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AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO CORONARIANOS EM DOCENTES DO SEXO FEMININO DO CURSO DE ODONTOLOGIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADO

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AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO CORONARIANOS EM DOCENTES DO SEXO FEMININO DO CURSO DE ODONTOLOGIA DE UMA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADO

ROCHA, Geisiane Maria da*, BOAVENTURA, Cristina de Matos** CARDOSO FILHO, Geraldo Magela***, MAGAZONI, Valéria Sachi ***

*Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo- UNITRI- MG, Brasil. (geise1994@hotmail.com)

** Orientadora e Professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo- UNITRI-MG, Brasil. (c_boaventura@hotmail.com)

***Co orientadores e Professores do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo- UNITRI-MG, Brasil. (valeriasachi@gmail.com)

RESUMO

Introdução: A doença arterial coronariana (DAC) é um distúrbio no qual depósitos de gordura se acumulam nas células que revestem a parede de uma artéria coronária e, consequentemente, obstruem o fluxo sanguíneo. Essa condição provoca o entupimento das artérias do coração e, em decorrência, o sofrimento do músculo cardíaco. Os fatores de risco para o seu desenvolvimento classificam- se em: modificáveis e não modificáveis. Objetivo: Classificar o risco coronariano em docentes do sexo feminino do curso de Odontologia de uma instituição de ensino superior privada do município de Uberlândia, Minas Gerais. Metodologia: A pesquisa foi realizada com 17 docentes do sexo feminino do curso de Odontologia que responderam ao Teste de Índice Coronariano – RISKO composto por uma tabela contendo oito fatores de risco: idade, hereditariedade, peso corporal, tabagismo, sedentarismo, hipercolesterolemia, hipertensão arterial e gênero. Resultados: foram encontradas correlações positivas significantes, entre os valores da variável valor total do teste, quando comparados com os valores das variáveis: idade, hereditariedade, exercício e sexo. Conclusão: De acordo com os resultados encontrados no presente estudo, é possível concluir que, as docentes do sexo feminino do curso de odontologia se encontram com o risco “abaixo da média” para o desenvolvimento de doenças coronarianas.

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Palavras-chave: Doença arterial coronariana, fatores de risco, docentes. INTRODUÇÃO

A doença arterial coronariana (DAC) é um distúrbio no qual depósitos de gordura se acumulam nas células que revestem a parede de uma artéria coronária e, consequentemente, obstruem o fluxo sanguíneo. Os depósitos de gordura formam-se gradualmente e se desenvolvem nos grandes ramos das duas artérias coronárias principais, as quais circundam o coração e provêm sangue ao mesmo. Essa condição provoca o entupimento das artérias do coração e, em decorrência, o sofrimento do músculo cardíaco. Existem duas condições representativas da doença coronariana: a angina instável e o infarto agudo do miocárdio (SANTOS E FRANÇA, 2015).

Os fatores de risco (FR) para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV’s) classificam- se em dois tipos que são os modificáveis e os não modificáveis (MARTINS, 2015). Dentre os fatores de risco não modificáveis, associados ao desenvolvimento das DCV’s, podem ser citados a idade acima de 55 anos, história familiar de DCV, sexo masculino e etnia para algumas afecções. Figuram- se entre os fatores de risco modificáveis a Dislipidemia (DLP), tabagismo, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), inatividade física, obesidade, Diabetes Mellitus (DM), dietas não saudáveis e estresse psicossocial (BRUNORI, et al; 2014).

De acordo com Correia et al. 2010, diversos fatores estão relacionados ao elevado risco cardiovascular, sendo assim, quanto maior o número de fatores de risco presente, maior será a probabilidade de apresentar um evento cardiovascular. Da mesma forma, quanto melhor o controle dos hábitos de vida, com redução do número de fatores modificáveis associados, maior é a redução deste risco.

Existem vários testes para se avaliar os fatores de risco coronarianos, como: Risco Cardíaco pelo Score de Framingham (Albert Einsten-Sociedade Beneficente Israelita Brasileira, 1948); Teste Com Escala Proposto Pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (Sociedade Brasileira de Cardiologia); Teste de Risco Coronariano (Sociedade Brasileira de Cardiologia), que é o elemento analítico principal, que indica a importância dos FR na enfermidade e constitui

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um instrumento prático de prevenção, permitindo aos profissionais de saúde calcular o risco coronariano de um indivíduo em relação ao que seria considerado ideal para ele (MAGAZONI et al., 2016).

Segundo Gonçalves et al. 2014, levando-se em consideração os riscos para desenvolver DAC é relevante a discussão sobre os fatores de risco dessa doença em populações específicas, cuja função ou ocupação exercida pelo indivíduo em seu local de trabalho coloca-o mais predisposto a desenvolver essa doença, em função do estilo de vida e da exposição ocupacional.

De acordo com Cardoso et al. 2016, a docência é uma das profissões mais importantes para sociedade, porém seu baixo prestígio, sua grande jornada de trabalho, baixos salários, precariedade das condições de trabalho, da insatisfação geral da educação entre outros problemas, fazem com que este profissional acabe tendo interferências no seu estilo de vida. Além de requerer desprendimento de tempo com a formação do estudante e o comprometimento com as tarefas de preparação das aulas, o trabalho docente compreende a realização de serviços administrativos da prática pedagógica, construção de planos e projetos escolares e avaliação das produções acadêmicas dos alunos. O desempenho destas atividades exige uma boa saúde física e mental por demandar grandes esforços físicos e psíquicos sendo assim o estilo de vida inadequado pode contribuir para que as doenças se manifestem cada vez mais cedo.

Tendo em vista que, na população que o estudo se aplica, não existe uma grande quantidade de artigos científicos referentes ao assunto, este estudo teve como relevância científica aumentar o acesso a informação a respeito das doenças coronarianas especificamente em docentes do sexo feminino, através do aumento do banco de dados de pesquisa relativo ao assunto em questão.

Portanto, o objetivo deste estudo foi classificar o risco coronariano em docentes do sexo feminino do curso de Odontologia de uma instituição de ensino superior privada do município de Uberlândia, Minas Gerais.

METODOLOGIA CASUÍSTICA

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Atualmente a instituição de ensino superior privada onde a pesquisa foi realizada oferece os seguintes cursos de graduação na área da saúde (Fisioterapia, Odontologia, Psicologia, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Educação Física). Após sorteio o curso escolhido para a avaliação foi o curso de Odontologia.

Após levantamento de dados junto a Gestão de Ciências da Saúde e do Centro Universitário do Triângulo - UNITRI, no primeiro semestre de 2017, existiam 38 professores no curso de Odontologia sendo 17 do sexo feminino. O intuito deste trabalho foi avaliar os docentes do curso selecionado do sexo feminino, por tanto, após a aplicação do cálculo para tamanho da amostra com nível de confiança de 95%, e margem de erro de 5% das 17 docentes do sexo feminino do Curso de Odontologia, foram avaliadas 17 voluntárias.

Os critérios de inclusão foram todos os docentes do curso de Odontologia, do sexo feminino e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); e os critérios de exclusão foram os docentes do curso de odontologia do sexo masculino, os docentes dos demais cursos e os que não assinaram o TCLE.

MÉTODO

O presente estudo tratou-se de uma pesquisa empírica aplicada em campo, de caráter descritivo e abordagem quantitativa e delineamento transversal, onde a coleta de dados foi realizada pelos pesquisadores com cada voluntário, individualmente e em um único momento. A pesquisa foi realizada em duas fases: 1) Esclarecimentos sobre a pesquisa, os procedimentos de coleta de dados, bem como explicação de todos os fatores associados à participação no estudo; 2) Aplicação dos questionários, em todos os voluntários selecionados. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), nº 1.961.412 foi aplicado ao participante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), o qual constou do objetivo do estudo, dos procedimentos da avaliação, dos riscos e benefícios, do caráter de voluntariedade da participação do sujeito e da responsabilidade por parte do avaliador, sendo respeitada a privacidade e a total

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confiabilidade dos dados não acarretando danos e constrangimentos aos participantes.

A aplicação do teste ocorreu no período de setembro e outubro de 2017. Os dados foram coletados nas salas de aula, em que os voluntários trabalham na própria instituição de ensino com o prévio consentimento dos diretores e gestores, onde foram convidados a participar da pesquisa.

As docentes foram instruídas a participar de uma entrevista através de um questionário sociodemográfico que continham os itens: número do voluntário, sexo, idade, tempo de docência, tempo de profissão e por meio do questionário Tabela de Risco Coronariano proposto pela Michigan Heart Association (MHA).

Esse questionário é formado por uma tabela contendo oito fatores de risco: idade, hereditariedade, peso corporal, tabagismo, sedentarismo, hipercolesterolemia, hipertensão arterial e gênero. Cada fator de risco possui seis opções de resposta. Toda resposta equivale a um escore que representava o risco coronariano relativo àquele fator. A soma dos escores obtidos nas respostas dos oito fatores correspondia a uma pontuação que representava o risco coronário. A classificação desse risco foi realizada pela comparação da pontuação obtida no questionário com uma tabela de classificação formulada pela própria MHA que classifica o risco coronariano como: bem abaixo da média (06-11 pontos); abaixo da média (12-17 pontos); médio (18-24 pontos); moderado (25-31 pontos); alto (32-40 pontos); e muito alto (41-62 pontos). Em relação às perguntas sobre pressão arterial e colesterol não foram aferidos estes dados, apenas foi perguntado ao indivíduo se esses dados se encontravam dentro das faixas de normalidade ou alterados. Quando alterados foi perguntado a voluntária qual o valor do seu último exame e de acordo com a resposta da voluntária foi marcado a alternativa que melhor se adeque a esses valores. Durante a coleta de dados às pesquisadoras permaneceram no local para eventuais dúvidas.

RESULTADOS

Participaram desta pesquisa, 17 docentes do sexo feminino, que responderam ao Teste de Índice Coronariano – RISKO.

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Na tabela 1, estão demonstrados valores mínimos, valores máximos, médias e desvios padrão, relativos às idades, ao tempo profissional, ao tempo de docência, às medidas de pressão sistólica e aos pontos obtidos pelas professoras, no resultado final.

Tabela 1 – Valores mínimos, valores máximos, médias e desvios padrão, relativos às idades, ao tempo profissional, ao tempo de docência, às medidas de pressão sistólica e aos pontos obtidos pelas professoras, no resultado final.

Variáveis V. Mínimos V. Máximos Médias Desvios Padrão Idade 29 anos 63 anos 39 anos 2 meses 9 anos 7 meses Tempo profissional 4 anos 38 anos 16 anos 3 meses 8 anos 8 meses Tempo de docência 6 meses 38 anos 10 anos 8 meses 10 anos 1 mês Pontos 11 26 17,06 4,76

De acordo com a tabela 1, a média de idade encontrada entre as docentes foi de 39 anos e 2 meses (± 9 anos e 7 meses). Com relação ao tempo de profissão a média foi de 16 anos e 3 meses (± 8 anos e 8 meses), o tempo de docência de 10 anos e 8 meses (± 10 anos e 1 mês) e a média de pontos obtidos pelo grupo em relação a pontuação total no questionário de risco coronariano foi de 17,06 pontos (±4,76).

Na tabela 2, estão demonstradas as frequências e porcentagens de docentes, com relação à faixa etária e resultados totais.

Tabela 2 – Distribuição de frequências e porcentagens de professoras, com relação à faixa etária e resultados totais.

Faixas Etárias Frequências Porcentagens

De 21 a 30 anos 03 17,65 De 31 a 40 anos 09 52,95 De 41 a 50 anos 02 11,76 De 51 a 60 anos 02 11,76 Acima de 60 anos 01 5,88 Total 17 100,00

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De acordo com a tabela 2, verificou-se que a maioria das docentes (52,95%) se encontravam na faixa etária de 31 a 40 anos.

Na tabela 3, estão demonstradas as frequências e porcentagens de respostas das professoras, com relação à hereditariedade e resultados totais. Tabela 3 – Distribuição de frequências e porcentagens de respostas das professoras, com relação à hereditariedade e resultados totais.

Respostas Frequências Porcentagens Nenhuma história conhecida de cardiopatia 05 29,41 1 parente + 60 anos – doença cardiovascular 03 17,65 2 parentes + 60 anos – doença cardiovascular 06 35,29 3 parentes - 60 anos – doença cardiovascular 03 17,65

Total 17 100,00

Em relação a hereditariedade, observa-se que na tabela 3, que grande parte das docentes (35,29%) responderam possuir 2 parentes com mais de 60 anos com doença cardiovascular e ainda, 29,41% responderam não haver nenhum caso de cardiopatia conhecido na família.

Na tabela 4, estão demonstradas as frequências e porcentagens de respostas das professoras, com relação ao peso e resultados totais.

Tabela 4 – Distribuição de frequências e porcentagens de respostas das professoras, com relação ao peso e resultados totais.

Respostas Frequências Porcentagens Menos 2,3kg a mais 2,3kg 10 58,83 De 2,7kg a 9kg acima do padrão 05 29,41 De 9,1kg a 15,8kg acima do padrão 02 11,76

Total 17 100,00

Como observado na tabela 4, um número elevado de docentes (58,83%), responderam que se encontravam com o peso entre menos 2,3kg a mais 2,3kg do peso ideal, ou seja, a maior parte das docentes relataram estar próximas ou de acordo com o peso ideal.

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Com relação ao hábito de fumar, 100% das voluntárias responderam não fazer uso do tabaco.

Na tabela 5, estão demonstradas as frequências e porcentagens de respostas das professoras, com relação à prática de exercícios e resultados totais.

Tabela 5 – Distribuição de frequências e porcentagens de respostas das professoras, com relação à prática de exercícios e resultados totais.

Respostas Frequências Porcentagens Ausência de exercícios 03 17,65 Esforço profissional/recreacional intenso 01 5,88 Esforço profissional/recreacional moderado 09 52,94 Trabalho sedentário, esforço recreacional ligeiro 01 5,88 Trabalho sedentário, esforço recreacional

moderado

03 17,65

Total 17 100,00

Sobre a pratica de exercícios, verificou-se na tabela 5 que a resposta que mais se destacou entre as participantes foi que, consideram o seu esforço tanto profissional quanto recreacional moderado (52,94%).

Na tabela 6, estão demonstradas as frequências e porcentagens de respostas das professoras, com relação à presença de colesterol ou % de gordura na dieta e resultados totais.

Tabela 6 – Distribuição de frequências e porcentagens de respostas das professoras, com relação à presença de colesterol ou % de gordura na dieta e resultados totais.

Respostas Frequências Porcentagens Colesterol abaixo de 180mg/dl ou dieta sem gordura animal ou

sólida

02 11,76

Colesterol entre 181mg/dl a 205mg/dl ou 10% de gordura animal ou sólida

13 76,48

Colesterol entre 203mg/dl a 206mg/dl ou 20% de gordura animal ou sólida

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Colesterol entre 231mg/dl a 255mg/dl 30% ou de gordura animal ou sólida

01 5,88

Total 17 100,00

Em relação a tabela 6, as docentes em sua maioria (76,48%) relataram que o colesterol se encontrava entre os valores de 181mg/dl a 205mg/dl ou que ingeriam durante a alimentação cerca de 10% de gordura animal ou sólida. Na tabela 7, estão demonstradas as frequências e porcentagens de classificações obtidas pelas professoras no Teste de Índice Coronariano – RISKO e resultados totais.

Tabela 7 – Distribuição de frequências e porcentagens de classificações obtidas pelas professoras no Teste de Índice Coronariano – RISKO e resultados totais.

Classificações Frequências Porcentagens Risco bem abaixo da média 02 11,76 Risco abaixo da média 08 47,07

Risco na média 05 29,41

Risco moderado 02 11,76

Total 17 100,00

Ao analisar na tabela 7 o percentual da amostra quanto a classificação do risco coronariano, percebe-se um número elevado (47,07%) classificado como “risco abaixo da média” para desenvolvimento da doença.

Com o objetivo de verificar a existência ou não de correlações, significantes, entre os fatores de risco coronário e o valor total do Teste de Índice Coronariano, foi aplicado o Coeficiente de Correlação por Postos de Spearman (SIEGEL, 1975), aos dados em questão.

O nível de significância foi estabelecido em 0,05, em um teste bilateral. Os resultados estão demonstrados na tabela 8.

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Tabela 8 – Valores de rs e das probabilidades a eles associadas, obtidos quando da aplicação do Coeficiente de Correlação por Postos de Spearman aos valores obtidos com os fatores de risco coronariano, comparados com o valor total do Teste de Índice Coronariano.

Variáveis Analisadas Valores de rs Probabilidades

Teste x Idade 0,5558 0,021*

Teste x Hereditariedade 0,6820 0,003*

Teste x Peso 0,0162 0,951

Teste x Exercício 0,6317 0,007* Teste x Colesterol 0,2670 0,300 Teste x Pressão Sistólica 0,0132 0,960

Teste x Sexo 0,5566 0,020*

(*) p < 0,05

De acordo com os resultados demonstrados na tabela 9, foram encontradas correlações positivas, significantes, entre os valores da variável valor total do teste, quando comparados com os valores das variáveis: idade, hereditariedade, exercício e sexo. Isto indica que, à medida em que os valores de uma das variáveis aumentam, os valores da outra variável aumentam, também; à medida em que os valores de uma das variáveis diminuem, os valores da outra variável diminuem, também.

DISCUSSÃO

A doença arterial coronariana (DAC) caracteriza-se pela insuficiência de irrigação sanguínea no coração por meio das artérias coronárias. Está diretamente relacionada ao grau de obstrução do fluxo sanguíneo pelas placas ateroscleróticas, resultando em estreitamento das artérias coronárias (estenose), o qual, devido à redução do fluxo sanguíneo coronariano, diminui a chegada do oxigênio ao coração. (PINHO et al; 2010).

Segundo Oliveira et. al., 2015 por volta dos 40 anos de idade a mulher apresenta menor risco de desenvolver DAC, aumentando a partir da quinta década de vida onde, após a menopausa, as taxas de doenças cardíacas em mulheres aumentam acentuadamente. Isso se deve porque os efeitos protetores

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causados por estrogênios endógenos caem após a menopausa (COSTA et al, 2014). No presente estudo verificou-se que 52,95% das mulheres apresentavam a faixa etária de 31 a 40 anos, o que diminui a chance de desenvolvimento de doenças coronarianas na amostra estudada devido a proteção hormonal. Meira et al 2016, quando avaliou 41 professoras da cidade de Piraúba- MG, encontrou uma média de idade de 42,24 (± 6,25) anos, resultado esse semelhante ao encontrado neste estudo.

Indivíduos com história na família de pais ou irmãos que sofreram DCV apresentam maior probabilidade de igualmente desenvolvê-la, se comparados com outros indivíduos (BARBOSA e SILVA; 2013). De acordo com o presente estudo, 35,29% das docentes entrevistadas responderam possuir 2 parentes com mais de 60 anos com doença cardiovascular, discordando com os resultados encontrados por Costa et.al 2014, que ao avaliar 51 professores de uma Universidade do Piauí observou que, 37,3% dos avaliados não apresentavam nenhuma história conhecida de doenças cardiovasculares na família.

A obesidade é resultante de um desequilíbrio entre ingestão e consumo energético, e a etiologia é multifatorial, sendo provável a herança poligênica, onde os fatores genéticos têm papel importante e os ambientais funcionariam como agravantes afetando a saúde cardiovascular e favorecendo o desenvolvimento da aterosclerose por diversas vias (GAZOLLA, et al; 2014). No presente estudo 58,83% da amostra se encontram com o peso entre menos 2,3kg a mais 2,3kg do peso ideal, ou seja, estão próximos ou de acordo com o peso ideal, o que concorda com os resultados observados por Magazoni et. al 2016, onde 51,3% dos docentes de uma instituição de ensino superior privada da área da saúde apresentaram o peso normal. Xavier et al 2010, demonstrou que 60% das 30 docentes estudadas pertencentes a universidades federais de Minas Gerais estavam com altas as taxas de prevalência de sobrepeso e obesidade, dados estes que discordam dos encontrados na presente pesquisa. O tabagismo na formação e na evolução da placa aterosclerótica é capaz de produzir lesões endoteliais de forma direta, levando a uma maior oxidação da

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LDL (lipoproteína de baixa densidade) reduzindo a produção de HDL (lipoproteína de alta densidade). A diminuição da resposta vasodilatadora dependente do endotélio durante o esforço pode, inclusive, induzir vasoconstrição em repouso (ROCHA, et al; 2010). Com relação ao hábito de fumar, 100% das voluntárias que participaram deste estudo responderam não fazer uso do tabaco. Silva et al. 2009, afirmou em seu estudo que, em uma amostra de mulheres com faixa etária entre 30 e 59 anos, o nível de escolaridade está diretamente relacionada à prevalência do tabagismo. Por tanto o conhecimento das participantes sobre o assunto no presente estudo pode justificar o fato de que nenhuma voluntária fizesse uso do tabaco.

De acordo com Costa et al. 2014, o exercício físico regular e a mudança para um estilo de vida saudável são atitudes excelentes para melhorar a qualidade de vida e minimizar a ocorrência de doenças cardiovasculares, sendo esta uma medida presente na profilaxia e no tratamento dos fatores de risco. Na presente pesquisa, 52,94% das voluntárias responderam que consideram o seu esforço tanto profissional quanto recreacional moderado, o que vai de encontro com os dados observados por Magazoni et al. 2016, em que 40,5% dos docentes de uma instituição de ensino superior privada praticavam atividade profissional e esportiva moderada.

O colesterol é um composto químico gorduroso que integra a membrana das células do organismo. O LDL é o mais importante carreador de colesterol no sangue. Costuma ser denominado “mau colesterol” porque seu excesso no sangue associa-se a doença das artérias coronárias. A LDL lipoproteína deposita o excesso de colesterol na parede das artérias provocando a formação de placas gordurosas que estreitam os vasos e podem impedir a circulação do sangue. Estas placas de aterosclerose podem localizar-se nas artérias que nutrem o coração, as coronárias, dificultando a circulação do sangue e podendo levar à isquemia do músculo cardíaco (SOCERJ, 2013). Das 17 docentes avaliadas neste estudo, 76,48% relataram que o colesterol se encontrava entre os valores de181mg/dl a 205mg/dl ou que ingeriam durante a alimentação cerca de 10% de gordura animal ou sólida. Resultados semelhantes também foram observados na pesquisa de Fagundes (2014), onde foram avaliados 73 professores, que

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atuavam em escolas da cidade de Porto Alegre/RS, no qual a prevalência de dislipidemia foi de somente 14%, ou seja, 86% se encontravam com os valores dentro da normalidade.

O questionário (MHA) é um teste utilizado para avaliar o risco coronariano, composto por oito itens onde cada fator de risco possui seis opções de resposta, o que equivale a um escore relativo e a soma dos escores obtidos dos oito fatores de risco representa o risco coronariano. A classificação é dada em comparação a uma tabela já formulada pela MHA (RADTKE, et al;2016). O resultado obtido na classificação deste estudo, mostra que 47,07% das voluntárias apresentaram o risco abaixo da média para desenvolver doenças coronarianas estando, portanto em discordância com os resultados obtidos por Meira et al. 2016, que avaliou professoras de uma cidade do interior de Minas Gerais onde a amostra estudada obteve uma classificação de risco na média geral para desenvolvimento de doenças coronarianas, segundo a classificação de MHA. Em relação as análises estatísticas foram encontradas correlações positivas com valores significativos, as correlações entre o valor total do teste e os seguintes fatores de risco: idade, hereditariedade, exercício e sexo. Com relação a variável idade foi observado que, quanto maior o valor do teste maior a idade das voluntárias. Segundo Gomides et al. 2016, esse aumento do escore de risco coronariano de acordo com o aumento da idade, pode estar associado a alterações genéticas oriundas do processo de envelhecimento, que possuem impacto negativo sobre alguns fatores como índice de massa corporal (IMC), pressão arterial, tolerância à glicose, capacidade cardiorrespiratória e nível de atividade física, aumentando a susceptibilidade a acidentes cardiovasculares. Já com relação a variável hereditariedade, observou-se que, quanto maior o valor do teste, maior o número de parentes com história de doenças cardiovasculares e quanto menor a idade desses parentes maior o risco e a pontuação do teste. De acordo com Gus et al. 2015, a história familiar, em especial em parentes de 1º grau, de morte súbita e infarto prematuro, diabetes, HAS e dislipidemia indicam um risco aumentado de doença coronariana.

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Quanto a pratica de exercício físico as análises estatísticas encontradas no presente estudo mostram que, quanto maior o valor do teste menos exercícios as voluntárias praticavam. Xavier et al. 2010, afirma que o exercício físico regular protege contra o desenvolvimento e a progressão de inúmeras doenças e agravos não transmissíveis, como doença cardiovascular, hipertensão, obesidade e diabetes tipo 2. Isso mostra os efeitos independentes e combinados da prática de atividade física sobre a redução do risco cardiovascular atuando beneficamente sobre outros fatores de risco.

Com relação ao sexo, observou-se que no sexo feminino existe uma correlação direta com a idade, ou seja, quanto maior a idade da voluntária maior o valor total do teste. Segundo Leal et al. 2014, osexo feminino possui fatores considerados como protetores cardiovasculares e essa proteção permanece até o climatério, quando ocorre a diminuição da atividade ovariana e consequente diminuição da produção de estrogênios. Após a menopausa, com a queda dos níveis de estradiol, o risco cardiovascular feminino aumenta progressivamente, por isso a prevalência de doenças cardiovasculares aumenta com a idade. O presente estudo utilizou um questionário como instrumento de coleta de dados e sabe- se que pesquisas com aplicação de questionários são muito relativas sendo difícil identificar se os entrevistadosconhecem a sua situação real de saúde podendo influenciar durante as respostas na coleta de dados. Porém, os questionários são considerados de fácil aplicação permitindo assim um rápido levantamento de informações, com baixo custo, maior sistematização dos dados fornecidos e que possibilita uma maior facilidade de análise. Isso permite uma determinação rápida dos fatores que aumentam os riscos permitindo a implementação de medidas preventivas por parte da população estudada.

CONCLUSÃO

De acordo com os resultados encontrados no presente estudo, é possível concluir que, as docentes do sexo feminino do curso de odontologia se encontram com o risco “abaixo da média” para o desenvolvimento de doenças coronarianas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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