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Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.42 número6

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Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 42(6):738, nov-dez, 2009

NECROLÓGIO/OBTUARY

José Fernando de Castro Figueiredo (

1949 †2009)

Em 02/12/2009, a Medicina Tropical e a Infectologia Brasileira perderam José Fernando de Castro Figueiredo, membro atuante na prática clínica, ensino médico e produção científica.

Nascido em Altinópolis-SP, em 03/01/1949, fez o curso médico na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), graduando-se em 1974. Especializou-se em Clínica Médica e posteriormente, em Doenças Infecciosas e Parasitárias, prosseguindo sem interrupções em direção à carreira acadêmica. O Mestrado e o Doutorado foram concluídos, respectivamente, em 1980 e 1987, ambos com estudos da doença de Chagas, sob orientação de Adhemar Mario Fiorillo, um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.

Em 1979, ingressou como docente de Moléstias Infecciosas e Tropicais, Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, iniciando suas atividades universitárias e profissionais nessa instituição e no Hospital das Clínicas a ela associado. Como professor dedicado dos ciclos básico, clínico e do Internato, sempre foi bem avaliado pelos discentes, sendo homenageado em diversas ocasiões pelos formandos de Medicina e dando o nome à XXXVIII turma de graduandos. Recebeu o Prêmio de Professor de Destaque no Ensino de Graduação da FMRP-USP.

Na área científica, desenvolveu linhas de pesquisa sobre doença de Chagas, tuberculose, hepatites por vírus e infecções hospitalares e e m i m u n o s s u p r i m i d o s , abrangendo epidemiologia,

clínica, diagnóstico e tratamento. O interesse pela doença de Chagas veio desde a época da pós-graduação, tornando-o nos anos mais recentes um dos especialistas da coinfecção tripanossomíase-aids. Desenvolveu testes imunoenzimáticos para diagnóstico de tuberculose, cisticercose e leishmaniose, os quais tiveram aplicação no diagnóstico clínico-laboratorial. Sua atuação científica voltou-se também para a epidemiologias das infecções causadas por bactérias multirresistentes e, principalmente, para as hepatites causadas por HBV e HCV. O seu conhecimento e experiência sobre estas últimas infecções motivaram convites para várias palestras que efetuou em eventos científicos e deu suporte à execução de número expressivo de projetos de pesquisa da pós-graduação acadêmica. Estabeleceu parcerias científicas sólidas e produtivas, o que contribuiu para que tivesse 116 artigos publicados em periódicos e 219 trabalhos apresentados em congressos, alguns dos quais foram distinguidos e premiados. Concluiu a orientação de nove Doutorados e oito Mestrados, capacitando médicos que hoje atuam como docentes em outras

universidades brasileiras, além de proporcionar iniciação científica a alunos que se transformaram em pesquisadores.

Dentre as atividades assistenciais e administrativas que desempenhava no Hospital das Clínicas da FMRP-USP, José Fernando foi coordenador dos Laboratórios de Sorologia e de Soroepidemiologia, co-responsável por ambulatórios de assistência a pacientes com hepatite por vírus e docente organizador do ambulatório para pacientes com tuberculose

multidroga-resistente. Vinha dedicando especial atenção à Comissão de Uso e Controle de Antimicrobianos, da qual era presidente. Teve papel decisivo na implantação e atualização de condutas e normas para uso profilático e terapêutico de antimicrobianos, tendo como permanente princípio a obtenção de consenso junto a colegas de outras especialidades. Uma de suas últimas realizações consistiu na organização de um simpósio sobre antimicrobianos.

Como destaque especial da sua vida profissional, José Fernando era um

expert em ensino médico, tendo colaborado com diversas publicações sobre o tema. Presidiu o Centro de Apoio Educacional e Psicológico da FMRP-USP e participou da elaboração e execução da avaliação anual de habilidades e competências dos formandos em Medicina, o que permitiu uma comparação objetiva de dois currículos do curso de Medicina.

S e m p r e m o d e s t o , e desapegado do poder e de títulos, foi membro do Conselho Fiscal da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e, ultimamente, Presidente da Regional de Ribeirão Preto-SP.

Feliz na vida conjugal, tinha grande afeição pelas três filhas e netos, aos quais pretendia dedicar os anos vindouros. Afável, discreto e cordato, José Fernando de Castro Figueiredo conquistou muitos amigos na USP-Ribeirão e em outras universidades. Sua partida precoce deixou um grande vazio em nossa Divisão de Moléstias Infecciosas e Tropicais, da qual era um dos pilares de sustentação.

Alcyone Artioli Machado Roberto Martinez

Professores Associados da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, Departamento de Clínica Médica,

Referências

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