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Superior Tribunal de Justiça

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 738.297 - SE (2015/0160737-0)

RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS

AGRAVANTE : COMPANHIA DE SANEAMENTO DE SERGIPE DESO ADVOGADO : RENATA MONTALVÃO DE AZEVEDO CARRERA E

OUTRO(S)

AGRAVADO : AYNOA VIEIRA SANTOS

ADVOGADO : GILSON DE JESUS GUIMARÃES E OUTRO(S) EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.

FORNECIMENTO DE ÁGUA. SUSPENSÃO INDEVIDA DO SERVIÇO. RELAÇÃO CONTRATUAL DE CONSUMO.

PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. DIVERGÊNCIA

JURISPRUDENCIAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA.

AGRAVO CONHECIDO PARA NEGAR SEGUIMENTO AO RECURSO ESPECIAL.

DECISÃO

Vistos.

Cuida-se de agravo interposto pela COMPANHIA DE SANEAMENTO DE SERGIPE – DESO contra decisão que obstou a subida de recurso especial da agravante.

Extrai-se dos autos que o recurso especial foi interposto, com fulcro no art. 105, III, "a", da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe que negou provimento à apelação da agravante nos termos da seguinte ementa (fl. 210, e-STJ):

"Apelação Cível - Dano moral decorrente da suspensão no fornecimento de água pelo prazo de 05 dias – Preliminar de prescrição trienal – Incidência do art. 27 do CDC – Prescrição qüinqüenal - Reparação devida - Teoria objetiva - Risco administrativo - Art. 37, §6º, da CF/88 – Constatação dos elementos da Responsabilidade Civil - Suspensão de fornecimento de água efetivada na rede que abastece a autora (R-10) -Dano moral presumido – Pleito de redução do quantum indenizatório – Manutenção do valor de R$ 500,00 - Proporcionalidade e razoabilidade – Precedentes – Recurso conhecido e improvido - Unanimidade."

Suscitou a agravante, em recurso especial, divergência

Documento: 50537557 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 19/08/2015 Página 1 de 3

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jurisprudencial no caso, ao defender a incidência do prazo de prescricional de 3 anos para pretensão de reparação civil, envolvendo casos de vício de adequação do serviço, nos termos do art. 206, § 3º, do Código Civil.

Contrarrazões foram apresentadas (fl. 247, e-STJ).

Sobreveio o juízo de admissibilidade negativo da instância de origem às fls. 250/253, e-STJ, que ensejou a interposição do presente agravo.

É, no essencial, o relatório.

Não merece prosperar o agravo.

Cuida-se o caso dos autos de condenação por dano moral em virtude de interrupção indevida no abastecimento de água.

Quanto à interposição pela alínea "c" do permissivo constitucional, não merece ser conhecido o recurso, por ausência de similitude fática entre o acórdão vergastado e os paradigmas apresentados, que trazem situações fáticas diversas.

De fato, a agravante colacionou paradigma alusivo a hipóteses em que incidiu o prazo prescricional trienal. Todavia, verifica-se que o Tribunal a quo decidiu que, no caso, aplica-se a prescrição quinquenal em virtude da relação contratual de consumo existente entre as partes.

É o que se depreende do seguinte excerto do voto condutor (fl. 212, e-STJ):

"Antes, porém, analiso a preliminar de prescrição do direito suscitada pela Companhia de Saneamento, argüindo que em tendo o requerente ajuizado a pretensão autoral depois de 3 (três) anos, seu direito se encontra precluso.

É preciso asseverar que na espécie aplicável a prescrição qüinqüenal veiculada no art. 27 do CDC. Isto porque manifesto nos autos que a relação contratual travada nos autos é consumeirista, pelo se impõe a aplicação do Código de Defesa do Consumidor.

Com efeito, a relação existente entre o usuário do serviço de água e saneamento prestado por concessionárias de serviço público e a empresa concessionária é consumerista, uma vez que as partes que a envolveram se enquadram no conceito de consumidor e fornecedor, nos termos do art. 2º e art. 3 do CDC, aplicando-se, portanto, o prazo prescricional de 5 anos elencado

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no aludido dispositivo legal. Logo, rechaço a mencionada prejudicial".

Diante destas inferências, constata-se que não há similitude fática e jurídica apta a ensejar o conhecimento do recurso, em face do confronto da tese adotada no acórdão hostilizado e na apresentada no aresto colacionado.

Ademais, a identidade há de ser demonstrada, nos termos do art. 255, § 2º, do RISTJ, a fim de evidenciar a necessidade da uniformização jurisprudencial preceituada na Constituição Federal de 1988.

Ante o exposto, com fundamento no art. 544, § 4º, II, do CPC, conheço do agravo para negar seguimento ao recurso especial.

Publique-se. Intimem-se.

Brasília (DF), 10 de agosto de 2015.

MINISTRO HUMBERTO MARTINS Relator

Documento: 50537557 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 19/08/2015 Página 3 de 3

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