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ROTEIRIZAÇÃO: A TECNOLOGIA DO SEQUENCIAMENTO DINÂMICO APLICADA A LOGÍSTICA

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Academic year: 2021

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X FATECLOG - LOGÍSTICA 4.0 & A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FATEC GUARULHOS – GUARULHOS/SP - BRASIL 31 DE MAIO E 01 DE JUNHO DE 2019 ISSN 2357-9684

ROTEIRIZAÇÃO: A TECNOLOGIA DO SEQUENCIAMENTO DINÂMICO APLICADA A

LOGÍSTICA

DEISE FERNANDA DA SILVA (FATEC-JAHU) (deise.fernandasilva@hotmail.com) VINICIUS GABRIEL FORNAROLI (FATEC-JAHU) (viniciusfornaroli@gmail.com) MANUEL DE JESUS LUCAS (FATEC JAHU) manueljlucas@gmail.com

RESUMO

O presente artigo destaca o quanto a implantação de ferramentas tecnológicas pode resultar positivamente nos processos logísticos de uma empresa. O objetivo do estudo é evidenciar a importância de uma ferramenta de sequenciamento dinâmico de rotas denominada Foxtrot na otimização de uma cadeia de suprimentos e demonstrar que seu uso permite reduzir os custos e otimizar os processos de entregas e o Nível de Serviço oferecido aos clientes. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica relacionada aos conceitos inerentes à aplicação da tecnologia da informação no processo de roteirização e distribuição física. O artigo é ilustrado por um estudo de caso cuja coleta de dados foi disponibiliza por um Operador Logístico que se encontra hospedado em um Centro de Distribuição localizado na cidade de Jaú-SP. A análise de tais dados obtidos permite concluir que a aplicação da ferramenta Foxtrot nas operações logísticas do Centro de Distribuição torna extremamente eficaz o processo de roteirização e monitoramento das entregas sem prejudicar a qualidade e o Nível de Serviço oferecido aos clientes..

PALAVRAS-CHAVE:Logística; Distribuição física; Roteirização; Tecnologia da Informação.

A B S T R A C T

This article highlights how the implementation of technological tools can result positively in the logistic processes of a company. The aim of the study is to highlight the importance of a dynamic sequencing tool called Foxtrot in optimizing a supply chain and demonstrate that its use allows to reduce costs and optimize delivery processes and the level of Service offered to customers. To this end, a bibliographic review was carried out related to the concepts inherent in the application of information technology in the process of routing and physical distribution. The article is illustrated by a case study whose data collection was made available by a

logistic operator who is located in a distribution center in the city of Jaú-SP. The analysis of such data obtained

allows the conclusion that the application of the Foxtrot tool in the logistic operations of the distribution center makes the process of routing and monitoring of deliveries extremely effective without damaging the quality and level of Service offered to customers.

Keywords

:

Logistics; Physical distribution; Routing; information technology.

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1. INTRODUÇÃO

A responsabilidade de um Operador Logístico não pode ser mensurada somente pela quantidade de volumes que ele entrega, na implantação do fluxo de mercadorias dentro de uma cadeia de suprimentos, no tempo que ele leva para entregar os produtos, no valor que é oferecido pela prestação do serviço ou até mesmo na qualidade com a qual o serviço é realizado. Uma boa prestação de serviço logístico está sim no conjunto dessas ações que agregam o maior valor possível tanto para o fornecedor quanto para os clientes, bem como para si mesmo.

Segundo Ballou (1993) a logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde a aquisição da matéria- prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informações que colocam os produtos em movimento, com o propósito de prover níveis de serviço adequados aos clientes a um baixo custo. Essa definição permite deduzir que, atualmente, existe uma necessidade generalizada tanto em relação à sociedade quanto às organizações sobre a melhor forma de atender suas expectativas de forma dinâmica e “expressa”. Essa premissa exige que as grandes organizações trabalhem com baixos níveis de estoque, mas sem prejudicar o fluxo da cadeia de suprimentos que necessita estar interligado aos processos de forma eficiente e ágil garantindo que o just-in-time aconteça de acordo com o esperado.

O processo de roteirizar a entrega dos produtos se insere no mesmo contexto. Encontrar a melhor rota, identificando possíveis travas durante o trajeto é uma tarefa extremamente complexa mesmo para os Operadores Logísticos que detém expertise nesse segmento logístico.

Congestionamentos, acidentes, restrições de horário e imprevistos de todos os tipos impactam negativamente e prejudicam a efetividade de grande parte das rotas, já que diminuem sua produtividade e refletem no nível de serviço que é entregue aos clientes, refletindo, inclusive, ao longo de toda cadeia de suprimentos.

Com isso, a busca por processos e métodos que auxiliem no processo de distribuição de mercadorias tem se tornado cada vez mais frequente entre as empresas, principalmente para aquelas que optam por colocar o atendimento ao cliente de forma eficaz entre suas prioridades.

Não se trata de tarefa fácil, contudo, através do uso de programas e das ferramentas adequadas, torna-se possível adequar o processo de roteirização às necessidades da organização, já que os mesmos permitem conhecer as necessidades de cada cliente e atende-los de acordo com suas expectativas.

1.1 Objetivo

O principal intuito desse estudo é demostrar como o uso de ferramentas de sequenciamento dinâmico de rotas pode obter vantagens competitivas para as empresas e para toda cadeia de suprimentos, já que através delas é possível aumentar a produtividade dos recursos de distribuição ao mesmo tempo em que permite obter uma redução nos custos envolvidos no processo de distribuição física.

1.2 Justificativa

Este trabalho se justifica devido à necessidade que as empresas têm atualmente de

reduzir custos e aumentar a produtividade de seus processos logísticos. A utilização de

ferramentas tecnológicas voltadas para a roteirização pelos Operadores Logísticos se encaixa

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dentro desse contexto, na medida em que o uso das mesmas possibilita aumentar o Nível de Serviço oferecido aos clientes na distribuição física sem o encarecer.

1.3 Metodologia

A metodologia utilizada neste trabalho contempla inicialmente uma revisão bibliográfica relacionada aos conceitos de logística aplicada à tecnologia no processo de roteirização e monitoramento de rotas. Posteriormente tais conceitos foram aplicados na elaboração de um estudo de caso desenvolvido em um Operador Logístico que presta serviços para um das maiores empresas de bebidas do planeta e que se encontra alojado dentro do Centro de Distribuição da empresa localizado na cidade de Jaú – SP.

A obtenção dos dados que permitiram fazer as análises e chegar às conclusões apresentadas ao final deste trabalho foi facilitada devido ao fato de um dos autores do mesmo ser funcionário do Operador Logístico, onde desempenha suas funções na área de programação e roteirização dos veículos de distribuição física

2. EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1 Logística

Segundo Nunes (2001, p. 56) a logística “é o processo de planejar, implementar e controlar os fluxos de produtos ou serviços, informações e financeiro, desde a obtenção das matérias-primas, passando pela fabricação e satisfazendo os clientes em suas necessidades de tipo, tempo e lugar, através da distribuição adequada, com custos, recursos e tempos mínimos”. A Tecnologia de Informação, por sua vez, segundo Cruz (2010, p. 26), é “todo e qualquer dispositivo que tenha capacidade para tratar e/ou processar dados ou informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, quer esteja aplicada no produto ou não”. Nesse contexto, a utilização da tecnologia da informação para conseguir alavancar os indicadores e resultados dentro de uma organização pode ser o maior diferencial na atividade de transporte de cargas, devido à precisão e velocidade das informações e facilidade de integração de todos os processos logísticos.

No que diz respeito à forma de gerir a logística e a cadeia de suprimentos de forma eficiente e

eficaz, de acordo com Bowersox e Closs (1996, p. 186), existem três razões fundamentais que

justificam a necessidade de as empresas terem informações rápidas, em tempo real e com alto

grau de precisão. A primeira delas diz respeito ao fato de os clientes entenderem que

informações sobre o andamento de uma ordem, disponibilidade de produtos, programação de

entrega e dados do faturamento são elementos fundamentais do serviço ao cliente. A segunda

razão está relacionada à meta de redução de estoques já que, em toda a cadeia de suprimentos,

os executivos passaram a perceber que, com informações adequadas, é possível reduzir

efetivamente os níveis de estoque e as necessidades de recursos humanos, especialmente se o

planejamento dessas necessidades for feito usando informações recentes, pois isso permite a

redução dos estoques devido à minimização das incertezas da demanda. A terceira razão diz

respeito à disponibilidade das informações. Quando se sabe quanto, quando e onde os recursos

devem ser utilizados aumenta a flexibilidade no que diz respeito ao planejamento do uso dos

recursos disponíveis, fato que pode ser utilizado para a obtenção de vantagens competitivas.

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2.2 Roteirização

A distribuição física é entendida como sendo uma série de processos operacionais e de controle que permitem transferir os produtos desde o ponto de fabricação até o ponto em que a mercadoria é finalmente entregue ao consumidor final. O objetivo geral da distribuição física é levar os produtos certos, para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço desejado ao menor custo possível. Para que isso acontece é fundamental que os processos de roteirização e entregas sejam feitos da melhor maneira possível. Segundo Cunha (2000), a roteirização é o processo que determina um ou mais roteiros ou sequência de paradas que devem ser cumpridos pelos veículos de uma frota com o objetivo de utilizar um conjunto de pontos geograficamente dispersos em locais pré-determinados que necessitem de atendimento. Para o autor a roteirização pode ser caracterizada por n clientes (representados numa rede de transportes por nós ou arcos) que devem ser servidos por uma frota de veículos sem apresentarem restrições ou à ordem em que deverão ser atendidos.

3. DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA

O estudo de caso que ilustra este artigo foi desenvolvido em um Operador Logístico localizado no Centro de Distribuição de uma Cervejaria na cidade de Jaú há mais de quatro anos. O Operador Logístico se encontra também em outras cidades do estado de São Paulo, além de apresentar unidades nos estados de Minas Gerias e Rio de Janeiro. A organização é responsável por prestar serviços de transporte com frota dedicada e cuidar de toda a operação, processos de armazenagem, gestão dos estoques e distribuição de bebidas da empresa contratante na cidade de Jahu e região, atendendo atualmente cerca de aproximadamente 2.350 clientes num raio de 250 km.

A operação é sustentada pela gestão de nove pilares que, atuando em sinergia, ditam o ritmo dos processos internos e externos da organização. Tais pilares, denominados internamente Gente, Planejamento, Frota, Armazém, Distribuição, Segurança, Finanças e Gestão, são o que embasam o compromisso de seu time de colaboradores com a empresa em si, bem como com seu contratador e seus clientes e sustentam o alto nível de valores e resultados que são obtidos atualmente.

Dentro desses setores, que chamamos de pilares, vemos a logística acontecer em todos os eles, desde todo planejamento e gestão no recrutamento e seleção de colaboradores, arquivo de documentos etc. até o Pós-venda, onde é medindo com que qualidade e segurança as equipes de entrega estão realizando as entregas.

As premissas de sucesso de um Operador Logístico consistem em oferecer e prestar um

serviço de qualidade, atender as expectativas de prazo, qualidade, segurança e respeito para o

cliente final e entregar resultados positivos para o contratante do serviço. É fundamental,

portanto, que o mesmo leve em consideração a expectativa de cada cliente e se empenhe ao

máximo para atendê-lo. É nesse contexto que a Logística assume papel relevante nas

organizações, na medida em que cabe a ela uma grande parcela de responsabilidade no

cumprimento de prazos bem como atender ou superar essa expectativa. No mundo globalizado,

cada vez mais competitivo e com a tecnologia cada vez mais acessível, torna-se imprescindível

utilizar todas as ferramentas que possam, de uma forma ou de outra, aperfeiçoar os processos

internos e externos de uma operação, tendo sempre como foco a melhoria contínua dos mesmos

e o aumento da produtividade.

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No Operador Logístico onde o estudo de caso que ilustra este artigo foi conduzido, em média cerca de 70% das despesas são oriundas da atividade de transporte. Devido a isso, e visando reduzir gastos e melhorar a produtividade das equipes de entregas, desde o início das operações o Operador Logístico prestador dos serviços de transporte adotou uma ferramenta de roteirização que permitiu maximizar a distribuição física. Esse roteirizador apresenta uma sugestão inicial de entregas sequenciais aos pontos de venda, mas tal sugestão pode ou não ser acatada pelo motorista entregador, que possuía, e ainda possui, autonomia para a aceitar e modificar a sequência de entregas, dependendo do que ocorre com o transcorrer de cada rota.

Essa sugestão inicial visa possibilitar que os recursos físicos (caminhões) e humanos (motoristas e auxiliares de entrega) pudessem fazer o maior número de entregas diárias possíveis. Contudo, para que fosse possível analisar o desempenho, tanta da ferramenta de roteirização quando das decisões dos motoristas entregadores foram criadas alguns indicadores que tornassem isso possível. Tais indicadores receberam os nomes de Aderência (que calcula o percentual de motoristas que utilizam o planejamento de entregas proposto pela ferramenta), a Dispersão (que permite calcular a quilometragem que o veículo percorre a maior quando comparado com a prevista inicialmente) e a quantidades de Repasses, que mede a quantidades de vezes que o veículo tem que retornar a um ponto de venda porque não conseguiu fazer a entrega na primeira tentativa.

A partir de janeiro de 2018 o fabricante do software de roteirização disponibilizou uma atualização, gratuita, que continha uma nova funcionalidade, denominada Foxtrot, cujo objetivo era alavancar os indicadores e os resultados da distribuição física. Tal ferramenta permitiu equacionar um grande gargalo que existia no processo de entrega que dizia respeito às restrições de grande parte dos clientes. Entre tais problemas citam-se o fato de alguns estabelecimentos se encontrarem fechados e só receberem as mercadorias em determinados horários, em alguns casos o cliente não tinha à mão o meio para fazer o pagamento conforme previamente negociado com o departamento comercial, outros por dificuldade de movimentação das mercadorias e do veículo devido ao horário, entregas demoradas ou postergadas devido ao alto número de clientes no estabelecimento, etc. Todos esses problemas geravam retrabalhos e perdas na operação, uma vez que era necessário retornar aos estabelecimentos em horários diferentes, fato que gerava obrigatoriamente um repasse em locais que já haviam sido visitados. De uma forma geral esses problemas influenciavam negativamente inúmeras variáveis que ocorriam durante o processo de entrega, já que contribuíam para aumentar o consumo de combustível, bem como a quilometragem prevista para realizar as entregas (dispersão), o desgaste e a depreciação do veículo e dos colaboradores.

O Foxtrot, a ferramenta que permite o sequenciamento das rotas de forma dinâmica, aplica a lógica em tempo real para otimizar as sequências de entrega ao longo do dia. A ferramenta é alimentada inicialmente com uma sequência de rotas criadas pelos planejadores de rotas tradicionais, como RoadNet ou RoadShow, e a otimiza continuamente depois que o motorista inicia a rota. Como exemplos onde a ferramenta atua re-otimizando as rotas de entrega podem ser citados: rotas iniciadas em horários diferentes do que foi planejado inicialmente, tempo de entrega maior do que o planejado, problemas eventuais com o trânsito, clima ou tempo e etc.

A melhoria contínua dos dados usados para refinar ou re-otimizar cada vez mais as

execuções de rotas ainda dependem da precisão dos dados inseridos no Route Planner, sistema

inteligente que captura as informações adquiridas sobre o trajeto pela ferramenta. O Foxtrot é

um software que “aprende” de forma dinâmica e instantânea. Para isso ele aproveita o hardware

existente a bordo do veículo de entrega (que pode ser um tablet, aparelho celular, computador

de mão, etc.) para extrair os dados on line e real time que são tratados e contextualizados para

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criar sempre maior realismo na execução. Todos os planejadores de rotas assumem em seus algoritmos algum tipo de suposição sobre a rota, velocidade média das ruas e avenidas bem como do comportamento dos motoristas e dos clientes. O processo de aprendizagem permite descobrir quão precisas são essas suposições e torna-as mais refinadas para, em seguida, fornecer um nível bem maior de granularidade de dados.

A ferramenta Foxtrot trabalha de forma integrada com o app Entrega Fácil da fabricante HBsis, empresa que realiza o monitoramento e acompanhamento das rotas diárias. Os dados e situações são encaminhados em tempo real pelos apontamentos da equipe de entrega pelo aparelho celular para o app Foxtrot, ou seja, quando o entregador apontar que uma entrega é devolvida na primeira vez que ele visita o estabelecimento, o Foxtrot alimenta e armazena em seu sistema dinâmico que aquele ponto de venda não recebeu a entrega no horário que estava inicialmente previsto e recalcula a rota para retornar ao local em um horário onde já foram executadas entregas anteriormente. Dessa forma, ao iniciar uma rota onde existam mercadorias a ser entregues nesse estabelecimento nos dias seguintes, o app irá sugerir que a entrega seja realizada em um horário próximo ao realizado as entregas anteriores, cabendo aos entregadores agir para que a nova sugestão seja respeitada.

A sequência sugerida por Foxtrot leva em consideração os fatores de maior relevância para a execução da rota (tempo, distância, trânsito, eventos externos, comportamento de clientes, entre outros) para criar a rota mais eficiente naquele instante. Portanto, para que Foxtrot possa permitir os ganhos potenciais de eficiência, os motoristas devem levar em consideração a sequência sugerida pela ferramenta na hora de tomar a decisão. Por se tratar de uma solução de sequenciamento dinâmico, a rota ideal também é dinâmica e está sempre mudando. Desta forma, a Aderência à sequência é calculada sempre com relação ao próximo cliente e depois consolidada em um valor percentual global da rota.

Durante o processo de planejamento das escalas de entrega e das equipes para as regiões, o uso da ferramenta facilita a execução da rota de forma mais ágil e o motorista que está dirigindo o caminhão não precisa necessariamente conhecer a região para a qual ele foi escalado para realizar as entregas, pois o sequenciamento dinâmico indicado pelo Foxtrot toma como base o banco de dados das últimas entregas e encaminha a sugestão de sequenciamento da próxima entrega sempre para o ponto de venda mais próximo que esteja dentro da janela de atendimento, indicando através do sistema de GPS (Waze) que evita paradas desnecessárias ao longo de caminho e indica qual trajetória é a mais indicada para chegar ao destino.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Operador Logístico começou a utilizar a ferramenta de sequenciamento dinâmico em

janeiro de 2018 e, inicialmente, estabeleceu uma meta de 70% na aderência dos motoristas à

sua utilização, já que nem todos os recursos humanos recebem com serenidade a introdução de

novas tecnologias nos processos operacionais onde trabalham. Essa meta, como pode ser

observado na figura 1, demorou cerca de seis meses para ser atingida, mas seus benefícios foram

praticamente instantâneos, como demonstram os indicadores apresentados nas Figuras 2 e 3,

que apresentam, respectivamente, a evolução do número de entregas diárias por veículo ao

longo do ano (Fig. 2) e a dispersão da quilometragem percorrida pelos veículos mês a mês e a

redução da quantidade de repasses nas entregas (Fig. 3).

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Figura 1: Aderência na utilização do Foxtrot

Fonte: Elaborado pelo Autor

Figura 2: Número de Entregas por Veículo/Dia

Fonte: Elaborado pelo Autor 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 48% 49% 54%

68% 72% 72% 78%

86% 89% 89% 87% 87%

ADERÊNCIA AO USO DO APP

Aderência a Roteirização Dinâmica

0 5 10 15 20 25

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 18 18,2

17,3 17,5 17 18,4 18,9

21,5 22,6 22,9 23,3 24

Nº ENTREGAS

Numero de Entregas/Veículo

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Figura 3: Redução na Dispersão de KM e Repasses em Rota

Fonte: Elaborada pelo Autor

A análise das figuras 2 e 3 permite concluir que, conforme a ferramenta passa a ser mais utilizada, aumenta também o número de entregas que cada veículo consegue fazer por dia. Esse incremento é bastante significativo, passando de 18 entregas no mês de janeiro de 2018 para 24 no mês de dezembro de 2018, o que representa um crescimento superior a 33% no período de um ano. Devido a isso, a operação passou a necessitar de um número menor de veículos, fato que reduziu a quantidade de combustível utilizado nas entregas, além de permitir atender os clientes oferecendo um Nível de Serviço cada vez melhor.

A quantidade de repasses nos pontos de venda passou de 373 no mês de fevereiro para 266 no mês de dezembro, o que corresponde a uma redução de cerca de quase 29% nesse indicador. Esse fato comprova que a prestação do serviço está cada dia melhor e que a busca da melhoria não ficou restrita ao campo da teoria.

A dispersão, depois de sofrer um acréscimo nos primeiros meses de implantação da ferramenta (foi de 11% em jan. para 21% nos meses de março e abril), se encontra estável na casa dos 16% e dentro dos padrões estabelecidos pela empresa.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho permite concluir que a utilização das ferramentas de tecnologia no âmbito do planejamento, operação e controle das operações de transporte é uma realidade que não mais pode deixar de ser utilizada, e nem ao menos postergada, sob pena de as empresas e, até mesmo, cadeias completas de suprimentos, se tornarem ineficientes, comprometam o Nível de Serviço oferecido aos clientes e, consequentemente, percam suas vantagens competitivas.

Mesmo ferramentas de baixo custo, como o aplicativo Foxtrot, podem representar um enorme diferencial competitivo se forem adequadamente implantados, na medida em que se percebe que sua utilização permite oferecer aos clientes um serviço de qualidade, com segurança e flexibilidade, ao mesmo tempo em que reduz os custos de transporte e otimiza os processos de entrega.

11% 18% 21% 21% 20% 20% 18% 16% 16% 16% 15% 17%

301

373 349 329 380

343 324

294 299 281 266 260

0 50 100 150 200 250 300 350 400

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

QUANTIDADE REPASSES

DISPERSÃO KM

Dispersão de KM previsto/real e quantidade de repasses em entregas

KM Repasses

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