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Cromossômios de Dysdercus

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Academic year: 2021

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Cromossômios de Dysdercus

(Hemiptera-Pyrrhocoridae)

S. de Toledo Pisa Jor.

Professor de Zoologia, Anatomia e Fisiologia da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz",

da Universidade de São Paulo „

ÍNDICE

Dysdercus Ruficollis (L.) 210 Dysdercus Honestus Blöte 211 Dysdercus Mendesi Blötee 212

Discussão . 213 Summary ... 215

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Apresento neste pequeno trabalho o resultado das primei- ras ofcservacões dos cromossômios dos Hemipteros do gênero Dysdercus (Pyirhocoridae) realizadas com três espécies. E x e m - plares d« Dysdercus ruficollis ( L ) , Dysdercus honestus Blôte e Dysdercus mendesi Blõte, gentilmente fornecidos em frascos de criação pelo distinto especialista Dr, Luiz O . Teixeira Mendes, entomologista do Instituto Agronômico de Campinas, consti- tuíram o material em que se basearam os fatos aqui referidos.

A p e r a s os m a c h o s foram utilizados no presente estudo. Os testículos foram fixados em AUen-Bouin, modificação de Bauer, incluídos em parafina, cortados com 13 micra e coloridos pela Vicmatoxtiina de Heidenhein.

Darei a seguir u m a descrição abreviada daquilo que m e pareceu essencial relativamente à morfologia e ao comporta- m e n t o dos cromossômios durante a espermatogênese das três espécies em questão.

D Y S D E R C U S RUFICOLLIS (L.)

Espermatogftnios. Esta espécie possui espermatogônios com 13 cromossômios, isto é, 6 pares de autossômios e um sexo-cro- mossômio. (Fig 1 ) .

Espermatócitos. O cromossômio sexual, ante: de alcançar o estado de m á x i m a contração, pode apresentar-se mais ou m e - nos alongado direito ou dobrado e, muitas vezes, tetradiforme, quer dizer, com u m a incisao longitudinal e u m a constriçao transversal. As tétrades em formação sao alongadas. ^ dlaci- nese apresentam-se como duas m a ç a s bem separadas u m a da oatra po» ít*iíssimoe conectivos, ás vezes invisíveis. Tétrades em forma de cruz foram encontradas. O sexo-cromossômio pos- sui nessa fare uma cinturinha mediana que chega a separar completamente as suas duas metades.

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No estado difuso do núcleo e nos estados precedentes p o - de-se com facilidade reconhecer um plasmossômio e raramente dois. s s s e organôide apresenta um diminuto granulo, que t a n - to pode se mostrar muito pálido, como intensamente colorido.

Neste último caso. o plasmossômio, propriamente, torna-s? i n - distinto e o corpúsculo, que provavelmente é u m organizador de nuclérto, pode ser tomado por um pequenino cromossômio sexual.

Na metáfase o sexo-cromossômio fica n o centro do circulo formado pelas té trades a u t o s o m a l s . (Fig. 2 ) . Nas vistas l a t e - rais exibe uma constriçfio mediana, pela qual êle se divide. N a metáfase secundária fica fora do plano equatorial, algumas v e - zes muito proximo de um dos pólos, incorporando-se, sem $e

dividir, no núcleo que se constitui desse lado. , Corpos cr orna toldes foram encontrados tanto nos esperma-

tócitos primários como nos secundários.

D Y S D E R C U S H O N E S T U S BLOTE

Espermatogdnios. Possuem 15 cromossômios, ou sejam, 7 pares de autossômios e um sexo-cromossômio. (Pig. 3 ) . Os cro- mossômios rrovom-se para os pólos encurvados para eles.

Espermatócitos. A t é a entrada do núcleo na fase difusa n a - da de especial se assinala, a nfto ser a impossibilidade de so distinguir o plasmossômio. O sexo-cromossômio apresenta-se sempre como um corpúsculo arredondado, bastante condensa- do. Depois do estado difuso pode-se observar a formação das tétrades. Quando estas se tornam individualmente distintas p o - de-se constatar, nas maiores, os dois cordões laterais que a*

constituem e a abertura mediana tantas vezes referida e m ou- tras publicações (Cf. P I Z A 1945 e 1946, A n . Esc. Sup. Agr. "Luiz de Queiror", Vs. 2 e 3 ) . Tétrades alongadas, com diversas aber- turas como se os cordões laterais se houvessem torcido frouxa- mente um sobre o outro, tétrades dobradas pela região da aber- tura mediana, bem como tétrades anulares, foram observadas.

U m pouce antes da diacinese verifica-se que as tétrades, j á bastante condensadas, apresentam, na regifto mediana,' dois fi- nos cone^tivos paralelos. A s tétrades diaclnéticas sao mais

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longas do que largas e providas de u m a incis&o longitudinal dè uma constricâo transversal bastante pronunciada.

Na metáfase contam-se 7 tétrades autossomais dispostas em círculo e um sexo-cromossômio na parte central (Pig. 4 ) . Este é o menor elemento da placa. Divide-se na primeira divi- são e passa indiviso para u m dos pólos na segunda.

Corpos cromatóides de dimensões variadas foram encontra- dos.

D Y S D E R C U S MENDESI BLÕTE

Espermatogônios. Sao providos de 16 cromossômios de t a - m a n h o s diferentes, sendo 7 pares de autossômios e 2 sexo-cro- nussômtos (Pig. 5 ) .

Expermatócltos. Antes do período de crescimento observa- se nos espermatócitos primários u m enorme plasmossômio e dois pequenos cromossômios sexuais do mesmo t a m a n h o , os qiTais tanto podem apresentar-se separados, a distâncias v a - riáveis, come muito próximos ou em contato mais ou menos es- trjito. (Pigs. 10 e 1 1 ) . No período de crescimento o plasmossô- m i o se reduz úr. t a m a n h o e os sexo-cromossômios se apresen- t a m sempre separados. D o estado difuso em diante torna-se difícil descobrir o plasmossômio (Pig. 12).

Duront^ a *ormaçao das tétrades nada se nota de especial.

N a diacinese observam-se, bem espalhadas no interior do n ú - cleo, 7 tétrades autossomais de t a m a n h o s variados e 2 sexo- cromossômios bastante pequenos, porém providos de nítida cin- turinha mediana, o que lhes dá um aspecto tetradiforme. C o n - servam-se os cromossômios sexuais bem separados entre si até a metáfase. Nessa ocasião eles se aproximam, chegando a e n - trar em contato na parte central do círculo formado pelos a u - tossômios. (Pig, 6 ) . Raramente se pode encontrar u m dos sexo- cromossômios nc centre e o outro na periferia, j u n t a m e n t e com as autossômios. A s vistas laterais da metáfase revelam que as tétrades autossomais sao muito curtas e que os sexo-cromossô-

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mios, dispostos lado a lado, são alongados e providos de forte constriçâo mediana. (Fig. 7 ) . Eles se dividem por essa constri- ção e portanto transversalmente, e as suas correspondentes metades c a m i n h a m j u n t a s para os pólos.

Nas anáfases avançadas observa-se que os cromossômios sexuais, um oouco mais adiantados que os outros, põem-se em estreito contato, de maneira que nas metáfases secundárias, a.j invés de 9 cromossômios, como era de esperar-se, apenas se contam 8. (Figs. 8 e 9 ) . Aqui t a m b é m o par sexual fica n o cen-

tro do grupo antossomal. (Fig. 9 ) .

Na segunda divisão os sexo-cromossômios se separam, en- caminhaiido-se para pólos opostos. Todos os espermatócitos, por conseguinte, recebem 7 autossômios e um cromossômio sexual.

No início da transformação dos espermatldlos em esper- matozóides, pode-se verificar, com bastante clareza, que os a u - tossômios são transversalmente divididos por funda constriçâo em duas partes perfeitamente distintas. (Fig. 1 3 ) .

*>•

G r a n u l e cromatóides são encontrados no citoplasma dos espermatócitos.

Cromossômios somáticos. No cérebro de larvas encontrá- mos algumas anáfases cujos cromossômios se apresentavam fortemente rocurvados para os pólos. (Fig. 1 4 ) .

D I S C U S S Ã O

E m .se tratando de três espécies bastante afins do m e s m o gênero, era de se esperar o m e s m o número e o m e s m o c o m - portamento dos cromossômios. Entretanto, não foi isso o que se verificou. Dvsdercus ruficollis possui 13 cromossômios como número diplóide, D . honestus 15 e D . Mendes! 16. A s duas p r i - meiras espécies são, como as demais espécies conhecidas da f a - mília, do tipo sexual X - 0 , diferindo u m a da outra por possuir honestus um par de autossômios a mais com relação a ruficollis.

Em ambas o sexo-cromossômio se divide na primeira divisão do espermatócito, passando indiviso para um dos pólos na s e - gunda. Na metáfase dos espermatócitos, tanto primários como

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secundários, encontra-se, por conseguinte, o m e s m o número de cromossômios, ou seja, 7 em ruficollis e 8 em honestas. D i - ferem ainda essas duas espécies quanto ao plasmossômio, que na primeira é bem visível durante longo período da história dos espermatócitos, apresentando u m "organizador", as vezes tào intensamente colorido, que com facilidade poderia er toma do por u m pequenino heterocromossômio, ainda mais que, quando nesso estado, o plasmossômio dificilmente pode ser re- conhecido, d*\da a sua extrema palldez, tendo-se a impressão que o ccrpúsculo colorido se encontra livre n a cavidade n u - clear. Na segunda espécie o plasmossômio n&o se deixa obser- var.

Dysdercus mendesi é, sem dúvida, a mais interessante das trés espécies Apresentando 7 pares de autossômios como D.

honestus, possui, muito ao contrário, 2 sexo-cromossômios, o invés de 1. Nesse particular ela difere bastante das outras es- pécies da família, aproximando-se do Lygaeidae Onocopelius fascia tus, estudado por W I L S O N . Os sexo-cromossômios, que sao do m e s m o t a m a n h o , n a metáfase primária se dispõem l a - do a lado n o centro do círculo formado pelas tétrades autosso- mais, podendo, ai, entrarem em contato. Sao alongados e pro vidos d e funda constricâo transversal, através da qual se d i - videm. As duas metades que se dirigem para o m e s m o lado caminham j u n t a s e u m a vez atingido o pólo entram em con- tato, de sorte que nas metáfases secundárias, ao invés de 9 cromorsômios, contam-se apenas 8. Na segunda divisão os sexo-cromossômios se separam, indo um para cada polo. O mecanismo em questão pode ser considerado como sendo do tipo X - Y . Esta espécie é notável pelo t a m a n h o do plasmossômio.

As espécies aqui estudadas confirmam pontos de vista es- tabelecidos em outros trabalhos, segundo os quais os cromos- sômios dós Hemipteros sao normalmente providos de u m cine- tocore em cada extremidade. Assim, em Dysdercus honestus f o - ram encontradas anáfases espermatogoniais com os cromossô- mios encurvados para os pólos, o m e s m o tendo sido observa- do em tecidos somáticos de Dysdercus mendesi. Os sexo-cro- mossômios desta espécie orientam-se com o eixo longitudinal paralelamente ao eixo do fuso e se dividem transversalmente pela constricâo mediana. T o r n a m - s e desse modo monocéntricos e áss,m permanecem até o final da segunda divisão. A rege- neração da dlicentricidade se opera n o decurso da espermio-

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gênese. D e fato, em n e n h u m a das espécies de Hemípteros que pudemos até agora estudar foi-nos possível verificar, com t a n - ta clareza como nesta, a duplicidade dos cromossômios das fases iniciais da transformação dos espermatidios em esper- matozôides. Realmente, observa-se aqui que os cromossômios sãn bem divididos por forte constriçâo transversal.

S U M M A R Y

T h e chromosomes of the males of three species of Pyrrho¬

coridae (Hemiptera) belonging to the genus Dysdercus were briefly described in this paper.

1) Dysdercus ruficollis (L.) — Spermatogonia with 13 chro- mosomes, t h a t is, with 6 pairs of autosomes a n d a single sex chromosome. Primary and secondary spermatocytes with 6 - f X c h r o m o s o m e s X being equationally divided in the first di- vision and passing undivided to one pole in the second. I n the first metaphase X occupies the center of the circle formed b y the autosomal tetrads, in the second it lies outside the equatorial pla'-ie, nearing sometimes one of the poles. A l l the chromoso- mes divide transversely in the first' division. A plasmosome provided with a granular organizer was observed. W h e n in- tensely coloured, the organizer appears as if it were a free corpuscle within the nucleus and in this case it m a y be m i s ¬ sinterpreted.

2 ) Dysdercus honestus Blöte. — T h i s species h a s sperma- togonia with 15 chromosomes, differing from the preceding one in having 7 pairs of autosomes instead of 6. A t anaphase the spermatogonial chromosomes are bent toward the poles.

Primary and secondary spermatocytes with 7 + X chromo- somes. Plasmosome was not observed.

3) Dysdercus mendesi Blöte. — Has the same number of autosomese as the preceding species ( 1 4 ) , but 2 sex c h r o m o - somes instead of one. T h e spermatogonia are therefore provi- ded with 16 chromosomes. Before the growth period of the spermatocytes the sex chromosomes, which are small bodies of the same size, m a y appear separated or in contact with one another. A t that time a n enormous plasmosome is seen in the nucleus. Later in the history of the spermatocytes the sex

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chromosomes appear always separated. A t diakinesis they show a very deep median constriction. A t metaphase they go to the center of the plate formed by the 7 autosomal tetrads, where they orient side by side with their length parallelly to the spindle axis. T h e n they divide transversaly throughout the median construction and their corresponding halves move toge­

ther to the same pole where they enter into intimate contact.

Thus, instead of 9, only 8 chromosomes are counted in the se­

condary metaphases. W h e n the secondary spermatocytes d i ­ vide, each resulting spermatid gets one of the sex chromoso­

mes. Tn the beginning of the transformation of t h e s p e r m a l into spermatozoa the chromosomes scattered within the n u ­ cleus are formed by two distinct parts separated by a very pronounced constriction as if they were metaphase c h r o m o ­ somes

I n this species somatic chromosomes have been observed in nerve tissue of the larva. A s it was stated, anaphase chro­

mosomes move toward the poles pronouncedly bent to them.

T h e facts presented here, are in full agreement with the assumption m a d e by the present writer in other papers, that Hemiptera chromosomes are provided with a kinetochore at each end. (Cf. P I Z A 1945 and 1946, A n . Esc. Sup. Agri. "Luiz de Queiroz", V. 2 and 3 ) . T h e shape of the chromosomes of the spermatids of Dysdercus mendesi seems to indicate t h a t the reestabliahment of the dicentricity takes place at this stage.

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