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Eixo temático: Avaliação da aprendizagem

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1 TRABALHO COMPLETO

Eixo temático: Avaliação da aprendizagem

MÉTODO TREZENTOS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Luciane Rodrigues Portugal Centro Universitário de Belo Horizonte lucianerportugal@gmail.com Otávio Gomes de Oliveira Centro Universitário de Belo Horizonte otavio@otavigomes.com

Resumo: O presente projeto trata da aplicação do Método Trezentos à disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física, com avaliação qualitativa e quantitativa dos resultados e promoção de engajamento e motivação. A metodologia consistiu em submeter os alunos a uma avaliação convencional, que foi corrigida e entregue com devolutiva. Em seguida, os alunos foram segmentados de acordo com as suas notas entre ajudantes e ajudados. Então, os diferentes grupos praticaram estudo colaborativo, seguindo algumas metas estabelecidas. Por fim, os alunos ajudados foram submetidos a uma nova avaliação e as notas finais foram apuradas. A aplicação do Método Trezentos garantiu aumento de nota média das turmas com alto grau de satisfação e percepção de qualidade. Apesar do apontamento de dificuldades, foi demonstrada a eficácia do método.

Palavras-chave: Trezentos. Ensino de Bioquímica. Aprendizagem ativa. Aprendizagem colaborativa.

1. INTRODUÇÃO

A disciplina de Bioquímica é de fundamental importância para os cursos da área de saúde,

pois trata-se de uma ciência que estuda a composição, estruturas químicas e reações

químicas de seres vivos. Contudo, em geral, a bioquímica é referida como uma disciplina

difícil e complexa por grande parte dos estudantes de graduação, principalmente quando é

ofertada nos semestres inicias dos cursos. Isso pode ser devido à grande quantidade de

conteúdo a ser ministrado em pouco tempo (MESTANZA e ÁVILA, 2017), ao fato de

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2 comumente haver pouca relação entre o que é ensinado e o cotidiano dos alunos e ainda ao problema da ansiedade e nervosismo dos alunos em provas de todas as áreas (FRAGELLI, 2015).

Diante disso, diversas pesquisas estão sendo desenvolvidas para entender, apontar e buscar alternativas metodológicas ativas para melhorar o ensino de Bioquímica. Segundo Silveira e Rocha (2016), dentre as estratégias didáticas mais utilizadas no ensino de Bioquímica, destacam-se a atividade experimental, o uso de ferramentas variadas, o uso de

Problem-based Learning (PBL), a aplicação de tecnologias de informação (TICs) e o

desenvolvimento de cursos. Jogos educativos também são ferramentas utilizadas para facilitar a aprendizagem desta disciplina (MESTANZA e ÁVILA, 2017). De outro lado, em meio às alternativas para promover uma aprendizagem ativa e colaborativa entre os estudantes, de forma a despertar o olhar para as dificuldades de aprendizagem do outro e diminuir o nervosismo e ansiedade em provas, destaca-se o Método Trezentos (FRAGELLI, 2015; FRAGELLI e FRAGELLI, 2016; FRAGELLI e FRAGELLI, 2017).

Este método é baseado no estudo colaborativo entre os estudantes por meio de grupos que são formados de acordo com rendimento dos estudantes nas avaliações, contribuindo para facilitar e aprofundar a aprendizagem (Fragelli, 2017, p. 256).

Considerando, portanto, tal contexto, propõe-se, neste trabalho, aplicar o Método Trezentos à disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física de uma instituição de ensino superior privada, avaliando qualitativa e quantitativamente os seus resultados e a promoção de engajamento e motivação por meio de uma experiência de aprendizagem centrada no aluno.

Este trabalho se justifica pelo alto nível de dificuldade da disciplina de Bioquímica, em virtude tanto da complexidade dos assuntos que são tratados quanto do histórico de notas e reprovações dos alunos de turmas anteriores. Some-se a isso o fato de que os alunos normalmente apresentam limitações expressivas de conteúdos de base, o que torna a assimilação dos temas discutidos ainda mais difícil.

Neste contexto, percebe-se uma oportunidade de aplicação de metodologias ativas a fim de

se contribuir para aumentar a efetividade da aprendizagem dos alunos, a percepção de

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3 qualidade que estes têm em relação à disciplina e ao próprio curso e ainda o nível de aprovações.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O Método Trezentos é reconhecidamente uma alternativa de estudo centrado no estudante, que visa promover o aumento de aprendizagem por meio da colaboração, com melhoria quantitativa de resultados. Este método tem origem nos cursos de exatas (FRAGELLI e FRAGELLI, 2017) e há trabalhos que demonstram a ampliação de sua aplicação para outras áreas. Entretanto, não foram encontrados na literatura relatos sobre a aplicação do Método Trezentos à disciplina de Bioquímica.

Fragelli (2015) ressalta que são múltiplas as razões para os tipicamente altos níveis de evasão no ensino superior no Brasil, com destaque para o limitado rendimento dos alunos em avaliações. Ainda segundo Fragelli (2015), tal rendimento limitado justifica-se, dentre outros fatores, pela ansiedade, insegurança e nervosismo em provas.

De outro lado, Fragelli (2015) aponta que os fatores de ansiedade e insegurança, apesar de muito comum entre os alunos, não necessariamente afetam a todos. Há aqueles alunos que se sentem confortáveis e confiantes para realizarem as avaliações com calma e concentração.

Neste contexto, o Método Trezentos surgiu como uma abordagem ativa e colaborativa, centrada no estudante, para maximizar o nível de confiança e minimizar a ansiedade dos alunos em avaliações escritas.

A base da Metodologia Trezentos é a estratégica de colaboração entre os estudantes, que promove a empatia dos alunos em relação às dificuldades de aprendizagem dos próprios colegas. Tal colaboração é garantida pela formação de grupos de estudos que, como Fragelli e Fragelli (2016) descrevem, combinam alunos que estão em estágios de aprendizagem diferentes. Desta maneira, alunos com melhores rendimentos têm a atribuição de dar apoio àqueles que possuem rendimentos inferiores.

O primeiro passo da metodologia consiste em aplicar uma avaliação escrita individual aos

alunos. Os resultados dessa avaliação direcionam a formação dos grupos. Fragelli e Fragelli

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4 (2016) detalham que os alunos devem ser ordenados em termos da nota que obtiveram na avaliação individual, da maior para a menor. Na sequência, os alunos são divididos de modo que os grupos de estudo contenham integrantes que tiveram rendimentos maiores, chamados de ajudantes, mesclados com aqueles que tiveram rendimentos inferiores, chamados de ajudados. O aluno com maior rendimento no grupo é o líder do grupo (FRAGELLI e FRAGELLI, 2016).

O objetivo dos grupos de estudo é que os ajudantes possam dar apoio aos ajudados, por meio de encontros presenciais, resolução de listas de exercícios e cumprimento de outras metas que possam ser estabelecidas pelo professor (FRAGELLI, 2015).

Após cumprirem as metas, os alunos que obtiveram inicialmente rendimentos inferiores, os ajudados, podem se submeter a uma nova avaliação escrita, para a qual terão uma nova nota. Estes alunos ficam, então, com a maior das duas notas que obtiveram (FRAGELLI, 2015). Fragelli e Fragelli (2016) destacam que os ajudantes não podem fazer essas novas provas. Entretanto, podem ter suas notas aumentadas em função da melhora do rendimento dos alunos ajudados.

Além dos resultados quantitativos reportados na literatura (FRAGELLI, 2015; FRAGELLI e FRAGELLI, 2016), Fragelli e Fragelli (2017) citam ganhos de percepção humanizada a partir da aplicação da metodologia. Destacam-se ganhos de empatia e de aceitação do outro, resgate da autoestima e do prazer de estudar, e do prazer em compartilhar a aprendizagem (FRAGELLI e FRAGELLI, 2017). Tais resultados em diferentes perspectivas demonstram a eficácia do Método Trezentos como forma alternativa de promoção da aprendizagem e de avaliação.

3. METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido no contexto da disciplina de Bioquímica do curso de

Educação Física de uma instituição privada de Belo Horizonte, no segundo semestre de

2017. Foi conduzido em duas turmas, nos turnos matutino e noturno, contendo 35 e 24

alunos, respectivamente. As duas turmas foram submetidas ao Método Trezentos, um

método de ensino e aprendizagem desenvolvido por Fragelli (2015).

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5 O Método Trezentos foi adaptado para aplicação à disciplina de Bioquímica seguindo um processo em 4 etapas consecutivas. Na primeira, os alunos realizaram uma avaliação convencional, com valor máximo de 30 pontos, contendo questões discursivas e objetivas.

Após aplicação, tal prova escrita foi então devolvida e corrigida em sala de aula, para que todos os alunos tivessem justificadas as notas que receberam.

Após a devolutiva da prova, os alunos foram divididos em grupos de acordo com as suas notas. Cada grupo possuía ajudantes, estudantes com as maiores notas, e ajudados, aqueles alunos com notas inferiores. Na turma da manhã foram formados 7 grupos e na turma da noite, 4 grupos de estudo. Em cada grupo, foram alocados um ou dois ajudantes.

Com os grupos formados, a terceira etapa consistiu em promover a colaboração dos alunos dentro dos grupos, a partir do cumprimento de três metas:

i. realizar dois encontros presenciais com os integrantes do grupo com, pelo menos, duas horas de duração;

ii. entregar uma lista de exercício desenvolvida pelo professor;

iii. resolver e entregar uma avaliação desenvolvida pelo(s) ajudante(s) do grupo. (Fragelli, 2015, p. 867).

Os encontros presenciais foram organizados dentro dos próprios grupos, pelos próprios alunos, de acordo com a disponibilidade dos estudantes. Na última etapa, os estudantes ajudados foram submetidos a uma nova prova escrita, avaliada nos mesmos 30 pontos. Os estudantes ajudantes não realizaram esta avaliação. Após correção e devolutiva desta segunda prova, as novas notas foram então apuradas. Os alunos ajudados ficaram com a melhor das duas notas. Já os ajudantes, mesmo não tendo realizado a avaliação, puderam melhorar suas notas iniciais de acordo com a melhora das notas dos estudantes ajudados pertencentes a seu respectivo grupo. Caso algum dos ajudados tenha ficado com a nova nota maior do que a do próprio ajudante, a este é atribuída a nota final do ajudado. Caso contrário, os ajudantes recebem um ponto adicional às suas notas iniciais.

Após a aplicação do método, tanto os ajudantes quanto os ajudados foram convidados a fornecer feedback para analisar o seu aproveitamento em termos de:

• aprendizado de conteúdo,

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• grau de satisfação com a experiência de estudo colaborativo,

• percepção de dificuldades que enfrentou durante toda a experiência de estudo, e

• percepção sobre a própria experiência de estudo colaborativo.

Esse

feedback foi analisado fazendo-se uso de um gráfico de nuvem de palavras (word cloud), que é uma forma intuitiva e qualitativa de visualizar a frequência com que as

palavras aparecem em um texto (LUNARDI, CASTRO e MONAT, 2008). Segundo Dias et al.

(2014), a aplicação dessa técnica contribui para visualizar os elementos mais significativos dos relatos dos participantes de uma pesquisa. Neste tipo de gráfico, o tamanho da palavra é proporcional à frequência em que a mesma foi citada.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As notas médias da primeira avaliação das turmas da manhã e noite foram 14,7 (49,0%) e 16,8 (56,0%), respectivamente. Depois da aplicação do Método Trezentos, as notas médias das duas turmas melhorou, resultando em 21,1 (70,3%) e 18,5 (61,7%). Considerando o conjunto de novas notas após a aplicação do Método Trezentos, o aumento médio foi de 47,2% para a turma da manhã e de 18,1% para a da noite. Resultados positivos também foram encontrados por Fragelli e Fragelli (2016) em uma turma da área da saúde, onde houve melhora de 33% após a aplicação do Método Trezentos, e também em um turma da área de exatas, com aumento de 40% (FRAGELLI, 2015).

O comparativo entre as notas iniciais e finais para cada um dos alunos é apresentado nos

gráficos das figuras a seguir. Na Figura 1, são mostrados os dados para a turma da manhã,

enquanto a Figura 2 os apresenta para a turma da noite.

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Figura 1: comparação entre as notas iniciais e as novas notas obtidas após a aplicação do Método Trezentos para a turma da manhã.

Fonte: Dos autores (2018).

Figura 2: comparação entre as notas iniciais e as novas notas obtidas após a aplicação do Método Trezentos para a turma da noite.

Fonte: Dos autores (2018).

Diferentemente do que foi apresentado por (FRAGELLI, 2015), e apesar dos resultados

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8 expressivamente positivos, em que a maioria dos alunos aumentou suas notas a partir da segunda avaliação, 25% dos alunos não obtiveram sucesso com a aplicação do método, sendo doze estudantes que apresentaram nota menor e dois que apresentaram a mesma nota.

Com a finalidade de gerar dados para adaptação do método proposto e de maximizar o desempenho em aplicações futuras, foi coletado feedback dos alunos após a experiência de uso do Método Trezentos.

O resultado desse feedback foi positivo, tendo os alunos destacado grande aproveitamento em termos de aprendizado e alto grau de satisfação com a experiência de estudo colaborativo. A percepção dos alunos de que podiam auxiliar os colegas nas suas dificuldades de aprendizagem foi demonstrada por dois estudantes em seus depoimentos:

Foi interessante, pude interagir com pessoas novas, que por sinal foram bem bacanas. O grupo de estudo fez com que eu pudesse rever a matéria com mais atenção para com isso poder ajudar mais os meus colegas. (Aluno da disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física, 2017)

Foi excelente compartilhamos conhecimento, sempre visando um ajudar o outro. (Aluno da disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física 2017)

Porém, mesmo com os pontos positivos apontados pelos alunos, algumas limitações foram

citadas para realização do método. A Figura 3, a seguir, mostra a imagem de um gráfico de

nuvem de palavras construído a partir dos relatos de maiores dificuldades enfrentadas pelos

ajudados durante a realização do Método Trezentos. O tamanho das palavras no gráfico

está associado à frequência relativa com que foram citadas nos relatos dos alunos.

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Figura 3 - Nuvem de palavras (word cloud) acerca das dificuldades enfrentadas pelos ajudados durante a realização da Método Trezentos.

Fonte: Dos autores (2018).

Desta forma, a análise da nuvem de palavras destacou, dentre as dificuldades mais citadas pelos ajudados, a falta de tempo e horários para encontrar com alguns líderes e com o grupo para tirar dúvidas. Este fato destacou uma importante limitação do método, o que está de acordo com o reportado por Fragelli e Fragelli (2016). Segundo as regras pré- estabelecidas, os encontros eram obrigatoriamente presenciais, porém, diante desta dificuldade, faz-se necessário proporcionar encontros mais funcionais, seja dentro do horário das aulas ou mesmo encontros não-presenciais, por meio de ferramentas tecnológicas, com o objetivo de viabilizar os estudos.

A Figura 4, abaixo, destaca as dificuldades citadas apenas pelos ajudantes. As palavras

destacadas com maior frequência foram: falta, interesse, colegas, encontro e alguns. Em

resumo, os ajudantes manifestaram a falta de interesse de alguns colegas nos encontros.

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Figura 4 - Nuvem de palavras (word cloud) mais frequente dentre as dificuldades enfrentadas pelos ajudantes durante a realização do Método Trezentos.

Fonte: Dos autores (2018).

Para avaliar a percepção de contribuição desse método ao próprio aprendizado e de experiência colaborativa, a opinião dos estudantes foi consultada. Numa escala de 0 a 5, os estudantes atribuíram a cada percepção, respectivamente, as notas 4 e 5.

Também foram muito positivos os relatos sobre a experiência desses estudantes com o estudo colaborativo por meio do Método Trezentos, que apontaram um significativo aumento da percepção de qualidade dos alunos acerca da disciplina, conforme demonstram os trechos destacados a seguir.

Foi um momento de muito aprendizado e de muita colaboração, tanto do líder nos ajudando a entender melhor a matéria, quanto dos liderados ao se entregarem ao grupo em questão de horário, paciência com o próximo. (Aluno da disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física, 2017).

Foi de bastante proveito esse método, por n motivos, um deles e a interação e a quebra de ‘preconceitos’ formados entre os alunos, tanto os lideres como os ajudados, somente acrescentou para um aprendizado novo. (Aluno da disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física, 2017)

Acho a metodologia uma inovação que nos ajuda muito, alguns alunos se saem mal em algumas provas por nervosismo, ou por não estudar por falta de estímulo, e essa metodologia faz com que melhora a ansiedade e nervosismo (por saber que você pode ter uma outra chance de mostrar seu conhecimento) e também por estimular o estudo em

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grupo o que ajuda muito para um melhor aprendizado. (Aluno da disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física, 2017)

Tanto o meu monitor Vinny, quanto o Rafael estavam muito disponíveis para nos ajudar. Achei que a atividades tendeu sua finalidade, sendo extremamente colaborativo, cooperativa. Foi muito bom para mim.

Agradeço você, professora, por nos proporcionar esse momento de aprendizado e espírito solidário e a todos os envolvidos pela colaboração. (Aluno da disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física, 2017)

Foi uma ótima experiência pois não conhecia a metodologia. Então foi muito bom estudar em grupo com um ajudando o outro, fica um clima bom de União, e agradeço muito a professora por essa oportunidade.

(Aluno da disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física, 2017) Minha experiência no estudo colaborativo foi muito rica em conhecimento onde todas pessoas tiram suas dúvidas e na maioria das vezes a dúvida do seu colega é a mesma que a sua, o mais importante de tudo é o compartilhamento de conhecimento de todos. (Aluno da disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física, 2017)

A experiência foi muito rica para mim, através da metodologia pude tirar dúvidas uns com os outros, somar os conhecimentos... rever a matéria com mais calma e consegui entender com mais detalhamento os tópicos de cada conteúdo e mais tranquilidade do que a primeira prova. (Aluno da disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física, 2017)

A avaliação dos resultados aponta que a utilização do Método Trezentos proporcionou importantes ganhos em termos quantitativos e qualitativos, pois permitiu que os alunos obtivessem melhores resultados de notas em avaliações e que tivessem uma percepção mais positiva acerca do próprio grau de aprendizagem.

Do ponto de vista do docente, avalia-se que a aplicação do Método Trezentos resultou em aumento da percepção de qualidade dos alunos em relação à disciplina, à docente, ao curso e à instituição, segundo relatos informais dos próprios alunos. Tal ganho segue-se de um aumento de engajamento e motivação para continuidade dos estudos da disciplina.

Por fim, destaca-se que a experiência de aplicação do Método Trezentos proporcionou a

centralização da atividade de ensino sobre o estudante, fazendo deste o protagonista do

próprio aprendizado.

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12 5. CONCLUSÃO

O uso de metodologias diferenciadas no ensino de Bioquímica está cada vez mais recorrente nos últimos anos, o que facilita a contextualização e aplicação do conteúdo à realidade dos alunos, despertando o interesse dos estudantes e criando interações capazes de gerar conhecimento. Deste modo, o Método Trezentos se destaca propiciando um espaço para os alunos colaborarem entre si e estudarem mais, com percepção positiva pelos alunos, proporcionando melhor desempenho, o que demonstra o sucesso desse método educacional.

Este projeto tratou da aplicação do Método Trezentos à disciplina de Bioquímica do curso de Educação Física. Foram descritas as etapas de aplicação do método, bem como os parâmetros avaliados ao final da aplicação. Os resultados demonstram que o método foi efetivo em garantir a melhora de nota média da turma, bem como em propiciar um aumento da percepção de qualidade dos alunos em relação à disciplina, à docente, ao curso e à própria instituição. Os alunos reportaram aceitação, aumento de engajamento e motivação para a continuidade dos estudos da disciplina.

A experiência de aplicação do método apontou algumas dificuldades que podem ter limitado os seus resultados, que incluem a dificuldade para conciliar agendas para os encontros.

Sugere-se o uso de abordagens alternativas, bem como de ferramentas tecnológicas, para se contornar estas dificuldades em aplicações futuras. Ainda assim, o método foi bem avaliado e mostrou-se eficaz na percepção dos próprios alunos.

REFERÊNCIAS

DIAS, M. S. A.; FEIJÃO PARENTE, J. R.; VASCONCELOS, M. Intersetorialidade e estratégia Saúde da Família: tudo ou quase nada a ver? Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 11, p. 4371-4382, 2014.

FRAGELLI, R. R. Trezentos: aprendizagem ativa e colaborativa como uma alternativa ao problema da ansiedade em provas. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, v. 6, p. 860-872, 2015.

FRAGELLI, T. B. O.; FRAGELLI, R. R. Método trezentos: uma experiência de aplicação na

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13 área da saúde. Educação Ciência e Saúde, v. 3, n. 1, p. 1-10, 2016.

FRAGELLI, T. B. O.; FRAGELLI, R. R. Trezentos: a dimensão humana do método. Educar em Revista, v. 63, p. 253-265, 2017.

LUNARDI, M. S.; CASTRO, J. M. F.; MONAT, A. S. Visualização dos resultados do Yahoo em nuvens de texto: uma aplicação construída a partir de web services. Revista Brasileira de Design da Informação, v. 5, n. 1, p. 21-35, 2008.

MESTANZA, P. E. C.; ÁVILA, V. M. R. Quem é o carboidrato? Revista de Ensino de Bioquímica, v. 15, p. 10-20, 2017.

SILVEIRA, J. T.; ROCHA, J. B. T. Produção científica sobre estratégias didáticas utilizadas no ensino de bioquímica: uma revisão sistemática. Revista de Ensino em Bioquímica, v.

14, n. 1, p. 8-21, 2016.

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