EXERCÍCIOS FÍSICOS PARA PACIENTES EM FASE DE REABILITAÇÃO CARDÍACA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

UNGARATO, Débora Castelan

NICOLI, Gabriela

SANTOS, Hélio Gustavo

INTRODUÇÃO

A reabilitação cardíaca (RC) é um tratamento realizado com indivíduos portadores de doenças e/ou problemas cardiovasculares como, insuficiência cardíaca, revascularização percutânea, transplante cardíaco, valvopatias, doenças arteriais coronarianas, isquemia cardíaca e hipertensão arterial, conforme relata Ades, 2001; Ricardo, 2006 apud Tega 2008, p. 40. É de total importância que estes indivíduos pratiquem exercícios físicos para retornarem suas atividades da vida diária sem não haver perdas da capacidade funcional durante todo o tratamento da reabilitação.

Reabilitação cardíaca é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva. (BROWN, 1964 apud MORAES, 2005, p. 432)

O exercício físico regular melhora a função cardiovascular e, em consequência, previne a evolução de doenças cardiovasculares. O exercício aeróbio por sua vez, pode desempenhar diversos benefícios para indivíduos cardiopatas, este é o mais indicado para pacientes em fase de reabilitação cardíaca quando comparado ao exercício resistido, porém, o ideal é que haja a junção destes dois tipos de treinamento para uma otimização dos resultados, conforme preconiza Negrão, 2010, p. 323.

O presente resumo tem por finalidade acadêmica contribuir com o desenvolvimento de novas pesquisas cientificas relacionada aos tipos de exercícios físicos para pacientes em fase de RC; quanto à finalidade social pretende-se validar a importância da prática regular de exercícios físicos e seus benefícios fisiológicos e

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Graduandado Curso de Educação Física Bacharelado do Centro Universitário São Camilo-ES – deboracastelanungarato@gmail.com.

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Graduandado Curso de Educação Física Bacharelado do Centro Universitário São Camilo-ES – gabriela10nicoli@hotmail.com.

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Professor Orientador. Doutor. Centro Universitário São Camilo-ES – heliosantos@saocamilo-es.br.

psicológicos nos indivíduos portadores de doenças cardiovasculares em fases de reabilitação; e possui como justificativa pessoal uma empatia pelo tema escolhido, além de priorizar a importância dos exercícios físicos para indivíduos com problemas cardíacos.

O resumo possui como principal objetivo analisar os tipos de exercícios físicos para pacientes em fase de RC, demonstrando através de embasamentos científicos os exercícios mais indicados e que apresentam melhores resultados fisiológicos nestes pacientes. Por isso, qual o melhor tipo de exercício para o paciente em fase de RC, aeróbio ou resistido?

METODOLIGIA

O presente resumo trata-se de uma revisão bibliográfica, de cunho qualitativo, ou seja, apresentam dados narrativos para, assim, evidenciar o tema proposto.

Apresenta uma natureza básica, ou seja, pretende-se reforçar estudos que já foram publicados.Referente à coleta de dados, esta apresenta um período de iniciação no mês de maio do ano de 2019 e foi revisada no mês de julho e agosto do mesmo ano. A localização das fontes se deu a partir de livros selecionados pela orientadora do resumo, artigos do site Scielo e o próprio Google Acadêmico. A identificação das fontes foi subdividida em tipo e data, no qual todos os artigos e livros são do tipo secundário e suas datas foram selecionadas a partir do ano de 2005 até a publicação no ano de 2017; todos os documentos foram publicados em Língua Portuguesa. As palavras-chaves são Reabilitação Cardíaca, Exercício Aeróbico e Exercício Resistido. Todos os artigos e livros foram selecionados no mês de maio ao mês de agosto de 2019, com os seguintes critérios de inclusão: Título dos artigos, datas de publicações (menores de 15 anos), leituras dos resumos dos artigos, artigos com ênfase em exercícios aeróbios e resistidos para cardiopatas; e seus critérios de exclusão foram: artigos e livros com datas de publicações maiores do que 15 anos, artigos com abordagem quantitativa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2017), “mais pessoas morrem

anualmente de doenças cardiovasculares do que de qualquer outra causa. Estima-

se que 17,9 milhões de pessoas morreram de doenças cardiovasculares em 2016,

representando 31% de todas as mortes globais”, isto se deve aos fatores exógenos (maus hábitos de vida e sedentarismo) e fatores endógenos (faixa etária, gênero e herança genética).

Os programas de reabilitação cardíaca (PRC) foram desenvolvidos com o propósito de trazer aos pacientes de volta às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática do exercício físico, voltadas para mudanças no estilo de vida.O PRC possui quatro fases que são subdivididas em um ambiente hospitalar, ambulatorial, comunitários e não-supervisionados.E todas as fases possuem uma equipe multiprofissional para cada momento programa, segundo dados da UNIMED, 2015.

Figura 1 –Fases do Programa de Reabilitação Cardíaca e a relação com ambiente, duração e frequência

(Fonte: Kühr, 2015)

Figura 2 – Fases do Programa de Reabilitação Cardíaca com ênfase na inserção multiprofissional

(Fonte: Kühr, 2015)

Os exercícios realizados pelos pacientes de RC são os exercícios aeróbicos e os resistidos dinâmicos. A intensidade destes exercícios é determinada pela frequência cardíaca de reserva (FCres), sendo recomendado uma intensidade entre 50% e 70% da FCres, como recomenda Negrão e Barreto, 2010.

Segundo Negrão e Barretto (2010), os exercícios aeróbios são os mais

indicados para indivíduos em fase de RC, pois envolvem grandes grupos

musculares e são trabalhados de forma cíclica; preconiza-se que exercícios sejam realizados de baixa a moderada intensidade, com uma frequência de 3 a 5 vezes por semana, entre 30 e 60 minutos.Porém, os exercícios resistidos dinâmicos também são recomendados, estes devem ser executados de “baixa a moderada intensidade (até 50% da contração voluntária máxima), realizado em séries de 10 a 15 repetições, com intervalos de descanso entre as séries [...]”(NEGRÃO, BARRETTO, 2010).

Apesar dos exercícios aeróbios promoverem benefícios significativos na função cardiovascular, é de extrema importância que o exercício resistido seja realizado como componente adicional de um programa de reabilitação cardiovascular, por desempenhar diversas modificações musculoesqueléticas e fisiológicas, como aumento da força, da resistência muscular, aumento da resistência à insulina e redução da obesidade, promovendo uma melhor qualidade de vida e contribuindo diretamente na realização das atividades da vida diária (AVD) dos mesmos.

CONCLUSÃO:

É de fundamental importância a prática de exercícios físicos nos PRC, contribuindo diretamente com a melhora da qualidade de vida, saúde e atividades da vida diária dos indivíduos portadores de cardiopatias. Quanto aos programas de treinamento na RC, devemos levar em consideração a intensidade dos exercícios, que segundo Negrão e Barreto (2010) deve ser entre 50% a 70% da FCres. Além disso, não existe o melhor tipo de exercício para os PRC, mas recomenda-se que os exercícios aeróbicos e os exercícios resistidos possam ser combinados para contribuir com uma otimização dos resultados.

REFERÊNCIAS

Organização Mundial da Saúde; Cardiovascular diseases (CVDs). 2017;

Disponível em: <https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/cardiovascular- diseases-(cvds)>. Acesso em: 05/05/2019.

GERHARDT, T.E.; SILVEIRA, D.T. Métodos de pesquisa. 1° Ed. Porto Alegre:

Editora da UFRGS, 2009. 120 p. Disponível em:

<http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf>. Acesso em:

04/08/19.

KÜHR, E. M.Reabilitação Cardíaca na Saúde Suplementar. 2015; Disponível em:

<https://pt.slideshare.net/EduardoKhr1/reabilitao-cardaca-na-sade-suplee>. Acesso em: 05/08/19.

MORAES, R. S; et al. Diretriz de Reabilitação Cardíaca. Arq. Bras. Cardiol, São Paulo, v. 84, n. 5, p. 431-440, maio. 2005. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066- 782X2005000500015>. Acesso em: 11/05/19.

NEGRÃO,C.E.; BARRETTO, A. C.P. Cardiologiado Exercício: do atleta ao cardiopata. 3° Ed. São Paulo: Manole, 2010. 752 p.

TEGA, V. M de. O Treinamento Físico na Reabilitação Cardíaca de Pacientes Cardiopatas: Revisão de Literatura, 2008. 68 f. Graduação(Título de Bacharel em Educação Física)– Universidade Estadual deCampinas, Campinas SP, 2008.

Disponível em: <file:///C:/Users/usuario/Downloads/TegaViniciusdeMello_TCC.pdf>.

Acesso em: 11/05/19.