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Prevalência de infertilidade na cidade do Porto

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Academic year: 2023

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PREVALÊNCIA DE INFERTILIDADE NA CIDADE DO PORTO

Sónia Soares

PORTO

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Faculdade de Medicina VIII Mestrado em Saúde Pública

PREVALÊNCIA DE INFERTILIDADE NA CIDADE DO PORTO

Tese de Mestrado apresentada ao Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar/Faculdade de Medicina do Porto, sob a orientação da

Professora Doutora Teresa Maria Alves Rodrigues

Sónia Maria Barbosa Soares

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Quando o entusiasmo penetra em tudo que fazemos, Não pensamos no que passou ou no que se passará:

Pensamos apenas no que se está passando connosco…

Paulo Coelho

Sónia Soares

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Dedico todo este trabalho, A todos quantos me acompanharam durante a sua realização…

Sónia Soares

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Doutor José Henrique Dias Pinto de Barros, pela confiança que me depositou e pela sua grande sabedoria e conhecimentos demonstrados e partilhados.

À Professora Doutora Teresa Maria Alves Rodrigues por tudo o que me ensinou sobre infertilidade e investigação e pela sua grande disponibilidade e exigência que me proporcionou desenvolvimento e aperfeiçoamento.

A todos os profissionais do Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina do Porto.

À D. Célia do Serviço de Obstetrícia do Hospital de S. João, pela colaboração eficaz na busca dos artigos científicos.

Aos colegas do Mestrado que sempre me foram disponibilizando a sua ajuda nos momentos oportunos.

À Enfermeira Supervisora Fátima Pereira, Enfermeiro Coordenador Vítor Santos e Enfermeira Chefe Helena Bento do Centro de Saúde de Santa Maria da Feira, por todo o apoio e incentivo prestados.

À colega Anabela Patrício que, embora já não trabalhe comigo, muito colaborou no início deste percurso.

Sónia Soares

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A todos os profissionais da Unidade de Saúde Familiar Sudoeste que estiveram sempre presentes.

Ao meu querido marido que amo muito, que me acompanhando mais de perto foi sofrendo comigo, em silêncio, as dificuldades passadas.

Ao meu filho que, gerado no meio do percurso, se tornou a minha maior força para continuar. O meu amor por ele não tem fim…

Aos meus queridos pais e à minha querida irmã, que amo muito e que agradeço tudo… tudo que não pode ser descrito por palavras…

Ao Amigo Hugo Monteiro, pela disponibilidade interminável durante toda esta caminhada.

Aos meus sogros, pela colaboração em tudo quanto precisei.

À minha Amiga Joana Pinto que foi e continua a ser um suporte de carinho, ternura, amizade, disponibilidade, … Joana, não tenho palavras… Tu sabes o que quero dizer…

Às minhas Amigas Estela Monteiro e Sandra Carneiro que foram essenciais, sempre dispostas a ajudar.

A todos um Obrigado muito especial… Do fundo do meu coração…

Sónia Soares

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RESUMO

Objectivos: Os objectivos deste estudo foram determinar a prevalência de infertilidade na cidade do Porto, e verificar se existem diferenças de infertilidade de acordo com o ano de nascimento da mulher e o nível sócio-económico, avaliado através da escolaridade e da actividade profissional. Participantes e Métodos: Foi realizado um estudo transversal na cidade do Porto, entre 1999 e 2003, incluindo 1540 mulheres com idade igual ou superior a 18 anos. Foi realizada uma entrevista estruturada face-a-face, contendo dados sobre características sócio-demográficas, antecedentes pessoais e familiares, história ginecológica e obstétrica, capacidade cognitiva e características comportamentais. Foi avaliada a infertilidade ao longo da vida. A infertilidade primária foi definida como a ausência de gravidez ao fim de um ano a tentar engravidar, numa mulher que nunca engravidou. A infertilidade secundária refere-se à mulher que já engravidou, mas que posteriormente é incapaz, durante um período de pelo menos um ano. Resultados: A prevalência de infertilidade ao longo da vida foi 12,0% (Intervalo de confiança a 95%: 10,4-13,7). A prevalência de infertilidade primária foi 7,7% e a secundária foi 3,8%. A infertilidade primária foi referida por 64,5% das mulheres inférteis, a secundária por 31,7% e 3,3% referiram causa masculina. Não se observaram diferenças estatisticamente significativas na prevalência de infertilidade de acordo com o ano de nascimento, escolaridade e profissão.

Verificou-se que a infertilidade foi mais prevalente nas mulheres casadas/união facto/viúvas/divorciadas (13,9%) do que no grupo das mulheres solteiras (1,7%), e estas diferenças foram estatisticamente significativas. Conclusão: Os resultados não corroboram um aumento de infertilidade em coortes de nascimento mais recentes. Não se verificou associação entre infertilidade e nível sócio-económico. Verificou-se que a infertilidade foi mais prevalente nas mulheres casadas/união facto/viúvas/divorciadas (13,9%) do que nas mulheres solteiras (1,7%), e estas diferenças foram estatisticamente significativas.

Palavras-Chave: Infertilidade; factores sócio-demográficos.

Sónia Soares

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ABSTRACT

Objective: The aim of this study was to determine the prevalence of infertility in Porto and to assess the association between infertility and women’s year of birth and socioeconomic status evaluated by education and job. Participants and Methods: A cross sectional study was conducted in Porto during 1999-2003, including 1540 women aged 18-90 years.

Structured face-to-face interview comprising information on social, demographic, personal and family history, gynaecological and obstetric history, cognitive capacity and behavioural characteristics was performed. Lifetime infertility was evaluated. Primary infertility was defined as never being able to achieve a pregnancy after more than one year trying to conceive. Secondary infertility means that the woman has already conceived, but subsequently was unable, for at least a period of one year. Results: The prevalence of lifetime infertility was 12.0% (95% confidence interval: 10.4%-13.7%). The prevalence of primary infertility was 7.7% and secondary 3.8%. Primary infertility was reported by 64.5% of infertile women, 31.7% reported secondary infertility and 3.3% had male factor infertility. The prevalence of infertility was not significantly different according to women’s year of birth, education and job. Infertility was significantly more frequent among married/cohabiting/widow/divorced women (13.9%) compared to single women (1.7%).

Conclusion: These findings do not confirm the increase of infertility with more recent birth cohorts. There appeared no association between infertility and socioeconomic status. It was found higher prevalence on married/cohabiting/widow/divorced women (13.9%) comparative to single group women (1.7%), and these differences were statistically significant. Key Words: Infertility; sociodemographic factors.

Sónia Soares

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LISTA DE TABELAS

Folha

Tabela 1. Infertilidade de acordo com o ano de nascimento e características sócio-demográficas

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Tabela 2. Infertilidade primária e secundária de acordo com o ano de nascimento e características sócio-demográficas

21

ÍNDICE

Sónia Soares

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Folha

1. Introdução………... 10

2. Participantes e Métodos………... 15

3. Resultados………... 19

4. Discussão………. 23

5. Conclusões………... 27

6. Referências Bibliográficas………. 28

Sónia Soares

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1. INTRODUÇÃO

A infertilidade foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um problema de extrema relevância em Saúde Pública, representando um fenómeno mundial que afecta entre 50 e 80 milhões de pessoas em idade reprodutiva 1. Comparado com outras espécies, o ser humano apresenta maior incapacidade em termos reprodutivos. A fecundabilidade é cerca de 20% e a probabilidade cumulativa de gravidez nos casais férteis é 90% aos 12 meses, e 94%

aos 2 anos 2. Considerando que ter um filho constitui um dos maiores desejos dos casais, a infertilidade tem um impacto negativo nestes, trazendo consequências nefastas que incluem sofrimento psicológico, social e físico, isto é, ansiedade, depressão, frustração, medo, culpa, divórcio, estigma social e violência física 3-9.

A comparação das prevalências de infertilidade entre diferentes estudos epidemiológicos está dificultada pela utilização de diferentes definições de infertilidade e métodos de selecção diversos. Assim, para estimar a prevalência de infertilidade e os factores sócio-demográficos relacionados, é de extrema importância definir infertilidade. Não existe uma definição consensual de infertilidade, pois diferentes definições são usadas na prática clínica, bem como nos estudos epidemiológicos e demográficos. A definição de infertilidade da OMS é a ausência de concepção após 24 meses de relações sexuais regulares e desprotegidas 10, 11. O American College of Obstetrics and Gynecology propõe como definição a incapacidade para conseguir uma gravidez clinicamente reconhecida após um ano de tentativa por parte do casal 12. De acordo com a OMS, a infertilidade primária implica que o casal que mantém relações sexuais regulares e desprotegidas nunca

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tenha conseguido uma concepção 10. A infertilidade secundária refere-se ao casal que já conseguiu uma concepção, mas que posteriormente é incapaz, considerando que mantêm relações sexuais regulares e desprotegidas durante um período de dois anos 10.

É igualmente importante definir fecundabilidade, fecundidade e fertilidade. A fecundabilidade é a probabilidade de conseguir uma gravidez num ciclo menstrual 13. Ao utilizar os termos fecundidade e fertilidade é necessário ter presente que na literatura inglesa “fertility” significa fecundidade, e “fecundity” significa fertilidade na língua portuguesa, francesa e línguas românicas 14. A fecundidade designa o desempenho reprodutivo real da mulher que completou o período de idade fértil 13. Uma mulher para ser considerada fecunda, precisa de ter dado origem a um nado vivo. A fertilidade é definida como a aptidão para a reprodução, dependendo essencialmente da produção de espermatozóides pelos órgãos genitais masculinos e de óvulos pelos órgãos genitais femininos, isto é, reflecte a capacidade para conceber e ter um nado-vivo 12.

Os estudos epidemiológicos avaliam a infertilidade actual (“current”) ou a infertilidade ao longo da vida (“lifetime”). A infertilidade actual refere-se ao estado actual de infertilidade, enquanto a infertilidade ao longo da vida inclui todos os casais que alguma vez estiveram a tentar engravidar durante pelo menos 12 meses sem sucesso.

Numa revisão de estudos de prevalência publicados entre 1977 e 2005 foi demonstrado que nos países mais desenvolvidos a prevalência de infertilidade actual variou entre 3,5 e 16,7%: foi 16,7% aos 12 meses na Rússia, no Canadá 8,5% aos 12 e 7% aos 24 meses, nos EUA 7,4% aos 12 meses, na Holanda 10,7%

aos 12 meses, na Austrália 3,5% aos 12 meses; e entre 6,9 e 9,3% nos países

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menos desenvolvidos: na China 9,3% aos 12 meses, na Tanzânia do Norte 6,9%

aos 24 meses, na Gambia 9,2% aos 12 meses. A prevalência de infertilidade aos 12 meses ao longo da vida variou entre 6,6 e 26,4% nos países mais desenvolvidos: no Reino Unido foi 17,3%, na Austrália 18,4%, na França 12,2%, nos EUA 21,2%, na Europa foi 11,3%, na Noruega 6,6%, na Dinamarca foi 15,7%; e variou entre 5,0 e 25,7% nos países menos desenvolvidos: em Malauí 19,6%, no Chile 25,7%, em Gana 11,8%, e na Índia foi 15,1% 3.

A proporção de infertilidade primária é maior nos países desenvolvidos do que nos países em desenvolvimento, devido sobretudo à idade mais avançada da mulher na primeira concepção 15. A infertilidade secundária é mais baixa nos países desenvolvidos devido à maior acessibilidade aos cuidados de saúde, maior controlo das infecções sexualmente transmitidas e melhores práticas de higiene, nomeadamente no período pós-parto 15.

Em Portugal, a informação sobre prevalência de infertilidade é escassa.

Existe alguma controvérsia quanto à evolução da prevalência de infertilidade.

Alguns autores referem um aumento da infertilidade na última década, baseando-se no aumento do número de consultas médicas por infertilidade 16. Vários factores têm sido apontados para justificar este aumento: a tendência para ter filhos em idade mais avançada, devido à importância que é dada à actividade profissional e à instabilidade das relações; o uso de métodos contraceptivos; o aumento do número de parceiros sexuais associado a uma maior exposição às infecções sexualmente transmitidas; e as alterações da qualidade do sémen 2, 16. Num estudo realizado no Reino Unido, em 2008, foi demonstrado que a prevalência de infertilidade não aumentou com as sucessivas coortes de nascimento das mulheres 17. Segundo um estudo feito na Suécia, em 1999, a proporção de mulheres inférteis diminuiu de

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12,7% em 1983 para 8,3% em 1993, e esta diminuição reflectiu um efeito de coorte18. Os dados do “National Fertility Survey” e do “National Survey of Family Growth” sugeriram um declínio significativo na infertilidade das mulheres casadas nos Estados Unidos, de 8,5% em 1982 para 7,4% em 2002 19. Por outro lado, as projecções de infertilidade realizadas nos Estados Unidos de 2000 a 2025 sugerem um aumento da percentagem das mulheres inférteis, de 5 a 6,3 milhões em 2000, para 5,4 a 7,7 milhões em 2025 20. De acordo com Lunenfeld et al, a infertilidade primária tem aumentado devido sobretudo à idade da mulher na primeira concepção16.

Os dados referentes à evolução da infertilidade são de importância crucial. No entanto, existe larga controvérsia sobre a evolução destes indicadores a nível mundial. Acresce ainda o facto dessa variação reflectir mudanças sociais, comportamentais, biológicas ou ambientais 21.

Nos últimos 20 anos registaram-se enormes progressos no sentido de esclarecer as causas de infertilidade 22. Foram apontadas seis causas básicas de infertilidade: factores femininos como os cervicais (10%), uterinos (<10%), tubários (40%), hormonais ou ovulatórios (20%) e peritoneais, e factores masculinos (30- 50%) 16. Factores como a idade, o nível sócio-económico, a actividade profissional, a frequência das relações sexuais, a utilização de métodos contraceptivos, a qualidade da assistência de saúde, e as condições ambientais, nomeadamente a exposição a potenciais substâncias tóxicas na alimentação e/ou no ambiente como os solventes orgânicos, plásticos, mercúrio, álcool, nicotina, cafeína, cocaína e marijuana, têm sido relacionados com a infertilidade 4, 13, 18, 23-27. Os factores genéticos, alimentares (obesidade, perda e ganho excessivo de peso, perturbações alimentares, malnutrição) e o exercício físico excessivo, também se associam com a

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infertilidade 28, 29. Quarenta por cento dos casais inférteis apresentam vários destes factores 16. Recentemente tem sido dada ênfase à saúde reprodutiva masculina, tendo-se constatado que a qualidade do sémen tem vindo a diminuir e que metade dos casais tem infertilidade de causa masculina 1, 18. Cinco por cento dos casais têm infertilidade de causa desconhecida 16.

Não existe consenso na variação da prevalência de infertilidade com o nível sócio-económico. Num estudo realizado na Finlândia, em 2008, verificou-se que as mulheres com maior nível de escolaridade foram as que apresentaram maior prevalência de infertilidade 30. Na Suécia, outros autores mostraram que a infertilidade diminui com o aumento do nível de escolaridade: o risco de infertilidade nas mulheres mais escolarizadas (≥15 anos) foi metade do risco das mulheres com escolaridade mais baixa (<9 anos) 18. Também na Índia outro estudo demonstrou que as mulheres de nível sócio-económico mais baixo são mais inférteis, e atribuiu o facto a dificuldades de acesso ao sistema de saúde 31.

Os principais objectivos deste estudo são determinar a prevalência de infertilidade nas mulheres da cidade do Porto, e verificar se existem diferenças na proporção de infertilidade de acordo com o ano de nascimento da mulher e o nível sócio-económico, avaliado através da escolaridade e actividade profissional.

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2. PARTICIPANTES E MÉTODOS

Este estudo teve por base a avaliação inicial de uma coorte de 2485 indivíduos (EpiPorto) seleccionados entre 1999 e 2003. A população alvo era constituída por indivíduos adultos com idades compreendidas entre 18 e 92 anos, residentes no Porto, na área geográfica de influência do Hospital de S. João, nas freguesias de Paranhos, Bonfim, Campanhã, Cedofeita e Ramalde. A amostragem foi efectuada por aleatorização de dígitos telefónicos (random digit dialing). A lista de números telefónicos foi definida através da utilização dos indicativos da zona residencial e através do sorteio dos restantes quatro algarismos. Os números de instituições públicas ou privadas, números de fax, números não atribuídos e todos aqueles para os quais não foi obtida resposta após quatro tentativas de contacto, em dias e horas distintas foram excluídos. O entrevistador, após identificação e apresentação dos objectivos do estudo procedeu à colheita de informação relativa ao número de residentes com idade igual ou superior a 18 anos, identificando a idade. De seguida, por aleatorização simples, foi seleccionado um participante em cada habitação que iria integrar a amostra. Se o participante seleccionado se encontrasse na casa nesse momento, era feito o convite para participar no estudo.

Se ausente, seria feito mais tarde novo contacto telefónico. Quando confirmada a participação no estudo, era feita a marcação da data da entrevista a realizar no Serviço de Higiene e Epidemiologia da Faculdade de Medicina do Porto. A informação foi recolhida por entrevistadores treinados de acordo com um protocolo previamente descrito. Foram efectuadas entrevistas estruturadas, face-a-face, contendo dados sobre características demográficas e sociais, antecedentes

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pessoais e familiares, história ginecológica e obstétrica, capacidade cognitiva e características comportamentais.

Nos que recusaram participar no estudo, foi feita a caracterização sócio- demográfica, e não foram substituídos. A proporção de participação foi de 70%. No presente estudo foram apenas incluídos os participantes do sexo feminino (n=1540) e foram analisadas as seguintes variáveis: infertilidade primária e secundária, ano de nascimento, escolaridade, nível sócio-económico e estado civil à data da entrevista32,

33. A questão principal foi “Alguma vez esteve mais de um ano a tentar engravidar sem conseguir?”.

Neste estudo foi avaliada a infertilidade ao longo da vida. A infertilidade primária foi definida como a ausência de gravidez ao fim de um ano a tentar engravidar, numa mulher que nunca engravidou. A infertilidade secundária refere-se à mulher que já engravidou, mas que posteriormente é incapaz durante um período de pelo menos um ano.

Para as mulheres que responderam ter estado mais de um ano a tentar engravidar sem conseguir foi avaliado se: nunca engravidou; foi antes da primeira gravidez; foi depois de um abortamento; foi depois de já ter um filho; foi por infertilidade masculina.

As mulheres que responderam nunca ter engravidado e tentaram engravidar durante pelo menos um ano, e as que antes da primeira gravidez estiveram mais de um ano a tentar engravidar sem conseguir, foram incluídas no grupo das mulheres com infertilidade primária.

Foram incluídas no grupo de infertilidade secundária, as mulheres que após um abortamento ou nado-vivo, tentaram engravidar durante mais de um ano sem conseguir.

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As mulheres que estiveram mais de um ano a tentar engravidar sem conseguir por infertilidade masculina foram excluídas.

O ano de nascimento foi dividido em seis categorias: <1920, 1920-1929, 1930-1939, 1940-1949, 1950-1959, e ≥1960.

A escolaridade foi avaliada em quatro categorias, de acordo com o número de anos completos de escolaridade: <4, 4-8, 9-11 e ≥12 anos.

O nível sócio-económico foi avaliado pela profissão através da adaptação da classificação utilizada no Reino Unido do Registrar General que se baseia no prestígio ocupacional e se divide em cinco grupos: I.Profissões superiores;

II.Profissões intermédias; IIIa.Profissões especializadas, não manuais;

IIIb.Profissões especializadas, manuais; IV.Profissões semi-qualificadas;

V.Profissões sem qualificação. Para além destes cinco grupos foram também acrescentadas mais duas categorias, correspondendo o grupo VI aos reformados e inválidos, e o grupo VII às domésticas e desempregados 32, 33.

Partindo desta classificação foi definida uma variável com quatro categorias:

profissões superiores e intermédias (incluindo as classes I e II); profissões especializadas (classes IIIa e IIIb); profissões semi-qualificadas e sem qualificação (classes IV e V); e sem profissão, domésticas e desempregadas (classes VI e VII).

O estado civil foi agrupado em duas categorias: o grupo de mulheres casadas/união de facto/viúvas/divorciadas; e o grupo de mulheres solteiras.

As proporções foram comparadas pelo teste do Chi-quadrado ou Prova exacta de Fisher. Para estimar a magnitude da associação entre a infertilidade e os factores sócio-demográficos foram calculados odds ratio (OR) e respectivos intervalos de confiança a 95% (IC95%). O nível de significância foi 0,05. Os dados foram analisados através do programa EPI-Info.

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O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética do Hospital de São João.

Foram seguidas as regras da Declaração de Helsínquia e a legislação nacional em vigor 32, 33.

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3. RESULTADOS

Das 1540 mulheres entrevistadas, 183 (11,9%; IC95%: 10,4-13,7) referiram infertilidade ao longo da vida, definida como a ausência de gravidez ao fim de um ano a tentar engravidar, numa mulher que nunca engravidou, 1345 (87,3%) negaram infertilidade e 12 (0,8%) foram excluídas por falta de informação.

Neste estudo, 118 mulheres (7,7%) apresentaram infertilidade primária, 58 (3,8%) tiveram infertilidade secundária, seis (3,3%) referiram infertilidade de causa masculina e uma (0,5%) não tinha informação. As que apresentaram infertilidade de causa masculina e a que não apresentava informação sobre o tipo de infertilidade foram excluídas. A infertilidade primária foi referida por 64,5% das mulheres inférteis, a secundária por 31,7% e 3,3% referiram causa masculina.

Na Tabela 1 apresenta-se a prevalência de infertilidade de acordo com o ano de nascimento e características sócio-demográficas das mulheres.

Não se encontraram diferenças estatisticamente significativas na prevalência de infertilidade de acordo com o ano de nascimento, nem se observou qualquer tendência. No entanto, verificou-se um valor mais baixo de infertilidade (9,6%) nas mulheres mais jovens (nascidas após 1959) e mais elevado (18,9%) nas mulheres mais velhas (nascidas antes de 1920).

Relativamente à escolaridade, a infertilidade foi menos frequente nos extremos: escolaridade <4 anos (9,5%); escolaridade ≥ 12 anos (10,5%). Mas estas diferenças não foram estatisticamente significativas.

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No grupo das mulheres sem profissão, domésticas e desempregadas verificou-se uma proporção de infertilidade mais baixa (8,5%) relativamente aos outros grupos, mas esta diferença também não foi estatisticamente significativa.

No que se refere ao estado civil, verificou-se que a infertilidade foi mais frequente no grupo de mulheres casadas/união facto/viúvas/divorciadas (13,9%) do que no grupo das mulheres solteiras (1,7%), sendo que estas diferenças foram estatisticamente significativas.

Tabela 1. Infertilidade de acordo com o ano de nascimento e características sócio- demográficas

Inférteis Não Inférteis Odds ratios (95% IC)

p

n (%) n (%)

183 (12) 1345 (88) Ano de nascimento

<1920 1920-1929 1930-1939 1940-1949 1950-1959

≥1960

7 (18,9) 22 (11,9) 31 (10,5) 50 (14,0) 39 (13,0) 34 (9,6)

30 (81,1) 163 (88,1) 263 (89,5) 308 (86,0) 260 (87,0) 321 (90,4)

1,00

0,58 (0,21-1,64) 0,51 (0,19-1,38) 0,70 (0,28-1,98) 0,64 (0,25-1,73)

0,45 (0,17-1,23) 0,319

Escolaridade

<4 4-8 9-11

≥12

20 (9,5) 83 (13,3) 38 (12,8) 42 (10,5)

190 (90,5) 539 (86,7) 258 (87,2) 358 (89,5)

1,00

1,46 (0,85-2,53) 1,40 (0,76-2,58)

1,11 (0,62-2,03) 0,342

Profissão

Profissões superiores e intermédias Profissões especializadas

Profissões semi-qualificadas e sem qualificação

Sem profissão, domésticas, desempregadas

50 (11,4) 47 (14,1) 66 (12,6) 20 (8,5)

387 (88,6) 287 (85,9) 456 (87,4) 215 (91,5)

1,00

1,27 (0,81-1,98) 1,12 (0,74-1,69)

0,72 (0,40-1,28) 0,221

Estado civil

Casadas/união facto/viúvas/divorciadas Solteiras

179 (13,9)

4 (1,7) 1110 (86,1)

235 (98,3) 1,00

0,11 (0,03-0,28) <0,001

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Na Tabela 2 encontram-se os resultados relativos à prevalência de infertilidade primária e secundária de acordo com o ano de nascimento e características sócio-demográficas.

Tabela 2. Infertilidade primária e secundária de acordo com o ano de nascimento e características sócio-demográficas

Infertilidade

Primária Infertilidade

Secundária Não Inférteis p

n (%) n (%) n (%)

118 (7,7) 58 (3,8) 1345 (88)

Ano de Nascimento

<1920 1920-1929 1930-1939 1940-1949 1950-1959

≥1960

6 (16,2) 14 (7,6) 18 (6,8) 36 (10,3) 22 (7,5) 22 (6,4)

1 (2,7) 8 (4,3) 9 (3,7) 13 (3,7) 16 (5,5) 11 (3,2)

30 (81,1) 163 (88,1) 263 (89,5) 308 (86,0) 260 (87,0)

321 (90,4) 0,299

Escolaridade

<4 4-8 9-11

≥ 12

14 (6,6) 51 (8,7) 26 (9,0) 27 (6,8)

6 (2,9) 26 (4,6) 11 (3,8) 15 (3,7)

190 (90,5) 539 (86,7) 258 (87,2)

358 (89,5) 0,867

Profissão

Profissões superiores e intermédias Profissões especializadas

Profissões semi-qualificadas e sem qualificação

Sem profissão, domésticas, desempregadas

31 (7,2) 36 (11,1) 39 (7,9) 12 (5,1)

18 (4,2) 9 (3,0) 23 (4,7) 8 (3,4)

387 (88,6) 287 (85,9) 456 (87,4)

215 (91,5) 0,191

Estado Civil

Casadas/união facto/viúvas/divorciadas Solteiras

115 (9,2)

3 (1,7) 58 (4,7)

0 (0,0) 1110 (86,1)

235 (98,3) <0,001

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O grupo de mulheres mais velhas apresentou maior prevalência de infertilidade primária (16,2%) e menor de infertilidade secundária (2,7%), embora estas diferenças não tenham sido estatisticamente significativas.

Também não se encontraram diferenças estatisticamente significativas na proporção de infertilidade primária e secundária de acordo com a escolaridade, mas verificou-se uma proporção mais baixa de infertilidade secundária (2,9%) no grupo das mulheres de menor escolaridade.

Relativamente à profissão, as mulheres com profissões especializadas tiveram a proporção mais elevada de infertilidade primária (11,1%) e mais baixa de infertilidade secundária (3,0%), no entanto, estas diferenças também não foram significativas.

No grupo de mulheres casadas/união facto/viúvas/divorciadas verificou-se maior proporção de infertilidade primária (9,2%) comparativamente com as solteiras (1,7%). Nas mulheres solteiras não se observou nenhum caso de infertilidade secundária. Estas diferenças foram estatisticamente significativas.

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4. DISCUSSÃO

Tem sido reconhecida a necessidade de informação acerca da prevalência de infertilidade, infertilidade primária e secundária 34.

Em Portugal a informação sobre prevalência de infertilidade é escassa. Daí a importância de um estudo de prevalência válido, numa população limitada, utilizando critérios bem definidos. Este estudo utilizou uma amostra aleatória de mulheres dos 18 aos 92 anos de idade, residentes em cinco freguesias da cidade do Porto. A proporção de participação foi elevada (70%), e quando se compararam as características sócio-demográficas das participantes com as das não participantes não foram observadas diferenças significativas, daí podermos concluir sobre a representatividade da amostra estudada.

A informação foi obtida por entrevistadores treinados, sujeitos a supervisão contínua, e as respostas menos explícitas e/ou não preenchidas foram imediatamente editadas e codificadas após a sua recolha. Este tipo de questionário de auto-declaração de infertilidade foi considerado válido por vários autores 35-38.

A amostra inclui mulheres de todos os estados civis, o que é importante seguindo as recomendações de Greenhall e Vessey dado que existe uma proporção significativa de concepções que ocorrem fora do casamento/união de facto 39. Em Portugal tem-se assistido a um aumento da percentagem de nascimentos fora do casamento, de 23,8% em 2001 para 31,6% em 2006, embora grande percentagem ocorra em uniões de facto 40.

Alguns autores consideram essencial avaliar o desejo da mulher em ter um filho durante o período em que a mulher está a tentar engravidar 39. Nos estudos

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epidemiológicos, o facto de não se excluírem as mulheres que não pretendem ter filhos pode introduzir viéses. Na nossa investigação, a questão principal “Alguma vez esteve mais de um ano a tentar engravidar sem conseguir?”, teve em conta a vontade/intenção da mulher em engravidar.

Os estudos sobre prevalência de infertilidade raramente avaliam os comportamentos sexuais e as práticas contraceptivas 39. Esta informação é considerada essencial na definição do denominador. Os comportamentos condicionam a probabilidade de engravidar. No nosso estudo esta avaliação não foi realizada. Não se sabe se as mulheres estariam a utilizar algum método contraceptivo durante o período em questão, embora fosse perguntado se estava a tentar engravidar.

Os autores sugerem que a prevalência de infertilidade ao longo da vida, estimada a partir de amostras de mulheres que já completaram a sua fertilidade é mais informativa 17, 37, 41. Neste estudo, foram incluídas algumas mulheres que não completaram o seu período fértil, pelo que podemos estar perante uma sub- estimativa da prevalência de infertilidade ao longo da vida. Nos países mais desenvolvidos, as mulheres mais jovens têm menor tempo em risco de engravidar que as mais velhas, já que se verifica uma tendência cada vez maior para procriar após os 30 ou mesmo 40 anos de idade nos países mais desenvolvidos 37, 41. No entanto, as mulheres mais velhas estão mais susceptíveis a não se recordarem dos seus antecedentes de infertilidade, podendo, desta forma, introduzir um viés de memória no estudo.

A comparação das prevalências de infertilidade entre diferentes estudos epidemiológicos está dificultada pela utilização de diferentes definições de infertilidade e diferentes metodologias. Neste estudo a prevalência de infertilidade ao

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longo da vida, definida como a ausência de gravidez ao fim de um ano a tentar engravidar, numa mulher que nunca engravidou, foi 12,0% (IC95%: 10,4-13,7).

Comparando com outros estudos que utilizaram metodologias idênticas, verificou-se que esta prevalência foi inferior à encontrada na Dinamarca (15,7%) numa amostra de 2865 de mulheres, à da Austrália (18,4%) numa amostra de 1638 mulheres, e à dos EUA (21,2%) numa amostra de 580 mulheres 38, 41, 42. Foi idêntica à da França (12,2%) numa amostra de 3181 mulheres 43. Num estudo multicêntrico europeu foi estimada uma prevalência inferior (11,3%) numa amostra de 6630 mulheres 44.

Para melhor compreender a variação da prevalência de infertilidade é importante que os estudos distingam os diferentes tipos de infertilidade. A classificação que distingue infertilidade primária e secundária é a mais aceite e foi a adoptada por nós neste estudo 39.

Tal como em investigações realizadas noutros países desenvolvidos 15, 34, também nós encontramos uma proporção de infertilidade primária (7,7%) superior à de infertilidade secundária (3,8%).

Para estudar a evolução da prevalência de infertilidade devem ser avaliados os efeitos de período, coorte e idade. O efeito de período refere-se à estimativa de infertilidade realizada numa determinada data e num determinado período. O efeito coorte refere-se à determinação de infertilidade numa coorte de nascimento. O efeito idade relaciona o aumento da idade com a prevalência de infertilidade 45.

Neste estudo não foi possível avaliar o efeito de período nem o de idade porque foi avaliada a infertilidade ao longo da vida e não a infertilidade actual. O efeito de coorte poderia ter sido estimado, num estudo deste tipo, com maior número de participantes desde que a idade fértil destas tivesse sido ultrapassada e fossem minimizados os possíveis viéses de memória.

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Alguns estudos demonstraram que a infertilidade é mais prevalente nos grupos de menor escolaridade e nível económico mais baixo 18, 31. Neste estudo não se verificaram diferenças estatisticamente significativas no que refere à prevalência da infertilidade de acordo com a escolaridade e profissão, embora tivéssemos observado que em relação à escolaridade, a infertilidade foi menos frequente nos extremos: escolaridade < 4 anos e escolaridade ≥ 12 anos.

Verificou-se também no grupo de mulheres sem profissão, domésticas e desempregadas uma proporção de infertilidade mais baixa relativamente aos outros grupos.

A infertilidade foi mais prevalente no grupo de mulheres casadas/união facto/viúvas/divorciadas (13,9%) do que no grupo das mulheres solteiras (1,7%), e estas diferenças foram estatisticamente significativas. Este resultado pode resultar do facto do denominador da amostra das mulheres que responderam “não” à questão “Alguma vez esteve mais de um ano a tentar engravidar sem conseguir?”

incluir dois tipos de situação: as mulheres que conseguiram engravidar antes de completar um ano de tentativas; e as mulheres que nunca tentaram engravidar. As mulheres que nunca tentaram engravidar foram incluídas no grupo das mulheres não inférteis.

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5. CONCLUSÕES

 A prevalência de infertilidade ao longo da vida, definida como a ausência de gravidez ao fim de um ano a tentar engravidar, numa mulher que nunca engravidou, foi 12,0% (IC95%: 10,4-13,7). Foi idêntica à estimada para a Europa (11,3%), e inferior à da Dinamarca (15,7%), à da Austrália (18,4%) e à dos EUA (21,2%).

 A prevalência de infertilidade primária foi 7,7% e a de infertilidade secundária 3,8%. A infertilidade primária foi referida por 64,5% das mulheres inférteis, a secundária por 31,7% e 3,3% referiram causa masculina.

 Os resultados não corroboram um aumento de infertilidade em coortes de nascimento mais recentes.

 A prevalência de infertilidade não se associou com o nível sócio-económico, avaliado pela profissão e escolaridade.

 A infertilidade foi mais prevalente no grupo de mulheres casadas/união facto/viúvas/divorciadas (13,9%) do que no grupo das mulheres solteiras (1,7%), e estas diferenças foram estatisticamente significativas.

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