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Anatomia do lenho de árvores de espécies de canela, Ocotea Aubl. e Nectandra Rol. Ex. Rottb. (Lauraceae) ocorrentes no Estado de Santa Catarina

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Academic year: 2021

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i UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA VEGETAL

Anatomia do lenho de árvores de espécies de canela, Ocotea Aubl. e Nectandra Rol. Ex. Rottb. (Lauraceae)

ocorrentes no Estado de Santa Catarina

Mestrando: Felipe Bernardino Guimarães

Orientadora: Profa. Dra. Ana Claudia Rodrigues Co-Orientador: Prof. Dr. Mário Tomazello Filho

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Santa Catarina sob a orientação da Profa. Dra. Ana Claudia Rodrigues para obtenção do título de Mestre.

__________________________ __________________________

Mestrando Orientador

Florianópolis, Maio de 2012.

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ii Para minhas preciosas filhas, Zoê, Olívia e Sofia, Vida, Árvore e Sabedoria

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iii Agradecimentos

Ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA – pela concessão de licença de capacitação, em especial a Dalva, ao Liceros e a minha querida Eda, que sempre em atendeu com muita atenção e carinho; estou certo de que poderei retornar com estes novos conhecimentos muito aplicáveis em nossas atividades fiscalizatórias.

A Prof. Dra. Ana Claudia Rodrigues, que aceitou o desafio de me orientar, por sua atenção e curiosidade em aprender junto.

Ao Prof. Dr. Mário Tomazello Filho, pela co-orientação e disponibilização do Laboratório de Anatomia e Identificação de Madeiras, do Departamento de Ciências Florestais, da ESALQ/USP.

Aos membros da banca examinadora, Dra. Maria Leonor D’El Rei Souza (CCB/UFSC), Dr. João de Deus Medeiros (CCB/UFSC) e Dra. Vera Terezinha Rauber Coradin (LPF/SFB), em especial a Dra. Vera, quem sugeriu o trabalho com as canelas.

Ao Dr. João Baitello e Dr. Leandro Cézanne de Souza Assis pela atenção na identificação das exsicatas de Lauraceae.

Ao Dr. Marcos Sobral e Dr. Daniel Barcellos Falkenberg, pela identificação das plantas extra-lauraceas coletadas nas saídas a campo;

Ao Dr. Hans Georg Richter, que prontamente respondeu minhas dúvidas com grande atenção e cordialidade.

Ao Prof. Dr. Pablo Riul (UFPB) e em especial ao Prof. Dr. Paulo Horta, pelo grande apoio dado nas análises estatísticas.

A queridíssima Profa. Dirlei Inês Thiel, que me apresentou uma nova língua, completamente desconhecida, por suas aulas maravilhosas, que permitiram descortinar a névoa que pairava sobre os preciosos dados da tese de H.G.Richter em alemão e pela psicologia com preço bem abaixo da tabela!

Aos casal maravilhoso, Billie e Marcie Miller, por sua disponibilidade em se dirigir inúmeras vezes a biblioteca em Berkeley, Universidade da Califórnia em busca de literatura especializada, minha profunda gratidão por seu ato altruísta, que espero poder recompensar um dia.

A Flávia Santanna, Paulo Licks, Marcelo Reinart, Maycon e Felipe da ETS Consultoria Ambiental; Ivan Vargas da Desenvix e Sadi Pichetti da Itá

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iv Oeste, pelos contatos e informações preciosas acerca ocorrência de supressões em andamento e pelo apoio logístico nas coletas a campo.

Aos motosseristas Gerci, Ivanir Apper, Neodir Kulax, Alemão, pelo manejo das motosserras e atenção na coleta das canelas em campo.

A Baía Sul Madeiras pelos cortes das cunhas e lixação dos discos, em especial ao Sr. Ademir.

Ao sempre atencioso e dedicado Sr. Emmanuel Bittencourt, Sra.

Verônica e filhas Mirella e Elisângela, pela preparação cuidadosa e paciente dos corpos de prova.

A Maria A. Bermudez (ESALQ/USP) e Antônio Barbosa (IPT/SP), pelos auxílios na confecção dos cortes anatômicos e macerados, em especial ao Sr.

Antônio, por toda sua atenção e carinho durante suas explicações.

A Maria das Graças (ESALQ/UPS), por ter sido um anjo na hora certa.

Ao amigo Luiz Henrique Paulli Bianchi, pela confecção dos mapas e das imagens georreferenciadas, e por todo apoio ao longo destes anos de convivência no IBAMA em Florianópolis.

Ao CIRAM/EPAGRI pelo fornecimento dos dados meteorológicos, em especial a Dra. Vera Lúcia, por sua gentileza e atenção.

A Silvia Venturi e ao Dr. Rafael Trevisan, pelo acesso ao herbário e paciência na inclusão e movimentação das exsicatas.

A Dra. Maria José Miranda, Rafael Pigozzo e ao Sr. Francisco, pelo recebimento e inclusão das amostras de madeira na xiloteca Dr. Calvino Mainieri, no Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo.

Ao Laboratório de Fluorescência do departamento de Biologia Celular e Genática - FLUORBEG/UFSC, especialmente a Chirle Ferreira e Demétrio, dos quais recebi toda a atenção e orientação durante as análises de fluorescência.

A Elise Galitzki, por sua atenção durante as crises do microscópio fungado.

Ao Laboratório Central de Microscopia Eletrônica (LCME/UFSC) pela utilização de instalações e microscópios, em especial a Eliana e Renata Ozório, pela grande atenção dispensada.

Aos amigos Cláudia Loch e Roque Carmona, por todo apoio e pela grande amizade, e lógico, pela paciência com minhas amostras de madeira espalhadas pelo condomínio.

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v Ao Arthur Beck Guimarães e Luiz Pessoa Guimarães, pela acolhida em Piracicaba.

Aos amigos do mestrado Robson Carlos Avi, Jeovane Warmling, Chirle Ferreira, Kátia Arenhart Hoss, Halisson Rafael Kedrovski, Rafaela, Graziela, Taíse, Bruno & Ana, Regina, Francis, Marietu, pela força para continuar, pela convivência harmoniosa e pelas boas risadas, e claro, por suportarem minha insegurança e instabilidade nos dias de crise, e aos bolsistas Lucas, Ewerton e Caiâne, por tanta dedicação da montagem das lâminas das coletas extras.

Aos meus pais, Nelson e Conceição, que de alguma forma, ao longo da minha vida, me fizeram entender que estudar é preciso, e cá sigo eu, fazendo isso desde sempre!

A minha vó Zoê Pessoa Guimarães, grande paixão da minha vida, fonte de inspiração, por sua presença constante, aconselhamento e amor.

A Alessandra Cristina Giuliani, por segurar as pontas nas minhas ausências e pelo estímulo para continuar.

E por fim, as árvores maravilhosas de canela e imbuia, que ao ceder suas vidas para a geração de energia, forneceram seus discos para a realização das análises anatômicas deste trabalho e me abriram janelas para um mundo novo em anatomia de madeiras. Quiçá possa um dia retribuir à ciência com conhecimento novo, essas vidas que foram ceifadas.

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6

Índice

Página

Resumo 08

Abstract 09

1. Introdução 10

2 - Materiais e Métodos 17

2.1 – Coletas das amostras do lenho das árvores 17 2.2 – Análises macroscópicas do lenho 21 2.3 – Análises microscópicas do lenho 21 2.4 – Análises de caracteres anatômicos quantitativos do lenho 22 2.5 – Análise de agrupamento de caracteres anatômicos

qualitativos do lenho

22

2.6 – Análises estatísticas 25

3 – Resultados 28

3.1 – Descrições macroscópicas do lenho 28 Nectandra lanceolata Nees – Canela-amarela 28 Nectandra megapotamica Mez – Canela-amarela 30 Ocotea porosa (Nees & C. Mart.) Barroso - Imbuia 32 Ocotea puberula (Rich.) Nees – Canela-guaicá 34 Ocotea pulchella (Nees) Mez – Canela-lageana 36

Ocotea sp. - Canela-loura 38

3.2 – Chave dicotômica para diferenciação das espécies pela estrutura macroscópica do lenho

40 3.3 – Descrições microscópicas do lenho 41 Nectandra lanceolata Nees – Canela-amarela 41 Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez - Canela-amarela 43

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7 Ocotea porosa (Nees & C. Mart.) Barroso - Imbuia 45 Ocotea puberula (Rich.) Nees – Canela-guaicá 47 Ocotea pulchella (Nees) Mez – Canela-lageana 49

Ocotea sp. – Canela-loura 51

3.4 – Chave dicotômica para diferenciação das espécies pela estrutura microscópica do lenho

53 3.5 – Análises de caracteres anatômicos quantitativos do lenho 54 3.6 – Análise de agrupamento de caracteres anatômicos

qualitativos do lenho

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4 – Discussão 77

5 – Considerações finais 100

6 – Referências Bibliográficas 101

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8 Resumo

Anatomia do lenho de árvores de espécies de canela, Ocotea Aubl. e Nectandra Rol. Ex. Rottb. (Lauraceae) ocorrentes no Estado de Santa Catarina. Lauraceae agrega um grande número de espécies exploradas comercialmente por sua madeira. Muitas delas, conhecidas popularmente por

“canela” pertencem aos gêneros Ocotea e Nectandra, muito difíceis de serem separadas, tanto ao nível genérico, quanto ao nível específico, pela anatomia do lenho. Neste intuito, realizou-se o presente trabalho com o objetivo de buscar caracteres anatômicos do lenho diagnósticos para a separação das espécies e dos gêneros. Foram coletadas árvores de canela em quatro municípios do interior de Santa Catarina: Abdon Batista, Concórdia, Tangará e Passos Maia. As espécies coletadas foram: Nectandra megapotamica, Nectandra lanceolata, Ocotea porosa, Ocotea puberula, Ocotea pulchella e Ocotea sp. As amostras do lenho foram seccionadas e analisadas seguindo os métodos laboratoriais usuais em anatomia de madeira. Foram realizadas análises de fluorescência. A partir das descrições macroscópicas e microscópicas da anatomia do lenho elaboradas, foram confeccionadas chaves dicotômicas para separação das espécies e realizadas analises estatísticas dos caracteres anatômicos qualitativos e quantitativos do lenho.

Macroscopicamente, as espécies foram separadas pela cor, cheiro, visibilidade do parênquima axial sob lente de 10x e arranjo diagonal. Microscopicamente, a separação das espécies se deu pela presença e abundância de cristais de oxalato de cálcio nas células dos raios, presença de placas de perfuração escalariformes, presença, abundância e localização de células oleíferas/mucilaginosas, largura dos raios e tipo de parênquima axial paratraqueal. As análises dos caracteres anatômicos quantitativos permitiram a distinção de quase todas as espécies entre si, mas não foram úteis na distinção dos gêneros. Foi elaborada uma matriz binária de presença e ausência considerando-se 35 caracteres anatômicos qualitativos para observação da similaridade entre 64 espécie considerando-se 114 descrições anatômicas do lenho de exemplares da família Lauraceae constantes da literatura, sendo 23 espécies de Nectandra, 34 de Ocotea, duas de Pleurothyrium, duas de Rhodosthemonodaphne, duas de Chlorocardium, e uma de Sextonia. As análises de similaridade não conseguiram evidenciar relações claras entre os gêneros e as espécies avaliadas, em virtude de falta de padronização nas descrições da anatomia do lenho pelos diferentes pesquisadores. Conclue-se que é possível separar as seis espécies avaliadas no presente estudo pelos caracteres anatômicos, tanto macroscopicamente quanto microscopicamente, mas não foi possível esclarecer suas relações de similaridade com outras espécies de Lauraceae de grupos próximos morfologicamente. Não foram encontrados caracteres anatômicos diagnósticos que permitissem a distinção dos gêneros Ocotea e Nectandra entre si. Palavras-chave: Anatomia do lenho, Ocotea, Nectandra, Santa Catarina.

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9 Abstract

Wood anatomy of trees from “canela” species, Ocotea Aubl. e Nectandra Rol. Ex. Rottb. (Lauraceae) in Santa Catarina, Brazil. Lauraceae includes a great number of species explored in the timber market due to the great quality of its wood. Many of these species, known as “canela” belong to the genera Ocotea and Nectandra, wich are very dificult to distinct considering their quite homogeneus wood. The present work searched for diagnostic wood anatomical features that could be helpfull to segregate these plants at specific and generic levels. Collections of “canela” trees were made in four localities of Santa Catarina state: Abdon Batista, Concórdia, Tangará and Passos Maia. Six species were collected: Nectandra megapotamica, Nectandra lanceolata, Ocotea porosa, Ocotea puberula, Ocotea pulchella and Ocotea sp. Wood sections and analysis followed usual laboratory methods in wood anatomy.

Fluorescence analyzes were performed. Macroscopic and microscopic descriptions were used to make dichothomous keys of these species. Statistical analyzes were carried out using qualitative and quantitative wood characters.

Macroscopically, the species were separated by their color, odor, visibility of axial parenchyma under 10x magnification and the presence of diagonal arrangement. Microscopically, the distinction of these species was due to the presence and abundance of calcium oxalate crystals in ray cells, presence of scalariform perforations plates, presence, abundance and location of oil/mucilage cells, rays width and type of paratracheal axial parenchyma. The quantitative analysis of anatomical characters allowed the distinction of almost all species, but were not useful in distinguishing the genera. A binary matrix of presence and absence were prepared considering 35 qualitative anatomical characters to observe similarity between 64 species considering 114 wood anatomical descriptions of Lauraceae specimens founded in the literature.

Among these descriptions were 23 species of Nectandra, 34 of Ocotea, 2 species of Pleurothyrium, Rhodosthemonodaphne and Chlorocardium, and one species of Sextonia. The similarity analyzes failed to show clear relationships between genera and species evaluated, due to lack of standardization in the descriptions of these species wood anatomy by different researchers. In conclusion, it is possible to separate the six species evaluated in this study by anatomical characters, both macroscopically and microscopically, but it was not possible to clarify its relations of similarity with other morphologically close species of Lauraceae. It was not founded clearly diagnostic wood anatomical features that allowed the distinction between the genera Ocotea and Nectandra.

Key-words: wood anatomy, Ocotea, Nectandra, Santa Catarina.

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10 1 - Introdução

A Família Lauraceae Jussieu é composta por árvores ou arbustos, excepcionalmente trepadeiras, geralmente aromáticos, de distribuição pantropical, estando bem representada na América, Ásia tropical, Austrália e Madagascar, sendo rara nas regiões temperadas (Barroso et.al., 2002). Agrega entre 2.500 a 3.500 espécies, distribuídas em aproximadamente 50 gêneros, dos quais 20 a 22 ocorrem no Brasil (Barroso et.al., 2002; Baitello et.al., 2003), com cerca de 390 espécies, habitando diversos ecossistemas, especialmente as florestas pluviais (Barroso et.al., 2002).

Muitas espécies de Lauraceae são de grande destaque econômico por seus óleos essenciais na perfumaria, cosmetologia, medicina e culinária, bem como pela boa qualidade da madeira que produzem, destacando-se sua utilização na indústria da construção civil – marcenaria, carpintaria, movelaria - e naval (Kostermans, 1937; Record & Hess, 1942; Bastos, 1943; Brush, 1944;

Stern, 1954; Gemballa, 1955; Ghilardi, E. & Manieri, C. 1964; Rizzini, 1971;

Gottlieb, 1972; Klein, 1974; Loureiro, 1976; Reitz et. al., 1979; Vattimo-Gil, 1979c; Coe-Teixeira,1980; van der Werff & Richter, 1996; Marques, 2001).

Salienta-se, ainda, sua importância na fitofisionomia das formações de florestas de araucária (Klein, 1974) e seu potencial de utilização em projetos de reflorestamento (Reitz et. al., 1979).

Barroso et. al. (2002) apresentam uma síntese das características morfológicas desta família: plantas monóicas, dióicas ou gimnodióicas; folhas alternas, raramente opostas ou subopostas, glabras ou pilosas, com indumentos de pêlos simples, unicelulares e células de óleo ou mucilagem no mesofilo e pecíolos em geral canaliculados; inflorescências axilares ou terminais, em panículas, tirsos, tirsóides ou botrióides; flores podem hermafroditas ou unissexuadas, com 6 ou 9 tépalas iguais ou, eventualmente, com tépalas externas bem menores que as internas; androceu geralmente constituído de 3-6-9 estames férteis, acompanhados ou não de estaminódios e dispostos em 3-4 verticilos: 1º e 2º verticilos de estames com anteras introrsas, extrorso-apicais ou lateralmente extrosas; 3º verticilo de estames com par de glândulas na base dos filetes e anteras, em geral, extrorsas e o 4º verticilo – o

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11 mais interno – formado por estaminódios filiformes, triangulares, cordados, sagitados ou ausentes; raramente todos os estames apresentam filetes biglandulosos; anteras bilocelares ou tetralocelares, estas últimas exclusivas da família; gineceu de ovário livre, mediano, unicarpelar, estilete simples, terminal;

óvulo único, pêndulo, apical ou anátropo; fruto tipo baga, às vezes parcialmente envolvido pelo hipanto, modificado em cúpula; sementes sem endosperma, embrião desenvolvido e cotilédones carnosos. A identificação ao nível genérico e específico das Lauraceas é bastante complexa e difícil (van der Werff, 1991a).

Estes caracteres morfológicos, especialmente dos verticilos de estames/estaminódios e a abertura das anteras, bem como a morfologia dos frutos, permitem, quando presentes nos espécimes analisados e com certa dificuldade, a distinção dos membros desta família ao nível genérico e específico. Há que ser considerado que, com grande frequência, há necessidade de identificação de material estéril e no entanto, devido à grande semelhança observada nos diferentes gêneros, cujas circunscrições estão baseadas especialmente nas características do androceu (Kostermans, 1957), são frequentes os problemas na identificação das espécies e na distinção dos gêneros (Record & Mell, 1924; Record & Hess, 1942; Castiglioni, 1951;

Rohwer, 1993a; van der Werff, 1991a; van der Werff & Richter, 1996).

A última grande proposta de classificação taxonômica para a família Lauraceae, e mais amplamente aceita, que agrupa os gêneros segundo caracteres florais, foi realizada por Kostermans (1957) com base no trabalho de Mez (1889) denominado Lauraceae Americanae. Nela são estabelecidas duas subfamílias, Lauroideae e Cassythoideae, tendo a primeira cinco tribos:

Perseeae, Cinnamomeae, Litseeae, Cryptocaryeae e Hypodaphneae. Os gêneros Ocotea Aubl. e Nectandra Rol. Ex. Rottb. foram alocados na subtribo Cinnamomineae, Tribo Cinnamomeae, juntamente com os gêneros Pleurothyrium Nees, Cinnamomum Schaeff., Neocinnamomum H. Liu, Cinnadenia Kosterm., Actinodaphne Ness, Sassafras (Kramer) Boehmer., Umbellularia (Nees) Nutt. e Dicypellium Nees & Mart. Posteriormente fora proposta uma chave dicotômica para os 29 gêneros de Lauraceas do Novo Mundo por van der Werff (1991a).

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12 Van der Werff & Richter (1996) em busca de uma nova classificação da família levando em conta também caracteres anatômicos do xilema secundário e da casca apresentados por Richter (1981b), especialmente caracteres de natureza qualitativa, observam a formação de três grupos, que encontram correspondência na morfologia das inflorescências, quais sejam: 1 - Tribo Laureae, que incluiria, entre outros, os gêneros Litsea Lamarck, Lindera Thunberg, Laurus L. e Sassafras (Kramer) Boehmer; 2 - Tribo Perseeae, que incluiria os gêneros Ocotea Aubl., Nectandra Rol. Ex. Rottb., Aniba Aubl, Licaria Aubl, Pleurothyrium Nees, Persea Mil., Cinnamomum Schaeff., Phoebe Nees e Dehaasia Blume; 3 - Tribo Cryptocaryeae, que incluiria os gêneros Beilschmiedia Nees, Cryptocarya R. Brown, Endiandra R. Brown e Potameia Thou. Destes 3 grupos, o primeiro teria como caracteres anatômicos mais proeminentes a ausência de parênquima marginal e de fibras septadas na madeira e as fibras floemáticas são sempre presentes na casca; o segundo sendo caracterizado pela ausência de parênquima marginal e presença de fibras septadas na madeira e as fibras estão presentes no floema secundário de quase todos os taxa, com raras exceções; e o terceiro, caracterizado na madeira pela presença de parênquima marginal, a presença de fibras não- septadas com pontoações areoladas conspícuas e a presença de placas de perfuração exclusivamente simples e no floema secundário a ausência de fibras e a presença de esclereídeos característicos. Os autores salientam que nem todos os taxa podem ser acomodados satisfatoriamente nestes 3 grupos com base nos caracteres anatômicos, como p. ex. os gêneros Cinnamomum Schaeff. e Persea Mil, que aparentam ser transicionais entre o grupo 1 e 2, e o gênero Mezilaurus Taubert, que apresenta caracteres diagnósticos da madeira do grupo 2 e caracteres diagnósticos da casca do grupo 3.

Novos gêneros tem sido propostos devido a recentes revisões taxonômicas, especialmente dos gêneros neotropicais (Assis, 2009) e grandes gêneros, como Ocotea Aubl. e Nectandra Rol. Ex. Rottb. tem sido desmembrados. Dentre as contribuições taxonômicas mais significativas, destacam-se os trabalhos relativos aos gêneros: Aiouea Aubl. (Renner, 1982), Aniba Aubl (Kubitzki, 1982), Beilschmiedia Nees (Kostermans, 1938), Dicypellium Nees & Mart. (Rohwer, 1988), Endlicheria Nees (Chanderbali,

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13 2004), Systemonodaphne Mez (Rohwer, 1988), Gamanthera van der Werff (van der Werff, 1991b), Licaria Aubl (Kurz, 2000), Mezilaurus Taubert (van der Werff, 1987), Nectandra Rol. ex. Rottb. (Rohwer, 1993), Ocotea Aubl. (Rohwer, 1986;

Rohwer, 1991; van der Werff, 1999), Sextonia van der Werff (van der Werff, 1997), Persea (Kopp, 1966), Phyllostemonodaphe Kosterm. (Rohwer, 1988), Pleurothyrium Nees (van der Werff, 1993), Rhodostemonodaphne Rohwer &

Kubitzki (Madriñan, 2004), Urbanodendron Mez (Rohwer, 1988). Algumas destas contribuições que levaram a propositura de novos gêneros observaram além dos caracteres morfológicos, também os caracteres anatômicos do xilema secundário, como nos gêneros Sextonia van der Werff (van der Werff, 1997) e Paraia Rohwer, Richter & van der Werff (Rohwer et.al, 1991), onde, além da caracterização microscópica, são mencionados caracteres auxiliares como cor e densidade, quando da comparação com outros grupos de lauráceas.

Também para as duas espécies do novo gênero Chlorocardium Rohwer, Richter & van der Werff, desmembradas do gênero Ocotea, são inclusos como caracteres anatômicos do xilema secundário relevantes para a distinção dos demais gêneros de lauráceas o tamanho extremamente pequeno das pontoações inter-vasculares, a ausência de células secretoras oleíferas/mucilaginosas e a presença de elementos de vasos coronados (Rohwer et.al, 1991).

Análises filogenéticas com base em dados moleculares atentam para o monofiletismo da família Lauraceae (Renner, 1999; Renner & Chanderbali, 2000; Chanderbali et. al., 2001), assim como para as tribos Cryptocaryeae e Cinnamomeae sensu Kostermans (Rohwer, 2000; Chanderbali et. al., 2001).

Entretanto, as mesmas análises apontam para o não-monofiletismo de grandes gêneros como Endlicheria Nees, Nectandra Rol. ex Rottb, Ocotea Aubl. e Rhodostemonodaphne Rohwer & Kubitzki (Chanderbali et. al., 2001). Em virtude da impossibilidade de resolução dos problemas taxonômicos apenas com dados morfológicos, tem sido sugerido que estudos taxonômicos do grupo levem em conta não apenas dados morfológicos, mas também dados anatômicos (Record & Mell, 1924; Richter, 1981a; Richter, 1981b; Rohwer et.al, 1991; van der Werff & Richter, 1996; Quinet, 2001) assim como, a associação de dados morfológicos e anatômicos com dados moleculares (Assis, 2009).

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14 A anatomia do xilema secundário há muito tem sido investigada e utilizada como uma importante ferramenta para auxiliar a resolução de problemas taxonômicos (Record, 1934). Descrições anatômicas da madeira de espécies e gêneros da família Lauraceae e importantes trabalhos sobre aspectos característicos da estrutura anatômica da madeira da família foram fornecidos por Knoblauch (1888), Solereder, (1908), Janssonius (1926), Tupper (1927), Milanez (1930); Dadswell & Record (1936); Record & Hess (1942);

Bastos (1943); Ochioni & Mattos Filho (1947); Botelho (1951); Stern (1954);

Kribs (1959); Castiglioni (1962); van der Slooten et. al., (1970); Loureiro (1976);

Dechamps (1979); Richter (1981a, b; 1985; 1987; 1990); Hernandez (1985);

Carreras & Perez (1988), Feldato et. al., (1989), Richter & Van Wyk (1990);

Rohwer et.al, (1991); Callado (1995), Callado & Costa (1997); León (2000), Silva & Medeiros (2000), León & Espinoza de Pernía (2000a, b; 2001), Czarneski et. al. (2001), Oliveira et al. (2001), Silva (2003), Mattos et. al., (2003), Oliveira (2005), Loutfy (2009), Marchiori et al., (2009) e Marchiori et al., (2010). Merecem grande destaque os trabalhos de Stern (1954) e Richter (1981b), no qual foram observados padrões anatômicos diagnósticos supra e infragenéricos e, face à existência de desvios consideráveis destes padrões, salientam a necessidade de uma reavaliação na hierarquia dos caracteres utilizados na classificação das Lauraceae.

A estrutura anatômica do xilema da família aparenta ser, em termos filogenéticos, transicional a avançada, mais do que primitiva (Stern, 1954;

Rohwer, 1993b). A uniformidade dos caracteres anatômicos do xilema secundário nesta família é bastante evidente (Solereder, 1908; Stern , 1954;

Kostermans, 1957; Richter, 1981b, 1987), o que facilita inclusive a identificação de fósseis deste grupo (Tupper, 1927). Dentre os caracteres anatômicos mais significativos do xilema secundário que caracterizam a família Lauraceae podem ser citados: a porosidade difusa; os vasos nunca exclusivamente solitários, arredondados ou ovais; as pontoações inter-vasculares sempre alternas; a presença de parênquima paratraqueal; as fibras com pontoações localizadas exclusivamente nas paredes radiais; os raios estreitos, geralmente de 1-4 células de largura; a presença de células oleíferas/mucilaginosas na maioria das espécies associadas aos parênquimas axial e/ou radial (Richter,

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15 1981a, 1981b, 1987, 1990; Metcalfe & Chalk, 1985; Callado & Costa, 1997;

León & Espinoza de Pernía 2000a, 2000b; Oliveira et al. 2001). Padrões e similaridades anatômicas também tem sido identificados para gêneros (Richter, 1981b, Rohwer et.al, 1991), mas a confusão na taxonômica de alguns grupos, especialmente Ocotea Aubl. e Nectandra Rol. ex Rottb claramente indicados como parafiléticos, reflete-se também na dificuldade em observação de padrões anatômicos nos caracteres da madeira e da casca. Alguns gêneros possuem características anatômicas bastante específicas, que os distinguem dos demais gêneros da família, p.ex. os raios homogêneos compostos por células exclusivamente procumbentes em Hypodaphnis Stapf, raios agregados em espécies de Cryptocaria R. Brown , anéis porosos somente em espécies de Sassafras Presl. (Richter, 1987), ausência de células oleíferas/mucilaginosas e pontoações inter-vasculares muito pequenas em Chlorocardium Rohwer, Richter & van der Werff e raios estratificados em Aspidostemon Rohwer &

Richter e algumas espécies de Beilschmiedia Nees e Potameia Thou. (Rohwer, 1993b). No entanto, a grande maioria dos gêneros dentro da família compartilha caracteres anatômicos do xilema secundário, de forma bastante homogênea, tornando difícil e complexa a identificação tanto ao nível genérico quanto específico (Castiglioni, 1962; Richter, 1981b, 1987).

No Brasil, contribuições significativas relativas à taxonomia e distribuição das Lauraceae foram realizadas por Vattimo (1956a,b; 1958; 1959; 1960; 1966;

1976; 1977; 1978a,b), Vattimo-Gil (1979, a, b, c; 1980; 1983), Coe-Teixeira (1963, 1970, 1980), Pedralli (1985, 1986a, 1986b, 1987a, 1987b 1988, 1996), Baitello (2001; 2003), Quinet & Andreata (2002), Quinet (2005; 2008), Assis (2009) Assis & Mello-Silva (2009; 2010a, b). Dados recentes da lista da Flora do Brasil indicam a presença de 170 espécies de Ocotea Aubl. no país e 46 de Nectandra Rol. Ex Rottb. (Quinet et. al., 2012). Em Santa Catarina, constam listadas em Reitz et. al. (1979) nove gêneros da família Lauraceae que englobam 52 espécies de árvores e arvoretas.

Alheios a toda esta confusão taxonômica, encontram-se os extratores, comerciantes, consumidores e agentes da lei envolvidos na cadeia produtiva das espécies de canela exploradas comercialmente, algumas das quais incluídas em listas de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (IN MMA 06/2008), entre elas Ocotea basicordatifolia Vattimo-Gil, Ocotea bragae

(16)

16 Coe-Teix., Ocotea catharinensis Mez, Ocotea langsdorffii (Meissn.) Mez, Ocotea odorifera Rohwer e Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso. Embora ferramentas que facilitem a identificação de madeiras estejam sendo desenvolvidas para auxiliar profissionais que trabalhem nesta área na identificação de espécies, como a Chave Interativa para Identificação de Madeiras Comerciais do Brasil (Coradin et. al., 2009), poucos são os dados disponíveis acerca das espécies de Lauraceas, e constam desta chave apenas Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso, Ocotea fragrantissima Ducke, Mezilaurus itauba (Meissn.) Taubert ex Mez, Mezilaurus lindaviana Schwacke e Sextonia rubra (Mez) van der Werff.

Pode-se afirmar que o controle da exploração, comercialização e consumo de madeira de espécies de Lauraceas, que deveria estar sendo realizado de forma adequada pelos sistemas de controle das autoridades competentes – Sistema DOF e SISFLORA, está baseado em identificações equivocadas desde o início da cadeia de custódia, nos Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) e ao longo de toda ela, face a incapacidade dos entes envolvidos nesta cadeia de custódia em identificarem os táxons desta família ao nível genérico ou específico.

Espera-se assim, com o presente trabalho, contribuir para o conhecimento da anatomia do xilema secundário das árvores de algumas espécies dos gêneros Ocotea Aubl. e Nectandra Rol. Ex Rottb. conhecidas sob a denominação de canelas ocorrentes no Estado de Santa Catarina.

(17)

17 2 - Materiais e Métodos

2.1 – Coletas das amostras do lenho das árvores

As coletas foram feitas nos municípios de Passos Maia, Tangará, Abdon Batista e Concórdia, em Santa Catarina (Fig. 1, 2, 3A e 3B)

Figura 1 – Em destaque, localização dos municípios de coleta das árvores de canelas dos gêneros Ocotea e Nectandra no Estado de Santa Catarina utilizadas no presente trabalho.

(18)

18 As áreas de coleta situam-se no oeste, meio-oeste e planalto serrano catarinense, possuem altitudes, temperaturas médias anuais e pluviosidade média anual muito similares (Tabela 1). A vegetação dominante é a Floresta Ombrófila Mista e os bosques de pinhais, nos quais a Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kze aparece como árvore emergente, são tipicamente acompanhados das lauráceas que compõem o principal elemento do estrato das macrofanerófitas (Klein, 1974). As coletas foram realizadas em áreas de supressão vegetal para instalação da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) no Rio Chapecó, no município de Passos Maia, e PCH de Salto Góes, no rio do Peixe, no município de Tangará (Fig. 3B), da Usina Hidrelétrica Garibaldi (UHE Garibaldi), no rio Canoas, em Abdon Batista (Fig. 3A) e do Loteamento Frei Lency II, em Concórdia (Fig. 2). A floresta suprimida era secundária, em função de intervenção antrópica no passado, e encontrava-se em estagio médio de regeneração em Concórdia, Tangará e Abdon Batista e médio a avançado em Passos Maia . As áreas possuíam autorização de supressão (AUTEX) emitidas pela FATMA e as coletas de madeira e dos ramos das árvores foram realizadas em acompanhamento aos trabalhos das equipes de supressão em campo.

Figura 2 – Imagens de satélites georreferenciadas das quatro áreas de coleta das árvores de canela analisadas no presente trabalho. (superior esquerda: Abdon Batista; superior direita:

Concórdia; inferior esquerda: Passos Maia; inferior direita: Tangará).

(19)

19 Tabela 1 – Localização, altitude e dados meteorológicos dos locais de coleta das amostras do lenho das árvores de canela.

Locais de coleta

Coordenadas geográficas

Altitude (m)

Tº média anual

(°C)

Precipitação pluviométrica anual média (mm)

Abdon Batista¹ 27° 38’ 13,57”S

51° 00’ 04,65”W 700 17,5 153,054

Concórdia² 27° 14’ 03,5”S

51° 57’ 48,93”W 750 17,2 168,41

Passos Maia³ 26º 42' 06,5"S 51º 55' 12,6"W

1050 16,6 190,170

Tangará⁴ 27º 06' 08,0"S 51º 17' 00,8"W

600 17,3 155,5375

1 – Estação meteorológica da EPAGRI em Abdon Batista; 2 – Estação Meteorológica da EPAGRI em Joaçaba; 3 – Estação meteorológica da EPAGRI em Ponte Serrada; 4 - Estação meteorológica da EPAGRI em Videira;

Foram coletados 3 discos do lenho na altura do peito (1,30m) de árvores de canela (Fig. 3C) das espécies Nectandra lanceolata Nees, Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez, Ocotea puberula (Rich.) Nees, Ocotea pulchella (Nees) Mez, Ocotea porosa (Nees & C. Mart.) Barroso e Ocotea sp. As alturas e diâmetros médios das árvores, bem como o número de indivíduos coletados em cada área estão resumidos na Tabela 2.

As exsicatas foram depositadas no herbário FLOR e encaminhadas para 2 especialistas na família Lauraceae para identificação. As cunhas de madeira (Fig. 3C e 3D) foram depositadas na Xiloteca do Herbário Flor e na Xiloteca Calvino Manieri (BCTw) no Instituto de Pesquisas Tecnológicas em São Paulo (Tabelas 3).

(20)

20 Tabela 2. Relação das espécies coletadas, locais de coleta das amostras do lenho, número de indivíduos coletados, DAP médio e altura média das árvores coletadas.

Espécies Locais de

coleta

amostral

DAP Médio

Altura Média

Nectandra lanceolata Nees

Abdon Batista 07 12,479 10,143

Concórdia 07 26,379 15,429

Tangará 07 21,864 14,714

Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez

Abdon Batista 08 13,850 11,500

Concórdia 06 19,542 12,833

Tangará 07 17,686 12,429

Ocotea porosa (Nees & C. Mart.)

Barroso Passos Maia 01 56,400 21,000

Ocotea puberula (Rich.) Nees

Abdon Batista 07 16,943 13,143

Concórdia 07 25,862 16,769

Tangará 07 20,500 15,429

Ocotea pulchella (Nees) Mez Abdon Batista 01 32,800 15,000

Passos Maia 04 46,200 20,000

Ocotea sp. Concórdia 01 7,550 7,000

Tabela 3. Relação das espécies coletadas, número de registro das exsicatas no Herbário FLOR e nº de registro das amostras de madeira na xiloteca Dr. Calvino Manieri (BCTw) no Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo.

Espécie FLOR BCTw

Nectandra lanceolata Nees

39755; 39765; 39767; 39771; 39775;

39780; 39781; 39587; 39598; 39600;

39604; 39610; 39611; 39544; 39546;

39545; 39671; 39672; 39696; 39697;

39700.

7389; 7392; 7394; 7402; 7408;

7413; 7414; 7475; 7550; 7554;

7595; 7606; 7611; 9159; 9160;

9161; 7364; 7361; 7294; 7289;

7283.

Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez

39743; 39744; 39745; 39749; 39750;

39754; 39777; 39789; 39597; 39601;

39602; 39603; 39606; 39607; 39547;

39540; 39539; 39675; 39685; 39686;

39695.

7517; 7518; 7519; 7380; 7382;

7387; 7410; 7422; 7548; 7567;

7573; 7575; 7597; 7601; 9164;

9166; 9168; 7357; 7324; 7323;

7298.

Ocotea porosa (Nees & C. Mart.)

Barroso 39550 9157

Ocotea puberula (Rich.) Nees

39711; 39736; 39740; 39746; 39751;

39752; 39753; 39588; 39590; 39592;

39599; 39608; 39613; 39614; 39543;

39541; 39542; 39647; 39674; 39679;

39690.

7525; 7504; 7513; 7520; 7383;

7384; 7385; 7476; 7485; 7488;

7553; 7603; 7623; 7624; 9158;

9162; 9163; 7371; 7359; 7349;

7314.

Ocotea pulchella (Nees) Mez

38979; 38984; 39548; 39549; 39797 9155; 9156; 9154; 9153; 7435;

Ocotea sp. 39605 7596

(21)

21 2.2 – Análises macroscópicas do lenho

Os caracteres macroscópicos do lenho foram analisados de acordo com o proposto por Coradin & Muniz (1991) e Coradin et. al. (2009). As análises do lenho foram feitas a olho nu ou sob lupa de 10x de aumento, e as fotografias obtidas com microscópio estereoscópio Leica EZ4D e software LAS 3.0. Realizou-se ainda o teste químico com Cromazurol-S para detecção de alumínio no lenho.

2.3 – Análises microscópicas do lenho

Foram preparados dois corpos de prova do lenho de cada árvore nas dimensões de 1,5x1,5x1,5 cm (Fig. 3F), cozidos por 5 a 8 horas (Fig. 3G) em água com glicerina (5:1) e cortados em micrótomo de deslize Leica (Fig. 3H), nas faces transversal, longitudinal radial e longitudinal tangencial, na espessura de 15 a 20 μm. Os cortes foram previamente tratados com hipoclorito de sódio (20%), corados com Azul de Astra e Safranina (Bukatsch, 1972) e desidratados em série etílica e acetato de n-butila para montagem de lâminas permanentes em resina Permount ou Entellan. As análises foram realizadas em microscópio óptico Leica DM2500 e as medições foram obtidas através do software LAS 3.7. Os testes histológicos realizados foram SUDAN III (Sass, 1951) para substâncias lipídicas, Cloreto Férrico (Johansen, 1940) para compostos fenólicos e Fenol para sílica (Johansen, 1940). Os macerados foram preparados em solução 1:1 de Ácido Acético Glacial e Peróxido de Hidrogênio segundo Franklin (1945) por 48h em estufa a 60ºC e posteriormente corados com Safranina (1%). As lâminas semi-permanentes foram montadas em gelatina glicerinada (Kaiser, 1880). As descrições microscópicas seguiram as recomendações da IAWA (IAWA Committee, 1989). As análises de fluorescência foram realizadas através do microscópio Olympus BX41 com epifluorescência e os filtros para visualização da cor Azul U-MWU2 (excitação:

330 - 385; emissão: 420), da cor Vermelho U-MWG2 (excitação: 510 - 550;

emissão: 590), da cor verde U-MWB2 (excitação: 460 - 490; emissão: 520IF), e filtro triplo. As imagens foram obtidas por câmara digital colorida com 3.3

(22)

22 mpixel QColor 3C da Q-imaging acoplada ao microscópio e analisadas pelo software Q-capture Pro 5.1 da Q-imaging.

Para as análises em microscopia eletrônia de varredura (MEV), foram preparados corpos de prova de 0,5 x 05 x 0,5 cm, secos em estufa a 40ºC por 3 dias, aderidos em stubs com fita dupla face de carbono e metalizadas com ouro no recobridor Leica EM SCD 500. As análises foram realizadas no microscópio JEOL JSM-6390LV no Laboratório Central de Microscopia Eletrônica (LCME/UFSC).

2.4 – Análises de caracteres anatômicos quantitativos do lenho

Foram realizadas as mensurações das seguintes estruturas anatômicas do lenho: diâmetro tangencial e comprimento dos elementos de vaso, número de vasos por milímetro quadrado, diâmetro tangencial das pontoações inter-vasculares, altura e largura dos raios número de raios por milímetro linear, diâmetro mediano, diâmetro do lume, espessura das paredes e comprimento das fibras, em conformidade com as recomendações da IAWA (IAWA Committee, 1989) e foram realizadas para os dois corpos de prova de cada árvore. Nas descrições anatômicas, além dos valores médios, foram mencionados os menores e maiores valores encontrados, entre parênteses, e nos resultados, o valor do erro padrão.

2.5 – Análise de agrupamento de caracteres anatômicos qualitativos do lenho

Para fins de observação da similaridade das espécies de Ocotea e Nectandra, foi realizada análise de agrupamento com base em uma matriz binária de presença e ausência (0-1) levando-se em consideração 35 caracteres anatômicos do lenho, dispostos na Tabela 4. As espécies utilizadas nesta análise foram as 6 espécies avaliadas no presente estudo e outras 114 descrições anatômicas do lenho presentes na literatura, assim identificadas na Tabela 7: * resultados de análises do presente estudo; 1 - León & Espinoza de Pernía (2001); 2 - Oliveira et. al. (2001); 3 – León (1999-2000); 4 - Silva &

Medeiros (2000); 5 – Silva (2003); 6 – Oliveira ( 2005); 7 – Castiglioni (1962); 8

(23)

23 – Ochioni & Mattos Filho (1947); 9 – Hernandez (1985); 10 – Milanez (1930); 11 - Mattos Filho (1960); 12 – Pinho (1968); 13 – Kostermans et. al. (1969); 14 - Kribs (1959); 15 – Botelho (1951); 16 – Dechamps (1979), 17 – Stern (1954);

18 – Feldato et. al. (1989); 19 - Carreras & Pérez (1988); 20 – van der Slooten et. al., 1970; 21 - Marchiori et al., (2009); 22 - Marchiori et al., (2010); 23 - Mattos et. al., (2003).Ao todo, foram consideradas 114 descrições anatômicas do lenho. Ressalte-se que algumas destas espécies já foram re-arranjadas em outros gêneros, como Ocotea rubra Mez e Nectandra rubra (Mez) C. K. Allen, que foram realocadas para o gênero Sextonia (van der Werff, 1997), Ocotea rodiei (Schomb. ex. Hook) Mez e Ocotea venenosa Kosterm. & Pinkley realocadas para o gênero Chlorocardium (Rohwer et. al., 1991), Nectandra grandis (Mez) Kosterm. e Ocotea cooperi C. K. Allen, realocadas para o gênero Rhodostemonodaphne (Madriñan, 2004) e Ocotea compactiflora Kosterm. e Ocotea palmana Mez & J. D. Smith realocadas para o gênero Pleurothyrium (van der Werff, 1993). Ainda assim, foram mantidas na matriz binária, para que se pudesse observar seu grau de similaridade junto as demais espécie dos gêneros Ocotea e Nectandra. Outras espécies incluídas na matriz foram sinonimizadas, e seus nomes foram atualizadas com base nos dados disponíveis no TROPICOS e na Lista da Flora do Brasil (Quinet et al., 2012).

Foram elas: Nectandra concinna Nees sinônimo de Nectandra turbacensis (Kunth) Nees, Nectandra elaiophora Barb. Rodr. e Ocotea barcellensis (Meissn.) Mez tornaram-se sinônimos de Ocotea cymbarum Kunth., Nectandra falcifolia (Nees) Castiglioni sinônimo de Nectandra angustifolia (Schrad.) Nees

& Mart., Nectandra nitida Mez sinônimo de Nectandra martinicensis Mez, Nectandra pichurim (HBK) Mez sinônimo de Nectandra cuspidata Nees & Mart., Nectandra pisi Miquel sinônimo de Nectandra globosa (Aubl.) Mez, Nectandra rigida (H. B. K.) Nees sinônimo de Nectandra reticulata (Ruiz & Pav.) Mez, Nectandra saligna Nees & Mart. ex. Nees sinônimo de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez, Ocotea acutangula (Miq.) Mez sinônimo de Ocotea leucoxylon (Sw.) Laness, Ocotea acutifolia (Nees) Mez sinônimo de Nectandra acutifolia (Ruiz & Pav.) Mez, Ocotea babosa C. K. Allen sinônimo de Ocotea puberula (Rich.) Nees, Ocotea calophylla Mez sinônimo de Ocotea fulvescens Standl. & L.O. Williams, Ocotea caudata (Nees) Mez. sinônimo de Ocotea cernua (Nees) Mez, Ocotea costulata (Nees) Mez sinônimo de Ocotea

(24)

24 aciphylla (Nees), Ocotea cuneata (Griseb.) Gomez sinônimo de Ocotea cuneifolia (Ruiz & Pav.) Mez, Ocotea lanceolata Nees sinônimo de Ocotea lancifolia (Schott) Mez, Ocotea suaveolens (Meissn.) Benth ex. Hieron.

sinônimo de Ocotea diospyrifolia (Meissn.) Mez e Ocotea wachenheimii Benoist tornou-se sinônimo de Ocotea floribunda (Sw.) Mez. Foi excluída da análise a descrição de Nectandra pardo constante em León & Espinoza de Pernía (2001), pois esta espécie não existe. Assim, dentre as 114 descrições da matriz, estão sendo comparadas 64 espécies distintas, sendo duas espécies do gênero Chlorocardium, 23 espécies do gênero Nectandra, 34 espécies do gênero Ocotea, duas espécies do gênero Pleurothyrium, duas espécies de Rhodostemonodaphne e uma espécie de Sextonia.

Tabela 4 – Caracteres qualitativos do lenho utilizados na matriz binária para análise de agrupamento das espécies de Ocotea e Nectandra.

Caráter

1 Porosidade difusa

2 Camadas de crescimento distintas por zonas fibrosas 3 Poros solitários

4 Poros múltiplos radiais 5 Poros geminados 6 Poros em cachos 7 Arranjo diagonal

8 Pontoações inter-vasculares alternas 9 Pontoações inter-vasculares poligonais

10 Pontoações inter-vasculares ovais ou circulares 11 Pontoações inter-vasculares ornamentadas

12 Pontoações inter-vasculares internamente coalescentes 13 Elementos de vaso coronados

14 Placa de perfuração simples 15 Placa de perfuração escalariforme 16 Placa de perfuração reticulada 17 Tiloses

18 Fibras septadas

19 Parênquima axial paratraqueal escasso 20 Parênquima axial paratraqueal vasicêntrico 21 Parênquima axial paratraqueal unilateral

(25)

25 Continuação da Tabela 4...

22 Parênquima axial paratraqueal aliforme 22 Parênquima axial paratraqueal confluente 24 Parênquima em faixas marginais

25 Parênquima apotraqueal difuso 26 Raios unisseriados

27 Raios multisseriados 28 Raios homogêneos 29 Raios heterogêneos 30 Raios fusionados

31 Paredes disjuntivas nas células dos raios

32 Células oleíferas/mucilaginosas associadas aos raios

33 Células oleíferas/mucilaginosas associadas ao Parênquima axial 34 Células oleíferas/mucilaginosas entre as fibras

35 Cristais nas células dos raios

2.6 – Análises estatísticas

As análises dos caracteres anatômicos quantitativos do lenho foram descritas considerando os valores das médias. A análise de escalonamento multidimensional foi empregada para se descrever a agregação das espécies com relação as características anatômicas quantitativas do lenho. As similaridades e dissimilaridades relativas (SIMPER) e a análise da significância das similaridades e dissimilaridades observadas (ANOSIM) foram utilizadas para se avaliar a utilidade das referidas características anatômicas na separação das espécies entre si, na separação dos gêneros e dos locais de coleta. A matriz de similaridade utilizada no MDS e ANOSIM foi obtida a partir do índice de Bray-Curtis, sendo os valores dos respectivos caracteres anatômicos transformados em Log (X+1).

Para as análises na matriz de dados de presença e ausência (Tabela 7) dos caracteres anatômicos qualitativos do lenho (Tabela 4) das espécies analisadas no presente trabalho e dos dados oriundos da literatura utilizou-se o índice de similaridade de Jaccard (P/A) hierarquizados segundo a análise de Cluster para construção dos dendrogramas de similaridade. As similaridades e

(26)

26 dissimilaridades relativas (SIMPER) e a análise da significância das similaridades e dissimilaridades observadas (ANOSIM) foram utilizadas para se avaliar a utilidade das referidas características anatômicas na separação das espécies entre si, na separação dos gêneros e na avaliação da similaridade das descrições feitas por um mesmo autor. Foram apresentados gráficos multidimensionais MDS para as relações inter-genéricas e entre as fontes bibliográficas dos dados de descrições anatômicas do lenho utilizados. Na construção da matriz binária. Todas as referidas análises foram realizadas com o software Primer 6β.

(27)

27 Figura 3 – A – área de coleta na UHE Garibaldi, em Abdon Batista (SC); B – área de coleta na PCH Salto Góes, Tangará (SC); C – corte dos discos do tronco das árvores; D – preparação das cunhas de madeira; E – cunhas e discos em processo de secagem natural; F – corpos de prova de madeira; G – cozimento dos corpos de prova de madeira; H – cortes histológicos em micrótomo de deslize.

(28)

28 3 – Resultados

3.1 – Descrições macroscópicas do lenho

Nectandra lanceolata Nees – Canela-amarela (Fig. 4A - H)

Características gerais: Cerne/alburno indistintos pela cor; cerne amarelado, com alteração de cor por foto-oxidação, mudando para amarronzado-acinzentado (Fig. 4B - C); anéis de crescimento distintos, individualizados por zonas fibrosas tangencias mais escuras (Fig. 4D); madeira com brilho nas superfícies transversal e longitudinais (Fig. 4G - H); sem cheiro perceptível; moderadamente dura ao corte transversal manual; grã revessa;

textura média; figura presente, em faixas causadas pelas camadas de crescimento (podendo formar "V" ou "U").

Poros: Presentes, visíveis apenas com lente de 10x, pequenos ou médios, de distribuição difusa, frequência média, predominantemente solitários, eventualmente múltiplos radiais com menos de 4 vasos, eventualmente dispostos em arranjo diagonal; formato circular a oval; placas de perfuração não observadas mesmo com lente de 10x; parte dos vasos obstruído por tiloses, poucas (Fig. 4E - F).

Parênquima axial: distinto sob lente de 10x., com dificuldade, paratraqueal escasso ou vasicêntrico (Fig. 4E - F).

Raios: Observados apenas com lente de 10x na superfície transversal (Fig. 4E) e longitudinal tangencial (Fig. 4G), visíveis a olho nu e bem contrastados na superfície longitudinal radial (Fig. 4H), finos, baixos, pouco frequentes.

Estruturas estratificadas: Ausentes.

Estruturas secretoras: Ausentes.

Variantes cambiais: Não observadas.

Testes químicos: Teste de Cromazurol negativo.

(29)

29 Figura 4 – Nectandra lanceolata Nees; A – ramo da árvore; B – disco do tronco recém-cortado;

C – disco do tronco lixado; D – face transversal: anéis de crescimento; E – vista geral da madeira em corte transversal (10x); F – vista ampliada da madeira em corte transversal (20x);

G – vista geral da madeira na face longitudinal tangencial (10x); H – vista geral da madeira na face longitudinal radial da madeira (10x). Escalas: A – 6 cm; B – 10 cm; C – 7 cm ; D – 2 cm ; E a H – 1 mm.

(30)

30 Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez - Canela-amarela (Fig. 5A - H)

Características gerais: Cerne/alburno pouco distintos pela cor; cerne amarelado, com alteração de cor por foto-oxidação, mudando para amarronzado-oliváceo (Fig. 5B - C); anéis de crescimento distintos, individualizados por zonas fibrosas tangencias mais escuras (Fig. 5D); madeira com brilho nas superfícies transversal e longitudinais (Fig. 5G - H); com cheiro perceptível, desagradável, que desaparece com a secagem da madeira, retornando se a mesma for molhada; moderadamente dura ao corte transversal manual; grã revessa; textura média; figura presente, em faixas causadas pelas camadas de crescimento (podendo formar "V" ou "U").

Poros: Presentes, visíveis apenas com lente de 10x., pequenos ou médios, de distribuição difusa, frequência média; predominantemente solitários, eventualmente múltiplos radiais com menos de 4 vasos; eventualmente dispostos em arranjo diagonal; de formato circular a oval; placas de perfuração não observadas mesmo com lente de 10x.; parte dos vasos obstruídos por tiloses (Fig. 5E - F)

Parênquima axial: pouco distinto sob lente de 10x., paratraqueal escasso ou vasicêntrico (Fig. 5E - F).

Raios: Observados apenas com lente de 10x na superfície transversal (Fig. 5E) e longitudinal tangencial (Fig. 5G), visíveis a olho nu e bem contrastados na superfície longitudinal radial (Fig. 5H), finos, baixos, pouco frequentes.

Estruturas estratificadas: Ausentes.

Estruturas secretoras: Ausentes.

Variantes cambiais: Não observadas.

Testes químicos: Teste de Cromazurol negativo.

(31)

31 Figura 5 – Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. A – ramo da árvore; B – disco do tronco recém-cortado; C – disco do tronco lixado; D – face transversal: anéis de crescimento; E – vista geral da madeira em corte transversal (10x); F – vista ampliada da madeira em corte transversal (20x); G – vista geral da madeira na face longitudinal tangencial (10x); H – vista geral da madeira na face longitudinal radial (10x). Escalas: A a C– 6 cm; D – 3 cm; E a H – 1 mm.

(32)

32 Ocotea porosa (Nees & C. Mart.) Barroso – Imbuia (Fig. 6A - G)

Características gerais: Cerne/alburno distintos pela cor; cerne marrom- amarelado, com alteração acentuada de cor por foto-oxidação, mudando para amarronzado-oliváceo (Fig. 6B); anéis de crescimento distintos, individualizados por zonas fibrosas tangencias mais escuras (Fig. 6C). Madeira com brilho nas superfícies transversal e longitudinais (Fig. 6F - G), com cheiro perceptível, agradável, moderadamente dura ao corte transversal manual; grã direita a revessa; textura média, figura presente em faixas causadas pelas camadas de crescimento (podendo formar "V" ou "U").

Poros: Presentes, visíveis apenas com lente de 10x, pequenos, de distribuição difusa, frequência média, predominantemente solitários, eventualmente múltiplos radiais com menos de 4 elementos, eventualmente em arranjo diagonal; de formato circular a oval; placas de perfuração não observadas mesmo com lente de 10x.; parte dos vasos obstruídos por tiloses (Fig. 6D - E).

Parênquima axial: Não observado, mesmo sob lente de 10x. (Fig. 6D) Raios: Observados apenas com lente de 10x na superfície transversal (Fig. 6D) e longitudinal tangencial (Fig. 6F), bem contrastados na superfície radial (Fig. 6G), finos, baixos, pouco frequentes.

Estruturas estratificadas: Ausentes.

Estruturas secretoras: Ausentes.

Variantes cambiais: Não observadas.

Testes químicos: Teste de Cromazurol negativo.

(33)

33 Figura 6 – Ocotea porosa (Nees & C. Mart.) Barroso. A – vista geral da árvore; B – disco do tronco recém-cortado; C – face transversal: anéis de crescimento; D – vista geral da madeira em corte transversal (10x); E – vista ampliada da madeira em corte transversal (20x); F – vista geral da madeira na face longitudinal tangencial (10x); G – vista geral da madeira na face longitudinal radial (10x). Escalas: A – aprox. 2 m; B – 15 cm; C – 4 cm ; D a G – 1 mm.

(34)

34 Ocotea puberula (Rich.) Nees – Canela-guaicá (Fig. 7A - H)

Características gerais: Cerne/alburno indistintos pela cor; cerne branco-amarelado-acinzentado, com alteração acentuada de cor por foto- oxidação, mudando para amarronzado-acinzentado (Fig. 7B - C); anéis de crescimento distintos, individualizados por zonas fibrosas tangencias mais escuras (Fig. 7D); madeira com brilho nas superfícies longitudinais (Fig. 7G - H); sem cheiro perceptível; macia ao corte transversal manual; grã direita a revessa; textura média; figura presente, em faixas causadas pelas camadas de crescimento (podendo formar "V" ou "U").

Poros: Presentes, visíveis apenas com lente de 10x.; pequenos ou médios, de distribuição difusa; frequência média; solitários , frequentemente geminados e múltiplos radiais com menos de 4 vasos, ou mais raramente com até 7 elementos, dispostos em padrão não definido, de formato circular a oval;

placas de perfuração não observadas mesmo com lente de 10x.; vasos eventualmente obstruídos por tiloses (Fig. 7E - F).

Parênquima axial: Não observado, mesmo sob lente de 10x. (Fig. 7E).

Raios: Observados apenas com lente de 10x na superfície transversal e longitudinal tangencial (Fig. 7G), visíveis a olho nu e bem contrastados na superfície longitudinal radial (Fig. 7H), finos, baixos, pouco frequentes.

Estruturas estratificadas: Ausentes.

Estruturas secretoras: Ausentes.

Variantes cambiais: Não observadas.

Testes químicos: Teste de Cromazurol negativo.

(35)

35 Figura 7 – Ocotea puberula (Rich.) Nees. A – ramo da árvore; B – tronco recém-cortado; C – disco do tronco lixado; D – face transversal: anéis de crescimento; E – vista geral da madeira em corte transversal (10x); F – vista ampliada da madeira em corte transversal (20x); G – vista geral da madeira na face longitudinal tangencial (10x); H – vista geral da madeira na face longitudinal radial (10x). Escalas: A – 7 cm; B – 6 cm; C– 5 cm; D – 1 cm; E a H – 1 mm.

(36)

36 Ocotea pulchella (Nees) Mez – Canela-lageana (Fig. 8A - G)

Características gerais: Cerne/alburno pouco distintos pela cor; cerne marrom-amarelado, com alteração acentuada de cor por foto-oxidação, mudando para amarronzado (Fig. 8B); anéis de crescimento distintos, individualizados por zonas fibrosas tangencias mais escuras (Fig. 8C). Madeira com brilho nas superfícies transversal e longitudinais (Fig. 8F - G); com cheiro perceptível, agradável; Moderadamente dura ao corte transversal manual; grã direita a revessa; textura média; figura presente em faixas causadas pelas camadas de crescimento (podendo formar "V" ou "U").

Poros: Presentes, visíveis apenas com lente de 10x. pequenos ou médios, de distribuição difusa; frequência média; vasos predominantemente solitários e eventualmente múltiplos radiais com menos de 4 vasos, sem padrão definido de disposição; de formato circular a oval; placas de perfuração não observadas mesmo com lente de 10x.; parte dos vasos obstruídos por tiloses (Fig. 8D - E);

Parênquima axial: Não observado, mesmo sob lente de 10x. (Fig. 8D) Raios: Observados apenas com lente de 10x na superfície transversal e longitudinal tangencial (Fig. 8F), bem contrastados na superfície radial (Fig.

8G), finos, baixos, pouco frequentes.

Estruturas estratificadas: Ausentes.

Estruturas secretoras: Ausentes.

Variantes cambiais: Não observadas.

Testes químicos: Teste de Cromazurol negativo.

(37)

37 Figura 8 – Ocotea pulchella (Nees) Mez. A – vista geral da árvore; B – disco do tronco recém- cortado; C – face transversal: anéis de crescimento; D – vista geral da madeira em corte transversal (10x); E – vista ampliada da madeira em corte transversal (20x); F – vista geral da madeira na face longitudinal tangencial (10x); G – vista geral da madeira na face longitudinal radial (10x). Escalas: A – aprox. 2 m; B – 9 cm; C – 2 cm ; D a G – 1 mm;

(38)

38 Ocotea sp. - Canela-loura (Fig. 9A - G)

Características gerais: Cerne/alburno indistintos pela cor; cerne marrom acinzentado (Fig. 9B); anéis de crescimento distintos individualizadas por zonas fibrosas tangencias mais escuras (Fig. 9C); madeira com brilho nas superfícies transversal e longitudinais (Fig. 9F - G); sem cheiro perceptível;

moderadamente dura ao corte transversal manual; grã direita; textura fina;

figura presente em faixas causadas pelas camadas de crescimento (podendo formar "V" ou "U").

Poros: Presentes; visíveis apenas com lente de 10x; pequenos, de distribuição difusa; frequência média; vasos predominantemente solitários e eventualmente múltiplos radiais, com menos de 4 vasos, eventualmente em arranjo diagonal; de formato circular a oval; placas de perfuração não observadas mesmo com lente de 10x.; parte dos vasos obstruídos por tiloses (Fig. 9D - E).

Parênquima axial: Não observado, mesmo sob lente de 10x (Fig. 9D).

Raios: Observados apenas com lente de 10x na superfície transversal (Fig. 9D) e longitudinal tangencial (Fig. 9F), bem contrastados na superfície radial (Fig. 9G), finos, baixos, pouco frequentes.

Estruturas estratificadas: Ausentes.

Estruturas secretoras: Ausentes.

Variantes cambiais: Não observadas.

Testes químicos: Teste de Cromazurol negativo.

(39)

39 Figura 9 – Ocotea sp. A – ramo herborizado; B – disco do tronco; C – face transversal: anéis de crescimento; D – vista geral da madeira em corte transversal (10x); E – vista ampliada da madeira em corte transversal (20x); F – vista geral da madeira na face longitudinal tangencial (10x); G – vista geral da madeira na face longitudinal radial (10x). Escalas: A – 4 cm; B – 1 cm;

C – 0,8 cm ; D a G – 1 mm.

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