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BOAS PRÁTICAS PARA A CONCEPÇÃO DE UM A

PLATAFORM A LOGÍSTICA DE BENS NÃO PERECÍVEIS:

UM CASO DE EM PREENDEDORISM O SOCIAL

Luisa M argarida Carvalho

Dout ora em Gest ão pela Universidade de Évora, Port ugal; Professora no Depart ament o de Economia e Gest ão do Inst itut o Polit écnico de Set úbal, Portugal

E-mail: luisa.carvalho@esce.ips.pt

M aria Leonilde Reis

Dout ora em Tecnologias e Sistemas de Informação pela Universidade de M inho, Portugal; Professora no Depart ament o de Sist emas de Informação do Inst it ut o

Polit écnico de Set úbal, Portugal E-mail: leonilde.reis@esce.ips.pt

Resumo

A m ult im ensionalidade dos fenóm enos da pobreza e da exclusão social obrigam ao encontro de diversos act ores na procura de soluções part icipadas. O envolvim ento de diversas organizações em parceria para a resolução de problem as e necessidades sociais pode ser encarado com o um a solução inovadora que pot encia prát icas de em preendedorism o social. Nest e âm bit o a criação de um M ercado Social de bens não perecíveis na cidade Set úbal - Portugal envolvendo diversas ent idades, nomeadam ent e Inst it uições Part iculares de Solidariedade Social (IPSS), Câm ara M unicipal de Set úbal e Inst it ut o Politécnico de Set úbal form am um a rede de cooperação cujo objectivo base se cent ra na resolução de problem as sociais em tempos de crise. Est e est udo t em como object ivo descrever as boas prát icas que suport aram a concepção da plat aform a logíst ica para o M ercado Social de bens não perecíveis, apont ando caminhos e procedim ent os passíveis de disseminar noutros context os e form as de t ransferência de conhecim ent o do ensino superior para a com unidade local.

Palavras-chave: Sist em a de Inform ação. M odelização da Inform ação. Tecnologias de Inform ação e Com unicação. M ercado Social. Em preendedorism o

1 NOTA INTRODUTÓRIA

Est e est udo pret ende apresent ar na sua prim eira parte um corpo t eórico que supor t e os t em as da pobreza, exclusão social, em preendedorism o social e t ransferência de conhecim ent o com valor social, e num a segunda part e apresent ar um project o assent ado em pressupost os de desenvolvim ent o de est rat égias de fom ent o à reut ilização de bens não perecíveis inseridas no quadro de prom oção da redução da pobreza e do com bat e à exclusão social. O Project o t em com o finalidade a resolução de um problem a organizacional no que concerne à m odelização da inform ação subjacent e à concepção do Sist em a de Inform ação (SI), cujo object ivo se cent ra na opt im ização da gest ão de bens não perecíveis no âm bit o do M ercado Social.

2 A EM ERGÊNCIA DO EM PREENDEDORISM O SOCIAL COM O PROM OTOR DE SOLUÇÕES INOVADORAS DE COM BATE À POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL

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necessidades básicas ent re as quais se cont am o acesso à alim ent ação, à habit ação, à educação a cuidados de saúde. Est e conceit o de pobreza m at erial t em sido cada vez m ais alargado, considerando-se ainda que além da privação dos direit os básicos, pode haver pobreza t am bém quando há privação de bens não m at eriais, igualm ent e essenciais à vida.

O t em a do em preendedorism o social e a sua relação com o desenvolviment o local revêem -se na concepção avançada por Sen (2000), de acordo com est e aut or um a concepção adequada de desenvolvim ent o deve ir m uit o para além das variáveis relacionadas com o rendim ent o, devem ir ao encont ro de um a concepção de desenvolviment o. Considerando-se que o desenvolvim ent o deve est ar relacionado, principalm ent e, com a m elhoria da vida e com a liberdade individual. Est a concepção t em subjacent e um a abordagem de desenvolvim ent o social que im plica a redução das desigualdades ent re os m ais ricos e os m ais pobres visando a redução da pobreza e da exclusão social.

O Est ado, em m uit as econom ias ocident ais, revela lim it ações em m obilizar recursos para o desenvolvim ent o social e com bat e à pobreza e exclusão social. Est e cenário just ifica a crescent e int ervenção do denom inado t erceiro sect or em art iculação sinergét ica com o Est ado na conjugação de esforços para responder às necessidades sociais (CARVALHO, 2003).

Nest e âm bit o, o em preendedorism o social poderá const it uir um novo paradigm a de desenvolvim ent o, focando-se na resolução sust ent ável de problem as sociais at ravés do envolvim ent o em parceria de diversas ent idades (sociedade civil, Est ado, inst it uições de ensino, t erceiro sect or, et c.). Im port a concret izar que o t erm o em preendedorism o social é ut ilizado relat ivament e a um número de organizações que criaram m odelos para satisfazer eficient em ent e necessidades hum anas onde os m ercados exist ent es falharam nesse com prom isso (SEELOS; M AIR, 2005). Est e conceit o t raduz-se pela adopção de prát icas inovadoras (inovações sociais) aproveit ando as oport unidades do m ercado local para a resolução de problem as/ necessidades da com unidade envolvent e, t razendo-lhes m ais-valias duradouras (CARVALHO, 2003). O em preendedorism o social poderá ser desenvolvido em diversos cont ext os, cont udo, a m aioria dos est udos se refere o dom ínio público (LEWIS, 1980; KING; ROBERTS, 1987). Similarm ent e, alguns aut ores est udam o desenvolvim ent o de m odelos com unit ários, os quais apoiam pobres e grupos socialm ent e vulneráveis (CORNWALL, 1998).

De acordo com (DEES, 1998), Em preendedorismo Social refere-se aos novos em preendim ent os sem fins lucrat ivos e pode incluir t am bém em preendim ent os de negócios de propósit os sociais, t ais com o, bancos de desenvolvim ent o com unit ário com fins lucrat ivos e organizações híbridas. Os Em preendedores Sociais diferem dos rest ant es em preendedores em t erm os da sua missão (SULLIVAN; WEERAWARDENA; CARNEGIE, 2003). Dees (1998) apont a t am bém cinco caract eríst icas básicas relat ivas ao Em preendedor Social:

Adopt ar um a m issão de gerar e m ant er valor social (não apenas valor privado);

Reconhecer e procurar novas opor t unidades para servir essa m issão;

Int egrar-se no processo de inovação, adapt ação e aprendizagem cont ínua;

Agir arrojadament e sem se lim it ar pelos recursos disponíveis;

Dem onst rar t ransparência relat ivam ent e aos seus Parceiros e público pelos result ados esperados.

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nom eadam ent e acções para a redução da pobreza (KRISHNA; UPHOFF; ESM AN, 1997; TENDLAR, 1989), acções bem sucedidas de m ovim entos sociais – posição social – (GAM SON, 1975; M CADAM ; M CCARTHY; ZALD, 1996; TARROW, 1998). Em sum a, O Em preendedorism o Social pode ser cat alizador de t ransform ações sociais e produzir pequenas m udanças no curt o prazo que ocasionam m udanças im port ant es nos sist em as sociais e se podem vir a t raduzir em grandes m udanças no longo prazo (ASHOKA INNOVATORS, 2000).

3TRANSFERÊNCIADECONHECIM ENTOCOM VALORSOCIAL

Conform e a discussão levada a cabo nas secções ant eriores o em preendedorism o social poderá prom over o encont ro de soluções inovadoras para o com bat e à pobreza e exclusão social. Nest e sent ido o Project o M ercado Social, object o de est udo dest e art igo, perm it iu a t ransferência de conhecim ent o do ensino superior para a sociedade, gerando valor social. Nest e sentido, parece-nos adequado elencar alguns est udos que invocam as vant agens, m as t am bém as dificuldades encont radas no processo de t ransferência de conhecim ent o. O processo de t ransferência de conhecim ent o ent re o ensino superior e o m ercado é apont ado m uit as vezes com o algo difícil e com result ados incipient es (BESSANT; RUSH, 1993; FAULKNER, 1994; GRANT; STEELE, 1995).

Em part e, os limit es a est e processo de t ransferência de conhecim ent o são at ribuídos a dificuldades de com unicação ent re as duas part es e a um a desadequação ent re o conhecim ent o desenvolvido e o reconhecim ent o da sua aplicabilidade prát ica pelo m ercado. Est e elo ent re ensino superior e m ercado aparece mais est udado quando nos report am os a t ransferência de t ecnologia. Grant e St eele (1995) sugerem que o pont o fundam ent al para a t ransferência t ecnológica é a ident ificação e análise da produção e do fluxo de diferent es t ipos de conhecim ent o do processo de t ransferência. Est a perspect iva sublinha a im port ância dos serviços de inform ação com o alavanca da t ransferência t ecnológica e de desenvolviment o económ ico-social.

No ent ant o, os est udos que abordam a t ransferência de conhecim ent o ent re ensino superior e m ercado social com int uit o de criar valor social são incipient es e não abordam de form a direct a est e assunt o. Na m aioria dos casos o ensino superior est á preocupado com a criação de t ecnologia e de conhecim ent o que possa t er valor económ ico no m ercado não se m encionando o conhecim ent o que pode ser t ransferido para redes sociais onde o principal object ivo é o da criação de valor social. Cont udo, será pert inent e acrescent ar, que no caso dest e project o “ M ercado Social” que para além da t ransferência de conhecim ent o ent re o ensino superior e as organizações que com põem at ravés da criação de um a plat aform a que facilit e a com unicação, t am bém a filosofia da própria plat aform a de com unicação sugere a t ransferência de conhecim ent o ent re as part es e a facilit ada pela int eracção social int ensiva ent re os act ores organizacionais envolvidos, indo ao encont ro de um a perspect iva de rede social defendida por diversos aut ores (LANE; LUBATKIN, 1998; YLI-RENKO; AUTIO; SAPIENZA, 2000; ZAHRA; IRELAND; HITT, 2000).

A perspect iva de t ransferência de conhecim ent o abordada no Project o M ercado Social, perm it e será desencadeadora da part ilha de conhecim ent o ent re as inst it uições envolvidas e favorecerá o t rabalho em rede. A secção seguint e apresent ará o Project o, bem com , as boas prát icas decorrent es do seu processo de im plem ent ação.

4 APRESENTAÇÃO DO PROJECTO M ERCADO SOCIAL E BOAS PRÁTICAS

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Program a da Rede Social, criou um grupo de t rabalho para levar m ais longe o diagnóst ico já efect uado ao Conselho.

4.1 Organização interna

De acordo com a est rut ura organizacional da Câm ara M unicipal de Set úbal (DR, 2007), a Divisão de Inclusão Social (DISOC) depende hierarquicam ent e do Depart am ent o de Cult ura, Educação, Desport o, Juvent ude e Inclusão Social (DCED); com preende o Núcleo de Apoio Adm inist rat ivo (NAA), o Gabinet e de Gest ão e Int er venção Social (GAGIS) e o Gabinet e do Im igrant e e M inorias Ét nicas (GIM E).

4.2 Competências

À DISOC incum be, (DR, 2007), genericam ent e, a im plem ent ação de act ividades de nat ureza social, de bem -est ar e saúde, especialm ent e dirigidas aos m ais desfavorecidos, bem com o a prom oção de acções de prevenção e sensibilização das populações, prom ovendo act ivam ent e a inclusão social dos est rat os m arginalizados, desenvolver as polít icas sociais de im igração e prom over a cooperação e solidariedade com os im igrant es e m inorias ét nicas, com vist a à sua int egração na ordem social.

4.3 M ercado Social

O Project o M ercado Social surge de um a necessidade da com unidade, ident ificada pelo Núcleo Local de Inserção de Set úbal (NLI), para a qual se procurou encont rar um a respost a. Verifica-se nas famílias que são acom panhadas no âm bit o do Rendim ent o Social de Inserção (RSI) ou de program as de acção social pelos serviços m unicipais ou out ras inst it uições, necessidades de bens m at eriais como vest uário, m at erial escolar, m óveis, elect rodom ést icos e out ros bens não perecíveis, e que as fam ílias diagnost icadas com o sendo consideradas com os seus par cos recursos não conseguem assegurar. Por out ro lado verifica-se que out ras fam ílias e em presas da m esm a com unidade t êm excedent es dest es bens, novos ou usados em bom est ado, que t êm dificuldade em doar e que acabam desaproveit ados ou dist ribuídos de form a pouco adequada. O que se pret ende é criar um a est rut ura que possa capt ar esses recursos, na lógica do seu reaproveit ament o, e que possa cont ribuir para suprir necessidades básicas das fam ílias com dificuldades.

4.4 Sustentabilidade

O project o foi desenvolvido com o acção em 2008, no Plano de Trabalho da Rede Social – Eixo III do Plano de Desenvolvim ent o Social – Fam ílias e Redes de Apoio Social. Com vist a à sua concret ização foi const it uído um grupo de t rabalho e foram realizadas várias reuniões com os parceiros. A Câm ara M unicipal de Set úbal disponibilizou um espaço no Bairro da Bela Vist a, m as a necessit ar de obras um a vez que est ava m uit o degradado. Foi realizada t am bém um a reunião com m oradores da zona (um bairro social) em que foi apresent ada a propost a de im plem ent ação dest a respost a social.

No sent ido de garant ir a rem odelação do espaço o “ M ercado Social” foi int egrado na Cart eira de Project os da Candidat ura ao Program a de Regeneração Urbana do Bairro da Bela Vist a e Zona Envolvent e. Est a candidat ura foi aprovada, t endo sido disponibilizada a verba necessária às obras de recuperação do espaço.

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adm inist rat ivas. A sust ent abilidade da respost a t erá por base para além das sinergias criadas pelo t rabalho dos parceiros at é a celebração de acordo at ípico com o ISS que garant a o funcionam ent o.

4.5 Localização física dos Parceiros

Na sequência das est rat égias definidas pela DISOC foi possível que nest e Project o est ejam envolvidos set e Parceiros dist ribuídos fisicam ent e em diversos pont os da Cidade. O m apa de Parceiros (Figura 1) pret ende ident ificar as localizações físicas dos diversos Parceiros, sit uados em diferent es localizações da cidade de Set úbal. Considerar-se que de m om ent o não é oport uno a divulgação da ident idade de cada um dos Parceiros um a vez que ainda se est uda a viabilidade da inclusão de out ros int eressados em aderir a est e Project o.

Figura 1 – Dist ribuição física dos act uais Parceiros do M ercado Social

4.6 M etodologia

Em 2009 foi const it uído um Grupo de Trabalho, que r eúne regularm ent e, em especial a part ir de 2010, com a aprovação do Program a de Regeneração Urbana do Bairro da Bela Vist a e Zona Envolvent e (RUBE), dinam izado pela CM S e em que são ut ilizados m ét odos part icipat ivos, nom eadam ent e brainst orming e mind mapping. O recurso a est as m et odologias perm it e a const rução colect iva de docum ent os fundam ent ais, devidam ent e consensualizados.

4.6.1 M ét odo M ind M apping

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desenvolvim ent o do project o do M ercado Social, foram ut ilizados apenas os princípios dest a m et odologia, em bora ela seja efect ivam ent e m ais complet a e com plexa nos t erm os em que foi definida pelos seus criadores.

Est a m et odologia t em sido ut ilizada com sucesso pela equipa da DISOC em diversas ocasiões das quais dest acam os a elaboração do Diagnóst ico Social da Rede Social de Set úbal (2006) e a elaboração conjunt a do projet o de candidat ura de um Cont rat o Local de Desenvolvim ent o Social “ Jovens em Vant agem ” (Associação Jardim de Infância O Sonho, Associação Crist ã da M ocidade – Set úbal, Associação de Professores e Amigos das Crianças do Casal das Figueiras e Câm ara M unicipal de Set úbal). Em com um , est es exem plos t em a necessidade de se criar algo de novo (respect ivam ent e um diagnóst ico e um project o) em conjunt o com elem ent os de várias organizações e de consensualizar progressivam ent e os result ados que vão sendo at ingidos.

As grandes vant agens que podem os dest acar nest a m et odologia para o exem plo em apreço (M ercado Social) são: a organização e clarificação de ideias, a gest ão cont ínua de um conjunt o significat ivo de inform ação o t rabalho em grupo.

Dado que o M ercado Social é inovador na sua concepção, est ava-se perant e um t errit ório desconhecido pelo que o prim eiro desafio era o de ident ificar t odas as ideias consideradas relevant es para definir as suas funções. Ist o foi conseguido at ravés de várias sessões de brainst orming seguidas da organização e hierarquização das funções ident ificas e respect iva caract erização. No final do processo obt eve-se um esquem a gráfico com os principais aspect os daquilo que seria o docum ent o de descrição das funções cent rais do M ercado Social.

Os recursos m at eriais necessários a aplicação dest a m et odologia são um com put ador com soft w are de mindmapping (no caso foi ut ilizado o NovaM ind) ligado a um project or m ult imédia e um a t ela. Est as ferram ent as perm it em que t odos os int ervenient es possam visualizar o m esm o e possam concent rar-se da t arefa de reflexão já que os input s são act ualizados exclusivam ent e por um facilit ador. Est e elem ent o t em com o função regist ar em t em po real e at ravés do soft w are t odas as ideias que vão sendo veiculadas enquant o o result ado é project ado para t odos os part icipant es. Em sum a: t odos visualizam a mesm a inform ação, t odos t êm a m esm a disponibilidade para part icipar focando t oda a sua at enção na produção de ideias sendo que as t arefas de regist o est ão a cargo do facilit ador.

Com eça-se com um t ópico cent ral e vão sendo adicionados ram os e sub-ram os que irradiam do cent ro. No final do processo fica-se com um esquem a em que as ideias m ais im port ant es surgem represent adas m ais próxim o do cent ro. Subjacent e a est a const rução est á um processo de hierarquização e m apeam ent o / regist o das ideias essenciais ao t ópico cent ral. Est e m ét odo perm it e igualm ent e ident ificar a relação (ou ligação) ent re as ideias ident ificadas. Dest a form a evit am-se event uais problem as de redundância ou de sobreposição.

4.6.2 Represent ação

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Na versão final, procurou-se resum ir a inform ação e incluir apenas os aspect os principais. Trat ou-se, pois, um t rabalho de sínt ese e depuração que result a num esquem a sim ples, claro e de leit ura fácil e im ediat a. Com plement arm ent e foi redigido um docum ent o em que se descreve em porm enor o mindmap do M ercado Social.

Na versão de t rabalho apresent ada na Figura 2, podem os const at ar a diversidade e ext ensão das ram ificações que em anam do cent ro. Nest a fase dos t rabalhos, a prioridade é ident ificar e regist ar t udo o que surge em brainst orming e dest acar as relações que são est abelecidas ent re os seus diversos element os (set as uni ou bi-direccionais a t racejado e os com ent ários e dest aques (t ext o em caixas).

A Figura 3 represent a os m acro object ivos do M ercado Social. A m et odologia sugere a descrição com m aior nível de det alhe dos m acro object ivos.

Figura 3 – Versão de t rabalho do mindmap do M ercado Social Font e: elaboração própria

4.6.3 Descrição dos Objectivos da Plat aforma Logíst ica

O M ercado Social t em um a função de plat aform a logíst ica que assent a num a rede de Parceiros e t em com o finalidade recolher, arm azenar, t ransport ar e redist ribuir bens não-perecíveis doados pela com unidade. A descrição dos m acro object ivos será descrit a em funções dos t rês object ivos definidos na Figura 3.

4.6.3.1 Plat aform a Logíst ica

As quest ões de recolha, armazenamento, transporte e redistribuição são os aspect os cent rais dest a função. Ela com preende a recepção de bens doados direct am ent e ou a sua recolha nas inst alações dos Parceiros ou dos doadores. Por arm azenament o, ent ende-se o acondicionam ent o e a invent ariação dos bens doados. O M ercado Social assegura o t ransport e dos bens de e para a rede de Parceiros, bem com o dos doadores. Fica ent ão assegurada a recolha de bens não-perecíveis, por exem plo m obiliário, m áquinas de lavar, frigoríficos, ent re out ros, na casa dos doadores, nom eadam ent e at ravés da part icipação de volunt ários.

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Event ualm ent e o M S t erá a t ít ulo de com plem ent aridade a função de recuperação e t riagem. A recuperação poderá passar pelo funcionam ent o de um a oficina que permit a efect uar pequenas reparações dos bens doados, bem com o pelo funcionam ent o de um a lavandaria que t rat e o vest uário doado.

A triagem perm it irá aferir se os bens doados est ão em condições adequadas para o fim a que se dest inam ou se t erão de ser encam inhados para abat e (at erro, ferro-velho, reciclagem , et c). Est a t riagem poderá ser realizada no M S ou no local de recolha do bem .

4.6.3.2 Angariação de Bens Não-Perecíveis

O M ercado Social t em com o função angariar bens não-perecíveis preferencialm ent e at ravés de grandes doadores, m as t am bém da com unidade em geral e sem pre em com plem ent aridade com a rede de Parceiros.

A prioridade em relação aos grandes doadores é um a opção assum ida com o um as das principais vocações do M S. É no caso dos bens não-perecíveis de dim ensões m aiores ou em m aiores quant idades que o papel do M S adquire m ais relevância face à m enor capacidade de escoam ent o e arm azenam ent o das lojas sociais. A sua dim ensão ao nível do arm azenament o e facilidade de escoam ent o, colocam-no num a posição privilegiada para assum ir est a função. Alguns exem plos de grandes doadores são cadeias de hot éis (art igos de lar) e hiperm ercados e diversas indúst rias produt oras.

O valor do bem doado é definido pelo doador e validado pelo recept or (M S), sendo que est a sit uação só est á previst a quando o doador solicit ar um com provat ivo de doação devidam ent e quant ificado em valor m onet ário (um a fact ura).

Out ra função de dest aque é promover campanhas conjunt as de recolha de bens não-perecíveis ent re as lojas sociais e M S com um a frequência nunca inferior a duas por ano. A realização dest as cam panhas visa abast ecer at em padam ent e o M S de st ock de bens m ais necessários. Est as cam panhas t erão um âm bit o t em át ico, por exem plo: elect rodom ést icos, m obiliário, cut elaria, ent re out ros. Dest a form a é possível m elhor program ar os st ocks dos produt os m ais necessários.

Paralelam ent e deverá prom over campanhas de sensibilização com o object ivo de (1) com bat er o est igm a de dar versus receber ou (2) sob o lem a de " dar com dignidade e de receber com orgulho" . Est as cam panhas de sensibilização pret endem incidir sobre as represent ações sociais exist ent es na com unidade, quer por part e dos pot enciais doadores quer da art e dos pot enciais beneficiários de form a a desm ist ificar e t ornar corrent es est ás prát icas.

4.6.3.3 Referencial de boas-prát icas

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4.7 Proposta de Regulamento

O norm al funcionam ent o do quot idiano do M ercado Social será regido por um regulam ent o que est á a ser elaborado com a colaboração dos Parceiros no sent ido de reflect ir a est rat égia fut uro de um m ercado dest a nat ureza. A elaboração da propost a de regulam ent o t eve por base a análise e recolha de docum ent ação nest e dom ínio de conhecim ent o por form a a ser possível conciliar as diferent es visões dos Parceiros envolvidos no Project o. O docum ent o t em com o designação “ Propost a de Regulam ent o do M ercado Social de Set úbal” e inicia-se com um a not a just ificat iva que se t ranscreve, “ O M ercado Social é criado no âm bit o do Conselho Local de Acção Social de Set úbal (CLAS), sendo que a parceria base é const it uída por inst it uições que realizam dist ribuição de bens junt o de beneficiários socialm ent e desfavorecidos. O M ercado Social funciona com o um a plat aform a logíst ica que assent a num a rede de Parceiros e t em com o finalidade recolher, arm azenar, t ransport ar e redist ribuir bens não-perecíveis doados pela com unidade” .

A propost a de regulam ent o do M ercado Social, que act ualm ent e se encont ra em desenvolvim ent o por part e do grupo de t rabalho, é com post a por 3 capít ulos e por 13 art igos. O regulam ent o aborda diversas quest ões (Âm bit o, Object ivos, Com pet ências, Localização, Organização/ Coordenação, Grat uit idade dos Bens, Tipos de Bens, Procedim ent os relat ivos aos Bens Cedidos ao M ercado Social, Parceiros do M ercado Social, Doações e Cam panhas, Avaliação, Dúvidas e Om issões, Ent rada em Vigor.

5 CONCLUSÕES FINAIS

Est e project o inovador perm it e a t ransferência de conhecim ent o gerado por um a Inst it uição de Ensino Superior, o Inst it ut o Polit écnico de Set úbal, at ravés da colaboração, no âm bit o de um Project o de Invest igação ent re a Escola Superior de Ciências Em presariais e a Câm ara M unicipal de Set úbal. Nest e sent ido, os Parceiros envolvidos poderão ser ent endidos com o em preendedores sociais, na m edida em que encont raram um a solução conjunt a que perm it e reduzir a pobreza e exclusão social. A sust ent abilidade dest e project o perm it irá a geração de m udanças sociais.

Os m ercados sociais caract erizam-se por envolver diferent es t ipos de organizações que cooperam ent re si para a produção, dist ribuição e consum o de bens e serviços, t endo por base crit érios dem ocrát icos, ecológicos e solidários. A met odologia adopt ada perm it iu, pelo seu elevado grau de part icipação, reflect ir nos diversos docum ent os produzidos a visão dos Parceiros perm it indo dest a form a sent ir-se um project o part icipado.

Num a perspect iva de boas prát icas no dom ínio do Sist em a de Inform ação deve referir-se que o est udo das especificidades dos Parceiros perm it iu a definição do Sist em a orient ado aos perfis de ut ilizador no sent ido de preservar a act ual form a de funcionam ent os das ent idades envolvidas. A exist ência do Sist ema de Inform ação do M ercado Social organizado num a lógica de gest ão int egrada e adequado às necessidades da part ilha de bens não perecíveis, revela-se um inst rument o fundam ent al na reut ilização e racionalização de bens no seio da com unidade de Set úbal.

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perm it e será desencadeadora da part ilha de conhecim ent o ent re as inst it uições envolvidas e favorecerá o t rabalho em rede.

Good practice for the design of a non perishable goods logistic platform: a case of Social Entrepreneurship

Abstract

The multidimensionality of poverty and social exclusion require joining various stakeholders to identify solutions. The involvement of various organizations in partnership to solve problems and social needs can be seen as an innovative solution that leverages practices of social entrepreneurship. The creation of a Social Market in Setúbal - Portugal involving several entities that acting together to reduce poverty and social exclusion in times of crisis could be a an social innovation. This set of organizations, respectively, Institutions of Social Solidarity, Setúbal Municipality and the Polytechnic Institute of Setúbal thereby forming a cooperative network. This study aims to describe the best practices that supported the design of the logistics platform for the social market of perishable goods, pointing to paths and procedures likely to spread elsewhere and suggesting ways to transfer knowledge from higher education to the community.

Keyw ords: Information Syst em. Informat ion M odeling. Informat ion Technologies and Communicat ion. Social M arket. Ent repreneurship.

Art igo recebido em 30/ 03/ 2011 e aceit o para publicação em 11/ 05/ 2011

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Figura 1  – Dist ribuição física dos act uais Parceiros do M ercado Social  4.6 M etodologia
Figura 2  – Versão de t rabalho do mindmap do M ercado Social  Font e: elaboração própria
Figura 3  – Versão de t rabalho do mindmap do M ercado Social  Font e: elaboração própria

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