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ANÁLISE DA VIABILIDADE DE MELHORIA PRODUTIVA A PARTIR DA APLICAÇÃO DA MANUFATURA ENXUTA NA INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES

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Academic year: 2021

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ANÁLISE DA VIABILIDADE DE MELHORIA

PRODUTIVA A PARTIR DA APLICAÇÃO DA

MANUFATURA ENXUTA NA INDÚSTRIA DE

CONFECÇÕES

Milena Damiana Mota Martins (Unifacs )

mmilamota16@gmail.com

Glauber Araujo Alencar Cartaxo (Unifacs )

eng.cartaxo@gmail.com

Existem questionamentos no mercado sobre a efetividade do uso das técnicas da manufatura enxuta na área produtiva de uma empresa, bem como, os benefícios imediatos apresentados a partir de sua aplicação. Este presente trabalho traz algumas destas discussões que levam muitos gestores de produção a optarem pelo uso desta metodologia de melhoria de processo, assim como, os resultados obtidos com estudos realizados e os resultados esperados com sua aplicação na indústria de confecções em geral. A coleta de dados se dá através de estudo bibliográfico e discussões obtidas através de trabalhos desenvolvidos por alguns autores e pelo estudo realizado em uma fábrica de médio porte na região Nordeste do Brasil. É possível perceber nesta pesquisa que este método está diretamente ligado ao Pensamento Enxuto proposto originalmente por Taiichi Ohno na década de 50, e onde é relatado o início do Lean Manufacturing, sendo utilizado como forma de reduzir desperdícios e valorizar o fluxo produtivo que agrega valor ao produto final, com custos inferiores à técnicas aplicadas convencionalmente no mercado. O método de abordagem científica é o Dedutivo, pois parte do pressuposto que o método utilizado neste trabalho promove redução de tempo perdas processuais, validando a aplicabilidade desta técnica.

Os resultados obtidos ratificam o uso desta técnica para identificação de modo pontual dos principais desperdícios a serem eliminados do processo produtivo como sendo o fator substancial na redução do tempo de processamento. Além de demonstrar sua flexibilidade de implantação nos diferentes ambientes fabris.

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Palavras-chaves: Indústria de Confecção. Manufatura Enxuta. Mapa de Fluxo de Valor

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1. Introdução

A realidade tecnológica mundial, bem como, as disputas competitivas entre as organizações, tem obrigado aos analistas corporativos a interagir de modo significativo com as teorias de gerenciamento das atividades produtivas; objetivando alcançar as metas empresariais estabelecidas e aumento do Market Share no mercado. Portanto, a Manufatura Enxuta - ME é um método para auxiliar essas corporações a alcançarem o alvo pretendido por meio do uso de variadas práticas gerenciais como o Just in Time, sistemas de qualidade, manufatura celular, mapa de fluxo de valor - MFV, entre outros; segundo (FILHO; FERNANDES, 2004). Segundo Womack e Jones (2003), as instituições fabris, em geral, buscam resolver seus problemas competitivos de curto prazo e a redução de custos mediante iniciativas como eliminação de empregos, desvios de receita de seus clientes e extração de lucro de seus fornecedores rotulando tais ações como parte de programas “enxutos”. Porém, nada têm a ver com o pensamento Enxuto e a metodologia Lean proposta originalmente por Taiichi Ohno na década de 50 quando formulou as técnicas de gerenciamento produtivo da Toyota Motor Company através da identificação dos sete desperdícios, estoque zero e o Just in Time.

De acordo com Womack e Jones (2003), “o pensamento enxuto é uma forma de especificar valor, alinhar na melhor sequência de ações que criam valor, realizar essas atividades sem interrupção toda vez que alguém as solicita e realizá-la de forma cada vez mais eficaz”. Este pensamento está inteiramente conectado a ME, pois parte-se do pressuposto que para eliminar o que não agrega valor, imprimir velocidade à empresa e atender aos requisitos do cliente específico, é necessário que o produto ou serviço específico com capacidades específicas oferecidas a preços específicos sejam para tais consumidores.

2. Justificativa

A indústria de confecções é um segmento bastante disseminado espacialmente no mundo (como observado na Figura 1 abaixo) e contribui como estratégica fonte de renda e emprego para inúmeras regiões, principalmente por utilizar de forma intensa a mão-de-obra, apesar dos avanços tecnológicos de equipamentos do setor. Neste tipo de organização a flexibilidade e a

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4 sazonalidade prevalecem, o que contribui para que a demanda na produção de modelos variados sejam flutuantes com altos estoques entre processo e de matéria-prima. Esses fatores para Silva (2009) têm por consequência variados fluxos produtivos e aumento da complexidade das atividades de PCP.

Figura 1 – Comércio internacional de têxtil e vestuário

Fonte: BNDES, (2009).

O grande número de micro e pequenas empresas no setor justificam-se pelo mercado consumidor extremamente segmentado e pelo baixo custo dos funcionários que ainda exercem grande influência na decisão de investir e nas estratégias de mercado dos empreendimentos (SILVA, 2009). Entretanto, como é defendido por Werkema (2006), o Lean pode ser aplicado em todo o tipo de trabalho ou organização e defendido também por outros autores, como, Da Silva (2009), Filho e Fernandez (2004), Bruno e Maldonado (2005), Nazareno et. al. (2001) e Da silva et. al. (2003) que estudaram através de aplicação prática da Manufatura Enxuta sua viabilidade diante dos mais diversos campos produtivos.

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3. Metodologia

Este presente trabalho tem por objetivo avaliar a viabilidade de melhoria produtiva no segmento de confecção a partir do uso da filosofia da manufatura enxuta. E traz em seus principais pontos de discussão, a importância de aplicação de métodos de manufatura enxuta no desenvolvimento da indústria de confecções no cenário produtivo atual através de um estudo aplicado realizado em uma fábrica de confecções de médio porte no nordeste do Brasil. Deste modo, busca-se através de métodos quantitativos de análise uma estudo sobre o tema contextualizando-o com as características deste seguimento industrial para propor uma maior visualização sobre o uso desta ferramenta em setores com alta heterogeneidade produtiva e difícil controle de PCP (Planejamento e Controle da Produção), como é verificado.

Para isso, foram realizados estudos sobre a empresa e visitas à fábrica, para compreensão das etapas de fabricação e de sua estrutura fabril, durante cerca de 3 meses antes da coleta de dados. No espaço de um mês foram estudadas diversas ferramentas da ME para ser empregado no estudo aplicado. A partir daí, foram necessário mais 5 meses de coleta de informações, concentrados principalmente no setor de cronoanálise e PCP.

Este estudo foi realizado através de pesquisas bibliográficas acerca do uso da manufatura enxuta nos mais diferentes setores da indústria de transformação e no seguimento de confecção, conforme pesquisa bibliográfica, trazendo abordagem de diferentes autores sobre o método e sua eficácia. Segundo Da Silva e Menezes (2001), a revisão da literatura é fundamental, pois dá contornos mais precisos do problema a ser estudado, além de dar suporte ao desenvolvimento do trabalho.

A partir deste estudo pretende-se identificar as razões pelas quais a ME tem sido amplamente utilizada nas indústrias em geral, analisar dados obtidos em pesquisa de campo para avaliar a possibilidade de implantação deste método e Identificar os benefícios e limitações que a indústria de confecções possui para a introdução das práticas da ME. Com a elaboração deste estudo, pretende-se promover um ganho de conhecimento ao leitor quanto à metodologia da manufatura enxuta e suas principais ferramentas, bem como, uma visão mais abrangente sobre a indústria de confecções e a aplicabilidade do pensamento enxuto em um segmento rico de adversidades.

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4. Abordagem teórica

A ideia da manufatura enxuta, surgiu juntamente com o Sistema Toyota de Produção (TPS) e traz consigo a filosofia de zero desperdícios. A evolução desta filosofia se dar pela necessidade das empresas, no geral, produzirem cada vez mais com cada vez menos, e apesar do TPS trazer o conceito de zero desperdício, via-se uma enorme quantidade de variedades, baixos volumes com custos mínimos, investimentos reduzidos e elevado padrão de qualidade, afirma, De Menezes, (2012, p. 20). Entende-se então, que a abordagem Lean Manufacturing vem como um melhoria para o Sistema de Produção Toyota, baseando-se na necessidade produtiva atual.

Os autores Womack e Jones responsáveis por difundir o conceito de manufatura enxuta através dos livros – “A Máquina que Mudou o Mundo” de 1990 e “A mentalidade Enxuta” de 1996 – acompanharam durante anos várias empresas migrarem do sistema de produção em massa para a produção enxuta. Eles abordam a filosofia Lean como um método de planejamento e controle produtivo que interagem de forma dinâmica com toda a cadeia. Para os autores, o pensamento enxuto ou “Lean Thinking” é resumido em cinco princípios básicos (WOMACK; JONES, 2004):

a) Determinar precisamente o valor (definido pelo cliente) por produto específico; b) Identificar o fluxo de valor para cada produto;

c) Fazer o valor fluir sem interrupções;

d) Deixar que o cliente puxe valor do produto; e) Buscar a perfeição.

Como o Sistema Toyota de Produção, a Manufatura Enxuta acredita que tudo o que não acrescenta valor ao produto, segundo a perspectiva do cliente, é desperdício. Uma etapa produtiva que pode ser eliminada do fluxo produtivo, manter uma enorme variedade de produtos para os clientes que são vendidos apenas em um período do ano, um Lead Time produtivo enorme, por exemplo; são desperdícios que precisam ser reconhecidos, medidos e eliminados, pois comprometem o desempenho atual e futuro da organização.

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7 As ferramentas Lean auxiliam as organizações na identificação dos desperdícios (ações que não criam valor ou caraterísticas percebidas pelos clientes), mensuração e controle deste. Muitas de ferramentas do TPS e ME são amplamente difundidas e geralmente são aplicadas isoladamente dentro do ambiente corporativo, as principais e mais conhecidas são: Kaizen, 5’S, Sistema Kaban, Poka Yoke, Just in Time e o Mapa de Fluxo de Valor.

5. A indústria de confecções

A flexibilidade e variedade são as principais características da indústria de confecções. Este setor produtivo é bastante disseminada pelo mundo e atua como importante gerador de renda, porém, em sua grande maioria é formada por micro e pequenas empresas. Este setor sofre ação direta das variações da moda e mão de obra – geralmente desqualificada e utilizada para operar equipamentos pouco complexos, devido ao custo benefício – enorme mix de produtos e baixo investimento tecnológico; levando em consideração que a grande maioria das indústrias deste setor se destacam por serem de pequeno porte (BNDES, 2009).

É possível perceber que os elementos de influência são os responsáveis pela geração de variação de demanda, uso de mão de obra desqualificada, alto Lead time e dificuldades nas atividades de controle e monitoramento realizados pela área de PCP.

O baixo investimento tecnológico e financeiro do seguimento, técnicas de produção bem difundida, uso de máquinas de baixa complexidade, mão de obra barata e elevado número de micro e pequenas empresas, sintetizam o panorama de observação que deve-se ter ao figurar a aplicação de uma metodologia como a Manufatura Enxuta, que busca controlar todas as etapas do fluxo de valor para eliminar todo e qualquer tipo de desperdício, neste setor de transformação.

Por isto, este estudo visa apresentar uma série de análises feitas em uma indústria de confecções no nordeste do Brasil para atestar a possibilidade de aplicação deste método neste seguimento fabril tão heterogêneo, sazonal e de difícil controle de informação.

A ferramenta do ME utilizada será o mapa de fluxo de valor, instrumento este, que vai permitir um estudo detalhado de cada etapa produtiva de uma família de produto escolhida. Este mecanismo foi adotado, pois a forma de análise proposta por este instrumento atende as

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8 necessidades de tempo, cronoanálise e informações necessárias para a visualização de toda a área produtiva e controle de suas etapa por meio da análise do fluxo de valor de uma família de produto escolhida, desde a compra e recebimento de material, até envio ao cliente.

Lembrando que este método pode ser aplicado a todo o mix de produto de uma fábrica. Nesta pesquisa, atentou-se para uma amostra predefinida devido ao tempo admitido pela empresa para coleta de informações.

5.1 Mapa de fluxo de valor

Segundo Rother e Shook (2009) o mapeamento deve começar através da visualização da planta fabril, onde se desenha os tipos de processos da fábrica a serem estudadas. É usado um conjunto de símbolos e ícones que representam processos e fluxos da fábrica, como no exemplo a seguir utilizado no mapa de fluxo da fábrica de confecções.

Figura 2 – Lista de ícones

Fonte: Adaptado de Rother e Shook (2009)

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9 O estudo foi realizado em uma empresa de confecções de moda surfwear de médio porte localizada no nordeste do Brasil. Sua produção mensal atinge cerca de 90.000 peças, contando com aproximadamente 480 funcionários, entre chão de fábrica e administrativo.

A primeira etapa para confecção do MFV foi a escolha da família de produtos - a enorme variedade de itens com demanda diferentes por parte do consumidor e prazo estipulado para coleta de informações foram os critérios de decisão - seguindo esta premissa foi selecionada o item que representa maior impacto nos resultados da empresa. A partir de uma análise de curva ABC dos produtos disponíveis, decidiu-se pela T-shirt sublimada, pois obtêm maior demanda em vendas para organização em questão.

6.1 Coleta de dados e elaboração do mapa de estado atual

A partir das informações levantadas do histórico de vendas da T-shirt sublimada, a gerência determina, com base em cálculos de previsão de demanda, um prognóstico para os próximos 6 meses, tempo que dura uma coleção. Feito isso, as informações são repassadas para o PCP que fica responsável por realizar a programação mensal e semanal de todas as famílias de produtos para todos os setores incluindo a previsão de compra de matéria-prima - MP para os 6 meses e dividi-la de acordo com a capacidade do estoque para MP e não como na programação outrora realizada. O fluxograma abaixo mostra as etapas sequenciais do processo de criação de valor da T-shirt sublimada.

Figura 3 – Fluxograma produtivo da T-shirt sublimada

Fonte: Elaborado pelos autores

Em cada lote da T-shirt sublimada são produzidas cerca de 1600 peças por modelo. As peças cortadas seguem para sublimação onde receberá a estampa, que é transferida da folha para o

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10 tecido através de um processo térmico, depois seguem para um pequeno módulo de conferência das peças.

É importante salientar que o processo de sublimação tem capacidade de absorver apenas metade das 1600 peças que foram cortadas. E a próxima etapa do processo produtivo, costura, opera com a capacidade de aproximadamente 24% do seu potencial total o que significa lotes de 919 peças por dia

Para realizar este estudo, foram colhidas informações de três meses diferentes para maior acuracidade da análise de fluxo realizada no processo produtivo da T-shirt sublimada. Os critérios utilizados para a escolha dos meses foram: variação de demanda, período final de coleção e coleta de dado mais recentes relacionado à realidade atual da empresa. Segue no quadro às informações analisadas, bem como seus respectivos meses.

Figura 4 – Dados coletados para análise de fluxo

Fonte: Mota; Veloso; et al. (2013) T/C: templo de Ciclo; TR: tempo de troca (Setup)

As principais informações estudadas, referem-se ao tempo de ciclo, ou o tempo necessário para a execução de uma peça; o tempo de troca, setup para preparação do equipamento para o processamento do lote; disponibilidade do módulo, ou capacidade do setor designada a produção da família de produto escolhida, nº de operadores e tempo disponível para produção da demanda total mensal.

Observando os critérios adotados, os meses escolhidos possuem particularidades; como o mês de novembro que corresponde a fim de coleção, já o mês de dezembro é relativo a mês festivo acompanhada de alta demanda deste produto e reduzido dias de trabalho por feriados mais

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11 prolongados, e por fim o mês de março, escolhido principalmente por estar relacionado à coleção vigente de produção da fábrica no período de coleta dos dados, transcrevendo a parte operacional mais recente.

É importante citar que os estudos de cronoanálise da fábrica calcula a produtividade de cada setor com base na capacidade máxima dos equipamentos ou quantidade de peças por máquina/dia, a partir daí é analisado a capacidade produtiva dos setores por mês. No mês de março, a produtividade do setor de corte/etiquetação correspondeu a 74% do total, o setor de sublimação a 87%, o de costura 90% e do acabamento 76%. Então, para determinar a capacidade produtiva efetiva, foi multiplicado o valor da capacidade máxima de cada setor pela produtividade das áreas; e após determinada a produtividade obtida pelo setor no mês em questão calcula-se o tempo que a demanda mensal levará para ser processada estabelecendo o lead time de produção. A figura 5 é um exemplo de como este dado é obtido.

Figura 5 – Cálculo do Lead time

Fonte: Adaptado de Mota; Veloso; et al. (2013)

6.2 Mapa do estado atual

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12 Fonte: Mota; Veloso; et al. (2013)

O mapa do estado atual representado acima refere-se ao mês de março de 2013, onde foram disponibilizados 19 dias de trabalho sem horas extras a serem contabilizadas. Para abordagem sobre o fluxo de valor da T-shirt sublimada foi escolhido um dos meses para representar a análise feita, porém, conforme anexo A e B é possível observar os mapas dos outros meses. O mapa reflete a realidade vivenciada pelo setor de fabricação, onde a falta de acuracidade dos estoques em processo influenciam na organização e controle das atividades diárias.

Foi observado, que as ordens de fabricação das peças para acabamento das camisas são solicitadas após o corte das peças pelo processo seguinte, obrigando o fluxo a retornar a etapa anterior. Outro ponto considerado é o excesso de movimentação existente na área produtiva; o estoque pertencente ao setor de sublimação e silk (pintura da camisa) que fica na área do corte e as “limpezas” (nome dado as peças utilizadas para acabamento da camisa) consumidas na área de costura, estão armazenadas em uma área pertencente também ao corte, o que implica a costura atravessar 1 galpão inteiro para pegar material.

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13 A disponibilidade dos equipamentos/máquinas foram analisadas com certa cautela, alterar esta disponibilidade pode implicar na parada de outros processos e etapas seguintes, além da perda de produtividade dos setores; o que não é interessante para o processo em estudo, nem para a empresa em questão. Avaliadas todas as variáveis deste fluxo, desde a definição da demanda e entrega de matéria-prima até a camisa pronta para ser expedida são percebidos diversos aspectos a serem otimizados, e é partindo desta análise que o mapa de fluxo do estado futuro é construído.

6.3 Mapa do estado futuro

Seguindo a análise realizada no mapa atual e atentando para as particularidades de cada setor, foi proposto o mapa atual tomando como base o mês de março e levando em consideração a produtividade efetiva obtida neste mês; para que possam ser observadas as mudanças realizadas através da aplicação da metodologia do mapeamento de fluxo considerando as condições normais de trabalho.

Figura 7 – Mapa do estado futuro – Março de 2013

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14 As mudanças realizadas partem da previsão de vendas, que anteriormente eram feitas semestralmente com revisões de dois em dois meses, mas ainda sim traziam problemas ocasionados pelo acúmulo de estoque comprado inteiramente no início da coleção. Trabalhando neste aspecto sugerimos previsões de venda de 45 dias e entregas mensais, para obter maior controle da produção e redução de estoque desnecessário evitando despesas com custo para armazenagem de matéria-prima, que não será utilizada, caso ocorram mudanças significativas na previsão de vendas durante a coleção.

Outro fator importante trabalhado foram as reduções de movimentação e mudança no estoque de produtos em locais inadequados que comprometiam o fluxo contínuo de produção e aumentava seu tempo de processamento total. A capacidade de produção reduzida em alguns setores compromete significativamente o lead time da peça, o que pode ser identificado no setor de sublimação e costura, o qual absorve apenas metade da capacidade do corte; por este motivo, foi proposto o uso de horas extras no setor de sublimação como forma de aumentar sua capacidade momentaneamente, e aumento da disponibilidade de equipamentos no setor de costura além do uso de horas extras como forma de balancear a linha produtiva sem comprometer a fabricação das outras famílias de produtos e a produtividade das áreas de forma geral.

7. Conclusão

Este trabalho apresentou a metodologia da Manufatura Enxuta e sua aplicação no setor fabril de confecções, com o objetivo de atestar a aplicabilidade desta ferramenta nos mais diversos seguimentos produtivo. O estudo de caso baseou-se em um trabalho de pesquisa acadêmica realizada pelos autores no período entre o mês de junho de 2012 e abril de 2013.

Ferramentas como o 5’S e o 5W2H foram sugeridas para melhoria das etapas que não são visualizadas claramente através do mapa. Estas ferramentas citadas e o próprio MFV podem ser aplicados habitualmente na fábrica como técnica de controle de fluxo, processo e procedimento aperfeiçoando de maneira constante a prática da produção.

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15 O fato de uma parcela significativa das empresas do ramo serem de pequeno e médio porte, tendo estrutura familiar e utilizarem de poucas ferramentas de gestão, tornam difíceis a aplicação de métodos de gerenciamento produtivo o que promove uma administração dos recursos materiais e de controle destes empreendimentos deficiente.

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