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I SEMINÁRIO REGIONAL DE GESTÃO AMBIENTAL Gestão Ambiental e Sustentabilidade

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Academic year: 2021

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I SEMINÁRIO REGIONAL DE GESTÃO AMBIENTAL ‘Gestão Ambiental e Sustentabilidade’

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ASPECTOS GERAIS DO BIOMA CAATINGA

Pôster

Eixo Temático: Meio Ambiente e Sustentabilidade

Rita de Kássya Araújo Freitas Melo1

Nahara de Medeiros Cabral Axiole2

1Graduada em Farmácia, especialista em Bioquímica e aluna especial do Curso de Mestrado em Sistemas Agroindustriais (UFCG). E-mail: kassyamelo@yahoo.com.br

2Graduada em Biomedicina e aluna especial do Curso de Mestrado em Sistemas Agroindustriais (UFCG). E-mail: naharamca@hotmail.com

1 Introdução

A Caatinga, ecorregião semiárida única no mundo, é provavelmente o bioma brasileiro mais ameaçado e transformado pela ação humana. Além de ser exclusivamente brasileira, a Caatinga cobre porção significativa do território nacional (11,67%) e é também o mais extenso dos quatro domínios morfoclimáticos nordestinos, a caatinga ocupa quase a metade da superfície regional e sua presença é notada em quase todos os estados, exceto, no Maranhão. Assim, torna-se urgente a compreensão dos processos de regeneração neste ambiente para fins de reposição vegetal e conservação da biodiversidade.

O calor abrasante, os solos crestados e as plantas em geral retorcidas são elementos indissociáveis da paisagem da caatinga. Nela, o clima semiárido, os índices de pluviosidade são baixos, a vegetação é constituída por árvores e arbustos, normalmente espinhentos, que perdem suas folhas no decorrer da longa estação seca. E, como consequência dessas condições climáticas, os cursos fluviais que cortam essa região são, em sua maioria, rios temporários, isto é, rios que podem simplesmente deixar de correr durante os períodos mais secos.

A vegetação de caatinga é constituída, especialmente, de espécies arbustivas e arbóreas de pequeno porte, geralmente dotadas de espinhos, sendo, caducifólias, em sua maioria, perdendo suas folhas no início da estação seca. O substrato pode ser composto

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74 de cactáceas, bromeliáceas, havendo, ainda um componente herbáceo de pouca significância, formado por gramíneas dicotiledôneas herbáceas, predominantemente anuais

O aspecto geral da vegetação, na seca, é de uma mata espinhosa e agreste.

Algumas poucas espécies da caatinga não perdem as folhas na época da seca. Entre essas se destaca o juazeiro, uma das plantas mais típicas desse ecossistema. Ao caírem as primeiras chuvas no fim do ano, a caatinga perde seu aspecto rude e torna-se rapidamente verde e florida. Além de cactáceas, como Cereus (mandacaru e facheiro) e Pilocereu (xiquexique), a caatinga também apresenta muitas leguminosas (mimosa, acácia, imburana, etc.). O presente artigo, de natureza bibliográfica, tem por objetivo mostrar a importância econômica-ecológica do bioma Caatinga.

2 Revisão de Literatura

2.1 O bioma Caatinga: Aspectos gerais

A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro. Por isso, grande parte do patrimônio biológico dessa região não é encontrada em outro lugar do planeta, além do Nordeste do Brasil. Ela cobre quase todo o nordeste brasileiro, atingindo uma área de 800 mil km², que ocupa quase 10% do território nacional, abrangendo os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Bahia, sul e leste do Piauí e norte de Minas Gerais.

Segundo Duque (2004, p. 31): “a caatinga é um conjunto de árvores e arbustos espontâneos, densos, baixos, retorcidos, leitosos, de aspecto seco, de folhas pequenas e caducas, no verão seco, para proteger a planta contra a desidratação pelo calor e pelo vento”.

Região de clima semiárido e solo raso e pedregoso, embora relativamente fértil, o bioma é rico em recursos genéticos dada a sua alta biodiversidade. O aspecto agressivo da vegetação contrasta com o colorido diversificado das flores emergentes no período das chuvas, cujo índice pluviométrico varia entre 300 a 700 milímetros anualmente.

Entretanto, a irregularidade climática é característica principal desse bioma, apresentando um prolongado período de seca, que se reflete na paisagem.

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75 De acordo com Joly (2009, p. 25), “fisionomicamente não existe região no Brasil cujo aspecto seja mais agressivo ou desolador na época do estio do que a área onde se encontra a caatinga”.

Nela, a formação vegetal apresenta heterogeneidade quanto à sua aparência e composição. Em alguns trechos, exibe uma mata rala ou aberta, daí o nome Caatinga, que, na linguagem indígena, significa ‘mata branca’; em outros, o solo aparece quase descoberto, possuindo arbustos isolados (MAIA, 2004). A irregularidade climática é um dos fatores que mais interferem na vida do sertanejo, que habita a área da Caatinga. Pois, quando não chove, o homem do sertão precisa caminhar quilômetros em busca da água necessária à sua sobrevivência (ANDRADE, 2001).

Ao longo de quase quinhentos anos, a Caatinga é explorada. De forma inconsciente, o homem utilizando-se de queimadas, devastou grandes extensões desse bioma, objetivando plantar pastagens artificiais e outras culturas, a exemplo do algodão, sem, contudo, preocupar-se com o desequilíbrio ecológico proveniente de suas ações impensadas. A região da caatinga, por sua vez, apresenta duas estações pouco definidas:

uma quente e seca, no inverno; e outra quente e com chuvas, no verão. Deve-se registrar que durante o período da estiagem, a vegetação da Caatinga tem um aspecto seco, sem folhagens. Tal fato é uma adaptação das plantas às condições climáticas (ALVES, 2005).

Segundo Moreira (2004, p. 220), “uma das características mais notáveis da vegetação da caatinga é sua capacidade de recuperação. Um pouco de chuva e, como por milagre, a mata até então cinzenta, feia e ressequida se cobre de brotos e folhas verdinhas”.

No início do ano, quando começa a chover, a paisagem da Caatinga se transforma e a aparência cinza do período das secas dá lugar às flores. As árvores cobrem-se rapidamente de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas. No mês de agosto, período do auge da seca, o solo pode atingir a temperatura de 60º C, acelerando a evaporação da água dos rios e lagoas.

2.2 A Vegetação da Caatinga

A vegetação da Caatinga possui um aspecto agressivo e estranho, havendo uma predominância de cactáceas colunares como o mandacaru e o facheiro, além de outros

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76 arbustos e árvores com espinhos. Na caatinga, o solo é, via de regra, bastante pedregoso e pouco profundo, e por isso, não consegue armazenar a água que cai, durante o curto período chuvoso. Em certos trechos, nem existe como cobertura contínua da rocha subjacente que então aflora em largas manchas. Ademais, em parte alguma da referida região existe um revestimento contínuo do solo, nem nas serras, nem nas chapadas ou em terras mais baixas.

Afirma Egler (2005, p. 53) que “dos grandes tipos de vegetação do Brasil é a caatinga, sem dúvida, o mais heterogêneo. Há na caatinga sempre um aspecto novo, seja de um local para outro, seja na mesma região em estações diferentes”.

A vegetação da Caatinga exibe adaptações ao clima seco como forma de proteção contra a perda de água ou, ainda, como mecanismos para melhor obtenção dela. As folhas, por exemplo, são finas ou inexistentes.

Afirma Joly (2009), que a queda das folhas é o mecanismo encontrado pelas espécies da caatinga para garantirem a sobrevivência, quando não há água disponível. E, que o Bioma Caatinga apresenta três estratos bem distintos:

a) o arbóreo: árvores cuja altura varia de 8 a 12 metros;

b) o arbustivo: árvores cuja altura varia de 2 a 5 metros e;

c) o herbáceo: forma por uma vegetação que apresenta um porte abaixo de 2 metros de altura.

Algumas plantas armazenam água, como os cactos; outras se caracterizam por ter raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva. Algumas das espécies mais comuns da região são: a imburana, a aroeira, o umbu, a baraúna, a maniçoba, a macambira, o mandacaru e o juazeiro. E, segundo Luetzelburg apud Duque (2004, p. 31), “além dos espinhos, engrossamento da cutícula, cobertura de cera, redução de a superfície folhear, etc., as plantas adaptadas à terra escaldante atravessam as secas anuais e os verões sem chuva mediante reservas alimentícias armazenadas nas raízes tuberculadas, nas batatas e xilopódios”.

Na Caatinga, as espécies vegetais, em sua grande maioria, possuem raízes tuberosas, e, graças e essa particularidade, conseguem armazenar grande quantidade de material nutritivo, que é utilizado em certa época de seu desenvolvimento, servindo ainda de reserva para o período das estiagens. Ademais, deve-se registra que no meio de tanta aridez, a Caatinga surpreende: ostenta certas “ilhas de umidade” e solos férteis. São os

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77 chamados brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e geológicas dos sertões. Nessas ilhas é possível produzir quase todos os alimentos e frutas peculiares aos trópicos do mundo. Tais áreas, normalmente, localizam-se próximas às serras, onde a abundância de chuvas é bem maior.

3 Considerações Finais

A diversidade do clima brasileiro reflete-se claramente em sua cobertura vegetal.

Assim, de forma bem distinta, além da Caatinga Nordestina, encontramos no Brasil os seguintes biomas: a Amazônia, o pantanal, a Mata Atlântica, o Cerrado, os costeiros, as florestas com Araucárias e os Campos Sulinos. Dentre este, abordou-se de forma detalhada o Bioma Caatinga, por constituir o objetivo central do presente estudo.

No que se refere à Caatinga Nordestina, nas últimas três décadas é que ela vêm sendo melhor estudada, constatando-se sua relevância a partir do conhecimento da sua alta diversidade além de suas potencialidades.

A Caatinga é um bioma rico, sob vários aspectos, porque não dizer único no mundo todo. A pluralidade de suas espécies vegetais e animais constitui uma de suas características, contrastando com o fenômeno da seca presente na região.

Economicamente, o referido bioma pode ser explorado, desde que se observe os princípios da natureza. Por ser um bioma único, a Caatinga possui um grande valor ecológico e ecossistema, precisa ser preservado.

4 Referências

ALVES, Joaquim. Ilhas de umidade. In: ROSADO, Vingt-Un & ROSADO, América. 12º livro das secas. Natal: UFRN, 2005.

ANDRADE, Manuel Correia de. Nordeste semiárido: limitações e potencialidades. In:

FILHO, Malaquias Batista. Viabilização do semiárido nordestino. Recife: IMIP, 2001.

DUQUE, Guimarães. Solo e água no polígono das secas. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil, 2004.

EGLER, Walter Alberto. Contribuição ao estudo da caatinga pernambucana. In:

ROSADO, Vingt-Un & ROSADO, América. 12º livro das secas. Natal: UFRN, 2005.

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78 JOLY, Aython Brandão. Conheça a vegetação brasileira. São Paulo: USP/Polígono, 2009.

MAIA, Gerda Nickel. Caatinga: Árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z Computação Gráfica, 2004.

MOREIRA, Igor. Construindo o espaço brasileiro. São Paulo: Ática, 2004.

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