• Nenhum resultado encontrado

EFICIÊNCIA DA MODIFICAÇÃO TÉRMICA DA MADEIRA NA RESISTÊNCIA AO ATAQUE ORGANISMOS XILÓFAGOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EFICIÊNCIA DA MODIFICAÇÃO TÉRMICA DA MADEIRA NA RESISTÊNCIA AO ATAQUE ORGANISMOS XILÓFAGOS"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

EFICIÊNCIA DA MODIFICAÇÃO TÉRMICA DA MADEIRA NA RESISTÊNCIA AO ATAQUE ORGANISMOS XILÓFAGOS

Marcos Alves NICACIO1*, Juarez Benigno PAES1, Sara Freitas de SOUSA1, Pedro Nicó de MEDEIROS NETO1, Victor Fassina BROCCO1, Luciana Ferreira da SILVA1

1 - Departamento de Ciências Florestais e da Madeira, Universidade Federal do Espírito Santo-UFES, Jerônimo Monteiro/ES, Brasil

*sdnicacio@gmail.com

Resumo: A biodegradação da madeira pode ser causada por bactérias, fungos, insetos, moluscos e crustáceos, sendo os principais agentes os fungos e os insetos, os responsáveis pelas maiores perdas nos diversos produtos florestais madeireiros. São adotados vários métodos de para prevenir a deterioração da madeira, dentre eles os métodos convencionais, com uso de substâncias preservativas e os não convencionais, como o tratamento de modificação térmica, que melhora algumas propriedades da madeira, como a resistência à biodegradação e a estabilidade dimensional, produzindo um material novo que ao final do ciclo de uso não apresenta perigo ambiental superior ao da madeira não tratada. Diante do exposto, o presente trabalho propõe uma revisão da literatura sobre tratamento de madeira por meio do processo de modificação térmica contra organismos xilófagos, ressaltando a importância e vantagem econômicas e ambientais desse processo. Logo, pode se considerar que o tratamento térmico além de diminuir o ataque de fungos e cupins, possui como consequência a alteração da cor da madeira, que se torna mais escura. Trata-se de um método mais barato que a os métodos convencionais que fazem uso de produtos químicos, que muitas das vezes acarretam em maior custo. O processo é mais vantajoso em virtude da não exposição do homem a produtos tóxicos e nocivos ao ambiente. A modificação térmica proporciona um aumento na estabilidade dimensional, assim reduzindo consideravelmente nos movimentos de contração e inchamento, fatores esses que garantem a boa aplicabilidade da madeira.

Palavras-chave: tratamento térmico; biodegradação; fungos; insetos.

Abstract: The biodegradation of wood may be caused by bacteria, fungi, insects, mollusks and crustaceans, wherein fungi and insects are responsible for the major attacks and losses in the various wood-based products. Many methods to prevent wood biodeterioration are used, including conventional methods, with the use of preservative substances, and the unconventional methods, such as thermal modification treatment, which improves some properties of wood, as resistance to biodegradation and dimensional stability, producing a new material, which at the end of lifetime will not present an environmental hazard higher than untreated wood. Given the above, this paper proposes a literature review about the treatment of wood through the thermal modification process and its effects against wood-destroying organisms, emphasizing the importance and economic and environmental advantages of this process. Thus, it can be considered that the heat treatment, in addition to reducing the attack of fungi and termites, has the effect of modifying the wood color, which becomes darker. The heat treatment is a cheaper method than the conventional methods that use chemicals to treat wood, which often entail a higher cost. The process is more

(2)

advantageous due to the no exposure of human to toxic and harmful products. The thermal modification provides an increase in dimensional stability, significantly reducing the shrinkage and swelling movements, factors that ensure the good applicability of wood.

Keywords: heat treatment; biodeterioration; fungi; insects.

1 INTRODUÇÃO

A madeira é um material que desde os primórdios da humanidade é utilizada, e no decorrer do tempo não perdeu seu valor. O homem com o passar do tempo vem se preocupando cada vez mais com a duração e utilização desse material, que muitas das vezes, tem mais vantagem que colunas de concreto ou de vigas de ferro.

Com isso, o estudo sobre preservação da madeira vem ganhado grande importância no campo de pesquisa na área de tecnologia de produtos florestais.

A madeira possui certas limitações para seu uso, por apresentar vulnerabilidade a degradação biológica e fatores do meio, além de possuírem variações dimensionais. A modificação das propriedades da madeira vem se tornando um dos principais métodos no campo da pesquisa na área de tecnologia quem envolvem o setor madeireiro. Tais modificações influenciando na durabilidade da madeira.

A variação dimensional das madeiras influencia no uso de algumas espécies em que a estabilidade dimensional é um fator primordial. A escolha de espécies que apresentam madeiras mais estáveis pode possuir como limites os fatores econômicos e a pouca disponibilidade deste material (CALONEGO, 2009).

A madeira utilizada para fins exteriores, em contato direto com umidade, exposta às intempéries e a locais com elevada classe de risco de ataque por fungos apodrecedores e insetos xilófagos (BATISTA, 2012). O processo de degradação biológica da madeira, apesar de ser algo natural, não deve ser considerado como algo inevitável, pois há métodos preservativos para combater e prevenir o ataque de organismos xilófagos à madeira.

A biodegradação da madeira é causada por organismos xilófagos compreendidos basicamente por bactérias, fungos, insetos, moluscos e crustáceos. Sendo os fungos e os insetos os grupos de maior preocupação, responsáveis pelas maiores perdas nos diversos produtos florestais madeireiros (ALVES e MENDES, 2002).

Grande parte dos produtos derivados da madeira carece de tratamento preservativo. Na maioria das vezes, a madeira pode ser tratada com eficiência e baixo custo. Outras espécies são extremamente resistentes à impregnação, tornando uma operação muitas vezes difícil e cara (ROCHA, 2001).

O tratamento térmico ou modificação térmica da madeira pretende melhorar algumas propriedades como a resistência à biodegradação e a estabilidade dimensional, produzindo um material novo que no fim do seu ciclo de uso não apresenta um perigo ambiental superior ao da madeira não tratada, evitando o uso de produtos químicos que possa causar algum dano ao homem ou ao meio. (EUFLOSINO, 2012)

O tratamento térmico da madeira apresenta característica positivas, comparando com os métodos tradicionais que fazem uso de produtos químicos, enquadrando-se nas técnicas benéficas, tanto pelo motivo de menor custo, quanto à redução de uso de substâncias químicas. Tais tratamentos devem promover a sustentabilidade pela baixa utilização de energia no processo e objetivar a substituição dos métodos tradicionais, os quais utilizam produtos químicos poluentes. O tratamento térmico possuir características positivas quando comparado aos métodos tradicionais de tratamento da madeira (HILL, 2006).

(3)

No intuito de suprir a demanda por madeiras mais resistentes a organismos xilófagos e diminuir a pressão sobre as florestas, a utilização da modificação térmica de madeira de espécies plantadas e de crescimento rápido, vem sendo uma opção para melhorar a utilização destas madeiras, que na maioria das vezes, são consideradas problemáticas do ponto de vista tecnológico, diversificando-as para outros usos, e ampliando seu potencial econômico.

Diante do exposto o presente trabalho propõe uma revisão da literatura sobre tratamento de madeira pelo processo de modificação térmica, contra organismos xilófagos, ressaltando a importância e vantagem econômicas e ambientais do processo.

2 DURABILIDADE NATURAL DA MADEIRA

A resistência da madeira aos fatores abióticos e bióticos é chamada durabilidade natural e corresponde ao tempo no qual a madeira mantem sua utilidade sem proteção especial, com tratamento químico. Caso a madeira em serviço não seja protegida dos organismos xilófagos e dos fatores ambientais, sua durabilidade é ilimitada (TSOUMIS, 1991). Geralmente, as folhosas apresentam maior resistência natural em comparação as coníferas, isto é ocasionado por pela presença de extrativos, os quais repelem o ataque de alguns organismos xilófagos (OLIVEIRA et al., 2005).

Ter conhecimento das características da resistência natural da madeira é relevante para que se possa indicar o emprego mais adequado, evitando gastos desnecessários com a conservação ou com reposição de peças deterioradas, uma vez que o conhecimento da resistência biológica da madeira tende a reduzir os impactos sobre as florestas naturais remanescentes (PAES et al.,2004).

A durabilidade natural da madeira e suas propriedades são fatores primordiais para determinar a sua finalidade para o uso adequado (ALVES e MENDES, 2002). Além disso, o comportamento de uma mesma madeira pode ser diferente em ambientes distintos, pois eles apresentam características de umidade, insolação, aeração, temperatura e presença de organismos xilófagos. Tais fatores atuam conjuntamente sobre a madeira, determinando sua durabilidade natural (MENDES e ALVES, 1988).

Nenhuma espécie de madeira, nem mesmo aquelas de reconhecida durabilidade natural é capaz de resistir indefinidamente às intemperes e variações das condições ambientais, além do ataque de organismos xilófagos. Por ser material de natureza orgânica, a decomposição e a deterioração da madeira compreendem etapas naturais de seu ciclo (SILVA, 2006).

Segundo Trevisan (2006), processos que envolvem a deterioração da madeira devem ser pesquisados, buscando a sua melhor utilização e o aproveitamento máximo das propriedades da cada madeira, acarretando em uma redução de gastos e desperdícios desnecessários com reposição de peças.

Além disso, o comportamento de uma mesma madeira pode ser diferente em ambientes distintos, pois eles apresentam características de umidade, insolação, aeração, temperatura e presença de organismos xilófagos. Tais fatores atuam conjuntamente na madeira, determinando sua durabilidade natural (MENDES e ALVES, 1988).

Atualmente, o mercado requer produtos de bom desempenho, menor custo, esteticamente agradáveis e crescentemente sadios do ponto de vista ambiental, levando em consideração fatores que vão ao encontro dessa ideia, tais como escolha da espécie da madeira com base nas propriedades intrínsecas de durabilidade natural e nível de desempenho

(4)

necessário para o componente ou estrutura de madeira, tais como vida útil e responsabilidade estrutural (ZENID, 2009).

3 BIODETERIORAÇÃO DA MADEIRA

A degradação da madeira pelos agentes mecânicos está inteiramente relacionada à dureza do material, como os efeitos da abrasão, combinados com os ataques de organismos xilófagos, principalmente os fungos apodrecedores (BENEVENTE, 1995).

A madeira possui inúmeras formas de utilização nos meios rural e urbano, no entanto, em virtude da sua estrutura e constituição química, sofre com ataque de vários organismos deterioradores. Dentre os organismos, os fungos e os térmitas são os responsáveis pela maior parte dos danos ocasionados a madeira (CAVALCANTE, 1982).

A deterioração da madeira ocorre de diferentes formas, seja por desgaste físico, químico ou biológico. Por conseguinte é importante que em cada ocasião de uso seja identificada a principal causa de ataque. Desta forma, o controle torna-se específico e eficiente. Tem-se, os principais tipos de degradação da madeira: desgaste mecânico, degradação física, química e biológica (ROCHA, 2001).

Os agentes de degradação biológica podem ser divididos em fungos e bactérias, que ocasionam a deterioração pela liberação de enzimas que reagem com os constituintes da parede celular a nível molecular, causando a quebra desta estrutura e por cupins, besouros e brocas marinhas que causam a deterioração ao escavar galerias através da estrutura da madeira com a finalidade de utilizá-la como abrigo ou alimento (ROCHA, 2001).

Geralmente, em cada nicho ecológico que a madeira é utilizada, ocorre uma interação de organismos que podem a atacar ao mesmo tempo. Porém, embora eles dificilmente ocorram de forma isolada, para melhor compreendê-los há necessidade de avaliar desta forma, para cada tipo de agente em particular (MORESCHI, 2011).

De acordo com Oliveira et al. (1986), a madeira sob ataque de fungos demonstra alterações na composição química, redução da resistência mecânica, da massa, modificação da cor natural, ampliação da permeabilidade, diminuição da capacidade acústica, aumento da inflamabilidade, diminuição do poder calorífico e maior propensão ao ataque de insetos, comprometendo, dessa forma, a sua qualidade e inviabilizando a sua utilização para fins tecnológicos.

Segundo Galvão (1975), os cupins ou térmitas, entre os insetos xilófagos, são os mais sérios agentes destruidores da madeira no meio terrestre. Compreendem cerca de 2000 espécies e vivem em colônias que são autênticas sociedades. Nas espécies de vida social mais evoluída, a colônia é constituída do casal real, dos operários, soldados e das formas sexuais aladas. Os cupins ao atacarem a madeira, atacam basicamente em busca de celulose, característica interessante dos cupins que atacam a madeira, e o meio pelo qual digerem o alimento, sendo digerida nos seus intestinos por uma grande quantidade de minúsculos seres unicelulares.

Para se obter um alto grau de resistência com espécies vulneráveis a agentes biodegradadores, especialmente na produção de madeira serrada, laminados e compensados, são necessários cuidados e técnicas de preservação, os quais têm início já no momento em que a árvore é derrubada. Porém, em função de uma série de dificuldades impostas pela própria floresta, muitos procedimentos que são recomendados, tornam-se operacionalmente impraticáveis (ROCHA, 2001).

(5)

4 PROCESSO DE MODIFICAÇÃO TÉRMICA DA MADEIRA

As técnicas de modificação da madeira podem ser divididas em química, térmica, de superfície e por impregnação, sendo a modificação térmica que mais tem evoluído em termos comerciais nos últimos anos, por causa especialmente do baixo custo do processo (MODES, 2010).

Um dos tratamentos físico-químicos mais utilizados no tratamento de madeira é a modificação térmica. A madeira termorretificada é obtida por um processo de termo degradação, no qual seus constituintes se degradam, na maioria das vezes pela ausência de oxigênio, ou forte deficiência de ar, podendo assim ser considerada como um produto de uma pirólise controlada, interrompida antes de atingir o patamar das reações exotérmicas (BORGES e QUIRINO, 2004). Esses autores afirmam ainda que a modificação térmica é utilizada para conferir maior dureza superficial, maior resistência à degradação fúngica e maior estabilidade dimensional à madeira, ao reduzir a capacidade da madeira de perder o ganhar água com o meio, reduzindo os problemas de contração e inchamento.

A termorretificação é um tipo de tratamento térmico que visa aumentar a durabilidade natural e melhorar a aparência de madeiras de menor valor econômico, alterando suas propriedades físicas. A madeira termorretificada adquire colorações semelhantes àquelas de madeiras tropicais de maior valor econômico agregado, considerável resistência a fungos xilófagos e à ação climática, alta estabilidade dimensional e baixa higroscopicidade (MOURA et al., 2012).

A modificação térmica é um processo de modificação de peças de madeira a partir da aplicação de calor em elevadas temperaturas, que podem variar entre 180 e 260 °C; abaixo de 140 °C, as modificações ocorridas são irrelevantes e, acima de 260 °C passam a comprometer a integridade das amostras, quando se inicia a combustão espontânea da madeira (HILL, 2006).

Paes et al. (2015) ao realizar estudo sobre o tema encontrou para a madeira de

Corymbia citriodora que o tratamento térmico nas temperaturas de 220 e 240 °C

proporcionou melhoria na resistência ao cupim Nasutitermes corniger e a temperatura de 160 °C causou decréscimo na resistência da madeira.

As alterações são seguidas por várias mudanças almejáveis nas propriedades físicas, contendo a redução da contração e inchamento, redução do conteúdo de umidade de equilíbrio, melhora na resistência às intempéries, coloração escura decorativa e maior resistência ao apodrecimento (KORKUT e BEKTAS, 2008).

O tratamento térmico da madeira varia desde a eliminação de água (secagem) até a produção de gás (gaseificação), e, no gradiente entre esses dois extremos, há a eliminação e formação de diversas substâncias, segundo reações simples e complexas, resultando em alterações químicas, físicas e mecânicas tão mais significativas com o aumento da temperatura (RODRIGUES, 2009). Esse método trata-se de um processo em escala industrial em vários países europeus, mais englobando Finlândia, França, Alemanha e Holanda, respectivamente denominados “Finnish Thermowood”, “French Retification” e “Bois Perdure”, “Oil Heat Treatment” e “Dutch Plato Wood” (RODRIGUES, 2009).

Nunes (2009) descreve as etapa desses processos de tratamento, como:

a) Retifiction (Bois Retifié): essa tecnologia é aplicada quando a madeira apresenta um teor de umidade inicial de 12%, a qual é tratada com temperaturas variando entre 210 e 240 ºC, na presença de nitrogênio;

b) Bois Perdure: processo também desenvolvido na França como o anterior, no qual a madeira verde e tratada a 230 ºC, sob o vapor gerado pela água contida na própria madeira;

(6)

c) Oil Heat Treatment - OHT: processo bastante diferenciado, em que a madeira é tratada em um tanque fechado imersa em óleo quente, com 8 temperaturas variando entre 180 e 220 ºC, durante 2-4 horas, não considerando o tempo de aquecimento inicial e resfriamento pós-tratamento;

d) Plato Wood: essa tecnologia esta embasada em quatro etapas: (a) hidrotermólise: tratamento térmico a 150 - 180 ºC, em condição aquosa sob pressão atmosférica (4-5 horas); (b) secagem convencional (3 - 5 dias); (c) tratamento térmico a 150-190 ºC sob condições secas (14 - 16 horas); e (d) condicionamento (2 - 3 dias);

e) Thermowood: esse tratamento apresenta três diferentes fases: (a) secagem da madeira verde à alta temperatura (100 - 130 ºC); (b) tratamento térmico a 190 ± 2 ºC (Madeira

Thermo-S) ou 212 ± 2 ºC (Madeira Thermo-D), durante 2-4 horas, dependendo do produto

final que se deseja obter; e (c) resfriamento e reumidificação da madeira a 4-8%.

A madeira resultante do processo modificação térmica trata-se de um material que se encontra no intermediário entre a biomassa e o carvão vegetal, por se tratar de um processo de pirolise controlada, e não atingem ao 280 ºC, momento esse em que inicia a combustão espontânea da madeira (BORGES e QUIRINO, 2004; RENDEIRO et al., 2008).

Brito et al. (2006) ao compararem o material sólido termo tratado com a madeira em condições normais, relata que a modificação térmica fornece características diferenciadas ao corpo vegetal, algumas delas podendo se tornar interessante para aplicações diferenciadas. Hill (2006) ressalta que o tratamento de modificação térmica da madeira é mais conveniente que os métodos convencionais que empregam substâncias químicas, por este possuir características positivas, como a menor agressividade ao homem e ao ambiente.

Calonego (2009), em estudo desenvolvido para avaliar o efeito da modificação térmica na qualidade da madeira de Eucalyptus grandis, mostrou que esta técnica possui um grande potencial para melhorar a estabilidade dimensional e a resistência natural do material, embora, diminua algumas de suas propriedades mecânicas.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A modificação térmica diminui tanto o ataque de fungos e cupins, quanto à variação dimensional da madeira, porém possui como consequência a alteração da cor da madeira que se torna mais escura, o que vantajoso para algumas aplicações, pois a cor da madeira termo tratada se assemelha com a de espécies mais nobres.

Trata-se de um método mais barato que a os métodos convencionais que fazem uso de produtos químicos, que muitas das vezes acarretam em um custo maior no processo. O processo se torna mais vantajoso em virtude não exposição do homem a esses produtos, que podem ser tóxico, tornando-os nocivos.

A modificação térmica proporciona um aumento na estabilidade dimensional, assim reduzindo consideravelmente nos movimentos de contração e inchamento. Fatores esse que garante a boa aplicabilidade dessa madeira, não tendo assim grandes preocupações em relação higroscopicidade.

(7)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, M. V. S.; MENDES, A. S. Biodegradação e preservação da madeira. Brasília: LPF, 41 p. 2002.

BATISTA, D. C. Modificação térmica da madeira de Eucalyptus grandis em escala industrial pelo processo brasileiro VAP HolzSysteme®. 2012. 332 f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

BENEVENTE, V. A. Durabilidade em construções de madeira. Uma questão de projeto. 1995. 231 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. 1995.

BORGES, L. M.; QUIRINO, W. F. Higroscopicidade da madeira de Pinus caribaea var.

hondurensis tratado termicamente. BIOMASSA & ENERGIA, v. 1, n. 2, p. 173-182, 2004.

BRITO, J. O.; GARCIA JUNIOR, B.; PESSOA, A. M. C.; SILVA, P. H. M. Densidade básica e retratibilidade da madeira de Eucalyptus grandis submetida a diferentes temperaturas de modificação térmica. CERNE, v. 12, n. 2, p. 182-188, 2006.

CALONEGO, F. W. Efeito da modificação térmica nas propriedades físicas, mecânicas e na resistência a fungos deterioradores da madeira de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. 2009. 149 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2009.

CAVALCANTE, M.S. 1982. Deterioração biológica e preservação de madeira. São Paulo: IPT, 1982. 40 p. 40 p. (Pesquisa e Desenvolvimento, 8).

EUFLOSINO, A. E. R. Eficiência da termorretificação na resistência das madeiras de

Corymbia citriodora e Pinus taeda a térmitas xilófagos. 2012, 40 f. Monografia (Engenheira

Industrial Madeireira) – Universidade Federal do Espirito Santo, Jeronimo Monteiro, 2009. HILL, C. A. S. Wood Modification: Chemical, Thermal and Other Processes. 1st.

Chichester: John Wiley & Sons, 2006. 260p.

Disponivel em: <http://dx.doi.org/10.1002/0470021748>. Acesso em: 10 Jun. 2015.

KORKUT, S.; BEKTAS, I. The effects of heat treatment on physical properties of uludag fir (Abies bornmuelleriana Mattf.) and scots pine (Pinus sylvestris L.) wood. FOREST PRODUCTS JOURNAL, v. 58, n. 3, p. 95-99, 2008.

MODES, K. S. Efeito da retificação térmica nas propriedades físicomecânicas e biológica das madeiras de Pinus taeda e Eucalyptus grandis. 99 f. 2010. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Santa Maria, 99 f, 2010.

MOURA, L.F.; BRITO, J.O.; BORTOLETTO JÚNIOR, G. Efeitos da termorretificação na perda de massa e propriedades mecânicas de Eucalyptus grandis e Pinus caribaea var. hondurensis. Floresta, Curitiba, PR, v. 42, n. 2, p.305-314. 2012.

(8)

MORESCHI, J. C. Biodegradação e preservação da madeira. 3 ed. Curitiba: UFPR, 2011. OLIVEIRA, A. M. F.; LELIS, A. T.; LEPAGE, E. S.; CARBALLERA LOPEZ, G. A.; OLIVEIRA, L. C. S.; CAÑEDO, M. D.; MILANO, S. Agentes destruidores da madeira. In: LEPAGE, E. S. (Coord.). Manual de preservação de madeiras. São Paulo: IPT, 1986. v. 1, p. 99-279.

OLIVEIRA, J. T. S.; SOUZA, L. C.; LUCIA, R. M. D.; SOUZA JÚNIOR, W. P. Influência dos extrativos na resistência ao apodrecimento de seis espécies de madeira. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5, p.819-826, 2005.

PAES, J. B.; MORAIS, V. M.; LIMA, C. R. Resistência natural de nove madeiras do semiárido brasileiro a fungos xilófagos em condições de laboratório. REVISTA ÁRVORE, v.28, n.2, p.275-282, 2004

PAES, J.B.; SEGUNDINHO, P. G. A.; EUFLOSINO, A. E. R.; SILVA M. R.; CALIL JUNIOR, C.; OLIVEIRA, J. G. L. Resistance of thermally treated woods to Nasutitermes

corniger in a food preference test. MADEIRA Y BOSQUES, v. 21, n. 1, p. 157-164, 2015.

RODRIGUES, T. O. Efeitos da torrefação no condicionamento de biomassa para fins energéticos. 2009. 71 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

SILVA, J. C. Métodos práticos de tratamento de madeira na propriedade rural. Viçosa: UFV, 2006. (Boletim de Extensão, 49).

TREVISAN, H. Degradação natural de toras e sua influência nas propriedades físicas e mecânicas da madeira de cinco espécies florestais. 2006. 56 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Seropédica, 2006. TSOUMIS, G. T. Science and technology of wood: structure, properties, utilization. New York: Chapman & Hall, 1991.

ZENID, G. J. Madeira: uso sustentável na construção civil. 2 ed. São Paulo: Inst ituto de Pesquisas Tecnológicas, 2009.

Referências

Documentos relacionados

a) permanganato de potássio, sulfito de magnésio e hipoclorito de sódio. b) manganato de potássio, sulfato de magnésio e clorito de sódio. c) ácido mangânico, sulfito de magnésio

A pergunta de até que ponto o conceito de cultura, e como corolário deste, a permanência das diferenças culturais, ocorre no processo de globalização e em

inclusive os certificados e comprovantes de todas as atividades citadas. Pede-se que os certificados sejam numerados de acordo com a ordem em que são citados no

Os dados coletados e apresentados no quadro destacado acima demonstram que foram utilizados os lucros líquidos da empresa, no qual foram acionadas despesas não

Nota-se também que os valores da razão de participação vão decaindo levemente, e passam a apresentar modulações e que não houve adição de estados na Energia E/t = 0

A contribuição deste trabalho é a agregação dos algoritmos geradores de agrupamentos hierárquicos e não hierárquicos e as métricas de validação de

As microempresas e empresas de pequeno porte são apontadas como as grandes responsáveis pela abertura de novos postos de trabalho no Brasil (Você S.A., 2002).. Além disso, o país

Para os entrevistados, o aprendizado a partir da transição de carreira passou a possuir um novo significado para sua vida profissional, constatou-se ser possível definir o aprendizado