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Cirurgia ortognática com benefício antecipado para paciente portador de SAHOS : relato de caso

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Giulliana da Costa Martins

Cirurgia ortognática com benefício antecipado para paciente portador de SAHOS: Relato de caso

Brasília 2017

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Giulliana da Costa Martins

Cirurgia ortognática com benefício antecipado para paciente portador de SAHOS: Relato de caso

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, como requisito parcial para a conclusão do curso de Graduação em Odontologia.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Faber Co-orientadora: Patrícia Valim

Brasília 2017

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A Deus e a minha família.

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A

GRADECIMENTOS

A Deus, pelo seu infinito amor, por me capacitar e permitir chegar até aqui.

A minha mãe, Eliana, por todo amor, cuidado, dedicação, apoio e investimento.

Ao meu pai, José Ricardo, que mesmo distante, demonstra todo seu amor e cuidado.

Aos meus avós, Oswaldo e Maria Lélia, por serem minha inspiração.

Ao meu orientador Prof. Dr. Jorge Faber, pela oportunidade e confiança, por todo tempo dedicado a este trabalho, por todo aprendizado, por ser minha inspiração e exemplo de profissional.

A minha co-orientadora, (para mim Dra.) Patrícia Valim, por ser uma pessoa maravilhosa, excelente profiossional e por toda contribuição, apoio e infinita dedicação com este trabalho.

Aos meus queridos amigos e companheiros de TCC, Rebecca e Lucas, por toda ajuda e por cada momento que compartilhamos juntos.

A minha amiga e companheira de clínica, Natália, pela amizade, paciência e carinho.

Ao meu melhor amigo, e namorado, Natan, que apesar da distância se mantém sempre tão presente. Por todo amor, companheirismo, apoio, carinho e paciência.

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E

PÍGRAFE

“Estava plenamente convencido de que Deus era poderoso para cumprir o que prometera”.

Romanos 4, 21

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ESUMO

DA COSTA MARTINS, Giulliana. Cirurgia Ortognática com benefício antecipado para paciente portador de SAHOS: Relato de caso. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Departamento de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília.

O tratamento ortodôntico-cirúrgico convencional foi desafiado nos últimos anos por uma alternativa que antecipa a cirurgia para os estágios iniciais, chamada de benefício antecipado. Embora essa abordagem seja descrita com frequência para os casos de classe III, talvez os pacientes que mais se beneficiem do tratamento ortodôntico-cirúrgico com a antecipação da cirurgia sejam aqueles portadores de classe II, pois muitos desses pacientes apresentam a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono(SAHOS) como uma das indicações para o tratamento ortodôntico-cirúrgico. O objetivo desse trabalho é relatar o caso de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que se submeteu ao tratamento com a abordagem do benefício antecipado utilizando a ancoragem esquelética com mini-implantes para viabilizar a correção ortodôntica. Ao fim do tratamento observou-se a eliminação da SAHOS, além de importante ganho estético facial.

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BSTRACT

DA COSTA MARTINS, Giulliana. Surgery-first Orthognathic Approach for patients with OSAHS: Case report. 2017.

Undergraduate Course Final Monograph (Undergraduate Course in Dentistry) – Department of Dentistry, School of Health Sciences, University of Brasília.

Conventional orthodontic-surgical treatment has been challenged in recent years by an alternative that anticipates surgery for the early stages, called sugery-first. Although this approach is often described for class III cases, perhaps the patients who benefit most from orthodontic-surgical treatment with the anticipation of surgery are those with Class II, since many of these patients present with Obstructive Sleep Apnea and Hipoapnea Syndrome (OSAHS) as one of the indications for orthodontic-surgical treatment. The objective of this study is to report the case of a 44- year-old class II patient and OSAHS, who underwent treatment with the anticipated benefit approach using skeletal anchorage with mini-implants to enable orthodontic correction. At the end of the treatment, the elimination of OSAHS was observed, besides an important facial aesthetic gain.

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S

UMÁRIO

Artigo Científico ... 17

Folha de Título ... 19

Resumo ... 20

Abstract ... 22

Introdução... 23

Diagnóstico e Etiologia ... 24

Objetivos do tratamento ... 27

Tratamentos alternativos ... 27

Progresso do tratamento ... 28

Resultados do tratamento ... 30

Discussão ... 34

Conclusão ... 36

Referências ... 37

Anexos ... 41

Normas da Revista ... 41

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A

RTIGO

C

IENTÍFICO

Este trabalho de Conclusão de Curso é baseado no artigo científico:

MARTINS, Giulliana; VALIM, Patrícia; FABER, Jorge. Cirurgia Ortognática com benefício antecipado para paciente portador de SAHOS: Relato de caso

Apresentado sob as normas de publicação da Revista American Journal of Othodontics and Dentofacial Orthopedics (AJO-DO) de Ortodontia.

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OLHA DE

T

ÍTULO

Cirurgia Ortognática com benefício antecipado para paciente portador de SAHOS: Relato de caso

Surgery-first Orthognathic Approach for patients with OSAHS:

Case report.

Giulliana da Costa Martins1 Jorge Faber2

Patrícia Valim3

1 Aluna de Graduação em Odontologia da Universidade de Brasília.

2 Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade de Brasília (UnB).

3 Ortodontista em clínica privada

Correspondência: Prof. Dr. Jorge Faber

Campus Universitário Darcy Ribeiro - UnB - Faculdade de Ciências da Saúde - Departamento de Odontologia - 70910-900 - Asa Norte - Brasília - DF

E-mail: faber.jorge@gmail.com / Telefone: (61) 31071849

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ESUMO

Cirurgia Ortognática com benefício antecipado para paciente portador de SAHOS: Relato de caso

Resumo

O tratamento ortodôntico-cirúrgico convencional foi desafiado nos últimos anos por uma alternativa que antecipa a cirurgia para os estágios iniciais, chamada de benefício antecipado. Embora essa abordagem seja descrita com frequência para os casos de classe III, talvez os pacientes que mais se beneficiem do tratamento ortodôntico-cirúrgico com a antecipação da cirurgia sejam aqueles portadores de classe II, pois muitos desses pacientes apresentam a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono(SAHOS) como uma das indicações para o tratamento ortodôntico-cirúrgico. O objetivo desse trabalho é relatar o caso de um paciente de 44 anos, portador de deformidade de classe II e SAHOS, que se submeteu ao tratamento com a abordagem do benefício antecipado utilizando a ancoragem esquelética com mini-implantes para viabilizar a correção ortodôntica. Ao fim do tratamento observou-se a eliminação da SAHOS, além de importante ganho estético facial.

Palavras-chave

Cirurgia ortognática; benefício antecipado; síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono; classe II, tratamento ortodôntico- cirúrgico.

Relevância Clínica

A demonstração da possiblidade de antecipar a cirurgia ortognática nos pacientes portadores da Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) grave amplia as

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possiblidades de tratamento para os mesmos, diminuindo as possíveis complicações que a doença traz, o que leva a diminuição do risco de morte e uma melhora da qualidade de vida desses pacientes.

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A

BSTRACT

Surgery-first Orthognathic Approach for patients with OSAHS:

Case report.

Abstract

Conventional orthodontic-surgical treatment has been challenged in recent years by an alternative that anticipates surgery for the early stages, called surgery-first. Although this approach is often described for class III cases, perhaps the patients who benefit most from orthodontic-surgical treatment with the anticipation of surgery are those with Class II, since many of these patients present with Obstructive Sleep Apnea and Hipoapnea Syndrome (OSAHS) as one of the indications for orthodontic-surgical treatment. The objective of this study is to report the case of a 44- year-old class II patient and OSAHS, who underwent treatment with the anticipated benefit approach using skeletal anchorage with mini-implants to enable orthodontic correction. At the end of the treatment, the elimination of OSAHS was observed, besides an important facial aesthetic gain.

Keywords

Orthognathic surgery, surgery-first, Obstructive Sleep Apnea and Hipoapnea Syndrome, class II, orthodontic-surgical treatment.

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I

NTRODUÇÃO

O tratamento ortodôntico-cirúrgico convencional foi desafiado nos últimos anos por uma alternativa que antecipa a cirurgia para os estágios iniciais. Essa abordagem tem sido descrita na literatura com mais frequência para o tratamento da classe III1,2,3,4,5,6 e existem evidências sugerindo que a antecipação da cirurgia nesses casos melhora a qualidade de vida do paciente por propiciar os ganhos da cirurgia em fase inicial do tratamento2,7.

No entanto, talvez os pacientes que mais se beneficiem do tratamento ortodôntico-cirúrgico com a antecipação da cirurgia não sejam os pacientes portadores de classe III, mas aqueles portadores de problemas que estão no espectro das deformidades dentofaciais de classe II. Muitos desses pacientes apresentam a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono8 (SAHOS) como uma das indicações para o tratamento ortodôntico-cirúrgico7,9, e o tratamento desses indivíduos tem sido historicamente negligenciado. Ainda que um preparo ortodôntico para cirurgia em pacientes portadores de SAHOS já tenha sido sugerido10, este somente deveria ser executado nesses casos se os pacientes utilizassem um CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) durante todo esse período.

Infelizmente sua utilização nesse cenário não é comum e não foi possível encontrar qualquer estudo publicado na literatura que relatasse essa associação.

Dados os aumentados riscos de doenças cardiovasculares, de acidentes devido à sonolência excessiva diurna, de declínio cognitivo, entre outros problemas 12,13, não é indicado esperar o prazo do preparo ortodôntico-cirúrgico convencional – de duração média próxima a um ano e meio11 - para a realização da cirurgia. Sendo assim, a demonstração da possibilidade de antecipar a cirurgia ortognática em pacientes portadores de SAHOS grave, apesar de aumentar a complexidade do tratamento ortodôntico-cirúrgico, é de grande

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relevância para as áreas da ortodontia, cirurgia ortognática e medicina do sono.

O objetivo deste trabalho é relatar um caso de tratamento ortodôntico-cirúrgico com a antecipação da cirurgia de um paciente portador de deformidade de classe II e SAHOS grave e discutir as vantagens desse tratamento.

D

IAGÓSTICO E

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TIOLOGIA

Paciente, 44 anos, do sexo masculino, foi encaminhado para avaliação pelo médico do sono com diagnóstico já estabelecido de Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS), conforme polissonografia noturna (AHI=39,7/hora). Apresentava como queixa principal sonolência excessiva diurna.

Ele fizera tratamento ortodôntico anterior, quando dois pré- molares superiores foram extraídos para permitir a retração dos dentes anteriores e correção da maloclusão. Em termos gerais, o resultado do tratamento compensatório que fora realizado foi bom (Fig. 1).

Figura 1 – Fotografias extra e intrabucais do paciente. Note o leve desvio e severa retrognatia mandibular.

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A análise facial revelou uma face assimétrica, com leve desvio mandibular para a direita e nariz desviado (Fig. 1). O perfil era convexo e havia selamento labial. Em exame clínico intraoral observou-se a ausência dos primeiros pré-molares superiores, implante na região do 34 e uma relação molar de classe II de Angle bilateralmente, com corretas relações de caninos. A linha média inferior estava desviada 1.5 mm para a direita; o overbite e o overjet eram de 4mm (Fig.1 e 2). Não havia lesões de cárie ou outras patologias e o tecido periodontal encontrava-se saudável.

Figura 2 – Modelos de estudo iniciais. A relação oclusal era satisfatória.

Em decorrência das extrações dos primeiros pré-molares superiores em um tratamento pregresso, o paciente apresentava relação molar de classe II.

A análise cefalométrica foi realizada em duas etapas:

inicialmente foi realizada uma sobreposição do traçado com o Padrão Bolton com a radiografia cefalométrica (Fig. 3) utilizando um “best fit” do neurocrânio e, em seguida, foi realizado o traçado e análise cefalométrica convencionais (Tabela 1). Essas

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análises confirmaram os achados clínicos de severa retrognatia mandibular (Nper-B= -26 mm) e maxilar (Nper-A= -8 mm).

A inclinação vestibular dos incisivos inferiores era acentuada, enquanto os superiores mostravam leve retroinclinação, fruto da compensação dentária para o problema esquelético realizada anteriormente.

Figura 3 – Radiografia cefalométrica inicial (A), traçado cefalométrico inicial (B) e sobreposição da radiografia cefalométrica inicial com o traçado Padrão Bolton (C). Fica claro o significativo retrognatismo mandibular e a retrusão maxilar, bem como a importante projeção dos incisivos inferiores.

Figura 4 – Radiografia panorâmica inicial. Observe a presença de implante na região do 34.

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O

BJETIVOS DO

T

RATAMENTO

O objetivo geral do tratamento era a redução do AHI (índice de apneia-hipopneia)

Os objetivos específicos a seguir foram determinados:

1. Melhorar a discrepância anteroposterior entre maxila e mandíbula.

2. Melhorar a estética facial.

3. Manter a oclusão satisfatória.

4. Melhorar a inclinação dos incisivos em relação às suas bases ósseas.

5. Atingir corretas relações das linhas médias dentárias e esquelética.

6. Corrigir overjet e overbite.

T

RATAMENTOS

A

LTERNATIVOS

Três alternativas de tratamento foram consideradas. A primeira seria realizar um preparo ortodôntico convencional para cirurgia ortognática, com a remoção do implante inferior correspondente ao dente 34 e exodontia do 44. O fechamento dos espaços ancorado em mini-implantes instalados na mandíbula aumentaria o overjet e permitiria um avanço mandibular maior que o maxilar. A limitação dessa forma de tratamento é que ela requer a necessidade de uso de um CPAP durante o período de preparo para a cirurgia ortognática.

A segunda alternativa seria realizar um tratamento ortodôntico-cirúrgico com benefício antecipado, sem a remoção do implante e do pré-molar. Neste caso, após a montagem do aparelho ortodôntico, um giro anti-horário da maxila com impacção anterior seria implementado para viabilizar o avanço mandibular. A deficiência dessa modalidade terapêutica que tem sido muito implementada é a não priorização da estética do sorriso no tratamento. No entanto, ela tem a vantagem de ser mais rápida, pois mínima intervenção ortodôntica é necessária.

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A terceira seria realizar o planejamento da movimentação dentária de forma similar à da primeira alternativa de tratamento.

Montar o aparelho e operar, realizando as movimentações dentárias após a cirurgia. A remoção do implante (referente ao dente 34), a exodontia (dente 44), e a instalação de mini- implantes de ancoragem seriam realizadas durante a cirurgia ortognática. Esta foi a alternativa de escolha de tratamento.

P

ROGRESSO DE TRATAMENTO

O tratamento ortodôntico-cirúrgico foi planejado em conjunto pelo ortodontista e pelo cirurgião. Ele seguiu passos de planejamento já descritos7. De forma breve, inicialmente o ortodontista planejou toda a retração dos dentes anteriores inferiores e correção da inclinação dos incisivos superiores. A retração inferior foi planejada de forma que nenhuma perda de ancoragem ocorresse no arco inferior. Um set up virtual realizado com um programa de animação gráfica (3DS Max, Autodesk, CA, EUA) auxiliou na determinação da mudança de angulação e posição em milímetros que os incisivos inferiores sofreriam com o fechamento dos espaços dos pré-molares inferiores. Essa informação foi utilizada para se realizar o VTO (da sigla em inglês de visualização dos objetivos do tratamento).

O aparelho ortodôntico edgewise pré-ajustado 0.022” x 0.028” foi montado de forma indireta 24 dias antes da cirurgia e arcos 0.014 de NiTi foram instalados. No momento de realizar as moldagens para a cirurgia de modelos, os arcos de NiTi foram levados à chama do maçarico para tornarem-se passivos. Novos arcos 0.014’’ de NiTi foram instalados no dia anterior à cirurgia, que foi realizada com os arcos ativos.

Durante a cirurgia ortognática foi realizada a extração do elemento 44 e a remoção do implante que ocupava a posição do 34. Mini-implantes foram instalados na mesial dos primeiros molares inferiores.

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O paciente retornou para consulta ortodôntica 12 dias após a cirurgia e molas de NiTi foram inseridas dos mini- implantes aos caninos inferiores para iniciar a retração dos dentes anteriores inferiores. Nessa etapa o paciente possuía uma relação molar de classe I, porém mordida cruzada anterior (Fig. 5).

Figura 5 - Fotografias extra e intrabucais do paciente 12 dias após a cirurgia (A a F), e intrabucais 39 semanas após a cirurgia (G e I). Note a moderada projeção do lábio inferior em decorrência da mordida cruzada anterior em A. Batentes em ionômero de vidro (KetacTM Cem Easymix, 3M, Neuss, Alemanha) foram instituídos para facilitar a correção da mordida cruzada anterior (G a I).

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Na sequência, foi instalado um arco ortodôntico 0.020”

em aço na arcada inferior e os arcos ortodônticos foram evoluídos na arcada superior para 0.016”, 0.018” em NiTi, e 0.020” em aço. Em seguida, foram instalados arcos em aço 0.017”x 0.025” em ambas as arcadas.

Batentes em ionômero de vidro (KetacTM Cem Easymix, 3M, Neuss, Alemanha) foram instituídos nos primeiros molares inferiores para diminuir o overbite e facilitar a correção da mordida cruzada anterior (Fig 5 G a I). Esses foram gradualmente removidos à medida em que a mordida cruzada anterior foi corrigida.

A retração foi continuada até que o fechamento de espaço fosse completado. Nesse momento o paciente possuía um overjet e overbite adequados. Após 36 meses de tratamento a contenção inferior tipo 3x3 foi colada e o aparelho ortodôntico foi removido. O paciente faz uso de aparelho móvel superior com grampo do tipo wraparound como contenção.

R

ESULTADOS DO

T

RATAMENTO

A polissonografia 8 meses após a cirurgia demonstrou eliminação da SAHOS (AHI = 1/hora).

Ao fim do tratamento, o paciente exibia importante ganho estético facial (Fig. 6 A a C). Adicionalmente, havia boa oclusão com adequados overjet e overbite (Fig. 6 D a F e Fig. 7), além de coincidência das linhas médias dentárias (Fig. 6 e 7). Houve importante melhora na inclinação dos incisivos e posição anteroposterior da mandíbula e da maxila (Tabela 1, Fig. 8 e 9).

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Figura 6 - Fotografias extra e intrabucais do paciente ao final do tratamento.

Figura 7 – Modelos de estudo ao final do tratamento.

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Figura 8 – Radiografias cefalométrica e panorâmica ao final do tratamento.

Figura 9 – Sobreposições cefalométricas final sobre inicial total (A) e parciais (B e C). Em A podemos observar a magnitude de avanço da maxila e mandíbula e a melhora do perfil. Em C fica demonstrada a retração dos incisivos que foi realizada.

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Tabela 1 – Medidas cefalométricas iniciais e ao final do tratamento

MEDIDA PADRÃO INICIAL FINAL

ANÁLISE ANTERO-POSTERIOR

SnV - ULP 1 a 2 mm 2mm 2,6 mm

SnV - LLP 0 a -1 mm -4,3mm -3,8 mm

SnV - Po' -1 a -4 mm -17,5mm -6,5 mm

ANL 110° 98° 105°

ANÁLISE VERTICAL

1/Stms 1 a 4 mm 1,2mm 0 mm

G -Sn 50% 48% 47%

Sn - Me' 50% 52% 53%

Sn - Stms 33% da 1/2 inf 38% 37%

Stmi - Me' 66% da 1/2 inf 61% 63%

ILG 0 a 3 mm 2mm 0 mm

ANÁLISE DA POSIÇÂO DE INCISIVOS

1/ - HP 114° a 116° 108° 108°

1/ - PP 110° +- 5° 105° 105°

/1 - GoMe 95° +- 5° 108,5° 88°

ANÁLISE DE TECIDOS DUROS

Nper - A 1 mm -8mm -3 mm

Nper - B -3 mm -26mm -13 mm

GoGn-SN 32° 43° 42°

Comp

Mand masc. 127+/-5 fem 119+/-4 108 mm 119 mm Comp Max masc. 114+/-4 fem 105+/-3 84 mm 87 mm

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ISCUSSÃO

A SAHOS é uma condição comum (atingindo cerca de 300 milhões de pessoas em todo mundo), e envolve o colapso da via aérea superior durante o sono. Essa condição é associada a significativa morbidade e mortalidade cardiovasculares14, 15, 16. O colapso da via aérea superior pode ocorrer devido a posição de estruturas anatômicas em associação ou não a outros fatores, como musculares e/ou acúmulo de gordura em torno da via aérea superior. Afeta cerca de 2% das mulheres e 4% dos homens12,13.

Sonolência diurna excessiva, ronco alto, despertares durante o sono e falta de concentração são alguns sinais e sintomas classicos13,17,18,19. Além disso, obesidade, hipertensão sitêmica, disritimias cardíacas relacionadas ao sono e insônia são alguns fatores associados a essa síndrome. Pode-se citar como fatores predisponentes: o sexo masculino, anormalidades craniofaciais, como hipoplasia maxilomandibular, história familiar, entre outros 18.

Existem várias modalidades de tratamento para a SAHOS, que vão desde a higiene do sono até procedimentos cirúrgicos, além de tratamentos clínicos com CPAP e aparelhos intraorais17.Apesar de altamente eficaz, o uso do CPAP é pouco aderido por parte dos indivíduos19. Cerca de 36% dos pacientes não aceitam esse tipo de tratamento, especialmente aqueles com grau moderado da síndrome20. O avanço maxilomandibular proporciona altas taxas de sucesso no tratamento da SAHOS19, e é uma excelente alternativa ao CPAP.

Infelizmente, não é comum a prática de investigar a existência de distúrbio do sono em pacientes portadores de deformidade dentofacial de classe II, o que pode representar um importante risco à saúde do paciente. Em alguns casos a opção por uma abordagem compensatória pode se adequar ao quadro clínico dentário, porém negligenciar o tratamento de uma doença que causa tanto impacto na qualidade de vida, e um aumento no

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risco de morte, como a SAHOS. É de suma importância que os profissionais de saúde envolvidos no tratamento estejam atentos para este fato e sejam capazes de realizar uma boa anamnese, correto diagnóstico e adequado tratamento para esses pacientes.

O paciente apresentado neste relato de caso exibiu melhoras consideráveis decorrentes do avanço maxilomandibular. Um fator importante foi a cirurgia ser realizada logo ao início do tratamento ortodôntico, dispensando a necessidade de um preparo ortodôntico convencional para a cirurgia ortognática. Essa conduta de tratamento ao paciente portador de uma deformidade dentofacial de classe II esquelética não é a convencional, pois tipicamente um preparo ortodôntico antecede a cirurgia. A não realização da descompensação dentária, seja ela anterior ou posterior a cirurgia, limita a magnitude de avanço mandibular em decorrência de não se ter um overjet adequado para realizar este procedimento.

Este relato de caso demonstra, acima de tudo, que os mesmos movimentos dentários que são feitos durante o preparo convencional para a descompensação de um caso para a cirurgia ortognática, em um paciente portador de classe II, podem ser realizados após a cirurgia no protocolo do benefício antecipado. Essa abordagem possibilita que resultados previsíveis de tratamentos, similares àqueles obtidos com tratamentos convencionais, possam ser atingidos.

Estudos com maior número de casos precisam ser realizados para se entender a capacidade de se executar esse tipo de tratamento de forma mais frequente.

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C

ONCLUSÃO

O tratamento ortodôntico-cirúrgico com a abordagem do benefício antecipado para pacientes portadores de SAHOS é uma alternativa de tratamento que, embora seja mais complexa, tem como principal vantagem a antecipação dos ganhos decorrentes da cirurgia, como a eliminação da SAHOS e melhora estética facial, fatores estes que contribuem para a melhora na qualidade de vida desses pacientes.

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Mandibular advancement splint: an appliance to treat snoring and obstructive sleep apnea. Am J Respir Crit Care Med 1995;151:194- 8.

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Guidelines for AJODO Case Reports

Case reports are published on a regular basis in the AJODO.

Case Reports are interesting to the clinician in private practice, and they provide a unique and important forum for the presentation and discussion of orthodontic treatment of unusual and perplexing clinical situations. In order for the author to present the clinical records in the most informative manner, and in order for the reader to glean the most valuable details, case reports that are published in the AJODO must follow a specific format. During the review process for each case report, each of these sections of the manuscript is evaluated to determine if it is complete and conveys the appropriate information to the reader.

Authors are encouraged to use these guidelines in preparing or editing their manuscript.

INTRODUCTION

In this section, the author must introduce the reader to the general topic or problem that is illustrated by the case report. The introduction should consist of one or two paragraphs, and should not be longer than one page (double-spaced). The introduction should briefly refer to specific literature that has discussed the topic of the case report. The introduction should begin with a general description of the problem to be illustrated by the case report, and should end with a sentence that leads the reader into a specific description of the patient's records.

DIAGNOSIS AND ETIOLOGY

In this section, the author summarizes the patient's skeletal and dental diagnostic findings. It is important to focus on the abnormal factors and not to dwell on the normal findings. The author should give the patient's age, classification of the malocclusion, specific unusual dental problems, hereditary factors, periodontal or restorative complications, etiology of the malocclusion, and other

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criteria that will influence the treatment plan. The author should refer to specific cephalometric measurements if necessary, and refer the reader to specific figures containing pretreatment cephalometric and intraoral radiographs, intraoral and facial photographs, and as well as photographs of the dental casts.

TREATMENT OBJECTIVES

The list of problems itemized in the diagnosis and etiology should naturally lead the author and reader to a list of specific treatment objectives to solve each of these problems. The treatment objectives should include references to the maxilla, mandible, maxillary dentition, mandibular dentition, occlusion, and facial esthetics. The objectives should include goals for correcting problems in the transverse, vertical, and anterior and posterior planes of space if appropriate.

TREATMENT ALTERNATIVES

The next logical step in the treatment planning process is for the author to articulate the various treatment alternatives that are possible to accomplish the list of treatment objectives. The author must be complete and refer to all possible treatment plans, and briefly describe the advantages and disadvantages of each treatment alternative. Usually, the alternative with the least disadvantages is chosen by the author to treat the patient's problems.

TREATMENT PROGRESS

In this section, the author must describe the step-by-step process of treatment for the patient. Since the audience that is reading the case report has an orthodontic background, minor steps may be eliminated, and the author should focus on the important details of treating the patient's unique set of problems. The author should include the types of appliances, length of treatment, interaction with other aspects of dentistry, and special decisions that were made during treatment.

TREATMENT RESULTS

In this section the author should describe the results of orthodontic treatment. The results should parallel the objectives

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of treatment, and therefore be presented in the same sequence.

In other words, the results should be described relative to the maxilla, mandible, maxillary dentition, mandibular dentition, occlusion, and facial esthetics. The author should identify both expected and unexpected outcomes and how they affected the overall treatment result.

DISCUSSION

This is perhaps the most important section of the entire case report. However, it is the portion that is often eliminated or underexpressed. In order to be published in the AJODO, the discussion must be an integral part of the manuscript. This section discusses the specific problems that made this case report unique, how they relate to the decisions made by the author, and finally, how the treatment relates to the published literature on the topic. The discussion must contain references to the literature. The discussion should focus on four or five points that made the case report or the treatment of the patient unique.

Each point is discussed in a separate paragraph with reference to the patient's treatment and the appropriate literature. The discussion should be between two and three pages in length (double-spaced).

SUMMARY AND CONCLUSIONS

This should be the shortest section of the case report. It should consist of one paragraph that summarizes the most important points gained from the treatment of the patient.

RERERENCES

This section of the manuscript must list the literature citations that were referenced in the introduction and discussion. The format for this section is the same as that found in scientific articles in the AJODO.

RECORDS

Most published case reports will include the following records:

pre- and posttreatment records: facial and intraoral photographs, radiographs, tracings, and photographs of dental casts; other figures should be included as needed. Authors may be asked to

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submit the actual dental casts so they can be photographed in a standard format.

Evaluation of AJODO Case Reports

Case reports submitted to the AJODO are peer-reviewed prior to publication. The review process involves an objective assessment and scoring of specific aspects of the case report. Five areas are evaluated. Each of these areas is weighted based upon its relative importance. The five areas are: 1. Uniqueness of the case - The AJODO will give highest priority for publication to case reports that exhibit unique skeletal, dental, or occlusal problems.

2. Completeness of the records - Case reports will seldom be published without complete records, including preand posttreatment facial and intraoral photographs, intraoral and cephalometric radiographs, and photographs of dental casts.

Progress photographs illustrating specific and unique treatment aspects are encouraged. This area has the highest weighting. 3.

Quality of the records - The quality of the photographs, radiographs, and dental casts are a high priority. They reflect upon the clinician/author, the AJODO, and the orthodontic profession, and they must be of high quality. Authors may be required to submit original records, including models, to the AJODO where they will be photographed. 4. Quality of the treatment - Again, the quality of the treatment reflects on the clinician/author. The AJODO realizes that unique cases often have unique treatment plans that make ideal results impossible.

Although ideal results are not mandatory, the quality of treatment has the second highest weighting. 5. Quality of the manuscript - The Guidelines for AJODO Case Reports is available to the author and gives a framework for creating a well-written manuscript to accompany the photographs of the patient's records. A highquality manuscript will contain the following sections: introduction, diagnosis and etiology, treatment objectives, treatment alternatives, treatment progress, results, and discussion.

Referências

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