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Rev. Bras. Enferm. vol.55 número2

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Academic year: 2018

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RESENHA

ASSISTENCIA HUMANIADA

A

MULHER NO PARTO: U MA PROPOSTA

DE RESGATE DE SUA SINGULARIDADE

H U MAN IZED ASS I STANC E TO WOM E N DURING D ELIVERY: A P RO POSAL

TO RANSOM ITS S I N G U LARITY

AS ISTE N C IA H U MAN IZADA A LA M U J E R E N E L PARTO : U NA PRO P U ESTA

D E RESCATE DE SU S I N G U LARI DAD

Resenha da publica;ao intitulada - Parto, aborto e puerperio: assistEmcia humanizada a mulher, editado pelo Ministerio da Saude, Secretaria de Politicas de Saude, Area Tecnica da Mulher em Brasilia, no ana de 2001 .

o texto prop6e mudan;as na postura tradicional de assistEmcia de saude a mulher - na gesta;ao, no parte e no p u erperio co n s i d e ra n d o esses p rocessos : predominantemente biologicos, com enfase na doen;a, nas tecnicas intervencionistas e na pratica de rotinas.

Ao se abordar a saude reprodutiva, no caso da mulher, ressalta-se 0 acrescimo de outra questao complexa - as rela;6es de genero . Em oposi;ao a defini;ao de identidade sexual baseada no fator eminentemente biologico, em que as caracteristicas anatomicas e hormonais imutaveis, d efinem homem e m u l her, a i dentidade de genero e social mente construida no tempo, espa;o e lugar, criando estereotipos de papeis diferenciados, vinculadas as rela;6es de poder e de interesse das sociedades - determinando 0 que e proprio para homens e para mulheres.

Nesse contexto, as m u lheres - exaltadas pela m atern i d a d e - sao cu l p a b i l iza d a s pelos p ro b l e m a s relacionados a saude materna infantil existentes. Assim, a assistencia de saude associ ada a institucionaliza;ao do parto, objetiva 0 desenvolvimento de recem-nascidos saudaveis e a redu8o das taxas de mortalidade infantil. Essa assistencia, portanto, privilegia a mulher na esfera do cicio gravido-puerperal sem que essa politica de assistencia se preocupe com os beneficios diretos para as mulheres . Observa-se, hoje, que a quase totalidade das iniciativas relacionadas a saude das mulheres se caracterizam por manipular seus corpos e suas vidas, com objetivos outros que nao seu bem-esta r, expropiando d a m u l her sua autodetermina8o. As elevadas taxas de motalidade matema e perinatal, 0 uso abusivo de cesariana e a alta prevalencia de m u l h eres s e m 0 acesso g a ra nt i d o a metodos anticoncepcionais, sao exemplos claros dessas distor;6es. A situa8o se agrava, evidenciada, principalmente, pelo poder da medicina em transformar eventos fisiologicos em doen;as

Anna Maria Hecker Luz1

- a medicaliza;ao do corpo feminino - e uma poderosa fonte da ideologia sexista da nossa cultura .

Observa-se, n o mundo todo, a crescente tendencia a contesta;ao de desenvolvimento das sociedades baseado no modele pol itico autoritario, na luta pela afirma;ao da liberdade e da democracia e no fortalecimento de uma corrente ecologica .

E

sob a otica desse movimento de transforma;ao que ocorre a nova reflexao sobre a saude da mulher. Pensar sobre a mulher e sua saude e pensar uma nova sociedade - com 0 eixo central focado na qualidade de vida do ser humano.

A p u b l i ca;ao do M i n isterio d a S a u d e , a q u i sintetizada, aborda o s aspectos d a assistEmcia humanizada ao parto, dividida em 2 1 capitulos, que incluem: direitos reprodutivos, saude materna e perinatal; preparo da mulher para 0 parto; avalia;ao do tipo de parto; assistencia a mulher e o controle da dor no trabalho de pato; assistencia a mulher no pate normal, forcipe e cesarea; anestesia em obstetricia; assistencia a mulher no pate de gesta;ao de alto risco e na indu;ao do parto; assistencia imediata ao recem-nascido; aleitamento materno; assistencia a mulher com abotamento e a portadora do H IV; assistencia a mulher no puerperio; concluindo com evidencias cientificas sobre as praticas utilizadas no parto.

Nos capitulos iniciais tem-se a visao da proposta de humaniza;ao para 0 parto, que se baseia nos direitos reprodutivos e segue na analise da aten;ao institucionalizada ao parto realizada pelo Sistema Unico de Saude (SUS) e da implanta;ao de um conjunto de a;6es, atraves de portarias ministeriais para a melhoria da assistencia obstetrica.

Nesse sentido, a inclusao na Tabela do Sistema de Informa;6es Hospitalares do SUS, para 0 procedimento "parto normal sem d i stocia rea lizado por enfermeiro obstetrico" reconhece e oficializa, a assistencia prestada por essa categoria profissional, no contexto da humaniza;ao do parto.

Ao l o n g o d o s c a p ftu l o s , os conte u d o s sao desenvolvidos com a inalidade de apontar estrategicas para

Recebido em 22/04/2002 Aprovado em 26/06/2002

1 Enfermeira. Doutora em Eduea:ao . Doeente da U n iversidade do Vale do Rio dos Sinos.

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o alcance de praticas de saude que reduzam a distancia entre 0 conhecimento cientifico e tecnol6gico, com uma visao humanistica, na promoyao da saude.

Essas praticas, entretanto, por si s6 nao garantem a assistencia humanizada ao parto. Ha necessidade de modificayoes profundas na qualidade da assistencia ao parto nas maternidades brasileiras: processo que inclui desde a adequayao da estrutura fisica e d e equipamentos dos hospitais - para que a mulher possa ter u m acompanhante no trabalho de parto e para procedimentos de alivio da dor -ate a mudanya de postura, tanto dos profissionais de saude quanta das gestantes.

Acima de tudo, para a execuyao da proposta do

LUZ, A. M . H .

Ministerio da Saude, e necessario uma mudanya de atitudes, inicialmente dos d i rigentes institucionais, seguida dos profissionais de saude, revendo conceitos, deixando de lade preconceitos, para favorecer um acolhimento completo, tecnico e humane a mulher.

Apesar da proposta atual do Ministerio nao se encontrar no patamar desejado de implantayao, obseva-se q u e v e l h o s p a ra d i g m a s d a a s s i st e n c i a ao p a rto institucionalizado sao questionados, proporcionando um repensar de novas formas, menos autoritarias - tornando 0 parto um procedimento mais segura e menos doloroso e, principalmente, respeitando os desejos e direitos das mulheres.

Referências

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