Secretaria de Habitação e Saneamento
Departamento de Saneamento -‐ DESAN
13ª Reunião CONESAN -‐ 18/12/13
“Efeitos na Dtularidade e no planejamento do
saneamento básico nas regiões metropolitanas
e aglomerados urbanos face ao julgamento das
A D I s 1 8 4 2 e 2 0 7 7 ” .
Pedro A. Dall Acqua
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Origem da ADI 1842 (1998)
QuesDona a Lei Complementar nº 87/97 que dispõe sobre a organização, planejamento e a execução de funções públicas e serviços de interesse metropolitano ou comum do Estado do RJ, e também define a organização, o planejamento e a execução de funções públicas e serviços de interesse comum na microrregião dos lagos.
ADI 2077 (1999)
STF declara inconsDtucional disposiDvos da ConsDtuição baiana, que transferem dos municípios ao Estado da Bahia competência exclusiva para o saneamento básico.
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Do Acórdão
3 -‐ Autonomia municipal e integração metropolitana
A essência da autonomia municipal contém primordialmente (I) a
autoadministração, e (II) o autogoverno.
O interesse comum e a compulsoriedade da integração
metropolitana não são incompa=veis com a autonomia municipal. O mencionado interesse comum não é comum apenas aos municípios envolvidos, mas ao Estado e aos municípios do agrupamento urbano.
O interesse comum inclui funções públicas e serviços que
atendam a mais de um município, assim como os que, restritos ao território de um deles, sejam de algum modo dependentes, concorrentes, confluentes ou integrados de funções públicas, bem como serviços supramunicipais.
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Do Acórdão
4 -‐ Aglomerações urbanas e saneamento básico
O art. 23, IX, da ConsLtuição Federal conferiu competência
comum à União, e aos estados e aos municípios para promover a melhoria das condições de saneamento básico.
A função pública do saneamento básico frequentemente
extrapola o interesse local e passa a ter natureza de interesse comum no caso de insLtuição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos termos do art. 25, § 3º , da ConsLtuição Federal.
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Do Acórdão
4 -‐ Aglomerações urbanas e saneamento básico
Para o adequado atendimento do interesse comum, a integração
municipal do serviço de saneamento básico pode ocorrer tanto voluntariamente, por meio de gestão associada, empregando convênios de cooperação ou consórcios públicos, consoante arts. 3º, II e 24 da Lei Federal 11.445/2007 e art. 241 da CF, como compulsoriamente, nos termos na lei complementar que insLtui as aglomerações urbanas.
Repita-‐se que este caráter compulsório da integração
metropolitana não esvazia a autonomia municipal.
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Do Acórdão
Conceito
– Gestão Associada
Associação voluntária de entes federados, por convênio de cooperação ou consórcio público, conforme disposto no art. 241 da ConsLtuição Federal, na Lei nº 11.107/2005 e Decreto Regulamentador nº 6.017/2007;
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5 -‐ InconsDtucionalidade da transferência ao estado-‐membro do poder concedente de funções e serviços públicos de interesse comum
O estabelecimento de região metropolitana não significa simples
transferência de competência para o estado.
O interesse comum é muito mais que a soma de cada interesse
local envolvido, pois a má condução da função de saneamento básico por apenas um município pode colocar em risco todo o esforço conjunto, além das consequências para a saúde pública de toda a região.
É necessário evitar que o poder decisório e o poder concedente se
concentrem nas mãos de um único ente para a preservação do autogoverno e da autoadministração dos municípios.
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Do Acórdão
5 -‐ InconsDtucionalidade da transferência ao estado-‐membro do poder concedente de funções e serviços públicos de interesse comum
Reconhecimento do poder concedente e da /tularidade do serviço
ao colegiado formado pelos municípios e pelo estado federado. A
parLcipação dos entes nesse colegiado não necessita ser paritária, desde que apta a prevenir a concentração do poder decisório no âmbito de um único ente. A parLcipação de cada Município e do Estado deve ser esLpulada em cada região metropolitana de acordo com suas parLcularidades, sem que se
permita que um ente tenha predomínio absoluto.
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6 -‐ Modulação de efeitos da declaração de inconsDtucionalidade
Em razão da necessidade de conLnuidade da prestação da função
de saneamento básico, há excepcional interesse social para vigência excepcional das leis impugnadas, nos termos do art. 27 da Lei n. 9868/1998, pelo prazo de 24 meses, a contar da data de conclusão do julgamento, lapso temporal razoável dentro do qual o legislador estadual deverá reapreciar o tema, consLtuindo modelo de prestação de saneamento básico nas áreas de integração metropolitana , dirigido por órgão colegiado com parLcipação dos municípios perLnentes e do próprio Estado do Rio de Janeiro, sem que haja
concentração do poder decisório nas mãos de qualquer ente.
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Efeitos da decisão de ADI
(a quem, quando, onde)
Ø Validade erga omnes e efeito vinculante:
Ø Regra geral – decisão proferida em ADI produz efeitos para todos, e tem efeito vinculante para todos os órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública Direta e Indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (art. 102, CF § 2º e art. 28, par. Único, da Lei de ADI);
Ø ConsLtuição Federal: Art. 102 – Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da ConsLtuição, cabendo-‐lhe:
(...)
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Efeitos da decisão de ADI
(a quem, quando, onde)
2º -‐ As decisões definiLvas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas e inconsLtucionalidade e nas ações declaratórias de consLtucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relaLvamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Ø Há entendimento do STF de que a decisão proferida em ADI quanto a uma norma estadual é de âmbito nacional (por se tratar de controle concentrado e abstrato).
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Efeitos da decisão de ADI
(a quem, quando, onde)
Ø A princípio, todas as decisões proferidas em ADI possuem efeitos ex tunc (retroaLvos), desfazendo desde a origem o ato declarado inconsLtucional e as consequências dele derivadas.
Ø Todavia, o art. 27 da Lei de ADI (Lei Federal nº 9.868/99) prevê que, por razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só terá efeito a parLr de um determinado momento
Ø Decidiu-‐se neste caso pela modulação dos efeitos da decisão de inconsLtucionalidade: eficácia 24 meses após a conclusão do julgamento.
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Consequências práDcas em face do julgamento da ADI
1842
Ø Situações pretéritas: empreendimentos realizados ficam resguardados
Ø Situações atuais: empreendimentos realizados dentro do prazo de 24
(vinte e quatro) meses previsto na decisão da ADI 1842 (a contar da data da conclusão do julgamento): Observância do princípio norteador da decisão do STF; preservação dos interesses dos estados e municípios envolvidos .
Ø Situações futuras: empreendimentos a serem realizados após o decurso
do prazo de 24 (vinte e quatro) meses previstos na ADI 1842: observância da forma de comparLlhamento de Ltularidade a ser definida para cada região metropolitana.
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Embargos de Declaração
Ø Previsão Legal – art. 535, incisos I e II, do CPC, os embargos não
impedem a implementação da decisão da ADI;
Ø Cabimento – quando houver, na sentença ou no acórdão,
obscuridade e/ou contradição e/ou omissão;
Ø LegiLmados: partes da ADI
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Embargos de Declaração
Ø O PT, o PPS e o PDT ingressaram com recurso de Embargos de
Declaração, visando corrigir erro em publicação do Acórdão;
Ø Segundo entendimento dos parLdos suprarreferidos o texto
publicado indica que a tese vitoriosa teria sido a do ministro Gilmar Mendes;
Ø A decisão do STF foi a de não fechar questão sobre o modelo de implantação e de governança das regiões metropolitana, deixando a cargo do legislador estadual, através de lei complementar, insLtuir para cada região metropolitana sistema de governança que leve em consideração as realidades locais.
Ø Desse modo não é obrigatório que o Estado-‐membro faça parte de toda e qualquer RM ou aglomerado urbano, ou microrregião, e, ainda, não está descartada a hipótese de a sociedade civil parLcipar da governança da RM.
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Obrigado!
Comentários slides 9 a 13 – Fonte: internet, siLo:
hrp://www.lacazmarLns.com.br/downloads/docs/regioes_metropolitanas_julgamento.pdf LACAZ MARTINS, PEREIRA NETO, GUREVICH & SCHOUERI ADVOGADOS