Por um PSOL Democrático e Popular: Nas Ruas, Nas Lutas e Nas Eleições em Mato Grosso
Tese ao 7º Congresso do PSOL Mato Grosso - 2021 Conjuntura Nacional
1. O momento histórico que vivemos é um dos mais difíceis para humanidade. A crise sanitária mundial provocada pela Covid-19 atingiu os países de maneira profunda, aprofundando outras crises já existentes, como a crise econômica, ecológica, política e social. No Brasil, a realidade é ainda mais aguda, pois no governo federal temos Jair Bolsonaro como presidente, que representa um programa ultraliberal e autoritário. Com o alastramento da Covid-19 ao longo desse um ano e meio o que presenciamos por parte do governo federal foi a escolha de medidas ineficazes e a negação da ciência, que resultou no quadro atual que vivemos de números recordes de mortes e contaminados. Se soma a isso, a falta de vacina suficiente para imunizar toda a população, a volta do Brasil ao mapa da fome, recorde em desemprego, desmatamento, assassinatos brutais de pessoas negras, preço de alimentos e combustível nas alturas, ataque à autonomia universitária, dentro outras atrocidades. O projeto bolsonarista tem como regra cada vez mais o aumento da desigualdade social e incentiva as opressões cotidianamente vivida pela população negra, povos indígenas, quilombolas, as mulheres, as LGBTQIA+ e os povos historicamente oprimidos.
2. Somente a luta coletiva poderá nos tirar dessa crise global e humanitária na qual o capitalismo nos colocou e precisamos, através de ações organizadas, pautar a vida acima do lucro. É essencialmente importante lutarmos por auxílio emergencial permanente, aliado a um plano de vacinação eficaz e universal que atinja toda a população brasileira.
Conjuntural Regional
2. Em Mato Grosso o governo de Mauro Mendes segue à risca a agenda liberal e não diverge dos ajustes do governo federal. Com uma política privatizante, retirada de direitos e ampliação de benefícios para os barões do agronegócio. Nos primeiros dias de seu governo trouxe em pauta a reforma administrativa, perdoou dívidas de
latifundiários que deviam o estado e não conseguiu dar resposta para amenizar o efeito da crise sanitária da Covid-19 em Mato Grosso.
3. Diante dos primeiros casos de Covid-19 no estado, o governo estadual cruzou seus braços até a metade do ano de 2020, onde apresentava uma descrença e também falta de gestão diante da gravidade do problema, já apontado por diversos sanitaristas do estado visto a realidade da saúde pública e social. Essa falta de medidas eficazes de controle da pandemia, demonstra o total descaso com a vida, principalmente dos mais pobres, negros, indígenas e idosos, resultando na morte de mais de 10 mil de pessoas em Mato Grosso, até agora.
Balanço e Organizativo do PSOL Mato Grosso
4. Estamos em um período na luta de classes de resistência das e dos trabalhadores e reorganização da esquerda no Brasil, na qual o PSOL tem um papel essencial, enquanto uma ferramenta de luta e organização da classe explorada e oprimida. Em Mato Grosso é necessário construirmos o PSOL como um polo da reorganização da esquerda no estado e atuante nas lutas e nas ruas.
5. Mato Grosso é um estado de proporções continentais, que possui 141 municípios distribuídos em regiões muito diversas, que abraçam uma enorme diversidade de formas de viver, manifestações culturais e espaços urbanos. Tanto pelo tamanho do Estado quanto pela diversidade de contextos, o PSOL possui um grande desafio em conseguir se inserir e construir o debate político em nível estadual.
6. A inserção estadual do partido é essencial para unificar lutas comuns a todos os cantos do estado, como a luta da reforma agrária e contra o agronegócio predatório.
Incentivar a organicidade de núcleos de base nos municípios, orientando todos(as) filiados(as) a se nuclearem, na busca do enraizamento social. Os espaços urbanos também possuem conflitos semelhantes entre si que unificam lutas contra o racismo e contra a tomada de direitos trabalhistas. Dessa forma, o partido tem a tarefa de ter representatividade municipal e também aumentar a sua influência na esfera estadual e federal.
7. Nos municípios de pequeno porte, a maioria no estado, o grande desafio é se inserir nos espaços de debate políticos, que são ausentes em muitos casos ou
totalmente dominados pela direita, que ainda se baseia nos discursos e práticas coronelistas e coloniais. Para viabilizar a participação de militantes do interior no Diretório Estadual, propomos a realização de seminários e cursos de formação política, que podem ser muito benéficos para inserir o PSOL nestes municípios.
8. Nas grandes cidades de Mato Grosso, como Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, o PSOL deve construir uma agenda em conjunto com os movimentos sociais urbanos. Devemos fortalecer os movimentos comunitários e de bairros que abrigam a trabalhadora e o trabalhador que realmente sustentam as cidades.
Também nestas cidades, além de estimular os debates políticos, o PSOL deve promover campanhas de filiação que aglutinem militantes para o debate político e a construção de propostas para o país e o estado em 2022. Também no contexto dessas cidades e também dos municípios caracterizados pela luta dos indígenas contra o agronegócio, a formação de setoriais de mulheres, negros, indígenas e LGBTQIA+é importantíssima para lutar contra as opressões.
9. Para aproximar o PSOL do povo e da militância das ruas, é necessário tornar o partido mais acessível, por meio da prestação de contas coletivas, que pode ser feita durantes as reuniões e também utilizando plataformas digitais.
10. Para uma maior articulação entre a militância do PSOL, devemos impulsionar a realização bimestral de Plenárias de Base, que podem ser municipais, regionais ou de bairros, a critério dos diretórios municipais. A realização de reuniões periódicas é de extrema importância para unificar e estimular o convívio entre a militância, criando um espaço estimulante para o debate político. Para consolidar este debate, propomos a realização de reuniões ordinárias do Diretório Estadual bimestralmente e da Executiva Estadual quinzenalmente.
11. Em busca de um partido mais dinâmico e democrático, que se comunique com todo o estado, devemos garantir os espaços internos de comunicação entre a militância do PSOL-MT. O ano de 2022 se aproxima e com ele a necessidade urgente de melhor articulação da esquerda, e também das correntes de militantes dentro do partido.
PSOL-MT na Luta, nas Ruas e nas Eleições
12. As lutas sociais crescentes na atual conjuntura têm colocado para o PSOL a necessidade de representantes que realmente defendam os interesses da classe trabalhadora, de maneira que não seja meramente demagógica.
14. No último período, o PSOL nacionalmente conseguiu ocupar espaço nas ruas e se colocar nas urnas como uma alternativa à esquerda. Essa atuação nacional do PSOL nas eleições, como em 2020, tem apontado assertivamente a força posta pela construção de programas que reflitam verdadeiramente as necessidades da classe trabalhadora e oprimida, feito com ampla participação popular, alcançando expressivo resultado nas urnas e afirmando o PSOL enquanto alternativa para a reorganização da esquerda brasileira em tempos que a democracia está sendo atacada. Elegemos no último pleito 89 mandatos no legislativo municipal espalhados pelas cinco regiões do Brasil, ocupamos e fortalecemos as Câmaras Legislativas de norte a sul do país. Entre nossos eleitos, 40% são mulheres, quase a metade são negros e negras, além de 4 mandatos encabeçados por mulheres trans e outros 9 mandatos coletivos.
15. Desta forma, é importante para o PSOL Mato Grosso que o critério para a escolha das nossas candidaturas em 2022 seja o programa político que queremos disputar, e depois a escolha dos nomes que irão nos representar, portanto será fundamental a realização de um Seminário Estadual para construção de programa de governo do PSOL-MT para as eleições de 2022.
16. Destacamos que a construção de um partido popular e de luta passa por políticas de formação que contemplem o programa do partido e deem segurança para a intervenção das figuras públicas nos espaços públicos. Sendo assim, propomos que o PSOL MT realize espaços de formação política para os candidatos das eleições de 2022.
17. Compreendendo as diferenças e pluralidades existentes no interior do partido, estas que nos tornam um polo de reorganização da esquerda nacional, devemos buscar a construção de um comitê de campanha representativo de todos os setores do partido para a candidatura do PSOL ao governo do estado de Mato Grosso em 2022, e que o mesmo seja respeitado. Destacamos a importância da participação
ativa das setoriais auto-organizadas de mulheres, de negras e negros eLGBTQIA+
no comitê de campanha.
Assinam essa tese:
ELISANGELA DO ESPIRITO SANTO SILVA - Cuiabá/MT MILTON DANTAS OLIVEIRA - Várzea Grande/MT
JULIANA BRUNA SILVA TACANA - Cuiabá/MT ANA CLAUDIA MARQUES DA SILVA - Cuiabá/MT ADENILSON ESTACIO DA CRUZ JUNIOR- Cuiabá/MT
ANDREA JENEFFER DE CAMPOS OLIVEIRA- Várzea Grande/MT ÁQUILA MALCÃ D'ÁVILA- Cuiabá/MT
BEIBY MOREIRA DA CUNHA- Cuiabá/MT
CARLA KEMILLYN DOS SANTOS GALANTE- Cuiabá/MT DULCINEIA ROSA DE ARRUDA - Várzea Grande/MT DEVITI MOREIRA DA CUNHA- Cuiabá/MT
ELAINE SIMONE DA SILVA- Cuiabá/MT
ELISSANDRA DO ESPIRITO SANTO SILVA- Cuiabá/MT
EFRAIN DE SOUSA CASTILHO SOBRINHO- Várzea Grande/MT EVA VILMA DE ALMEIDA ARRUDA- Várzea Grande/MT
EDESIO FRANCISCO DE PAULA- Várzea Grande/MT GILMAR JOSE DOURADO - Várzea Grande/MT GUILHERME RAMOS TEODORO - Poconé/MT GRAZIELE SILVA TACANA- Cuiabá/MT
JOSE PEREIRA DE SOUZA- Cuiabá/MT
JOÃO HENRIQUE JESUS SILVA TACANA- Cuiabá/MT JOÃO NITO TACANA VILLAFORTE- Cuiabá/MT JOCIMAR BOONE WAGNER - Várzea Grande/MT JOATHAN ALVES VIANA - Cuiabá/MT
LUCIANA ANTUNES NASCIMENTO MARQUES- Cuiabá/MT LUCIANA PAULINA DA SILVA- Cuiabá/MT
LUCIMARA BESERRA - Cuiabá/MT LUÃ KRAMER DE OLIVEIRA - Cuiabá/MT MALU JESSICA SILVA DA CRUZ- Cuiabá/MT
MARIA IMACULADA CAMBIR SANT ANNA - Cuiabá/MT VALDIR MIRACHI- Várzea Grande/MT
TAIS DA SILVA OLIVEIRA- Cuiabá/MT
WAGNER SILVA DA CRUZ- Cuiabá/MT