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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO PROFISSIONAL EM ODONTOLOGIA. Caroline Freitas Rafael

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO PROFISSIONAL EM ODONTOLOGIA

Caroline Freitas Rafael

ANÁLISE MORFOLÓGICA DO EFEITO DE DOIS MÉTODOS DE CONDICIONAMENTO NA SUPERFÍCIE DENTINÁRIA

RIO DE JANEIRO 2010

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Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

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CAROLINE FREITAS RAFAEL

Mestrado Profissional em Odontologia

Área de Concentração: Reabilitação Oral

ANÁLISE MORFOLÓGICA DO EFEITO DE DOIS MÉTODOS DE CONDICIONAMENTO NA SUPERFÍCIE DENTINÁRIA

Orientadora: Profª Drª Claudia Mendonça Reis

RIO DE JANEIRO 2010

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Mestrado Profissional em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.

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CAROLINE FREITAS RAFAEL

ANÁLISE MORFOLÓGICA DO EFEITO DE DOIS MÉTODOS DE CONDICIONAMENTO NA SUPERFÍCIE DENTINÁRIA

Aprovada em __________________

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________

Profª Dra. Claudia Reis Universidade Veiga de Almeida

_____________________________________

Profª Biatriz Tholt

Universidade Veiga de Almeida

_____________________________________

Prof. Carlos Marcelo da Silva Figueredo Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Mestrado Profissional em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Odontologia.

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA SISTEMA DE BIBLIOTECAS

Rua Ibituruna, 108 – Maracanã 10271020 – Rio de Janeiro – RJ

Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 25748891

FICHA CATALOGRÁFICA Rafael, Caroline Freitas

Influência de dois métodos de condicionamento da dentina na adesão do cimento auto-adesivo RelyX tm u100/Caroline Freitas

Rafael, 2010.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Rio de Janeiro, 2010.

Orientação: Profª. Drª. Claudia Reis

1. Adesão 2.Condicionamento 3.Cimentação 4.RelyX UniCem

I. Reis, Claudia (orientadora). III. Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia. IV.

CDD – 616.855

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Dedico esse trabalho a minha mãe, Stela Neuza Freitas Rafael, pelo apoio incondicional, estímulo, incentivo e companheirismo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar à Papai!

Tudo o que sou e o que eu tenho são presentes Dele. Não há nada que eu alcance se o Senhor não estiver ao meu lado, me guiando, me orientando e me apoiando. Obrigada por me acolher em Seus braços nas noites em que entreguei as minhas ansiedades em Suas mãos; e porque ao acordar já sentia paz em meu coração e me sentia com forças renovadas para começar de novo.

Obrigada DEUS! Eu te AMO!

À minha orientadora, professora Cláudia Mendonça Reis. Obrigada por se dedicar tanto a esse trabalho. Com você aprendi tudo que está escrito aqui e muito mais. Além de me orientar da melhor maneira possível, ainda me apoiou e me acalmou sempre que precisei. Parabéns por além de ser uma pessoa admirável, ser uma profissional exemplar.

À minha Mãe, Stela N. F. Rafael, por sempre estar ao meu lado. Por me incentivar e por tornar esse sonho realidade! Por ter confiado em mim desde o inicio e por sempre acreditar que eu conseguiria concluir esse curso e essa dissertação quando até eu mesma duvidei. Obrigada por realizar tão bem e com tanto amor o seu papel de mãe! Você é o meu “espelho” de vida e de profissão!

Ao meu Pai, Carlos Roberto Rafael, por sempre nos encorajar a seguir em frente e por transformar grandes problemas em pequenos obstáculos. Obrigada por fazer com que eu me sinta a melhor profissional do mundo! Seu incentivo e apoio foram essenciais para que eu chegasse até aqui.

Ao Ayrton Faier Machado, por estar ao lado da minha mãe sempre e assumir tantas responsabilidades que não eram suas, de coração aberto, desde a matrícula na faculdade até hoje.

Aos meus irmãos, Julianny Freitas Rafael e Raphael Freitas Rafael e em nome deles a toda minha família, que está sempre presente me apoiando e me incentivando em todas as minhas decisões. Vocês são a minha base, o meu tudo, amo muito vocês!

Aos professores Gustavo De-Deus e Katia Reis, por contribuírem diretamente na conclusão desse trabalho e a todos os professores e funcionários da Universidade Veiga de Almeida.

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Ao Otavio Gomes - CETEM, por estar sempre disposto a fazer as imagens no MEV. Parabéns pela sua habilidade e competência.

Ao Heitor Guimarães – PUC, pela disposição e competência ao me ensinar a preparar as amostras. Obrigada pelo tempo dedicado a essa pesquisa. E junto com ele, aos funcionários da PUC.

As minhas amigas e colegas de turma, Claudia Callegaro, Roberta Imperial e Tânia Oliveira. Eu não poderia estar em uma turma melhor. Obrigada por estarem ao meu lado em tudo durante esses dois anos.

A colega de turma, Valquíria Quinelato. Obrigada por desde o inicio do curso, cuidar de mim com tanto amor. Posso dizer que você foi essencial para que eu concluísse o mestrado. Você é mais que especial!

A equipe de funcionárias do Núcleo Odontológico Especializado – NOE, por transformar os dias de trabalho em dias de diversão.

Aos professores da equipe de Especialização em Implantodontia NOE, Walter João Genovese; Luiz Merli; Rianne Vilela e Prof. Fabiano Azevedo Ribeiro, por me ensinarem a cada dia mais a ser uma profissional e uma pessoa melhor. O meu desejo é que estejamos sempre juntos, comemorando sempre mais vitórias.

A Biatriz Altoé, Karla Mafra e Manuella Sartório. Há 8 anos começamos uma caminhada juntas e mesmo que as circunstâncias levassem a nos separarmos, permanecemos sempre unidas e nossa amizade cresce a cada dia mais. E a Caroline Milanezi, que também está sempre ao nosso lado. Obrigada pela amizade de vocês e pelo apoio!

As amigas Danielli Fernando, Fabiana França e Rafaela Gomes. Pela amizade e pelas orações.

A todos os meus amigos e colegas de profissão que durante esses dois anos contribuíram para que eu pudesse alcançar mais uma vitória.

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“Em todas as coisas somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou.”

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RESUMO

O condicionamento ácido prévio da superfície dentinária é indicado para remoção da

smear layer nos cimentos resinosos convencionais. Nos sistemas auto-adesivos,

pouco se sabe sobre os efeitos dos diversos métodos de condicionamento disponíveis. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de 2 métodos de condicionamento da superfície dentinária na adesão do cimento auto-adesivo RelyXTM U100 (3M ESPE Dental Products). Trinta terceiros molares humanos

seccionados transversalmente foram randomicamente alocados em 1 grupo controle (N=10) sem condicionamento e 2 grupos experimentais de acordo com o método de condicionamento da dentina: GI (N=10)- ácido fosfórico 37,5%; GII (N=10)- jateamento com óxido de alumínio. As superfícies de dentina coronária foram então observadas através de microscopia eletrônica de varredura. Em seguida, os corpos de prova foram preparados a partir da cimentação de cilindros de resina com RelyX U100. Os corpos de prova foram então randomicamente divididos para avaliação da resistência adesiva (N=15) através de ensaios de tração e da interface de adesão (N=15) através de microscopia ótica e microscopia confocal a laser (CSLM). Os métodos de condicionamento apresentaram efeitos diferentes na microestrutura da dentina. Todas as amostras apresentaram falhas prematuras no ensaio de tração. A microscopia ótica revelou gaps na interface de adesão. A CSLM demonstrou a formação de tags resinosos apenas em GI (alta densidade e profundidade constante) e em GII (baixa densidade e profundidade variável). A partir dos dados obtidos no presente estudo pode-se concluir que os diferentes efeitos microestruturais na superfície dentinária causados pelos métodos de condicionamento se refletem em diferentes características na adesão do cimento RelyX U100. A contração e do Rely X U100 e os efeitos do condicionamento da dentina, principalmente com o jateamento com óxido de alumínio, na resistência adesiva desse cimento auto-adesivo devem ser avaliados em estudos futuros.

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ABSTRACT

Dentin acid conditioning is advocated for smear layer removal in conventional adhesive systems. On the self-etch agents, the knowledge of the broadly available conditioning methods effects on dentin is limited. The objective of the present study was to evaluate the effects of 2 methods for dentin surface conditioning for RelyXTM

U100 (3M ESPE Dental Products) adhesion. Thirty transversally cut human third molars were randomically assigned into 1 control group (N=10) without dentin conditioning and 2 experimental groups regarding the dentin conditioning method used: GI (N=10) – 37.5% phosphoric acid; GII (N=10) – oxide aluminum sandblasting. Coronal dentin surfaces were observed with scanning electron microscopy. Samples were prepared from resin cylinders cementation with RelyX U100 and then they were randomically assigned for bond strength (N=15) evaluation with tensile testand for adhesion interface evaluation (N=15) with optical microscopy and confocal laser scanning microscopy (N=15). The dentin conditioning methods presented different dentin microstructural effects. All samples evaluated with tensile test demonstrated premature failure. Optical microscopy revealed gaps on the adhesion interface. CLSM demonstrated resin tags only in GI (high density and constant depth) and in GII (low density and variable depth). From the data collected on the present study it is concluded that different dentin surface effects caused by the conditioning methods results in different RelyX U100 adhesion profile. The Rely X shrinkage and the dentin conditioning effects, mainly with oxide aluminum sandblasting, on the bond strength of this self-etch cement must be evaluated in future researches.

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SUMÁRIO

RESUMO

1. INTRODUÇÃO, p.12

2. REVISÃO DE LITERATURA, p.14

2.1.AUTOCONDICIONAMENTO DA DENTINA, p.14 2.2.CIMENTO AUTOADESIVO RELYX U100, p.15

2.3.CONDICIONAMENTO DO SUBSTRATO DE ADESÃO, p.17

3. OBJETIVOS, p.21

3.1.OBJETIVO GERAL, p.21

3.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS, p.21

4. MATERIAIS E MÉTODOS, p.22

4.1.SELEÇÃO DE DENTES E PREPARO DA SUPERFÍCIE DENTINÁRIA, p.22

4.2.CONDICIONAMENTO DA DENTINA, p.22 4.2.1 Condicionamento ácido da dentina, p.23 4.2.2 Jateamento com óxido de alumino, p.23

4.3.ANÁLISE DA SUPERFÍCIE DE DENTINA EM MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA, p.23

4.4.ADESÃO DO CIMENTO AUTOCONDICIONANTE RELYX U100, p.24 4.4.1 Preparo dos corpos de prova, p.25

4.4.2 Ensaio de tração, p.27 4.4.3 Microscopia ótica, p.27

4.4.4 Análise em Microscópio Confocal de Varredura à Laser, p.28

5. RESULTADOS, p.30

5.1.MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA, p.30 5.2.ENSAIO DE TRAÇÃO, p.38

5.3.MICROSCOPIA ÓTICA, p.38

5.4.MICROSCOPIA CONFOCAL A LASER, p.40

6. DISCUSSÃO, p.46 7. CONCLUSÕES, p.51 ANEXOS, p.52

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1. INTRODUÇÃO

A evolução tecnológica das cerâmicas modernas possibilitou a introdução de restaurações indiretas de cerâmica pura tanto para elementos dentais anteriores quanto para posteriores. Assim, o desenvolvimento de agentes cimentantes eficazes é também importante para aumentar a longevidade do tratamento, visando obter uniões de alta resistência e de longa duração entre a estrutura do dente e os materiais restauradores (STANGEL, ELLIS e SACHER, 2007). Atualmente, os cimentos resinosos são o material de escolha para cimentação de restaurações indiretas, incluindo às estéticas metal free (ONISOR, BOUILLAGUET e KREJCI, 2007).

A adesão à dentina é mais sensível quando comparada ao esmalte devido às suas propriedades específicas, como a estrutura tubular e a umidade intrínseca (FRANKENBERGER; KRÄMER; PETSCHELT, 1999; TAY, GWINNETT e WEI, 1998). Assim, estratégias alternativas de adesão são constantemente desenvolvidas e estudadas com o objetivo de compensar as limitações da tecnologia atual de adesão (SCHWARTZ, 2006). A formação de camada híbrida é o processo mais utilizado para obter a adesão dos materiais restauradores e dos agentes cimentantes resinosos à dentina. O processo de hibridização convencional da dentina segue um protocolo clínico composto de três etapas consecutivas: (1) desmineralização da camada superficial, expondo uma fina matriz de colágeno; (2) penetração da matriz de colágeno com monômeros hidrofílicos; (3) aplicação de agentes adesivos hidrofóbicos (VAN MEERBEEK et al., 2003). Diferentes sistemas adesivos já foram desenvolvidos visando melhorar as propriedades da camada híbrida. As diferenças entre esses sistemas estão basicamente relacionadas às diferentes interações possíveis entre adesivos e smear layer. A smear layer constitui uma verdadeira barreira física, que pode ser dissolvida ou permeabilizada permitindo que os adesivos entrem em contato diretamente com o substrato dental (PERDIGÃO, 2007).

Atualmente, há uma tendência de simplificar os procedimentos clínicos de hibridização da dentina visando tornar o processo menos sensível a falhas. Os sistemas autocondicionantes tornam a smear layer permeável, sem removê-la completamente e incorporando essa estrutura à camada híbrida (LOHBAUER,

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2008). Assim, os adesivos autocondicionantes e os cimentos auto-adesivos reduzem o tempo e o número de etapas clínicas (RADOVIC et al., 2008).

O cimento auto-adesivo RelyX U100 (Rely XTM UniCem, 3M ESPE Dental

Products, St. Paul, MN, USA) foi desenvolvido em 2002 com o objetivo de obter adesão ao substrato dentário por meio de uma aplicação simples, direta e sem a necessidade de tratamento dentinário prévio (YOSHIDA et al., 2000). Contudo, os profissionais ainda receosos com a eficácia dos cimentos auto-adesivos recomendam que um protocolo de limpeza eficaz dos dentes seja realizado para evitar quaisquer interferências na interface entre a superfície da dentina e o cimento. Dessa forma, diversas técnicas de limpeza dos dentes vêm sendo propostas, destacando-se o condicionamento químico e mecânico da dentina (CHAIYABUTR e KOIS, 2008).

O método químico mais empregado para o condicionamento dentinário é a aplicação de ácido fosfórico, porém outras substâncias já foram sugeridas, como a clorexidina e o EDTA. Dentre os agentes mecânicos é possível observar na literatura a indicação para a associação de instrumentos rotatórios com pedra-pomes e a aplicação de partículas micro-abrasivas sobre a dentina, visando a limpeza e/ou criação de micro-retenções na superfície (CHAIYABUTR e KOIS, 2008).

O uso de partículas de óxido de alumínio como protocolo de condicionamento mecânico prévio à cimentação definitiva já foi proposto, porém os resultados na adesão dentinária são pouco documentados na literatura (CHAIYABUTR e KOIS, 2008). Nessa técnica, uma corrente de alta velocidade de partículas de óxido de alumínio gera uma energia cinética, utilizada para preparar dentina e esmalte (SHILLINGBURG et al., 1997). Essas partículas criam rugosidades na superfície, aumentando a área para adesão, o que, teoricamente aumentaria a resistência de restaurações em esmalte e dentina (MUJDECI e GOKAY, 2004).

Assim, é de fundamental importância o conhecimento das propriedades dos cimentos resinosos auto-adesivos após o condicionamento da estrutura dentária, realizado com métodos tradicionais e modernos sugeridos para o condicionamento prévio da dentina.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Autocondicionamento da dentina

A confiabilidade clínica de adesivos autocondicionantes vem sendo constantemente questionada por diversos estudos na literatura.

Van Meerbeek et al.(2003) e Yoshida et al. (2000) compararam a resistência adesiva de sistemas adesivos autocondicionantes, de dois-passos e de três-passos. O teste de microtração revelou melhores resultados para o sistema de três-passos quando comparados ao de passo-único.

Resultados similares foram observados posteriormente por Goracci et al (2004) avaliando adesivos autocondicionantes no esmalte e na dentina. Os adesivos de três-passos apresentaram resistência adesiva significativamente maior que os adesivos de passo-único.

O estudo de De Munck et al (2005) avaliou a resistência adesiva e a característica morfológica da camada híbrida formada pelos sistemas autocondicionantes, de dois-passos e de três passos. Os adesivos autocondicionantes apresentaram resultados inferiores aos demais sistemas. A análise microstrutural com micrsocopia eletrônica de varredura e de transmissão demonstraram uma íntima associação entre a morfologia interfacial e o pH dos adesivos autocondicionantes. A interação com a dentina demonstrou uma variação da formação de uma camada híbrida de espessura submicrométrica composta por hidroxiapatita, à camadas mais espessas, de 3 a 5 µm, com hidroxiapatita apenas na base da camada híbrida.

Mine et al (2009) avaliaram a efetividade de adesão de dois adesivos autocondicionantes ao esmalte e à dentina, Adper Easy Bond e Adper ScotchBond SE, 3M ESPE. Os autores concluíram que, embora os novos adesivos pesquisados tenham revelado alta interação com o esmalte e a dentina, a resistência de união em ambos os tecidos foi em geral inferior ao adesivo do grupo de controle (Clearfil SE Bond – C-SE; Kuraray, Osaka, Japan).

Van Landuyt et al (2006), avaliaram a resistência adesiva do adesivo auto-condicionante Clearfil SE Bond (Kuraray) ao esmalte e a dentina com e sem tratamento prévio dos tecidos com ácido fosfórico e concluíram que o

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condicionamento adicional com ácido fosfórico para melhorar a efetividade adesiva deve ser limitado ao esmalte.

O efeito da espessura do smear layer e da acidez das soluções autocondicionantes em curto e longo prazo, na resistência adesiva à dentina, foram analisados por Reis et al. (2005). Os sistemas Clearfil SE Bond (Kuraray), Optibond Solo Plus Self-Etch Primer + Optibond Solo Plus (SO – Kerr) e Tyrian Self Priming Etchant (SPE) + One-Step Plus (Bisco) foram avaliados e os resultados revelaram que o desempenho dos sistemas autocondicionantes não parece ser dependente da espessura da camada de smear layer.

Lohbauer et al. (2008), demonstraram que os adesivos autocondicionantes removem ou dissolvem parcialmente o smear layer, causando uma incompleta formação dos tags de resina ou baixa densidade dos tags. Os autores avaliaram como a presença ou ausência dos tags de resina afetam os túbulos da dentina coronária profunda em humanos através de ensaios de tração. Eles observaram que inicialmente, a formação de tags de resina não influenciou a resistência adesiva; que a termociclagem das amostras reduziu a resistência adesiva, na presença ou na ausência dos tags de resina; e que os padrões de fratura ocorreram na maioria das vezes na interface dentina/camada híbrida.

2.2 Cimento auto-adesivo RelyX U100

O sucesso clínico dos procedimentos restauradores indiretos depende em partes da técnica de cimentação utilizada. Os cimentos disponíveis clinicamente são classificados em cinco grupos: cimento fosfato de zinco, cimento policarboxilato, cimentos de ionômero de vidro, cimentos de ionômero de vidro modificado por resina, e cimentos de resina composta (DIAZ-ARNOLD, VARGAS, HASELTON, 1999).

Belli et al (2009) relataram que os cimentos resinosos são capazes de promover um adequado selamento entre a superfície da restauração e o substrato dentário.

Os cimentos resinosos contemporâneos podem ser divididos em três grupos de acordo com a abordagem do adesivo utilizado para preparar o dente previamente à cimentação: (1) utiliza condicionamento-lavagem; (2) esmalte e dentina são preparados utilizando primers autocondicionantes; e (3) representado por cimentos auto-adesivos. No primeiro e no segundo grupo há necessidade do uso de agentes

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condicionantes e adesivos, o que torna a técnica mais sensível (OZER, BERGLER, SADAN, 2009).

Essas dificuldades significativas levaram ao desenvolvimento dos cimentos resinosos auto-adesivos, que foi baseado na adaptação química dos cimentos tradicionais e dos adesivos autocondicionantes (RADOVIC et al., 2008).

Cimentos auto-adesivos como RelyX UniCem, foram introduzidos em 2002 como um novo grupo de cimentos resinosos, com intenção de eliminar algumas das deficiências dos cimentos convencionais (fosfato de zinco, policarboxilato e cimento de ionômero de vidro) e dos cimentos resinosos, bem como trazer as características favoráveis das diferentes classes de cimentos em um único produto (RADOVIC et al., 2008).

O RelyX U100, diferentemente dos sistemas adesivos tradicionais que utilizam a hibridização dentinária como principio básico para adesão, possui sua propriedade de adesão relacionada a monômero ácido-éster do ácido fosfórico metacrilato. Além disso, também vem sendo sugerida uma possível reação química direta entre a hidroxiapatita dentinária e as partículas vítreas de flúor alumino silicato, propriedade esta já comprovada nos cimentos de ionômero de Vidro (YOSHIDA et al., 2000). O cimento interage com a superfície da dentina sem formar uma real camada híbrida ou prolongamentos resinosos dentro dos túbulos dentinários (DE MUNCK et al., 2004).

Cimentos auto-adesivos não requerem qualquer pré-tratamento da superfície dentária. Após a sua manipulação, o seu processo de aplicação é extremamente simples, sendo realizada em apenas uma etapa clínica, similar aos procedimentos de aplicação dos cimentos convencionais como o fosfato de zinco (RADOVIC et al.,2008).

Estes cimentos são requeridos por fornecer boa resistência adesiva à superfície dos dentes e materiais restauradores e devido à simplicidade técnica. (BLATZ et al., 2009).

Ao contrário do cimento fosfato de zinco e dos cimentos resinosos, os cimentos auto-adesivos são requeridos para ser tolerante à umidade e liberar íons fluoreto em uma maneira comparável ao cimento de ionômero de vidro. Além disso, oferecem estética, boas propriedades mecânicas, estabilidade dimensional e adesão micromecânica (RADOVIC et al.,2008).

Radovic et al (2008) avaliaram a evolução da adesão dos pinos de fibra cimentados usando diferentes abordagens adesivas. Oitenta e dois pré-molares

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humanos foram divididos em: grupo 1 – condicionamento e lavagem; grupo 2 – grupo auto-condicionante e grupo 3 – grupo auto-adesivo, cimentado com RelyX U100. A adesão entre o pino e as paredes do canal radicular foi avaliada utilizando ensaio de tração. Com a metodologia utilizada, os autores concluíram que a abordagem auto-condicionante pode oferecer uma adesão à dentina do canal radicular menos favorável em comparação com as abordagens de condicionamento-lavagem e cimentos auto-adesivos.

Wang et al. (2008), compararam a retenção de dois tipos de pino de fibra cimentados, utilizando ensaio de tração. Vinte e quatro incisivos humanos foram divididos em grupos em que os espécimes foram cimentados com adesivo à base de resina (ONE-STEP PLUS, Bisco, Inc.) em combinação com cimento resinoso dual (C&B CEMENT, Bisco, Inc.); e espécimes cimentados com RelyX U100. Concluíram que o sistema de condicionamento-lavagem e adesivo separados, resultou em uma resistência adesiva significativamente maior do que os sistemas auto-condicionantes e auto-adesivos.

Mazzoni et al (2009), avaliaram a influência da termociclagem na resistência adesiva de pinos de fibra cimentados através de diferentes abordagens de cimentação. Foram utilizados 85 incisivos humanos divididos em: grupo 1 – condicionamento e lavagem, utilizando XP-Bond/CoreFlow2 (Dentsply); grupo 2 – adesivo auto-condicionante, Panavia F2.0/ED primer (Kuraray Dental, Japão) e grupo 3 – cimento auto-adesivo, RelyX Unicem (3M ESPE, Germânia). Os autores concluíram que a termociclagem diminuiu a resistência de adesão nos espécimes dos grupos 2 e 3, mas não afetou os espécimes do grupo 1. O uso de condicionamento-lavagem e adesivo em combinação com um cimento dual foi o mais estável quando comparado aos procedimentos de cimentação com cimento auto-adesivo, como analisado por termociclagem das peças cimentadas.

2.3 Condicionamento do substrato de adesão

Diversos autores citam que os achados morfológicos na interface cimento/dentina após a utilização de cimentos auto-adesivos são visivelmente diferentes em comparação com a estrutura formada após a utilização de cimentos que requerem pré-tratamento da superfície dentária (AL-ASSAF et al. 2007, DE MUNCK et al., 2004; GORACCI et al.,2006; RADOVIC et al.,2008).

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A avaliação microestrutural do cimento RelyX U100 à dentina já foi avaliada por alguns autores.

De Munck et al. (2004), avaliaram o desempenho do cimento auto-adesivo RelyX Unicem através do teste de tração e a interação deste material com a dentina através de microscopia eletrônica de alta resolução. Os testes foram realizados em amostras cimentadas com RelyX Unicem com e sem condicionamento com ácido fosfórico e em comparação com a eficácia da adesividade do cimento controle (Panavia F, Kuraray). A interface cimento/dentina foi avaliada através de Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e Microscópio Eletrônico de Transmissão. Em relação à adesividade ao esmalte, os resultados do cimento RelyX Unicem foram significativamente menores, enquanto nenhuma diferença significativa foi encontrada na cimentação à dentina. O condicionamento prévio à cimentação no esmalte aumentou a resistência à tração, obtendo o mesmo nível que o grupo controle, porém foi prejudicial para a eficácia adesiva à dentina. A avaliação morfológica demonstrou que o cimento interagiu apenas superficialmente com o esmalte e a dentina. Os autores concluíram que o cimento RelyX Unicem deve ser aplicado com alguma pressão, para garantir que o cimento com alta viscosidade se adapte intimamente as paredes da cavidade e que a melhor efetividade adesiva com esse cimento auto-adesivo foi obtida no grupo onde realizou-se condicionamento ácido do esmalte antes da cimentação.

Goracci et al. (2006), avaliaram a resistência e a morfologia da interface criada em esmalte e dentina por Panavia F 2.0 (P, Kuraray), RelyX Unicem (RU, a 3M ESPE), e Maxcem (M, Sybron-Kerr). Foram cimentadas Overlays em esmalte e dentina de 48 molares extraídos. Após a cimentação as amostras foram submetidas a teste de microtração e análise em MEV. Os autores concluíram que a adaptação nas amostras cimentadas com adesivo auto-condicionante e cimento auto-adesivo é melhor se uma força de assentamento maior do que a pressão do dedo for mantida durante o período inicial da auto-polimerização.

Al-Assaf et al. (2007), realizaram uma pesquisa com o objetivo de avaliar as características adesivas de cinco agentes cimentantes resinosos, incluindo resistência adesiva à tração, modo da falha, extensão da desmineralização, alterações morfológicas e formação de camada híbrida. Os produtos testados foram Bistite II DC (BDC), C&B Super-Bond (CBM), M-Bond (MBD), Panavia-F (PAF) e Rely-X Unicem (RXU). O cimento Rely-X Unicem removeu parcialmente a smear

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observado camada híbrida detectável. Os autores concluíram que foram encontradas diferenças significativas nas propriedades dos materiais testados, que podem levar a diferenças no seu desempenho clínico.

Chaiyabutr e Kois (2008), realizaram uma pesquisa em terceiros molares extraídos com intuito de avaliar o efeito dos protocolos de limpeza dentária na resistência adesiva de cimentos resinosos auto-adesivos. Os autores levantaram a hipótese de que as partículas de óxido de alumínio poderiam afetar a resistência adesiva quando utilizado cimento auto-adesivo, porque qualquer partícula na dentina poderia inibir o efeito auto-condicionante do cimento e qualquer reação química entre o cimento e uma partícula de óxido de alumínio poderia ter um efeito negativo sobre a resistência de adesão. Porém, concluíram que dentro das limitações do estudo, utilizando partículas de óxido de alumínio como um protocolo de limpeza mecânica prévia à cimentação com cimento auto-adesivo, a resistência adesiva melhorou significantemente, mesmo após a utilização de cimento temporário constando eugenol.

Onisor, Bouillaguet e Krejci (2007) avaliaram a influência de diferentes tratamentos de superfície na adaptação marginal em esmalte e dentina, utilizando 36 molares humanos, divididos em: grupo 1 (30 s de exposição ao ozônio); grupo 2 (20 s abrasão com partículas de óxido de alumínio com 50µm); grupo 4 (20 s de exposição a 27µm de pó de silício – silicatização); e grupo controle (sem tratamento). Os autores concluíram que o tratamento da superfície com ozônio e silício podem diminuir significativamente a qualidade da adaptação marginal em dentina, sem influenciar negativamente a qualidade em esmalte. Além disso, o jateamento com óxido de alumínio demonstrou não interferir significativamente na adaptação marginal de uma restauração adesiva em esmalte e dentina.

Blatz et al. (2009) compararam in vitro a resistência adesiva dos cimentos resinosos auto-adesivos à cerâmica de óxido de zircônio com e sem abrasão de partículas de óxido de alumínio (partículas de 50µm por 12 segundos a uma distância de 10mm) e concluíram que a resistência adesiva dos cimentos auto-adesivos à cerâmica foi altamente variável e melhorou significativamente após a abrasão com partículas de óxido de alumínio.

Sauro et al. (2008) avaliaram o efeito do tratamento da dentina com EDTA e ácido fosfórico a 37,5%, a fim de melhorar a resistência da camada híbrida à degradação química. Foram realizados ensaios de tração e avaliação de micropermeabilidade da camada híbrida que revelaram que o uso do EDTA e do

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ácido fosfórico para condicionar a dentina melhoram a resistência à degradação química e pode resultar em melhor adesividade entre resina/dentina.

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3. OBJETIVO 3.1 Objetivo Geral

Esse trabalho teve como objetivo principal avaliar o efeito de diferentes tipos de condicionamento dentinário na adesão promovida pelo cimento auto-adesivo RelyX U100.

3.2 Objetivos Específicos

• Análise do efeito do método tradicional de condicionamento prévio da superfície dentinária com ácido fosfórico e do método moderno de jateamento com óxido de alumínio, através de microscopia eletrônica de varredura.

Análise da interface de adesão e da presença de tags resinosos do cimento auto-adesivo RelyX U100 através de microscopia confocal e de microscopia ótica.

• Avaliação da resistência adesiva do cimento autocondicionante RelyX U100 à superfície dentinária através de ensaios de tração

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Seleção dos dentes e preparo da superfície dentinária

O presente trabalho foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Veiga de Almeida (ANEXO I)

Foram coletados 30 terceiros molares humanos inclusos e semi-inclusos hígidos após extração. Os dentes foram doados pelos pacientes para esse estudo através de consentimento livre e esclarecido. Para a limpeza dos mesmos, foi utilizada cureta periodontal, pontas ultra-sônicas, e através de profilaxia com escova e pedra pomes, para a remoção de tecidos aderidos à superfície radicular. Os dentes foram mantidos em solução de timol a 0,1%, refrigerados a 9ºC e, antes do experimento, foram lavados em água corrente por 24hs, para eliminação de qualquer traço de timol remanescente.

Radiografias de todos os dentes foram realizadas no sentido vestíbulo-lingual e, após o processo de revelação, as mesmas foram posicionadas sobre um negatoscópio odontológico (Konex, São Paulo, SP, Brasil). Com o auxílio de um paquímetro manual (Mitutoyo 530, Suzano, SP, Brasil), com precisão de 0,05mm, a distância entre a ponta da cúspide e a junção esmalte-dentina de cada dente foi mensurada.

Em seguida, os dentes foram posicionados no interior de moldes circulares de silicone para o embutimento individual com resina epóxi (Arazyn 1.0 – Ara Química, SP, Brasil). Utilizando uma cortadora de alta precisão e baixa velocidade (Isomet, Buhler Ltd., Lake Bluff, NY, EUA) com um disco de diamante (127mm X 0,35mm X 12,7mm) e sob irrigação constante de água, as coroas dos dentes foram removidas através de uma seção transversal 0,5 mm abaixo da junção esmalte-dentina, medida nas respectivas radiografias, expondo uma superfície de dentina coronária.

4.2 Condicionamento da dentina

As amostras foram distribuídas randomicamente para a criação dos grupos experimentais com auxílio de um algoritmo computacional (HAAR, 2010) e, em seguida, renumeradas dentro de 2 grupos experimentais e 1 grupo controle de acordo com o método de condicionamento da superfície dentinária (Tabela 1).

(24)

Tabela 1: Divisão dos grupos experimentais e respectivos fabricantes das substâncias utilizadas para o condicionamento da dentina.

Grupo N Condicionamento da dentina Fabricante

GI 10 Ácido fosfórico 37% FGM

(SP, São Paulo, Brasil)

GII 10 Jateamento com óxido de

alumínio

BioArt

(SP, São Paulo, Brasil)

Controle 10 Sem condicionamento

-4.2.1 Condicionamento ácido da dentina

Em cada amostra de GI, 1 ml de gel de ácido fosfórico a 37,5% (FGM) foi aplicado sobre as superfícies dentinárias coronárias durante 5 segundos (Radovic,2008). A remoção após esse tempo utilizou 3 ml de água destilada. Em seguida, cada superfície foi seca com jatos de ar e papel absorvente.

4.2.2 Jateamento com óxido de alumínio

O jateamento com óxido de alumínio, foi realizado com o Microjato BioArt BioArt (SP,São Paulo, Brasil) , um equipamento específico para esse procedimento, seguindo as recomendações do fabricante. Foram utilizadas partículas de 50 μm de tamanho. O jateamento em cada amostra de GII foi realizado com a ponta do microjato à 5 mm de distância das superfícies dentinárias, pressionando a válvula de ativação por apenas uma vez. Após a aplicação, a superfície dentinária foi lavada, utilizando 3ml de água destilada e, em seguida, seca com jatos de ar e papel absorvente.

4.3 Análise da superfície de dentina em microscopia eletrônica de varredura

Todas as amostras foram levadas a um Microscópio Eletrônico de Varredura FEI Quanta 300 (FEI Company™, Oregon, USA, Figura 1) para avaliação das superfícies dentinárias após a realização dos condicionamentos. As amostras do grupo controle também foram observadas.

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Figura 1: Microscópio Eletrônico de Varredura FEI Quanta 300 (FEI Company™, Oregon, USA)

As amostras foram analisadas com uma distância de trabalho de 7,5 mm a 12 mm, em baixo vácuo (pressão de ~0,3 Torr, voltagem de 25KV), no modo de elétrons secundários e com magnificações variando de 2000X a 16000X.

Nas imagens capturadas foram avaliadas a presença de smear layer e o efeito de cada método de condicionamento nas superfícies dentinárias e nos túbulos dentinários.

4.4 Adesão do cimento Autocondicionante RelyX U100

Uma nova randomização foi realizada em cada grupo experimental e no grupo controle, distribuindo as amostras em 2 subgrupos de acordo com os métodos de análise utilizados. No subgrupo A (N=5) as amostras foram preparadas para serem submetidas aos ensaios de tração. No subgrupo B (N=5) as amostras foram avaliadas microestruturalmente através de microscopia ótica e confocal de varredura a laser (Figura 2).

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Molares Seccionados

(N=30)

GII (N=10)

Jateamento com

óxido de alumínio

B (N=5)

Microscopia Ótica

e Confocal

A (N=5)

Ensaio de

tração

Grupo Controle

(N=10)

sem

condicionamento

GI (N=10)

Ácido Fosfórico

37,5%

B (N=5)

Microscopia Ótica

e Confocal

A (N=5)

Ensaio de

tração

B (N=5)

Microscopia Ótica

e Confocal

A (N=5)

Ensaio de

tração

Figura 2: Fluxograma apresentando a divisão das amostras em grupos experimentais e subgrupos.

4.4.1 Preparo dos corpos de prova

A preparação dos corpos de prova seguiram o modelo descrito por Doyle et al., (2006). Trinta anéis de silicone (Small Parts Inc., Miami Lakes, FL, EUA) de 5mm de altura e 3,25mm de diâmetro interno foram utilizados como moldes para confeccionar cilindros de resina epóxi. Após tomar presa, os cilindros de resina foram empurrados para fora dos anéis e guardados para serem cimentados à superfície dentinária. Os anéis de silicone foram posicionados sobre a superfície dentinária e selados externamente com cianoacrilato (Figura 3).

Para a cimentação foi utilizado o cimento RelyX U100 (3MESPE), um cimento tipo pasta/pasta, fornecido em uma seringa com um controlador de dosagem. A composição desse cimento encontra-se na Tabela 2. Para cada amostra, uma dose de base e de catalisador foi dispensada através da seringa sobre uma placa de vidro e misturadas com uma espátula n.07 (S.S.White/Duflex, Rio de Janeiro, RJ, Brasil) com movimentos circulares, repetidos no mesmo sentido durante 2 minutos. Para permitir análise do cimento sob microscopia confocal de varredura à laser, foi adicionado ao mesmo um corante fluorescente no momento da espatulação, denominado Rodamina B (Sigma – Aldrich, St. Louis MO, EUA) em uma concentração de aproximadamente 0,1%.

Para a cimentação dos cilindros de resina epóxi, previamente confeccionados, todo o conteúdo manipulado foi aplicado no interior do anel de silicone fixado à superfície dentinária. Em seguida, o cilindro de resina epóxi foi posicionado no anel

(27)

de silicone e pressionado verticalmente para baixo até ficar completamente inserido nele, comprimindo o cimento em direção à dentina (Figura 3).

Cianoacrilato

anel de

silicone

cilindro de

resina epóxi

3,25mm 5 m m 3,25mm 5 m m

Molar seccionado e

embutido em

resina epóxi

Figura 3: Desenho esquemático da preparação dos corpos de prova para ensaios de tração e para a análise microestrutural. O anel de silicone, que serviu como molde para o cilindro de resina epóxi, foi posicionado sobre a superfície dentinária e selado externamente

RelyX U100

BASE CATALISADOR

Fibra de Vidro 55 a 65% Fibra de Vidro 55 a 65% Ésteres Ácido Fosfórico Metacrilato 15 a

25% Dimetacrilato Substituto 20 a 30%

Dimetacrilato de Trietilenoglicol 10 a 20% Sílica Tratada com Silano 1 a 5% Sílica Tratada com Silano 1 a 5% P-Toluenosulfonato de Sódio <2% Persulfato de Sódio 1 a 5% Hidróxido de Cálcio <2%

Tabela 2: Composição do cimento Rely X U100 (3M Brasil)

O processo de fotopolimerazação foi realizado de acordo com as recomendações do fabricante do cimento autocondicionante e uma pressão digital constante foi mantida durante todo esse processo. Inicialmente, o cimento foi fotopolimerizado por 5 segundos com uma fonte de L.E.D (Poly 600, Kavo Dental

(28)

Excellence, Joinville, SC, Brasil). Após a polimerização inicial, os excessos do cimento extravasado foram removidos utilizando um aplicador regular Micro Brush (Vigodent SA Indústria e Comércio, Rio de Janiro, RJ, Brasil) e solução de álcool a 90%. Após a remoção dos excessos, as amostras foram fotopolimerizadas novamente, dessa vez por 20 segundos. As amostras foram mantidas em umidificador a 370 C para permitir a polimerização completa do cimento durante 7

dias.

4.4.2 – Ensaio de tração

Conforme mencionado acima, 5 corpos de prova de cada grupo experimental e do grupo controle foram submetidos aos ensaios de tração. Os anéis de silicone desses 15 corpos de prova foram seccionados e removidos para serem submetidos aos ensaios de tração.

Cada corpo de prova foi individualmente levado à máquina de ensaios mecânicos EMIC-DL3000 (EMIC Equipamentos e Sistemas de Ensaio LTDA, São José dos Pinhais, PR, Brasil) para a realização dos ensaios de tração. O software Tesc 3.1 (EMIC – Equpamentos e Sistemas de Ensaio Ltda) foi utilizado para controlar o ensaio de tração. Antes de iniciar o ensaio, o software solicitava o diâmetro da amostra para fornecer o resultado da Resistência Adesiva em MPa. Assim, antes de cada ensaio, o diâmetro do anel de silicone (3,25 mm) foi informado e o ensaio prosseguiu, utilizando uma célula de carga de 50N e com velocidade constante de 0,5 mm/min, até o momento da ruptura.

4.4.3 – Microscopia Ótica

Os 15 corpos de prova do subgrupo B foram seccionados longitudinalmente utilizando uma cortadora de alta precisão e baixa velocidade (Isomet) com um disco de diamante (127mm X 0,35mm X 12,7mm) e sob irrigação constante de água. Cada corpo de prova foi seccionado no centro do cilindro de resina epóxi, permitindo a visualização da interface adesiva.

A análise em microscopia ótica foi utilizada, com objetivo de observar a adaptação do cimento RelyX U100 à dentina e possíveis variações devido ao método de condicionamento.

(29)

Um microscópio óptico motorizado Axioplan 2 Imaging (Carl Zeiss, Hallbergmoos, Germany), controlado pelo software AxioVision 4.7 (Carl Zeiss Vision), foi utilizado para a captura de imagens da interface adesiva. Lentes objetivas Epiplan de 20x e 50x HD (Carl Zeiss) foram utilizadas acopladas a uma câmera digital (Axiocam HR, Carl Zeiss Vision) de 1300 x 1030 pixels, resultando em aumentos respectivos de 200x e 500X (Figura 4).

Figura 4: Laboratório de Microscopia Digital DEM / PUC-Rio

4.4.4 – Análise em Microscópio Confocal de Varredura à Laser (CSLM)

Foram utilizados os mesmos corpos de prova já analisados na microscopia ótica.

A CSLM foi utilizada para avaliar a formação de tags resinosos, ou seja, a penetração do cimento autocondicionante para o interior dos túbulos dentinários.

Foi utilizado Um microscópio confocal de varredura laser (LSM 510 META, Carl Zeiss, Jena, Alemanha) nucleado por um microscópio Observer Z1 equipado com objetiva EC Plan-Neofluar 2.5x/0.075. A varredura e captação de fluorescência das amostras, as quais continham Rodamina, foi realizada com laser HeNe 543nm, espelho dicróico primário HFT 488/543 e filtro de emissão Long Pass 560. Foram produzidas imagens em matriz de 2048 X 2048 pixels, as quais foram armazenadas digitalmente em formato LSM e posteriormente convertidas em formato TIFF por meio do software Zen 2009 Light Edition (Carl Zeiss). O zoom para captura de cada imagem variou de 0.7 a 1.3 o que equivale a resoluções que variaram de 2.486 a 1.352 μm/pixel.

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A Figura 5 exemplifica o tipo de fotomicrografia que foi obtida, sendo claramente evidenciada a penetração do cimento no tecido dentinário.

Figura 5: Imagem obtida através de microscopia confocal a laser de um dente seccionado longitudinalmente após cimentação com RelyX U100. O cimento corado com rodamina fica evidenciado na cor vermelha da imagem. É possível observar a linha de cimento sobre a superfície dentinária e a formação dos tags resinosos no interior dos túbulos dentinários.

(31)

5. RESULTADOS

5.1- Microscopia Eletrônica de Varredura

As imagens da superfície dentinária obtidas com a microscopia eletrônica de varredura demonstraram padrões claramente diferenciados, intimamente relacionados com os grupos experimentais e o grupo controle. Essa diferença entre os três grupos pode ser observada na .

A Figura 7 exemplifica os padrões de superfície obtidos com as amostras do grupo controle, onde nenhum tratamento foi realizado na superfície dentinária após o corte da superfície coronária das amostras. Nessas imagens é possível observar orifícios dos túbulos dentinários completamente ou parcialmente obliterados.

Nos espécimes do GI, no qual foi realizado o condicionamento com ácido fosfórico, observa-se os orifícios dos túbulos dentinários expostos e de diâmetro aumentado e ausência de rugosidade na superfície dentinária (). Contudo, é possível observar um aspecto erosivo das paredes dos túbulos dentinários (Figura 9).

O jateamento com óxido de alumínio produziu um superfície dentinária com irregularidades na dentina intertubular nas amostras de GII. Em determinadas regiões foi possível observar a presença de deformações na superfície semelhantes a rachaduras (Figura 10 e Figura 11). Outra característica representativa das amostras desse grupo foi a presença de resíduos na superfície (Figura 11).

As diferenças morfológicas da dentina entre os métodos de condicionamento fica evidente na Error: Reference source not found. A superfície após o jateamento tem alterações acentuadas no relevo ao contrário da superfície lisa observada após o condicionamento ácido.

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Figura 6: Imagem de MEV de superfícies dentinárias dos grupos experimentais e do grupo controle. a) grupo controle; b) condicionamento com ácido fosfórico e c) jateamento com óxido de alumínio

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(35)
(36)
(37)
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Todas as amostras do subgrupo A, dos grupos experimentais GI (N=5) e GII (N=5) e do grupo controle (N=5) apresentaram falhas prematuras nos ensaios de tração realizados, impedindo a obtenção de valores de resistência adesiva confiáveis no presente estudo. Dessa forma não foi possível avaliar o efeito dos métodos de condicionamento da dentina na resistência adesiva do cimento RelyX U100.

5.3 Microscopia Ótica

As imagens a seguir demonstram a análise em microscopia ótica das amostras do subgrupo B dos grupos experimentais GI (N=5) e GII (N=5) e do grupo controle (N=5).

Na imagem obtida através da microscopia ótica em 200x e 500X é possível observar uma linha entre a dentina e o cilindro de resina epóxi ().

Em algumas amostras foi possível observar um íntimo contato entre a linha de cimento e a dentina. Contudo, a maioria das amostras demonstrou espaços de tamanhos variados entre a superfície de dentina e o cimento.

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(41)

As mesmas amostras do subgrupo B submetidas à análise em microscopia ótica foram avaliadas no microscópio confocal a laser. Os grupos experimentais e o grupo controle demonstraram padrões diferenciados da formação de tags do cimento RelyX U100 (Figura 14).

Nas amostras do grupo controle, observamos pouca ou, em algumas amostras, nenhuma formação de tags resinosos do cimento autoadesivo (Figura 14Figura 15).

Nas imagens das amostras de GI (condicionamento com ácido fosfórico) foi possível observar a formação de tags resinosos ao longo da superfície dentinária. Essa penetração demonstrou ser densa, contínua e de profundidade constante sob a superfície dentinária (Figura 15).

Nas amostras de GII (jateamento com óxido de alumínio) também foi possível observar a formação de tags resinosos. De uma forma geral, a penetração do cimento foi de baixa densidade e com profundidade variável. Em algumas regiões foram observados tags extensos, mas em outras estavam ausentes (). Em apenas uma amostra essa profundidade foi constante ao longo da superfície (Figura 17).

A Figura 18 representa as diferenças observadas entre os métodos de condicionamento na maioria das amostras.

(42)
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Os métodos de condicionamento da dentina utilizados no presente estudo demonstraram ser capazes de alterar o tecido dentinário de maneiras diferentes. Os efeitos na superfície e nas estruturas dentinárias foram observados nas imagens obtidas através de microscopia eletrônica de varredura.

As imagens das amostras do grupo controle demonstraram túbulos dentinários obliterados, evidenciando a formação da smear layer. Outros estudos também já comprovaram que o corte e/ou o lixamento da superfície da dentina são responsáveis pela formação dessa camada (CHAIYABUTR e KOIS, 2008). Deve ser ressaltado que todas as amostras foram selecionadas e seccionadas da mesma forma, tornando possível a formação de uma camada de smear layer com características semelhantes entre os grupos experimentais.

Ambos os métodos de condicionamento da dentina utilizados, ácido fosfórico a 37,5% e jateamento com óxido de alumínio, foram capazes de remover a smear

layer, pois as imagens obtidas após o condicionamento apresentaram os orifícios

dos túbulos dentinários desobstruídos. Contudo, diferenças importantes foram observadas entre os métodos utilizados. Os túbulos dentinários das amostras condicionadas com o ácido apresentaram maior diâmetro que as amostras com a superfície de dentina jateada. Esse fato comprova a capacidade desmineralizante do ácido fosfórico, já demonstrada em estudos prévios (CHAIYABUTR e KOIS, 2008). Outro fator observado foi a presença de impurezas na superfície dentinária das amostras do grupo experimental no qual foi realizado o jateamento. Não existem relatos prévios na literatura sobre a presença dessas impurezas após o jateamento da dentina. Devido às características desse método, essas impurezas elas podem representar fragmentos da carga utilizada no condicionamento ou ainda fragmentos da dentina que se soltaram da superfície após a aplicação do jato.

As imagens obtidas através de microscopia eletrônica de varredura demonstraram ainda que o relevo das superfícies de dentina foi drasticamente alterado após o jateamento com óxido de alumínio, que criou uma rugosidade elevada. Por outro lado, as amostras condicionadas com ácido fosfórico 37,5% apresentaram lisura das superfícies de dentina. Mujdeci e Gokay (2004) também observaram a capacidade do jateamento com óxido de alumínio de promover rugosidades e uma superfície irregular na dentina.

(48)

resinosos que são utilizados clinicamente com o objetivo de fixar restaurações indiretas e pinos pré-fabricados aos tecidos dentários (BLATZ;SADAN e KERN, 2003). O objetivo dos adesivos e dos cimentos autocondicionantes é reduzir as etapas clínicas tornando o procedimento de adesão menos sensível a falhas técnicas (VAN MEERBEEK et al., 2003; DE MUNCK et al., 2004; GORACCI et al., 2006; DE MUNCK et al.) Alguns autores discordam dessa afirmação e relatam que apesar da sua facilidade técnica, a eficiência dos adesivos autocondicionantes ainda é questionável (WANG et al., 2008; RADOVIC et al. 2008; MAZZONI et al.,2009).

O RelyX U100 é um cimento auto-adesivo, composto por partículas sólidas inorgânicas e componentes orgânicos líquidos. Diferentes estudos têm indicado que os valores da resistência adesiva dos cimentos auto-adesivos são comparáveis, ou mesmo superiores, aos cimentos adesivos convencionais (BLATZ et al..2009; RADOVIC et al.,2008 e MAZZONI et al., 2009). No presente estudo, não foi possível avaliar o efeito dos métodos de condicionamento ácido utilizados na adesão do RelyX U100 devido às falhas prematuras ocorridas nos corpos de prova durante os ensaios de tração. Estudos prévios já demonstraram a possibilidade da ocorrência de falhas prematuras nesses tipos de ensaios mecânicos (MAZZONI et al., 2009). Existem diversos métodos publicados na literatura para avaliar a resistência adesiva de materiais à dentina. Apesar de já ter sido comprovado que testes diferentes vão também fornecer resultados diferentes, impossibilitando uma comparação direta entre os estudos, ainda não existe uma padronização da American Dental

Association relativa ao ensaio mecânico mais indicado para avaliar a adesão à

dentina (TAGGER et al., 2002; MOLL, FRITZENSCHAFT e HALLER, 2004; SOUSA-NETO et al., 2002).

A metodologia utilizada para a preparação de corpos de prova foi baseada em um desenho experimental já utilizado em estudos anteriores nos quais foram avaliados cimentos resinosos para tratamento endodôntico (DOYLE et al, 2006; REIS, 2009). Esses autores foram eficientes na determinação da resistência adesiva dos materiais avaliados através de ensaios mecânicos de tração. Assim, outros fatores relacionados às propriedades do RelyX U100 podem também ter contribuído para as falhas prematuras ocorridas nos ensaios de tração durante a avaliação da resistência adesiva.

Blatz et al. (2009) e Radovic et al. (2008) relataram que o RelyX Unicem apresenta além de uma boa resistência adesiva, estabilidade dimensional. Contudo,

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observar a existência de um espaço entre a linha de cimento e a superfície dentina em diversas amostras. Esse gap pode ter sido causado por uma contração desse cimento. Essa observação corrobora com os achados de Bergmans et al (2005) que relatou que após empurramento do cimento para o interior dos túbulos dentinários patentes, um stress é criado pela polimerização inical do cimento, se perpetuando até a cura final do cimento. Assim, as forças geradas no processo de polimerização são capazes de provocar uma desadaptação, uma vez que o cimento está fracamente aderido às paredes dentinárias. Dessa forma é possível visualizar a penetração profunda do cimento nos túbulos dentinários, mesmo em regiões com

gaps.

Frankenberger, Krämer e Petschelt (1999); Tay, Gwinnett e Wei (1998), relatam que a adesão ao esmalte é mais favorável quando comparada a adesão à dentina devido às características intrínsecas da mesma que podem ter influência direta na adesão. A resistência adesiva dos sistemas adesivos convencionais já foi modelada teoricamente como a soma da força dos tags de resina (penetração do adesivo para o interior dos túbulos dentinários), da camada híbrida (incorporação do adesivo pela trama colágena da dentina intertubular) e da adesão de superfície (PASHLEY et al., 1995). Assim, os efeitos observados tanto na superfície, quanto nos túbulos dentinários das amostras avaliadas no presente estudo, pode influenciar a formação da camada híbrida e, consequentemente, a adesão (MARSHALL et al., 1997; SCHWARTZ, 2006).

Durante muitos anos, uma maior penetração dos cimentos e dos materiais adesivos para o interior dos túbulos dentinários era considerada um parâmetro importante para a resistência adesiva do material à dentina. Contudo, estudos mais recentes têm demonstrado que a real contribuição dos tags resinosos profundos na dentina pode estar sendo superestimada. Lohbauer et al. (2008), em um recente estudo, correlacionaram a penetração intratubular do adesivo dentinário com a qualidade da adesão. Os autores concluíram que tanto o aumento da profundidade dos tags resinosos quanto da densidade desses tags não resulta em melhoria da resistência adesiva da resina composta. Crivano, 2009 após ensaios de push-out de pinos intrarradiculares cimentados com cimento RelyX U100, também não observaram aumento da resistência adesiva desse cimento nas amostras com maior formação de tags resinosos.

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dos métodos de condicionamento da dentina na formação dos tags resinosos. O condicionamento ácido promoveu uma formação de tags resinosos com profundidade semelhante na dentina e o jateamento resultou em tags com profundidades variáveis. No grupo controle a penetração intratubular foi praticamente nula em todas as amostras. Corroborando com os resultados do presente estudo, Crivano, 2009 também só observou a formação de tags resinosos após o condicionamento ácido da dentina. Bitter et al., (2009) avaliaram a interface de adesão após o uso do cimento RelyXTM UniCem, e observaram que não existia a

formação de uma verdadeira camada híbrida. Esses resultados confirmam as informações do fabricante e as propriedades de adesão do RelyX U100 já abordadas em estudos prévios (DE MUNCK et al., 2004, GERTH et al., 2006). Assim, o mecanismo de adesão desse cimento deve estar relacionado a uma reação com a dentina de seu monômero ácido - éster do ácido fosfórico metacrilato além de uma possível reação química direta entre a hidroxiapatita dentinária e as partículas vítreas de flúor alumino silicato.

A diferença da formação dos tags resinosos entre os métodos de condicionamento pode estar relacionada ao processo que cada um utiliza para a remoção da smear layer. O condicionamento ácido causa a ampliação dos orifícios dos túbulos dentinários o que parece ocasionar essa penetração contínua abaixo da superfície dentinária. Sauro et al. (2008) relata que o condicionamento da dentina com ácido fosfórico a 37,5% pode resultar em melhor adesividade entre cimento/dentina. Contudo, Van Landuyt et al (2006) afirma que o condicionamento ácido fosfórico deve ser limitado ao esmalte para melhorar a efetividade adesiva dos cimentos auto-adesivos.

Outros estudos demonstraram que a resistência adesiva do Rely X U100 à dentina não aumentou após o condicionamento dentinário com ácido fosfórico (CRIVANO, 2009; GORACCI et al., 2005; WANG et al., 2008).

A remoção da smear layer pelo jateamento com óxido de alumínio ainda não foi muito estudada, porém foram observadas no presente estudo algumas características desse método de condicionamento que podem ter relação com a formação de tags de espessuras variáveis nessas amostras. O não alargamento dos orifícios dos túbulos dentinários pode dificultar a penetração do cimento nesses túbulos. Além disso, a presença de impurezas na superfície também pode ter causado a obliteração parcial de alguns túbulos. Por outro lado, rachaduras na

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também foram visualizadas nas amostras após o jateamento. Não foi possível determinar com as imagens obtidas com o MEV a extensão em profundidade dessas rachaduras, mas essa é uma causa possível de uma profunda penetração do cimento RelyX U100 no tecido dentinário.

A associação de métodos de microscopia utilizados no presente estudo tornou evidente que os métodos utilizados para o condicionamento da dentina produzem alterações morfológicas significativas na estrutura desse tecido, que refletem diretamente nas características da interface de adesão. O condicionamento com ácido fosfórico é mais documentado na literatura, mas poucos estudos existem sobre o jateamento com óxido de alumínio.

Teoricamente, a rugosidade de uma superfície aumenta a área de contato com o material adesivo, aumentando, consequentemente, a resistência adesiva. Os resultados positivos de estudos prévios disponíveis na literatura têm indicado que esse tipo de condicionamento é realmente capaz de melhorar a adesão. O único estudo disponível na literatura sobre a influência desse método na adesão de cimentos autocondicionantes é o de Chaiyabutr e Kois (2008). Os autores avaliaram a resistência adesiva do RelyX U100 à dentina e observaram que o jateamento com partículas de óxido de alumínio de 27 µm e de 50 µm aumentaram a resistência adesiva desse cimento. Blatz (2009) observaram que o jateamento com óxido de alumínio aumentou a resistência adesiva do RelyX U100 e de outros cimentos adesivos em superfícies de cerâmica. Outros estudos devem ser realizados buscando comprovar a eficiência do jateamento com óxido de alumínio na resistência adesiva dos cimentos autocondicionantes.

Outro fator que merece atenção é a influência do jateamento e dos seus efeitos na integridade estrutural da dentina e das restaurações. Onisor, Bouillaguet e Krejci (2007) demonstraram que o jateamento com partículas de óxido de alumínio não diminuiu a integridade da adaptação marginal na dentina e nas restaurações de resina composta. Porém, no presente estudo, foram observadas rachaduras na superfície dentinária que podem comprometer a dureza e a integridade estrutural da dentina.

Nas amostras do grupo controle observamos pouca formação de tags resinosos, possivelmente relacionado ao fato de que cimentos autoadesivos assim como adesivos autocondicionantes removem ou dissolvem parcialmente o smear

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A microscopia eletrônica de varredura revelou que ambos os métodos removeram a smear layer da superfície dentinária, que o ácido fosfórico causou o alargamento dos orifícios dos túbulos dentinários e o jateamento com óxido de alumínio causou rugosidade acentuada na superfície dentinária e rachaduras.

Não foi possível avaliar a influência dos métodos de condicionamento da superfície dentinária na resistência adesiva do cimento auto-adesivo RelyX U100 devido a falhas prematuras dos corpos de prova no ensaio de tração.

A microscopia ótica revelou a presença de espaços vazios entre o cimento e a dentina, causados possivelmente por uma elevada contração do cimento auto-adesivo RelyX U100.

Através de análise de microscopia confocal, observamos uma camada de alta densidade e de profundidade constante de tags resinosos do cimento RelyX U100, após o condicionamento com ácido fosfórico a 37,5% e tags resinosos do cimento RelyX U100 pouco densos e de profundidade variável, após o condicionamento com jato de óxido de alumínio.

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COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA PARECER CONSUBSTANCIADO

Identificação do Projeto de Pesquisa: INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES PROTOCOLOS DE CONDICIONAMENTO E LIMPEZA DA DENTINA NA ADESÃO DE CIMENTOS AUTO - ADESIVOS

Pesquisador responsável: Professora Claudia Mendonça Reis Instituição Responsável: Universidade Veiga de Almeida CEP de Origem: Universidade Veiga de Almeida

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Referências

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