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Braz. j. . vol.79 número1

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Academic year: 2018

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Brazilian Journal of otorhinolaryngology 79 (1) Janeiro/fevereiro 2013 http://www.bjorl.org.br / e-mail: revista@aborlccf.org.br

Esophageal perforation in closed neck trauma

Agnaldo José Graciano

1

, Adrian Maurício Stockler Schner

2

, Carlos Augusto Fischer

3

Perfuração esofágica em trauma cervical fechado

1 Médico, Mestre em Ciências (Otorrinolaringologista e Cirurgião de Cabeça e Pescoço - Hospital São José e Centro Hospitalar Unimed - Joinville - SC). 2 Médico (Cirurgião de Tórax - Hospital São José e Centro Hospitalar Unimed - Joinville - SC).

3 Médico (Cirurgião de Cabeça e Pescoço e Cirurgião Crânio-Maxilo-Facial - Hospital São José e Centro Hospitalar Unimed - Joinville - SC).

Centro Hospitalar Unimed - Joinville - Santa Catarina.

Endereço para correspondência: Agnaldo José Graciano. Rua 3 de Maio, nº 58, sala 104. Centro. Joinville - SC. Brasil. CEP: 89201-030.

Este arigo foi submeido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) do BJORL em 15 de novembro de 2011. cod. 8904. Arigo aceito em 3 de fevereiro de 2012.

CASE REPORT

Braz J Otorhinolaryngol. 2013;79(1):121.

Para citar este artigo, use o título em inglês

BJORL

Keywords: blunt wounds; esophageal perforation; neck injuries.

Palavras-chave: ferimentos não penetrantes; lesões do pescoço; perfuração esofágica.

.org

INTRODUÇÃO

A ocorrência de perfuração esofágica nos traumas cervicais fechados é rara, mas com mortalidade em até 20% dos casos. Contribui para este resultado o atraso no diagnóstico pelo não reconhecimento da lesão nestas circunstâncias, evitando que o tratamento adequado seja adotado antes que complicações graves se manifestem.

Procuraremos exemplificá-la e fornecer as bases para seu reconhecimento e manejo, de acordo com os dados da literatura atual.

APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

Paciente masculino de 17 anos procurou atendimento devido à odinodisfagia e vômitos à deglutição ao longo de uma semana após que-da de bicicleta, girando o corpo sobre o eixo cervical. Avaliado por duas ocasiões em outros serviços recebendo medicação analgésica e anti--hemética sem melhora. Submetido à tomografia cervical que mostrou enfisema cervical e pneu-moraqui (Figura 1 A-B), associada à ressonância, confirmando lesão ligamentar entre as vértebras T1 e T2 e hemograma com discreta leucocitose. Apesar da endoscopia digestiva não demonstrar lesões, foi indicada cervicotomia exploradora imediata que localizou ruptura esofágica de 1,5 cm na transição cervicotorácica e ruptura de mus-culatura e ligamentos intervertebrais. Foi realizada a rafia esofágica associada à drenagem cervical, antibióticoterapia e nutrição parenteral com re-solução da perfuração sem outras complicações.

DISCUSSÃO

A ocorrência de perfuração esofágica tem aumentado devido à generalização da endoscopia diagnóstica e terapêutica, e sua incidência foi calculada em 3,1:1000.000/ano1.

Atualmente, 60% das perfurações são iatrogêni-cas secundárias a procedimentos endoscópicos e cirurgias cervicotorácicas, 15% espontâneas (Síndrome de Boerhaave), localizadas mais comumente em esôfago torácico ou abdominal, e somente 2% a 15% são causadas por trauma cervical. A maioria das lesões esofágicas traumá-ticas se localiza no seguimento cervical (57%),

seguida pela localização torácica e abdominal, devido a ferimentos de arma de fogo (78,8%) ou armas brancas (18,5%) e somente 2,7% relacio-nadas a traumas cervicais fechados2.

Nos ferimentos cervicais contusos, é importante que se suspeite de perfuração eso-fágica nas situações que envolvem aceleração e desaceleração rápida associada à hiperextensão do pescoço com compressão do esôfago contra a coluna vertebral.

O sintoma mais comum é a odinofagia, presente em 70% a 92% dos casos. Especial aten-ção deve ser dada a presença de dor, vômitos e dispneia à deglutição (tríade de Mackler) em 25% dos pacientes. Embora pouco específico para lesão esofágica, enfisema subcutâneo torá-cico e/ou cervical e pneumoraqui (ar no canal vertebral) indica a possibilidade de ruptura de alguma estrutura que contenha ar3.

Havendo suspeita de perfuração esofá-gica, justifica-se a realização de exames comple-mentares imediatamente, pois existe aumento da ocorrência de complicações graves quando a in-vestigação e o tratamento acontecem após 24h do trauma e, após esse período, a mortalidade pode chegar a até 60% nos casos tratados tardiamente.

O exame de escolha é a esofagografia, que apresenta entre 90% e 100% de sensibilidade. Em geral, existe preferência pela utilização de contrastes hidrossolúveis (Gastrografin®), devido

ao menor risco de reação inflamatória mediastinal,

mais comumente relacionada ao uso de contraste com bário. Todavia, sua utilização não detecta pequenas perfurações do esôfago cervical em até 50% dos casos, favorecendo o uso de contraste de bário em algumas instituições4. A esofagoscopia

rígida foi o segundo exame mais utilizado em estudo envolvendo 405 pacientes em 34 centros de trauma americanos, seguida pela endoscopia flexível, que pode ser associada à esofagografia nos casos de suspeita de lesão esofágica com exame radiográfico inicialmente normal, apresen-tando até 100% de especificidade5.

A conduta inicial mais recomendada é a esofagorrafia primária, utilizada em aproxima-damente 80% dos casos, associada à drenagem cervical, antibiotiocoterapia e nutrição enteral ou parenteral6.

COMENTÁRIOS FINAIS

A perfuração esofágica é rara nos trau-mas cervicais fechados, trau-mas deve ser suspeitada nos traumas de alta velocidade com hiperexten-são cervical.

REFERÊNCIAS

1. Vidarsdottir H, Blondal S, Alfredsson H, Geirsson A, Gudbjartsson T. Oesophageal perforations in Iceland: a whole population study on incidence, aetiology and surgical outcome. Thorac Cardiovasc Surg. 2010;58(8):476-80.

2. Asensio JA, Chahwan S, Forno W, MacKersie R, Wall M, Lake J, et al.; American Association for the Surgery of Trauma. Penetrating esophageal injuries: multicenter study of the American Association for the Surgery of Trauma. J Trauma. 2001;50(2):289-96. 3. Søreide JA, Viste A. Esophageal perforation: diag-nostic work-up and clinical decision-making in the first 24 hours. Scand J Trauma Resusc Emerg Med. 2011;19:66.

4. Wu JT, Mattox KL, Wall MJ Jr. Esophageal perfora-tions: new perspectives and treatment paradigms. J Trauma. 2007;63(5):1173-84.

5. Arantes V, Campolina C, Valerio SH, de Sa RN, To-ledo C, Ferrari TA, et al. Flexible esophagoscopy as a diagnostic tool for traumatic esophageal injuries. J Trauma. 2009;66(6):1677-82.

6. Sepesi B, Raymond DP, Peters JH. Esophageal perforation: surgical, endoscopic and medical management strategies. Curr Opin Gastroenterol. 2010;26(4):379-83.

DOI: 10.5935/1808-8694.20130022

Imagem

Figura 1. A: Tomograia mostrando ar extraluminal cervical (seta  clara) e ar no canal medular (seta escura)

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