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ATUALIDADES EMPRESARIAIS (Organização de Rafael Sirangelo Belmonte de Abreu)

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Academic year: 2021

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(Organização de Rafael Sirangelo Belmonte de Abreu)

1 – Rompimento de Contrato Pautado pela Boa-Fé é Possível nas Relações de Concessão Automobilística

Decidindo, em sede de Recurso Especial, liminar concedida em ação relativa a rompimento de contrato entre montadora de automóveis e concessionária, o Superior Tribunal de Justiça, com decisão da sua 4ª Turma acompanhando o voto do Relator, Ministro Luis Felipe Salomão, entendeu cabível o rompimento de contrato de forma imotivada desde que tal comportamento não configure afronta à boa-fé contratual. Entendeu o Ministro que contrato de concessão não obriga as partes a manterem-se vinculadas ad aeternum, mas impõe que o exercício do rompimento não se dê de forma desmotivada, imoderada ou anormal. A decisão se deu no Recurso Especial nº 966.163/RS.

2 – Lei de Arbitragem Tem Aplicação Imediata Mesmo para as Cláusulas Compromissórias Antes de Sua Vigência

A 1ª Turma do STJ decidiu, confirmando decisões anteriores, que a Lei 9.307/96 tem incidência imediata nos contratos em que estiver incluída cláusula arbitral, inclusive naqueles celebrados anteriormente à sua vigência. No caso em questão, o REsp 933.371/RJ, o Superior Tribunal de Justiça afastou decisão do Tribunal de origem que acolhia a tese de irretroatividade da nova lei, remetendo o processo de volta ao TRF da 2ª Região para apreciação do mérito da apelação. No voto do Ministro Arnaldo Esteves Lima, ficou consignado que a lei tem natureza eminentemente processual e, portanto, tem eficácia imediata nos contratos firmados anteriormente.

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3 – Mora do Devedor em Contrato de Compra e Venda com Reserva de Domínio Começa a Partir do Protesto

Julgando o REsp 762.799/RS, a 4ª Turma do STJ, em decisão do Ministro Luis Felipe Salomão, decidiu que é desnecessária a interpelação pessoal do devedor para que este se constitua em mora nos casos em que há contrato de compra e venda com reserva de domínio. O simples protesto efetivado constitui a mora debitoris, permitindo a acolhida de pedido de rescisão contratual com busca e apreensão do bem vendido sob a referida cláusula.

4 – Exceção de Pré-Executividade em Execução de Contrato de Seguro Não Pode Ser Analisada se Depende de Dilação Probatória

No Recurso Especial 1.063.211/MG, a 3ª Turma do STJ decidiu pela impossibilidade de análise de exceção de pré-executividade nos casos em que necessária dilação probatória para comprovação dos fatos alegados. No caso, um contrato de seguro de acidentes pessoais executado, foi apresentada exceção de pré-executividade, cuja análise dependia de dilação probatória.

O voto do Ministro Sidnei Beneti consignou a impossibilidade de apreciação da exceção naquilo que demanda produção de prova, além de pontuar que o prazo prescricional (de um ano) da cobrança do seguro conta a partir da ciência da incapacidade definitiva do segurado, suspendendo-se com o requerimento administrativo, voltando a contar apenas a partir da ciência do indeferimento do pedido.

5 – Responsabilidade Civil da Empresa Representada pela Sua Crise Financeira que Afeta os Negócios da Empresa Representante

O Superior Tribunal de Justiça decidiu recentemente que a empresa cuja representante, em face de crise financeira devida a problemas na sua administração, sofre reflexos a ensejar perda de clientela e consequências patrimoniais deve responder pelo prejuízo material e moral desta, se comprovado o nexo de causalidade entre a crise vivida pela representada e o prejuízo sofrido pela representante.

No caso em concreto, o Recurso Especial 970.708/BA, o Ministro Sidnei Beneti, da 3ª Turma, entendeu haver direito à indenização pelos

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danos morais sofridos pela empresa que detinha contrato de exclusividade com a representada. Ainda, decidiu o Relator que, havendo comprovação do nexo de causalidade pelo Tribunal de origem, tal matéria não pode ser analisada pela instância superior. Assim sendo, manteve-se a condenação da representada pelos danos arcados por sua representante, em razão da crise daquela.

6 – ICMS é Devido no Estado Destinatário Final do Produto Quando Este Deriva de Importação

Em Recurso Especial envolvendo discussão relativa ao momento da cobrança do ICMS nos produtos importados, a 1ª Turma do STJ assentou entendimento no sentido de que o imposto é devido ao Estado onde se localiza o destinatário final da mercadoria, independentemente do lugar em que o produto tenha chegado ao país. O caso, que teve votos-vista no sentido de que a matéria, por ser estritamente constitucional, não deveria ser apreciada por aquela Corte e sim pelo Supremo Tribunal Federal, define a questão para os casos de importação indireta, em que há intermediador na operação, sendo o Estado destinatário diferente daquele que recebe a mercadoria.

7 – Proprietário do Terreno em que se Daria Incorporação Não Responde, na Execução de Título Judicial, pelas Perdas e Danos a que Foi Condenada Incorporadora

Em execução de título judicial, relativo à condenação nas perdas e danos sofridas por promitente comprador de imóvel em incorporação imobiliária, afastou-se a possibilidade de redirecionamento ao proprietário do terreno onde se construiria o empreendimento. A sentença condenou a incorporadora a devolver as parcelas pagas, em razão do inadimplemento na construção do imóvel. A exequente postulou, em execução, a alteração do polo passivo para que pudesse ser executado o proprietário do imóvel em que se daria a incorporação.

O Superior Tribunal de Justiça, decidindo o Recurso Especial 656.457/DF, decidiu pela impossibilidade de deferimento da medida em razão da natureza jurídica diversa da relação jurídica havida entre promitentes compradores e proprietário do terreno. Decidiu a 4ª Turma,

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nesse sentido, que a incorporadora é quem deve arcar com a indenização, seguindo voto do Ministro Luis Felipe Salomão.

8 – Responsabilidade do Fornecedor e do Fabricante pelo Defeito de Fabricação em Carro Novo

Havendo defeito de fabricação a ensejar reparação de danos, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, são responsáveis solidários tanto o fornecedor (concessionária) quanto a fabricante do automóvel. No Recurso Especial 912.722, o Ministro Aldir Passarinho Junior, da 4ª Turma do STJ, decidiu pela aplicação do art. 18 do CDC, a ensejar responsabilidade solidária de ambos (fabricante e vendedor), em razão de ser o carro novo quando comprado. Além disso, consignou-se que poderá o consumidor escolher entre a substituição do automóvel, a restituição do preço ou o seu abatimento proporcional. Com a decisão, ainda, diminuiu-se o valor arbitrado como indenização por danos morais, de forma a evitar enriquecimento ilícito do consumidor.

9 – Descontos Previdenciários Não Repassados ao INSS Devem Ser Restituídos Independentemente do Concurso de Credores no Caso de Falência

Acompanhando orientação do STF, os Ministros da 1ª Turma decidiram pela necessidade de restituição direta dos valores arrecadados por empresa falida como contribuição previdenciária. Tais valores, por não fazerem parte do patrimônio da empresa, não entram no concurso de credores e devem ser devem ser restituídos antes do pagamento de qualquer crédito, ainda que trabalhista. A decisão do Recurso Especial 1.883.383/RS é de relatoria do Ministro Luiz Fux.

10 – Sistema de Informações de Crédito do Banco Central é Considerado Cadastro Restritivo de Crédito

Julgando o Recurso Especial 1.099.527, a Relatora, Ministra Nancy Andrighi, decidiu pela ocorrência de descumprimento de ordem judicial por instituição financeira em razão da manutenção do nome de suposta devedora no sistema de informações de crédito do Banco Central. No caso em concreto, a consumidora havia obtido liminar em ação revisional que

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crédito enquanto o débito estivesse sendo discutido. No entanto, a manutenção de seu nome no sistema do BACEN foi entendida como descumprimento da ordem.

A Relatora entendeu que o sistema de informações de crédito do banco configura-se como restritivo de crédito, visto que avalia a capacidade de pagamento do consumidor de serviços bancários.

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