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J.B. Matiello e S.R. Almeida, Engs Agrs MAPA-Fundação Procafé e Cesar A. Krohling Eng Agr Consultor.

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Academic year: 2022

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PROBLEMAS DE VIGOR E PRODUTIVIDADE EM LAVOURAS DE CAFÉ DAS VARIEDADES OBATÃ, ICATU E IAPAR-59.

J.B. Matiello e S.R. Almeida, Engs Agrs MAPA-Fundação Procafé e Cesar A. Krohling Eng Agr Consultor.

Temos recebido diversas consultas sobre variedades de café que não deram certo, não agradando a muitos produtores. Eles nos perguntam por que isso ocorre e o que eles devem fazer agora. As variedades mais comentadas nesse aspecto, na região Sul de Minas e na Baixa Mogiana-SP, regiões contíguas, tem sido o Obatã e os Icatus e no Espirito Santo a variedade IAPAR-59.

O objetivo do presente trabalho é analisar, em resposta às indagações, o que tem sido observado, nesses últimos anos, tanto nos campos experimentais, bem controlados, como na observação de lavouras de produtores, em diversas regiões. Não se trata de uma critica a pesquisadores ou Instituições, pois se sabe que o processo de melhoramento apresenta suas dificuldades.

No caso do Obatã, verifica-se que se trata de um material muito produtivo inicialmente, porem de vigor baixo e pouco resistente às estiagens. Com isso, os cafeeiros entram em degenerescência com o passar dos anos, especialmente nos sistemas de cultivo menos técnificados e sem irrigação. Nessas condições, a variedade impressiona bastante nas primeiras safras, mas logo deixa a desejar. Mesmo nas linhagens ditas diferenciadas, oriundas da região de Franca, nos ensaios, após a 4ª -5ª safras, as plantas já se encontram deperecidas, cinturadas e com o topo completamente fraco, perdendo muito sua capacidade produtiva. As respostas a podas não são boas, devendo, portanto, nessa situação, dar lugar a outra variedade.

Sobre a variedade IAPAR 59, nos experimentos e talhões comerciais, acompanhados e observados nas áreas de cafeicultura de montanha, na Zona da Mata de Minas e Espirito Santo, verifica-se, igualmente, boa produtividade, nas 2-3 safras iniciais, e logo as plantas começam a apresentar forte stress no pós-colheita, com ataque severo de cercosporiose e intensa seca de ponteiros. Mesmo em plantios adensados, mesmo em zonas de menor insolação e com bom regime hídrico, a variedade se mostra pouco vigorosa. Quando podada brota muito mal, apresentando mais de 50%

de falhas. O vigor dessa variedade é inferior ao da própria Obatã.

Nos Icatus, ao contrário do Obatã, as plantas crescem muito, apresentam alto vigor, se preparam bem, parecem que vão dar uma boa carga, porem são, no geral, pouco produtivas e também sentem muito nos períodos secos. Como as plantas de Icatu respondem bem às podas pode-se prolongar um pouco a vida produtiva da lavoura, através de condução de plantas com podas que reduzam a altura e a ramagem dos cafeeiros, com um decote e, principalmente, com esqueletamento. A redução da parte vegetativa (copa) da planta parece permitir melhor equilíbrio com seu sistema radicular. No caso das linhagens - amarelo precoce 3282 e da 2944 - especialmente em plantios mais adensados e no sistema safra zero, é possível obter boas produtividades.

A solução definitiva para estas variedades deve resultar na sua substituição. Nesse processo, tem sido observadas experiências bem sucedidas, procurando reduzir perdas, procedendo-se uma poda de esqueletamento da lavoura, o que resulta em boa abertura na rua, o que permite dobrar a lavoura, ou seja, plantando-se uma nova linha, de outra variedade. Desta forma pode-se ainda aproveitar uma safra das plantas velhas, enquanto as novas entram em produção. É certo que o sistema dá um pouco mais de trabalho no manejo, porem é compensador e adequado, principalmente em áreas menores.

As observações nos experimentos e em lavouras comerciais permitem concluir que as variedades Obatã e Iapar 59, muito produtivas inicialmente, perdem o vigor, não respondem bem a podas e precisam ser substituídas, não devendo ser utilizadas em novos plantios até que se tenham novas informações ou seleções. Na sua substituição, em pequenas áreas, pode-se acoplar poda com dobra de outra variedade. Quanto aos Icatus, especialmente os amarelos 3282 e 2944, as podas de esqueletamento, no sistema safra zero, podem melhorar significativamente seu desempenho produtivo.

À esquerda lavoura da variedade Obatã, esqueletada após à 5ª safra, vendo-se o produtor junto a uma planta que não se recuperou bem, pelo seu baixo vigor, porem a poda visou facilitar a dobra para substituição da variedade. À direita pode-se ver a mesma lavoura da foto anterior, porém agora já dobrada com mudas de uma nova variedade, em uma linha intercalar. (Andradas-MG)

Referências

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