudas oriundas das plantas 10, 7, 13, 20, 19, 3, 1, 6, e 16 se destacaram (Tabela 7) com menores médias de ataque. Essas plantas se mostraram menos susceptíveis ao ataque da praga que segundo Leite, et al. (2006) junto com os pulgões são os insetos mais abundantes e que podem trazer problemas na produção de mudas de pequizeiro. Os demais tratamentos se igualaram com médias superiores de ataque.

Tabela 7. Média de notas para ataque de Eurytoma sp. em mudas de 20 matrizes de C. coriaceum. Ipameri, GO. 2010. 12 0 a 0,0051 a 6 0 a 0 a 20 0 a 0,01157 a 11 0 a 0 a 15 0,0108 a 0,0093 a 14 0,0125 a 0,01180 a 16 0,0161 a 0,0144 a 9 0,0165 a 0,0224 a 18 0,0218 a 0,0375 a 19 0,0238 a 0,01157 a 10 0,0299 b 0,0172 a 2 0,0311 b 0,0194 a 5 0,0382 b 0,0237 a 13 0,0502 b 0,0227 a 7 0,0556 b 0,1592 c 17 0,0634 b 0,0572 a 8 0,0967 c 0,0508 a 3 0,1191 c 0,0395 a 1 0,0171 d 0,1045 b 4 0,0213 d 0,0934 b CV (%) 1,94

GA3 Matriz 1 Matriz 3 Matriz 4 Matriz 7 Matriz 8

Ausência 0,1045 A 0,0395 a 0,0934 A 0,0556 b 0,0508 a

Presença 0,1710 B 0,1190 b 0,2134 b 0,1592 a 0,0967 b

(12)

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

Para C. brasiliense os tratamentos 11 e 6 obtiveram menor média de ataque (Tabela 8), com ocorrência inferior dentre os 20 genótipos avaliados. As mudas oriundas das plantas 20, 9, 12 e 16 apresentaram médias intermediárias de ataque de Eurytoma sp. enquanto que os demais tratamentos mostraram-se mais susceptíveis com maiores médias de porcentagem de folhas com presença de galhas.

Tabela 8: Média de notas para ataque de Eurytoma sp. em mudas de 20 matrizes de C.

brasiliense. Ipameri, GO. 2010.

Matriz Notas para Eurytoma sp.

10 1,0000 a 7 1,0000 a 13 1,0000 a 20 1,0000 a 19 1,0000 a 3 1,0000 a 1 1,0000 a 6 1,3333 a 16 1,3333 a 5 1,6667 b 18 1,6667 b 9 2,0000 b 17 2,0000 b 8 2,0000 b 2 2,0000 b 12 2,0000 b 11 2,0000 b 4 2,0000 b 14 2,3333 b 15 2,3333 b CV (%) 7,33

Matriz Notas para Eurytoma sp.

11 1,0000 a 6 1,0000 a 20 2,0000 b 9 2,3333 b 12 2,3333 b 16 2,3333 b 3 2,6667 c 14 3,0000 c 10 3,0000 c 2 3,3333 c 15 3,3333 c 1 3,3333 c 18 3,3333 c 5 3,3333 c 8 3,3333 c 19 3,6667 c 17 3,6667 c 4 3,6667 c 13 3,6667 c 7 4,3333 c CV (%) 6,89

(13)

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

Quando comparadas as duas espécies podemos observar a maior susceptibilidade das plantas de C. brasiliense ao ataque de Eurytoma sp. que obteve médias superiores às de C. coriaceum. Assim, a espécie C. coriaceum apresenta menor ocorrência de ataque desta praga, o que aliado à precocidade de produção e maior quantidade de polpa nos frutos a torna uma importante para produção comercial de pequizeiro.

As mudas de C. coriaceum oriundas das plantas matrizes 4 e 9 as equações não apresentaram diferença significativa e para C. brasiliense apenas as mudas da planta 13 não apresentou equação significativa (Tabelas 9 e 10).

Tabela 9. Equações de crescimento das progênies das plantas matrizes de C. coriaceum no experimento 3. Ipameri, GO. 2010.

Matriz Equação de regressão R2

4 Y = 0.0500x + 16.6133 0.9538NS Y = - 0.0001x2 + 0.0798x + 16.1562 0.9672NS 9 Y = 0.0832x + 15.1200 0.9309NS Y = - 0.0003x2 +0.1369x + 14.0438 0.9650NS 12 Y = 0.1175x + 11.1300 0.9258* Y = - 0.0006x2 + 0.2246x + 8.9871 0.9931NS 15 Y = 0.1237x + 13.1760 0.9354**

(14)

Y = - 0.0003x2 + 0.1854x + 11.942 0.9558NS

17 Y = 0.0847x + 11.4375 0.9142**

Y = - 0.0003x2 + 0.1344x + 10.4428 0.9417NS

Tabela 10. Equações de crescimento das progênies das plantas matrizes de C. brasiliense no experimento 3. Ipameri, GO. 2010.

Matriz Equação de regressão R2

1 Y = 0.0579x + 17.5080 0.9605* Y = - 0.00005x2 + 0.0666x + 17.3337 0.9624NS 2 Y = 0.0991x + 12.9200 0.8954** Y = 0.0003x2 + 0.1515x + 11.8714 0.9173NS 3 Y = 0.7719x + 20.0711 0.8906* Y = - 0.0003x2 + 0.12996x + 19.0219 0.9266NS 4 Y = 0.0931x + 16.6775 0.8594** Y = - 0.0004x2 + 0.1676x + 15.1864 0.9076NS 5 Y = 0.0792x + 16.4000 0.7946** Y = - 0.0004x2 + 0.1555x + 14.8743 0.8591NS 8 Y = 0.0677x + 8.2900 0.9110* Y = - 0.0004x2 + 0.1370x + 6.9043 0.9944NS 13 Y = 0.0516x + 20.4500 0.9080NS Y = - 0.0002x2 + 0.0855x + 19.7714 0.9423NS 16 Y = 0.0441x + 12.1700 0.9663* Y = - 0.0001x2 + 0.0673 + 11.7057 0.9897NS 17 Y = 0.1190x + 17.7500 0.9692** Y = - 0.0002x2 + 0.1504x + 16.9619 0.9799NS 18 Y = 0.0946x + 15.9500 0.9386** Y = - 0.0001x2 + 0.1107x + 15.6286 0.9410NS 19 Y = 0.1279x + 13.9888 0.9095** Y = - 0.0007x2 + 0.2472x + 11.6028 0.9787NS

O crescimento das demais plantas foi contínuo ao longo do tempo, e pode ser representado por equações de primeiro grau, muito semelhantes entre si, onde a altura varia de forma positiva e linear. Assim, o crescimento das plantas da espécie C. coriaceum pode ser representado pela figura 2, na qual foi atingido 31,4cm aos 160 dias após o plantio e para C. brasiliense, figura 3, com 31,0cm no mesmo dia de observação.

(15)

y = 0.1237x + 13.176 R2 = 0.9354** 0 10 20 30 40 0 40 80 120 160

DAP - Dias Após Plantio

A lt u ra ( cm )

Figura 2. Crescimento das plantas oriundas da matriz 15 de C. coriaceum. y = 0.0772x + 20.071 R2 = 0.8906* 0 10 20 30 40 0 40 80 120 160

DAP - Dias Após Plantio

A lt u ra ( c m )

Figura 3. Crescimento das plantas oriundas da matriz 3 de C. brasiliense.

4 CONCLUSÕES

Para C. coriaceum há necessidade de realização de outros estudos para avaliar a compatibilidade de porta-enxerto utilizando essas matrizes. A imersão em GA3 foi ineficiente para elevar a porcentagem de germinação das duas espécies, porém reduziu o TMG e elevou o IVG das sementes de C. brasiliense. As matrizes 4 e 1 de C. brasiliense se destacaram com altas porcentagens de germinação e elevado IVG. Assim, outros estudos devem ser feitos visando avaliar a viabilidades das mesmas para produção mudas pé-franco e ainda como porta-enxerto das duas espécies. C. coriaceum apresenta menor ocorrência de Eurytoma sp. quando comparada à C. brasiliense, podendo assim ser utilizada em cultivos comerciais minimizando perdas na produtividade pelos prejuízos de Eurytoma sp.. Por fim, o

(16)

crescimento das plantas das duas espécies no campo obedece a uma distribuição linear, podendo atingir aproximadamente 32cm em até 160 dias, em condições de campo.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAUJO, F. D. de. The ecology, ethnobotany and management of Caryocar brasiliense Camb. around Montes Claros, MG, Brazil. 1994. 175 f. Thesis (Doctor in Plant Sciences) - University of Oxford, Oxford, 1994.

CARVALHO, P. E. R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Paraná: EMBRAPA, 1994. 640 p.

CHAVES, L. J. Domesticação e uso de espécies frutíferas do Cerrado. 2004. Disponível em http://www. Sbpcnet.org.br/eventos/54ra/texto/SBPC. Acesso em 29/08/2010.

DOMBROSKI, J. L. D. Estudos sobre a propagação do pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.). 1997. 80 f. Dissertação (Mestrado em Fisiologia Vegetal) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997.

HERINGER, E. P. Pequizeiro (Caryocar brasiliense Cambess). Brasil Florestal, Rio de Janeiro, v. 1, p. 28-31, fev. 1970.

LEÃO, E. F. Graduanda em agronomia, Universidade Estadual de Goiás. Imagens do campo experimental da Universidade Estadual de Goiás, município de Ipameri – GO. Arquivo pessoal, 2010.

LEITE, G. L. D.; VELOSO, R. V. dos S.; REDOAN, A. C.; LOPES, P. S. N.; MACHADO, M. M. L. Artrópodes associados a mudas de pequizeiro. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.73, n.3, p.365-370, 2006.

LEITE, G. L. D.; VELOSO, R. V. dos S.; SILVA, F. W. S.; GUANABENS, R. E. M.; FERNANDES, W. G. Within tree distribution of a gall-inducing Eurytoma (Hymenoptera, Eurytomidae) on Caryocar brasiliense (Caryocaraceae). Revista Brasileira de Entomologia 53(4): 643–648, 2009.

LORENZI, H.; BACHER, L.; LACERDA, M.; SARTORI, S. Frutas Brasileiras e exóticas cultivadas de consumo in natura. São Paulo: Instituto Plantarum de estudos da flora, 2006. 640p.

MELO, J. T. Fatores relacionados com a dormência da semente de pequi (Caryocar

brasiliense Camb.). 1987. 91 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura de

Luiz de Queiroz, Piracicaba, 1987.

MIRANDA, J. de S.; SILVA, H.; MATOS, M. A. de O. Emergência e vigor de sementes de pequi submetidas a pré-tratamentos mecânicos e térmicos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 9., 1987, Campinas. Anais... Campinas: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 1988. p. 647-651.

OLIVEIRA, M. E. B.; GUERRA, N. B.; BARROS, L. M.; ALVES, R. E. Aspectos agronômicos e de qualidade do pequi. Fortaleza-CE, Embrapa Agroindústria Tropical, 2008. 32p.

(17)

OLIVEIRA, S. S. Efeito de giberelina, fungicida, tratamentos mecânicos e período de armazenamento sobre a germinação de sementes de pequizeiro. 2002. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2002.

PEREIRA, A. V.; PEREIRA, E. B. C.; JUNQUEIRA, N. T. V.; FIALHO, J. F. Enxertia de mudas de pequizeiro. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2002. 25p.

PEREIRA, A. V.; PEREIRA, E. B. C.; SILVA, D. B. da; GOMES. A. C.; SOUSA-SILVA, J. C. Quebra da dormência de sementes de pequi. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2004. 15p.

SÁ, C. e C. G.; CÔRTES, R. A.; CARNEIRO, I. F.; BORGES, J. D. Efeito de diferentes tratamentos na germinação do pequi (Caryocar brasiliense Camb.). Acta Botânica Brasileira, [S.l.], v. 8, n. 1, p. 109-120, 1994.

SILVA, J. C. S.; GOMES, A. C.; SILVA, D. B.; PEREIRA, E. B. C.; PEREIRA, A. V. Quebra da dormência de sementes de pequi. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, n 136. Brasília, DF: Embrapa Cerrados, 2004.

SOUZA, E. R. B.; NAVES, R. V.; CARNEIRO, I. B.; LEANDRO, W. M.; BORGES, J. D. Crescimento e sobrevivência de mudas de cagaiteira (Eugenia dysenterica DC) nas condições do cerrado. Jaboticabal-SP. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 24, n 2, p 491-495, 2002.

SOUZA, I.; SALVIANO, A. A cultura do pequi (Caryocar brasiliense). Emater-MG, 2002. Disponível em: http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Fruticultura. Acesso em 23 de Abril de 2010.

VERA, R.; NAVES, R. V.; NASCIMENTO, J. L. do; CHAVES, L. J.; LEANDRO, W. M.; SOUZA, E. R. B. Caracterização de frutos de Pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.) no Estado de Goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical, 35 (2): p. 71-79, 2005, 71. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/pat/article/viewArticle/2253. Acesso em: 15 de Abril de 2010.

Referências

Documentos relacionados

Por exemplo, a nível das novas áreas (em particular a AP) não é fácil porque pede muito mais trabalho dos professores e pede uma nova postura da parte do professor (que passa a

After this matching phase, the displacements field between the two contours is simulated using the dynamic equilibrium equation that bal- ances the internal

Próximo à desembocadura e seguindo pelo estuário inferior, no estuário médio bem como em grande parte do estuário superior se observa, igualmente, a concentração de areias

Manuel João Neves Ferreira Pinto Survivin Role in Pulmonary Arterial Hypertension..

Não tentarei sintetizar a interpretação de Armindo de Sousa sobre o parlamento medieval, dado que as suas propostas mais fraturantes foram já evidenciadas, de forma incisiva, por

The study presented here aims to assess the quality of learning that occurred by the introduction of an educational application in the teaching/learning process

Porém, a presença de um item errático, e de efeito teto para os indivíduos com início do arco doloroso acima de 120° de elevação do braço somados ao funcionamento diferencial de