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GUIA PARA DECIDIR ENTRE COMPRAR OU ARRENDAR CASA

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Academic year: 2021

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GUIA PARA

DECIDIR ENTRE COMPRAR OU

ARRENDAR CASA

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Esta questão faz parte daquela lista seleta de decisões que acaba sempre por surgir a uma certa fase da nossa vida e cuja solução nos parece extremamente difícil e altamente impactante. Na verdade, podemos optar por duas vias para resolvermos esta problemática:

• a abordagem mais emocional, vem realmente adicionar uma componente de dificuldade ao processo;

• a abordagem mais analítica, não podia ser mais simples.

Qualquer que seja a rota escolhida, impactante… é sempre. Portanto decidi elaborar este guia para lhe trazer algum conforto, dicas, notas a ter em conta e, no fundo, simplificar esta decisão que parece (mas não tem de ser) um bicho de sete cabeças.

Desde logo surge uma primeira questão, a primeira tentativa de racionalizarmos a nossa ordem de pensamentos: existirá uma decisão certa e outra errada? A resposta é não.

Optar entre uma compra ou um arrendamento não é nada linear e não podemos afirmar com certeza que uma é melhor que a outra, nem num panorama global nem numa análise caso a caso. No final do dia, qualquer que seja a escolha tomada, é a correta, uma vez que por mais analítica que seja a ponderação, nada substitui aquele feeling de que estamos a fazer o que devemos. E isso surge quando agimos com base numa componente emocional que, especialmente no que toca ao ramo imobiliário, vai sempre existir, mesmo para quem já tem anos de experiência com investimentos. A única certeza é que toda a gente precisa de uma casa para viver, portanto, eventualmente, estas dúvidas vão surgir.

DEVE COMPRAR

OU ARRENDAR CASA?

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MOTIVOS FINANCEIROS

• Valor da casa face ao que vai pagar por ela, seja na compra como no arrendamento

• Tempo planeado da estadia, tanto na compra como no arrendamento

• Taxa de juro do crédito concedido, no caso da compra

• Potencial de valorização da casa, no caso da compra

• Taxa de crescimento das rendas na zona, no caso do arrendamento

• Custos iniciais com o crédito, com o fecho do negócio e com a remodelação da casa, se aplicável, no caso da compra

• Custos iniciais com a caução e rendas em avanço, no caso

• Estatuto social e realização pessoal

• Segurança e estabilidade familiar

• Nível de comprometimento com um qualquer projeto

• Grau de certeza quanto à localização escolhida

• Controlo da propriedade

• Ligação emocional com a vizinhança

• Responsabilidade perante terceiros

MOTIVOS

NÃO-FINANCEIROS

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Porque deve ARRENDAR?

Regra geral, compensa arrendar se:

• Tiver um estilo de vida mais flexível;

• O grau de estabilidade familiar, laboral e financeira ainda esteja relativamente baixo;

• O futuro a médio/longo prazo seja incerto;

• For alguém que pelas mais variadas razões está à procura de uma solução temporária;

• For alguém com vários projetos em mão, que no curto prazo vai precisar de liquidez para lançar o seu novo negócio, ou investir naquela empresa que em breve vai anunciar o seu novo produto revolucionário.

Por outro lado, é o ideal também para quem ainda não teve a oportunidade de reunir capital para pagar uma entrada, que pode variar entre os 15 a 20% da casa quando contabilizadas as despesas de fecho.

Numa vertente puramente circunstancial, do ponto de vista da localização, faz sentido arrendar para quem viva numa zona onde os valores de renda são pouco inflacionados, nomeadamente fora dos grandes centros urbanos, e num ponto de vista temporal, quando as taxas de juro estejam muito altas e não seja de todo benéfico recorrer a um financiamento bancário.

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Porque deve COMPRAR?

Já uma compra surge, potencialmente para a grande maioria das pessoas, como o maior investimento monetário das suas vidas. Ter uma casa nossa traz-nos indubitavelmente um grande nível de segurança, especialmente emocional, na medida em que não estamos à mercê da vontade de terceiros e não nos podem enviar uma carta a anunciar a rescisão de um contrato que nos põe a correr contra o relógio para encontrar um novo sítio para ir.

“Só” vale a pena se for levado como um investimento a longo prazo ou, não seja essa a visão, a curto prazo caso tenha sido um negócio extremamente recompensador. Isto porque, tendencialmente, um ativo imobiliário valoriza ao longo do tempo, de forma mais ou menos relevante maioritariamente consoante a zona em que se localiza.

É um facto que a volatilidade dos preços nas grandes zonas urbanas é muito superior a outras localizações, contudo há que ter em atenção que a curto/médio prazo, esta oscilação de valores pode não jogar a nosso favor.

Comprar uma casa envolve custos muito superiores no momento de tomada de decisão, algo que é completamente diluído com o passar do tempo, tanto na medida em que, na grande maioria dos casos, as rendas praticadas são superiores aos valores dos financiamentos bancários, como na certeza de que no final temos algo que é nosso, que tem um valor intrínseco, que não acontece quando optamos por arrendar.

Outro lado desta discussão, é que uma casa própria pode sempre ser utilizada como garantia de pagamento para futuros investimentos, nomeadamente uma segunda habitação ou uma propriedade para rentabilizar.

Dito isto, é fácil de perceber que envolve um grande compromisso da nossa parte, não só numa perspetiva financeira, como também numa dimensão de estado de espírito perante a vida, visto que em termos de liberdade e flexibilidade é altamente restritivo dada a sua natureza ilíquida.

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Há mais um fator que deve entrar na balança aquando da ponderação final e que pode perfeitamente interferir com a tomada da decisão. É algo que surge com cada uma das instâncias, tanto na compra, como no arrendamento.

Alguém que compre uma casa, tanto a pronto como recorrendo a financiamento, vai ter de pôr de lado muito capital à cabeça, que é dinheiro que podia estar numa poupança, enquanto fundo de emergência por exemplo. Uma pessoa que esteja altamente dependente deste dinheiro, que perceba que vai ficar completamente descapitalizada caso resolva avançar com a compra de casa e que isso poderá eventualmente, por exemplo, comprometer a educação dos seus filhos ou fazer com que abdique de alguns projetos de vida para os quais andava a juntar há muito tempo, talvez deva dedicar mais tempo a refletir se é mesmo esta a melhor opção. Nesta mesma vertente, existe ainda o custo de oportunidade para alguém com um elevado nível de literacia financeira, que rentabilize o seu capital por via de outros instrumentos financeiros. Do lado mais conservador do espetro, se olharmos para as finanças de uma pessoa que invista regularmente num PPR que dê um retorno anual a rondar os 6% como é o caso do AR PPR do Banco Invest, a longo prazo e tendo em conta o poder do juro composto, os 20, 30, 50 mil euros que investiu na entrada de uma casa pode ter sido algo com um custo muito superior ao esperado.

Para um arrendamento, numa escala muito inferior, contamos com os mesmos custos de oportunidade mencionados anteriormente, contudo vamos assumir que é absolutamente essencial a habitação própria. A somar a isto temos ainda de perceber que estamos a perder um comboio que, historicamente, tem andado a velocidades estáveis e controladas, que é o da valorização de capital. Sabemos também que a não ser que o contrato de arrendamento preveja uma cláusula em que explicita a opção de compra no final do mesmo, todo o dinheiro que estamos a pagar é, ao final do dia, a fundo perdido. Por fim, quando arrendamos, devido à natureza inflacionária dos valores de renda que os tornam, por vezes, muito superiores ao valor das prestações mensais a pagar ao banco, é evidente que muito do nosso cash-flow é

O CUSTO DE OPORTUNIDADE

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Colocados todos os pratos na mesa, se há uma conclusão que pode tirar deste artigo é que muitas vezes, o que é melhor para a nossa carteira, pode não ser melhor para nós e que a decisão deve ser aquela com que se sentir mais confortável tendo em conta todos os fatores que mencionámos neste artigo.

Cada um sabe de si, contudo é imprescindível que perceba as vantagens, desvantagens e peculiaridades de cada uma das opções antes de tomar a decisão. E em qualquer uma delas, estamos cá para ajudar e aconselhar da melhor forma que sabemos.

Referências

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