SÉRIE: 3º ANO DATA: 06 / 07 / 2016
Professora: Regina
Literatura
LISTA DE
RECUPERAÇÃO
Modernismo- 1ª fase.
1) As personagens de Memórias de Um sargento de Milícias manifestam uma característica que também estará presente na personagem Macunaíma. Essa característica é a
a) disposição permanentemente alegre e bem-humorada. b) discrepância entre a condição social humilde e a complexidade psicológica.
c) busca da satisfação imediata dos desejos.
d) mistura das raças formadoras da identidade nacional brasileira.
e) oposição entre o físico harmonioso e o comportamento agressivo.
2) O título da obra Macunaíma é especificado como anti-herói sem nenhum caráter. A alternativa que não é verdadeira em relação à especificação é:
a) O caráter do herói é ele não ter caráter definido. b) O protagonista assume várias esferas de ação, daí ser simultaneamente herói e anti-herói.
c) A fragilidade de caráter do protagonista faz com que este perca, no decorrer da obra, sua característica de herói. d) O herói se configura por suas qualidades paradoxais, ele é ao mesmo tempo: preguiçoso e esperto, irreverente e simpático, valente e covarde.
e) O caráter do herói é contraditório, pois ele se caracteriza como um i.sonso-sabidoló.
TEXTO I
Às mui queridas súbditas nossas, Senhoras, Amazonas. Trinta de Maio de Mil Novecentos e Vinte e Seis. Senhoras: Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas de saudades e muito amor, com desagradável nova. É bem verdade que na boa cidade de São Paulo Œ a maior do universo, no dizer de seus prolixos habitantes Œ não sois conhecidas por ‚‚icamiabas™™, voz espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas; e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes belígeros e virdes da Hélade clássica;
e assim sois chamadas. Muito nos pesou a nós, Imperator vosso, tais dislates da erudição porém heis de convir conosco que, assim, ficais mais heróicas e mais conspícuas, tocadas por essa plátina respeitável da tradição e da pureza antiga. (...) Recebei a benção do vosso Imperador e mais saúde e fraternidade. Acatai com respeito e obediência estas mal traçadas linhas; e, principalmente, não vos esqueçais das alvíçaras e das polonesas, de que muito hemos mister. Ci guarde a Vossas Excias. Macunaíma, Imperador.
ANDRADE, Mário de. Macunaíma Œ o herói sem nenhum caráter. 6ª ed., São Paulo: Ed. Martins, 1970.
3) Mário de Andrade, ao inserir em Macunaíma esta ‚Carta prás Icamiabas, escrita com erudição e em língua portuguesa elaborada, que destoa do conjunto da obra, teve como
Intenção
a) satirizar a língua natural e simples, de característica popular, e valorizar a construção clássica e gramaticalmente correta.
b) denunciar o pedantismo do brasileiro, que é o de escrever português de lei, e criticar a incoerência dos que imitam essa linguagem desusada.
c) valorizar a língua de Camões e contrapor-se ao uso abusivo da linguagem coloquial.
d) alertar as icamiabas sobre os perigos da civilização e denunciar que‚ pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são.
e) ser coerente com o comportamento linguístico vigente na época que era o de falar numa língua e escrever noutra.
Leia o trecho da "Carta para icamiabas", de
Macunaíma, de Mário de Andrade para responder
ao teste.
"As donas de São Paulo, sobre serem mui
formosas e sábias, não se contentam com os dons
e excelência que a Natura lhes concedeu; assaz
se preocupam elas de si mesmas (...). Assim é que
chamaram mestras da velha Europa, e sobretudo
de França, e com elas aprenderam a passarem o
tempo de maneira bem diversa da vossa. Ora se
alimpam, e gastam horas nesse delicado mester,
orar encantam os convívios teatrais da sociedade,
ora não fazem coisa alguma; e nesses trabalhos
passam elas o dia tão entretecidas e afanosas que,
em chegando a noute, mal lhes sobra vagar pra
brincarem e presto se entregam nos braços de
Orfeu, como se diz."
04. No trecho transcrito, Macunaíma revela sua:
(A) percepção dos comportamentos fúteis e
artificiais das mulheres paulistanas.
(B) rejeição ao comportamento elegante e refinado
das mulheres da cidade.
(C) ânsia por compreender e incorporar-se à
sofisticada vida urbana paulistana.
(D) análise crítica em relação à cultura
exibicionista da rica burguesia paulistana.
(E) habilidade e perspicácia em decodificar
rapidamente os códigos que regem a sociedade
burguesa paulistana.
Texto para as questões de 05 a 10. "Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente Ver a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio
mando chamar a mãe-dágua Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei – Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada (Manuel Bandeira)
05. A simples leitura do texto já nos convence
tratar-se de um poema filiado ao modernismo já que se trata de um poema:
a. de tom coloquial, sem rima, em que não está presente a pontuação tradicional. b. em que predomina o vago, o etéreo, o
indizível.
c. de absoluta precisão formal.
d. em que aparece a figura da mulher idealizada e a fuga de um lugar distante e edênico.
e. que busca o bucólico, o campestre, o fantástico.
06. Pasárgada, cidade lendária da antiga
Pérsia, no poema indica outro espaço e outro tempo. No texto, há uma oposição entre um aqui e um lá; entre um agora e um então. Esta oposição recebe o nome de:
a. silepse. b. antítese. c. pleonasmo. d. sinestesia. e. polissíndeto.
07. Não é difícil definir o tema da ida para
Pasárgada:
a. busca dos prazeres libidinosos b. evasão espacial e temporal c. volta à infância
d. amor à civilização e. apego ao poder.
08. Voltaire afirmava que "quem quiser fundar
alguma coisa de grande deve começar por ser completamente louco". Bandeira nega este mundo chato e mofino, percorrendo vastidões da fantasia, ainda que seja para cair na loucura, especialmente em:
a. Joana a Louca de Espanha Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive b. ... farei ginástica
Andarei de bicicleta c. Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo d. Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade e. Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar.
09. Nesta estrofe, o poeta devidamente
refugiado no mágico Éden imaginário, projeta uma série de ações insignificantes que
compõem o cotidiano de um menino sadio. É o retorno psicológico à infância – marca de um tempo feliz e de liberdade. A estrofe começa assim:
a. Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei
b. Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz
c. E como farei ginástica Andarei de bicicleta d. Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Mas triste de não ter jeito
10. Inconformado com o real concreto, o poeta
enumera um conjunto de vantagens que este mundo fantástico oferece: sexo livre, uma nova percepção do tempo e do espaço, uma nova permeabilidade para uma revisão do mundo material. A estrofe começa assim:
a. Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei
b. Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz
c. E como farei ginástica Andarei de bicicleta
d. Em Pasárgada tem tudo É outra civilização
e. E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito.
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o
culpado de tudo.
27 set. 2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012.
11.O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem
a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.
b) forma clássica da construção poética brasileira.
c) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol. d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética.
e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais
ver resposta
O trovador
Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal... Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo... Cantabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005. 12. Cara ao Modernismo, a questão da identidade
nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval, remete à brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.
ver resposta
13. Assinale a alternativa em que se encontram preocupações estéticas da Primeira Geração Modernista:
a) Principal corrente de vanguarda da Literatura Brasileira, rompeu com a estrutura discursiva do verso tradicional, valendo-se de materiais gráficos e visuais que transformaram a estrutura do poema.
b) Busca pelo sentido da existência humana, confronto entre o homem e a realidade, reflexão filosófico-existencialista, espiritualismo, preocupação social e política, metalinguagem e sensualismo.
c) Os escritores de maior destaque da primeira fase do Modernismo defendiam a reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais, revisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais, eliminação do complexo de colonizados e uso de uma linguagem própria da cultura brasileira.
d) Amadurecimento da prosa, sobretudo do romance, enfoque mais direto dos fatos, influência da estética Realista-Naturalista do século XIX e caráter documental, como no livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.
e) Os poemas modernistas apresentam relação dialógica com os poemas do simbolismo: o abuso de figuras de linguagem e de elementos sensoriais que permitem uma viagem sinestésica marca a poesia dessa fase.
14.MACKENZIE– “Chamado de rapsódia por Mári
o de Andrade, o livro é construído a partir de uma série
de lendas a que se misturam superstições, provérbios e
anedotas. O tempo e o espaço não obedecem às regras
de verossimilhança, e o fantástico se confunde com o
real durante toda a narrativa”. A afirmação faz
referência à obra:
a) O rei da vela.
b) Calunga.
c)Macunaíma.
d) Memórias sentimentais de João Miramar.
e) Martim Cererê
15. "A língua sem arcaísmo. Sem erudição. Natural e
neológica. A contribuição milionária de todos os erros.
Como falamos. Como somos".
Neste trecho do Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de
Andrade, depreende-se um dos programas propostos
pelos modernistas:
a) Invenção de uma nova língua, estruturalmente
diferente da falada e escrita pelos portugueses.
b) A imitação do discurso dos autores populares da
literatura oral brasileira.
c) A incorporação da fala brasileira à língua literária
nacional.
d) A volta à língua do Brasil dos primeiros tempos da
colonização.
e) O repúdio à literatura dos escritores do passado,
apenas porque eram afeitos à extrema correção.
Respostas:
01. R.: A; 02. R.: E; 03. R.: B; 04.R: A; 05. R.: A; 06. R.: B; 07. R.: B; 08. R.: A; 09. R.: E; 10. R.: A; 11.A; 12. D; 13. C; 14. C; 15. C