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GEOGRAFIA DE SERGIPE PROF. LUÍS EDUARDO SERGIPE RESUMO DA HISTÓRIA DE SERGIPE

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GEOGRAFIA DE SERGIPE –

PROF. LUÍS EDUARDO

SERGIPE

RESUMO DA HISTÓRIA DE SERGIPE

O nome Sergipe origina-se do tupi si´ri ü pe, que significa “rio dos siris”. Mais tarde foi adotado Cirizipe ou Cerigipe, que significa "ferrão de siri”, nome de um dos cinco caciques que se opuseram ao domínio português. As origens do Estado de Sergipe datam de 1534, quando a divisão do Brasil em capitanias hereditárias integrou o território sergipano à Capitania da Baía de Todos os Santos. Desta época, até conseguir sua autonomia, a região passou por invasões de piratas, expulsão de índios, domínio de holandeses, retomada do governo português, até chegar à província independente.

A ausência de portugueses nas terras sergipanas incentivou a invasão de piratas franceses que contrabandeavam pau-brasil. A necessidade de colonização era urgente. Além de bloquear a ação de intrusos, a conquista das terras facilitaria a comunicação com a importante região de Pernambuco.

A primeira tentativa de colonização aconteceu em 1575, com os jesuítas, que encontraram forte resistência dos índios. A conquista definitiva aconteceu em 1590, após violentos combates pela posse da terra, resultando no domínio dos índios por parte das tropas portuguesas comandadas por Cristóvão de Barros.Por ordem da Coroa portuguesa Cristóvão de Barros fundou o Arraial de São Cristóvão, sede da capitania, à qual deu o nome de Sergipe Del Rey.

Com o crescente povoamento de Sergipe, inicia-se a criação de gado e o plantio de cana-de-açúcar. O gado serviu de base para a economia, mas foi superado pela cana-de-açúcar, cultivada principalmente no Vale do Cotinguiba. O cultivo da cana trouxe os primeiros escravos da África para trabalhar na lavoura.A presença dos holandeses no Brasil, em 1637, deixou marcas em Sergipe. Ao contrário da invasão a Pernambuco, que resultou em conseqüências positivas, em Sergipe foi só destruição. Em São Cristóvão, ocupam e incendeiam a cidade, destruindo lavouras, roubando gado, desestruturando toda a vida social e econômica da área. Somente em 1645 as terras são retomadas pelos portugueses e é reiniciado o processo de povoamento e recuperação da economia.

Em 1696 foi criada a comarca de Sergipe, separada da Capitania da Bahia. Em seguida, surgem as vilas de Itabaiana, Lagarto, Santa Luzia, Vila Nova do São

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Francisco e Santo Amaro das Brotas. A autonomia durou pouco, e em 1763 Sergipe foi novamente anexado à Capitania da Bahia. Mas a consciência da capacidade econômica de Sergipe, que era responsável por um terço da produção açucareira baiana, e as constantes intervenções na vida sergipana provocaram vários protestos contra a dependência. Foi então que, em 8 de julho de 1820, Sergipe volta a ser autônomo, elevado por Dom João VI à categoria de Província do Império do Brasil. A prosperidade com a produção e exportação de açúcar leva à transferência, em 1855, da capital São Cristóvão para o povoado de Santo Antônio de Aracaju.

A nova capital é uma das primeiras cidades planejadas do Brasil, com seu traçado geométrico de ruas direcionadas às margens do rio Sergipe. O império declinava e forma-se na cidade de Laranjeiras o Partido Republicano, que em 1889 consegue eleger seus primeiros representantes para o Congresso Federal.

Em 1892 é promulgada a primeira Constituição do Estado de Sergipe.

Organização político-administrativa

O Estado de Sergipe, em sua organização político-administrativa, possui 75 municípios agrupados em três mesorregiões e 13 microrregiões, definidas pelo IBGE (Base territorial). A partir de abril de 2007, o governo do estado, em parceria com a Universidade de Sergipe, propuseram uma nova territorialização com base nas características geoambientais, econômicas, sociais e culturais de cada município e criaram o Plano de Desenvolvimento do Território (SERGIPE, 2007), que apresenta como estratégia principal de governo “reduzir as desigualdades territoriais por meio da inclusão pela renda e pelo direito”, o que significa garantir à população de todos os territórios saúde e educação de qualidade, inclusão social através dos projetos de desenvolvimento participativo sustentável, segurança ao cidadão, e investimentos ao sistema viário e de recursos hídricos. Essa forma inovadora de governar conta com a participação do cidadão comum nas decisões tomadas em cada território, através dos agentes locais, que interagem em conjunto com as organizações públicas e privadas. O acompanhamento e a avaliação do Plano são realizados pelo Conselho Territorial representado pelo poder público municipal e estadual e pela sociedade civil organizada, que têm como funções:

a) receber, analisar e aprovar os projetos e propostas;

b) acompanhar a execução do Plano de Desenvolvimento Territorial;

c) apoiar a avaliação do Plano de Desenvolvimento Territorial; e

d) encaminhar o Plano ao Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico.

São 8 (oito) os territórios: Alto Sertão Sergipano, Leste Sergipano, Médio Sertão Sergipano, Agreste Central Sergipano, Baixo São Francisco Sergipano, Grande Aracaju, Centro-Sul Sergipano e Sul Sergipano (Figura1). Para cada território foram elaborados, pelo governo estadual, objetivos e metas que garantam a inserção da população economicamente ativa no mercado produtivo através do

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fortalecimento das atividades econômicas geradoras de renda, tornando cada território capaz de gerar sua própria riqueza e atuar na redução das desigualdades sociais.

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VEGETAÇÃO

A cobertura vegetal está praticamente extinta devido ao desmatamento, desde os tempos de sua conquista e colonização até os dias atuais, quando, a exemplo de todo o Nordeste, o homem fez a associação do machado e do fogo para destruir o ambiente natural, a fim de dar lugar às pastagens e à lavoura, sobretudo da cana-de-açúcar e, depois, do algodão e de outras culturas. A vegetação nativa, hoje, cobre menos de 5% do território sergipano. Do que resta

merece destaque:

- Vegetação litorânea: formada por campos de dunas, matas de restinga e manguezais.

- Floresta atlântica: aparece nos topos das colinas e sopé das serras, apresentando o extrato arbóreo, o arbustivo e o herbáceo.

- Mata do agreste: composta por associações vegetais de exuberância bem

menor que a floresta atlântica.

- Caatinga: vegetação típica do semi-árido, com formação arbustiva rala, recobrindo o solo com plantas adaptadas à seca, formada por cactáceos, poucas árvores e muitos arbustos retorcidos.

- Cerrado: vegetação de gramíneas, a exemplo do capim de tabuleiro, apresentando manchas isoladas de árvores e arbustos.

CLIMA

O clima do Estado de Sergipe é controlado pelos sistemas tropical e equatorial.

É um domínio de clima quente, com temperaturas médias mensais superiores a 24 graus centígrados. Os ventos dominantes são os alísios de sudeste e do nordeste. As chuvas caem em determinada época do ano, definindo uma estação chuvosa, no período outono-inverno, e uma estação seca com chuvas de trovoadas, no período primavera-verão. As chuvas são mais abundantes no litoral. A partir daí vão escasseando até o alto-sertão, onde, via de regra, chove pouco.

RELEVO

Seu relevo é formado pelas seguintes unidades geomorfológicas:

- Planície Litorânea: situada ao longo da costa, é caracterizada por praias e restingas, apresentando formação de dunas, cuja altitude não ultrapassa trinta metros.

- Tabuleiros Costeiros: localizados após a planície litorânea, no rumo do interior;

formam baixo planalto pré-litorâneo, com altitudes na faixa de cem metros.

- Pediplano Sertanejo: situa-se no oeste do Estado, ocupando áreas aplainadas que variam de 150 a 300 metros; aparecem elevações como a Serra Negra, ponto culminante do estado com 750 m, no município de Poço Redondo.

- Serras Residuais: localizam-se em volta de Itabaiana, na região central do estado, com destaque para a Serra de Itabaiana com 659m, além das serras Comprida, Cajueiro, Capunga, Quizongo, Borda da Mata, etc.

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- Planalto do Sudoeste e da Serra Negra: constitui um maciço residual de topo aplainado, possuindo várias elevações em torno de 500m, como as serras do Boqueirão, Cajaíba, Jabiberi, Macota, Aguilhadas, Palmares,etc, que se estendem pelos municípios de Riachão do Dantas, Tobias Barreto, Poço Verde e Simão Dias.

HIDROGRAFIA

O Estado é servido por 6 bacias hidrográficas tradicionais e duas recentes São Francisco: a maior e mais importante, inclusive, pelo seu aproveitamento, servindo a várias cidades e povoados através de expressivo sistema de adutoras que capta suas águas; parte de seu curso, que se estende do riacho Xingó à foz, numa extensão de 236 km, percorre terras sergipanas, dividindo-as com as terras alagoanas.

Japaratuba: é a menor do Estado, tendo 92 Km de extensão. O rio Japaratuba nasce entre os Municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso, possuindo uma planície aluvial onde se desenvolve a cultura canavieira. Citam-se como principais afluentes: Siriri, Riachão, Lagartixo, Japaratuba-Mirim e Cajueiro.

Sergipe: a mais importante, depois da bacia do São Francisco, por servir áreas produtoras de cereais e cana, assim como o criatório de gado. O rio Sergipe nasce na Serra de Boa Vista no município de Poço Redondo; seu curso possui 150 Km, tornando-se perene a partir do município de Nossa Senhora das Dores;

serve como abastecimento de água para Aracaju, através dos seus afluentes Poxim e Pitanga. Outros afluentes: Cágado, Ganhamoroba, Caípe, Paramirim, Salgado, Cotinguiba, Jacarecica, Jacoca, Melancia e Sal.

Outrora, dizia-se que o rio Sergipe nascia na Serra Negra, na Bahia. Com o tempo, os geógrafos fizeram a devida retificação.

Vaza-Barris: essa bacia compreende terras sergipanas e baianas. O rio Vaza- Barris nasce próximo a Canudos, na Bahia, e penetra em solo sergipano pelos municípios de Simão Dias e Pinhão. Seu amplo estuário separa os municípios de Aracaju e Itaporanga d’Ajuda. Afluentes de destaque: Ribeira, Tejupeba, Xinduba, Salgado, Traíras, Jacoca e Lomba.

Piauí: é a segunda bacia do Estado em extensão, atrás da bacia do São Francisco (não se deve confundir a extensão da bacia com a extensão do próprio rio). O rio Piauí tem 132 km de extensão, nascendo em Riachão do Dantas e drenando terras do centro-sul, onde vicejam plantações de laranja, fumo e maracujá. Principais afluentes: Piauitinga, Fundo, Caiçá, Jacaré, Machado, Arauá, Indiaroba e Pagão.

Real: apenas a margem esquerda fica em terras sergipanas. O rio Real nasce em Poço Verde, na divisa com a Bahia. Seus principais afluentes são Jacarezinho, Jabiberi, Paripe e Itamirim. Deságua no Atlântico juntamente com o rio Piauí, formando imenso estuário, mais conhecido como estuário do Mangue

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Seco, imortalizado na literatura de Jorge Amado, famoso escritor baiano com raízes em solo sergipano.

DICA: Foram incluídas duas novas bacias(Sapucaia e Caueira-Abaís).

Unidades de Conservação Estaduais

São espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com objetivos de conservação, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (Lei nº.

9.985/2000 – SNUC).

Entre os objetivos das UCs, destacam-se a manutenção da diversidade biológica, a proteção de espécies e recuperação dos recursos hídricos, bem como a promoção da educação ambiental, do ecoturismo, a pesquisa científica e a proteção de recursos naturais para sobrevivência de populações tradicionais.

Apesar de ser o menor Estado em extensão territorial do Brasil, Sergipe apresenta peculiaridades ecossistêmicas que merecem destaque. Os ecossistemas predominantes são a mata atlântica e a caatinga. A mata atlântica foi intensamente explorada desde a colonização do país, e reduzida no estado de Sergipe a 0,1%. A caatinga tem sido intensamente explorada, com substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens.

No estado de Sergipe existem quinze Unidades de Conservação da natureza, sendo três particulares, três do governo federal, duas municipais e sete estaduais, sendo que duas das estaduais está em fase de recategorização.

Para o cumprimento dos objetivos das unidades do estado, a SEMARH fará a implantação do seu conjunto de UCs, com a recategorização daquelas unidades conflitantes com a legislação vigente.

Sergipe possui duas Unidades de Conservação de uso sustentável na categoria de Área de Proteção Ambiental (APA), de âmbito estadual que estão sob a gestão do Governo do Estado de Sergipe administradas pela SEMARH.

Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu

Localizada na área urbana de Aracaju, limita-se ao Norte com o rio do Sal, ao Leste com o rio Sergipe, e ao Sul e Oeste com as áreas urbanas da zona Norte do município. Trata-se de região onde originalmente predominava a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, além de enclaves de Cerrado. Criada e regulamentada pelos Decretos nº 13.713, de 16.06.93, e nº 15.405, de 14.07.95, a área vem sofrendo pressão urbana e se descaracterizando cada vez mais. O complexo de vegetação encontra-se hoje bastante comprometido, sobretudo pela invasão, construção e urbanização das favelas na área.

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Área de Proteção Ambiental do Litoral Sul do Estado de Sergipe

Transformada em Unidade de Conservação através do Decreto nº 13.468 de 22 de janeiro de 1993, define a estrutura de ocupação da área compreendida entre a foz do Rio Vaza Barris e a desembocadura do Rio Real, com cerca de 55,5 km de costa e largura variável de 10 a 12 km, do litoral para o interior. Abrange os municípios de Itaporanga d’Ajuda, Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba.

Inserem-se nesta APA as praias mais habitadas do Estado, destacando-se a Caueira, Saco e Abais. Observam-se também as maiores áreas de restingas arbóreas, manguezais e manchas mais preservadas de Mata Atlântica.

Área de Proteção Ambiental Litoral Norte

Através do Decreto nº 22.995 de 09 de novembro de 2004 foi instituída a Área de Proteção Ambiental (APA) Litoral Norte. Compreendendo um perímetro de aproximadamente 473,12 km², a unidade situa-se nos municípios de Pirambu, Japoatã, Pacatuba, Ilha das Flores e Brejo Grande e tem como objetivo geral a promoção do desenvolvimento econômico-social da área, voltada às atividades que protejam e conservem os ecossistemas ou processos essenciais à biodiversidade, à manutenção de atributos ecológicos, e à melhoria da qualidade de vida da população.

Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco

O Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, localizado no município de Capela, a 67 km da capital sergipana, é um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do Estado, com uma área total aproximada de 766 ha. Criado através do Decreto 24.944 de 26 de dezembro de 2007, o Refúgio objetiva preservar um fragmento do bioma brasileiro mais afetado pela ação antrópica, a Mata Atlântica, considerada um dos 34 hotspots mundiais, ou seja, ecossistemas com elevada biodiversidade e que sofreram severa destruição, correndo risco iminente de desaparecer.

Registra-se na Mata do Junco, a presença de uma das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção do Brasil, o Callicebus coimbrai, conhecido como guigó-de-Sergipe, espécie de distribuição geográfica restrita a Sergipe e Norte da Bahia, e que vem sofrendo as conseqüências da fragmentação da floresta atlântica. Além do macaco guigó, os pesquisadores revelaram outras riquezas na Mata do Junco, entre elas 114 de plantas arbóreas, excluindo as gramíneas, bromélias e epífitas, 14 anfíbios, nove répteis, 19 outros mamíferos e 93 espécies de aves, sendo duas delas classificadas como vulneráveis: o gavião- pombo (Leucopternis lacernulata) e o sabiá-pimenta (Carpornis melanocephalus). É importante destacar que esta é apenas uma amostra da riqueza agora protegida no Refúgio, muitas outras espécies ainda esperam ser reveladas, à medida que novos estudos sejam realizados no local.

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Além das espécies da flora e fauna encontradas, foram localizadas na região 14 nascentes, entre as quais, aquelas que formam o riacho Lagartixo, principal fonte de abastecimento da população urbana de Capela, reforçado a importância desta ação do Estado de proteger este reduto.

Monumento Natural Grota do Angico

O Monumento Natural Grota do Angico, unidade de conservação estadual criada através do Decreto 24.922 de 21 de dezembro de 2007, está situada no Alto Sertão Sergipano, a cerca de 200 km de Aracaju, entre os municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, às margens do Rio São Francisco. A região abriga remanescentes florestais da Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro e quase em sua totalidade nordestino.

Com uma área total de aproximadamente 2.183 hectares, o Monumento Natural Grota do Angico guarda uma biodiversidade bastante significativa, como observado pelos pesquisadores durante expedição ao local entre 13 e 15 de maio de 2007. Durante dois dias e meio, os estudiosos encontraram 63 espécies de plantas, 10 de abelhas, 14 anfíbios (sapos, rãs e pererecas), nove répteis (entre lagartos e serpentes), e 21 espécies de mamíferos, entre elas algumas espécies classificadas como vulneráveis. Segundo os pesquisadores, em todos os grupos estudados existe uma expectativa de ampliação da lista de espécies, o que atesta a grande biodiversidade preservada nesse reduto da Caatinga.

Porém, sua importância não se deve apenas pela sua riqueza biológica. A Grota do Angico possui valor histórico e cultural para o sertão sergipano e para o Nordeste. A região foi alvo da rota do Cangaço e foi o cenário da morte do maior ícone deste movimento, Virgolino Ferreira, o Lampião, além de sua companheira Maria Bonita e outro nove cangaceiros, em 28 de julho de 1938 pela polícia volante de Alagoas.

A proteção desse sítio ecológico e histórico representa um grande avanço do Estado rumo à conservação da Caatinga, bioma historicamente pouco estudado, mas que hoje tem reconhecida sua riqueza, em especial por se tratar de um remanescente cercado de importância histórica para Sergipe, tornando-se um exercício único de conservação ambiental e valorização cultural.

Aspectos gerais da população de Sergipe

Localizado na região Nordeste, o Sergipe limita-se com o estado da Bahia (ao sul e a oeste) e com Alagoas (ao norte), além de ser banhado pelo oceano Atlântico (a leste). O território do estado sergipano é o menor em extensão territorial do Brasil – 21.918,354 quilômetros quadrados –, correspondendo a 0,26% da área total do país.

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Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sergipe totaliza 2.068.031 habitantes, distribuídos em 75 municípios. A densidade demográfica é de 94,3 habitantes por quilômetro quadrado; o crescimento demográfico é de 2% ao ano. A população total do Sergipe corresponde a 1,05% dos habitantes brasileiros.

A composição étnica da população é a seguinte:

Negros: 5%

Pardos: 63%

Brancos: 30%

Índios: 1%

Outros: 1%

Os serviços de saneamento ambiental são insuficientes: 88,4% dos domicílios possuem acesso a água; 74,7% das residências apresentam rede de esgoto.

Esse déficit de saneamento ambiental interfere diretamente na taxa de mortalidade infantil estadual – 32,6 a cada mil nascidos vivos, uma das médias

mais altas do país.

A expectativa de vida da população sergipana, assim como em todo o Brasil, está apresentando aumento a cada ano, atualmente é de 70,3 anos. O analfabetismo atinge 16,9% da população. O índice de homicídio é de 27 por mil habitantes.

A economia do Estado de Sergipe

Sergipe é uma das nove unidades federativas que integram a Região Nordeste.

Com extensão territorial de 21.918,354 quilômetros quadrados, o estado possui 2.068.031 habitantes, conforme dados divulgados, em 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Durante séculos, a economia de Sergipe foi totalmente dependente do cultivo de cana-de-açúcar, no entanto, a partir da década de 1990, houve uma diversificação das atividades. Através de incentivos fiscais, do seu potencial energético, gerado pela usina de Xingó, e pela exploração de petróleo e gás natural, ocorreu um aumento considerável na produção industrial.

Em 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) sergipano atingiu a marca de aproximadamente 16,9 bilhões de reais, contribuindo com 0,6% para o PIB brasileiro; no âmbito regional, sua participação foi de 4,8%, sendo a segunda menor. Somente o estado do Piauí teve contribuição inferior: 4,1%.

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PROF. LUÍS EDUARDO A composição do seu PIB é a seguinte:

Agropecuária: 5%.

Indústria: 23%.

Serviços: 72%.

A agricultura tem na cana-de-açúcar o principal produto. Outros cultivos importantes são: laranja, coco-da-baía, mandioca, milho, feijão, arroz, batata- doce, abacaxi, maracujá, banana, limão, entre outros.

A pecuária, por sua vez, não é muito expressiva, sendo composta por rebanhos bovinos, caprinos e criações de aves.

O estado possui recursos minerais importantes, como por exemplo: petróleo, gás natural, calcário e potássio. A exploração de petróleo e gás natural tem impulsionado o setor industrial.

A indústria responde por 30,6% do PIB sergipano. Os principais segmentos industriais são os de alimentos, produtos de couro, mobiliário, extração de petróleo e produtos minerais. Aracaju, capital estadual, é a cidade com maior concentração industrial.

O setor de serviços e comércio é impulsionado pelo turismo. Sergipe possui um belo litoral, com destaque para Aracaju, onde vários turistas podem desfrutar de praias como Atalaia, Aruana, Náufragos, Refúgio, Robalo, entre outras. Outro destaque desse setor da economia é a cidade de Itabaiana, famosa pelo comércio de ouro e joias preciosas.

Dados da exportação e importação do estado de Sergipe:

Exportações – 111,6 milhões de dólares.

Suco de laranja: 42%.

Cimento: 28%.

Calçados: 13%.

Açúcares: 6%.

Outros sucos: 3%.

Outros: 8%.

Importações – 203,6 milhões de dólares.

Adubos e fertilizantes: 29%.

Trigo: 21%.

Coque de petróleo: 10%.

Máquinas e equipamentos: 10%.

Fios e tecidos: 9%.

Máquinas têxteis: 5%.

Outros: 16%.

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PSDI

Sergipe foi pioneiro na região Nordeste na adoção de uma política de organização do espaço urbano para a implantação de projetos industriais.

A implantação de Distritos Industriais foi a estratégia utilizada pelo poder público para consecução de sua política de atração de investimentos para o território sergipano.

Além do Distrito Industrial de Aracaju, o Estado possui distritos implantados nos municípios de Nossa Senhora do Socorro, Estância, Propriá, Boquim, Itabaiana, Tobias Barreto, Lagarto, Maruim, Itaporanga D’Ajuda e Carmópolis.

ANEXOS

O PAPEL DA AGRICULTURA NA ECONOMIA E NO MERCADO DE TRABALHO EM SERGIPE

A agricultura tem um importante papel na estrutura econômica do Brasil.

Movimentou cerca de R$ 157 bilhões em 2013, o que representou 3,5% do Produto Interno Bruto-PIB (IBGE/SEPLAG, 2013). Mas, se analisado o papel da agricultura, ampliando a perspectiva para o agronegócio e excluindo a pecuária, estes valores chegam a 16% do PIB (CEPEA-USP/ CNA, 2015) e a, aproximadamente, 35% da exportação brasileira (MDIC, 2016). Somente a cultura de soja movimenta cerca de US$ 28 bilhões em exportações ao ano.

Além disso, mais de 14 milhões de pessoas tinham ocupação direta em atividades agrícolas em 2014, sem contar aquelas em atividades de beneficiamento dos produtos agrícolas. Em Sergipe, a agricultura representou 4,2% do PIB de 2013 (IBGE/SEPLAG, 2013) e também tem grande impacto nas exportações sendo que, mais de 80% delas são decorrentes da produção de suco de laranja, óleo cítrico, abacaxi, açúcar e afins (MDIC, 2016). Segundo dados da PNAD 2014 (IBGE, 2014), em Sergipe mais de 254 mil pessoas estão ocupados em atividade agrícola, representando, aproximadamente, 12% da população sergipana, isso sem contar toda a cadeia do agronegócio. Segundo a PAM 2016, a agricultura sergipana produziu, em 2015, mais de 1,1 bilhões de reais, sendo que, 61,3% desse valor decorrem de lavoura temporária e 38,7%

da lavoura permanente. Os dez maiores municípios produtores do estado (Tabela 1) produziram juntos mais de R$ 542 milhões, representando 48,4% de toda produção de Sergipe, com destaque: Lagarto (R$ 106,6 milhões), Simão Dias (R$ 85,2 milhões), Carira (R$ 64,8 milhões), e Estância (R$ 59,4 milhões).

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Das 31 culturas temporárias pesquisadas na PAM, 12 são produzidas no estado.

Quanto as permanentes, das 36 culturas, 9 são produzidas em Sergipe. As 10 principais culturas representam juntas 93,9% de todo o valor produzido em Sergipe, em 2015. Tendo destaque o volume da produção de milho (em grão), com R$ 269,8 milhões; de cana-de-açúcar, com R$ 189,7 milhões; de laranja, com R$ 184,2 milhões; de coco-da-baía, com 142,6 milhões; e de mandioca, com R$ 140,8 milhões1 (Tabela 2).

AS PRINCIPAIS CULTURAS AGRÍCOLAS EM SERGIPE

Neste tópico descrevem-se as principais culturas de lavouras temporária e permanente, tendo como base a distribuição espacial das culturas, a produção, o rendimento (R$), a produtividade alcançada em 2015.

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LAVOURAS TEMPORÁRIAS

ABACAXI

Riachão do Dantas é o maior produtor do estado, gerando R$ 8,360 milhões.

Sergipe ocupa a 15ª posição na produção de abacaxi, em nível nacional e 6ª no Nordeste, com 18.531.000 frutos. O valor da produção foi de R$ 21.095.000, em 2015. Os municípios sergipanos maiores produtores de abacaxi são Riachão do Dantas, (8.800 mil frutos) e Aquidabã (5.980 mil frutos), representando cerca de 80% da produção do estado.

AMENDOIM (EM CASCA)

Sergipe se destaca na produção regional

Sergipe é o 2º maior produtor de amendoim do Nordeste e o 7º maior do Brasil, com 1.912 toneladas produzidas, representando 18,1% da produção da região, ficando atrás da Bahia, com 6.123 toneladas. O município de Itabaiana é o 2º maior produtor de amendoim do Nordeste (690 t), ficando atrás de Maragogipe – BA (1.920 t). O valor da produção sergipana de amendoim foi de pouco mais de R$ 3.4 milhões. Em 2015, os principais municípios produtores de amendoim foram Itabaiana (690 t) e Moita Bonita (288 t), os quais representam juntos, 51%

de toda produção estadual.

ARROZ (EM CASCA)

Sergipe é o quarto estado de maior produtividade de arroz do país

Com 25.164 toneladas e valor da produção de R$ 16.831.000, Sergipe é o 3º maior produtor de arroz do Nordeste, e o 14º do Brasil. O estado se destaca como o quarto mais produtivo do país, com uma produção de 6,1toneladas por hectare, ficando atrás dos estados do Rio Grande do Sul (7,7 t/ha), Santa Catarina (7,2 t/ha) e Roraima (6,6 t/ha). Em Sergipe a produção está totalmente concentrada no Território do Baixo do São Francisco Sergipano, notadamente nos municípios de Propriá (2.354 t), Neópolis (5.726 t), Brejo Grande (7.626 t) e Ilha das Flores (8.136 t), Os dois últimos municípios representam 62,6% de toda produção estadual.

BATATA-DOCE

Itabaiana é o maior produtor nacional de batata-doce

Em 2015, Sergipe foi destaque na produção de batata doce no Nordeste e no Brasil. Com uma produção de 36.868 toneladas, ou seja, 24,3% de toda produção nordestina, o estado foi o maior produtor da região Nordeste e o 5º maior do Brasil, tendo seu valor de produção estimado em R$ 28,511 milhões. A cultura da batata-doce ocorreu em 19 municípios, destacando-se Itabaiana e Moita Bonita com 20.700 toneladas e 11.550 toneladas, ocupando as posições

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de maior produtor e o quinto maior produtor nacional, respectivamente. Estes municípios representam 87,4% do total da produção de batata-doce em Sergipe.

CANA-DE-AÇÚCAR

Sergipe é o sexto maior produtor de cana-de-açúcar do Nordeste

Apesar de a cana-de-açúcar ter um peso relativo (18,0%) no setor agrícola do estado (Tabela 2), Sergipe fica em sexta colocação em produção no nordeste. A produção de cana-de-açúcar, em 2015, foi de 3.220.415 toneladas, gerando um valor de R$ 189,66 milhões. São vinte e um municípios produtores de cana-de- açúcar em Sergipe. A maioria deles localiza-se na zona da mata sergipana, com destaque para Japaratuba (658.464 t), Laranjeiras (484.928 t), Capela (388.300 t) e Neópolis (277,620 t) que representam 52,8% da produção estadual.

FEIJÃO (EM GRÃO)

93% dos municípios sergipanos produzem feijão

Embora o feijão seja cultivado em 92% dos municípios sergipanos o valor gerado por essa cultura ocupa a 12ª posição. Sergipe produziu 7.992 toneladas, em 2015, o que proporcionou pouco mais de R$11 milhões. Entre os 69 municípios produtores de feijão os que mais se destacaram foram: Poço Verde (1.790 t), Lagarto (973 t), Poço Redondo (913 t) e Tobias Barreto (520 t), representando, assim, 52,5% de toda produção de feijão no estado.

FUMO (EM FOLHA)

Sergipe é o sexto Estado maior produtor de fumo no Brasil

Com produção de 467 toneladas, Sergipe é 3º maior produtor de fumo do Nordeste, ficando atrás de Alagoas e Bahia. Em nível nacional, Sergipe ocupa a sexta posição. A produção de fumo gerou um valor de R$ 2,2 milhões para Sergipe, sendo os municípios de Lagarto (R$ 1,13 milhões) e Riachão do Dantas (R$ 980 milhões) os responsáveis por 93,9% de toda produção estadual. O estado foi o 6º mais produtivo do Brasil e o terceiro do Nordeste, com 1,3 toneladas de fumo por hectare.

MANDIOCA

O Município de Lagarto, em Sergipe, é o maior produtor de mandioca do Nordeste

Sergipe é o 4º maior produtor de mandioca do Nordeste e o 14º do país, com 380.182 toneladas produzidas, gerando um valor superior a R$ 140 milhões. O estado apresentou a maior produtividade da região, com 15,5 toneladas de mandioca por hectare. A cultura é amplamente difundida e distribuída em 67 municípios. Lagarto é o maior produtor do Nordeste e o 13º maior do país, com uma produção de 155.560 toneladas (com valor de R$ 54,48 milhões), o que representa 38,68% da produção estadual. Também se destacam nesse cultivo

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os municípios de: Itabaiana (28.800 t), Campo do Brito (15.480 t) e Pacatuba (11.726 t), que juntos com Lagarto, representam 55,6% da produção estadual.

MILHO (EM GRÃO)

Sergipe tem a maior produtividade de milho do Nordeste

Com uma produção de 495.729 toneladas, Sergipe é o 4º maior produtor de Milho (em grão) do Nordeste e o 16º do Brasil. O valor da produção foi de R$

269,8 milhões e o estado detém a maior produtividade do Nordeste, com 3,28 toneladas por hectare. O milho é produzido em 71 dos 75 municípios sergipanos, sendo uma cultura que se adapta muito bem as características do agreste e do sertão. Simão Dias, Carira e Frei Paulo são os municípios que mais se destacam, com produções de R$ 83,412 milhões, R$ 64,462 milhões e 30,212 milhões, respectivamente, as quais representam 65,9% da produção estadual.

LAVOURAS PERMANENTES

BANANA (CACHO)

Com 3. 440 toneladas, Propriá é o maior produtor de banana do estado

Sergipe, com uma produção de 29.337 toneladas, é o 24º maior produtor nacional e o menor regional. A cultura da banana, em 2015, gerou 27,5 milhões de reais, e teve produtividade de 13,1 toneladas por hectare. A cultura está difundida em 49 municípios, com destaque para: Propriá (3.440 t), Malhador (2.220 t), Japoatã (2.051t), Santa Rosa de Lima (1.833 t), Lagarto (1.675 t), Neópolis (1.647 t), Riachão do Dantas (1.248 t) e Santana do São Francisco (977 t). A banana colhida nesses municípios equivaleu a 51,6% de toda produção desse fruto no estado, sendo que Propriá representa, sozinho, 14,3% da mesma.

COCO-DA-BAÍA

Estância é o terceiro maior produtor de coco-da-baía do país

Com uma produção de mais de 240.203 toneladas, Sergipe é o 3º maior produtor de coco-da-baía, em nível nacional e o 2º regional. Em 2015, o valor da produção foi pouco mais de R$ 142,66 milhões, sendo, ainda, o 6º estado mais produtivo do Nordeste, com 6.381 frutos por hectare. A produção sergipana de coco-da- baía concentra-se no Litoral e tem como destaques os municípios de Estância (78.625 mil frutos) e Santa Luzia do Itanhy (46.650 mil frutos), que juntos representaram 52% da produção estadual. Estância ocupa a posição do 3º maior produtor do Brasil, sendo superado por Rodelas – BA (85.450 mil frutos) e Moju – PA (80.000 mil frutos).

GOIABA

Sergipe é o 8º maior produtor de goiaba do Brasil

Com 8.446 toneladas, Sergipe é o 4º maior produtor de goiaba do Nordeste e o 10º do Brasil. O valor da produção foi de R$ 7.761.000,00 com produtividade de 18.009 quilogramas por hectare. A produção dos municípios de Poço Redondo

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(4.800 t) e Canindé de São Francisco (3.500 t) estão na 4ª e 7ª colocação dos maiores produtores do Nordeste. Esses municípios, juntos, somam 98,2% da produção sergipana. Entretanto, em 2015, três municípios do Baixo São Francisco também produziram goiaba. Foram eles: Japoatã (90 t), Neópolis (35 t) e Propriá (21 t).

LARANJA

Sergipe é o quinto maior produtor nacional de laranja

Sergipe é o 5º maior produtor de Laranja do Brasil e o 2º maior do Nordeste. A produção foi de 522.817 toneladas e o rendimento foi de R$ 184.229.000. Com uma produtividade de 11.607 quilogramas por hectare, Sergipe foi, em 2015, o 5º mais produtivo do Nordeste. A produção de laranja concentra-se na região Sul e Centro Sul do estado, sendo destaques os municípios de Cristinápolis (64.740 t), Itabaianinha (63.965 t), Salgado (53.780 t), Arauá (52.366 t) e Lagarto (53.030 t) que juntos representam 52,0% da produção sergipana. Cristinápolis e Itabaianinha ocupam a 3ª e a 4ª posição entre os maiores produtores do Nordeste, respectivamente.

LIMÃO

Japoatã responde por 36% do limão produzido em Sergipe

Em 2015, Sergipe produziu 11.492 toneladas de limão, ficando assim, entre os nove maiores produtores em nível nacional e o 2º em nível regional. O valor produzido foi de 9,6 milhões de reais, com produtividade de 10.770 quilogramas por hectare. Apenas 13 municípios produziram limão, em 2015, destacando-se:

Japoatã (4.216 t), Itabaianinha (2.295 t), Neópolis (1.880 t) e Santana do São Francisco (1.728 t), que juntos responderam por 88% da produção estadual.

Japoatã sozinho produz 36,6% do limão do estado.

MAMÃO

Lagarto é o maior produtor de mamão do estado

Com 10.014 toneladas de mamão produzidas, Sergipe é o 8º maior produtor do Nordeste e o 10º maior do país. O valor da produção de mamão foi de R$

9.339.000, com produtividade de 26.353 quilogramas por hectare. Lagarto obteve uma produção de 5.540 toneladas, o que representa 55,3% da produção estadual, sendo o 29º maior produtor do Nordeste e 45º do país.

MANGA

Neópolis é o maior produtor estadual de manga

Sergipe é o 5º maior produtor de manga do Nordeste e o 7º maior do Brasil, com uma produção de 22.188 toneladas. Em 2015, o valor da produção foi de R$

18.254.000,00. O estado se destaca como o 2º mais produtivo do país, com 20.583 quilogramas por hectare, ficando atrás do estado de Pernambuco (com

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21.461 quilogramas por hectare). A região do Baixo São Francisco e o Sul sergipano concentram os principais produtores, sendo os municípios de Neópolis (9.917t), Santana do São Francisco (2.950 t) Estância (2.520 t), Japoatã (1.662 t) e Propriá (1.386 t) os destaques, cujos valores gerados foram de R$ 9,4 milhões, de R$2,7 milhões, R$ 1,4 milhões, R$1,6 milhões, e de R$ 779 mil reais, respectivamente. Estes municípios representaram 69,7% da produção estadual de manga.

MARACUJÁ

Sergipe é o nono maior produtor nacional, com destaque para Lagarto

Com uma produção de 29.246 toneladas, Sergipe é o 9º maior produtor de maracujá do país e o 4º maior do Nordeste. O rendimento dessa lavoura no estado, em 2015, foi de R$ 29,2 milhões, com uma produtividade de 9,5 toneladas por hectare. O maracujá é cultivado, preponderantemente, nas regiões sul e centro sul de Sergipe. Lagarto se destaca, com 20.670 toneladas produzidas, o que o coloca entre os oito maiores produtores de maracujá do Brasil e entre os sete maiores do Nordeste. Sozinho o município representa 70,6% da produção sergipana de maracujá.

TANGERINA

Itabaianinha e Cristinápolis são os grandes produtores estaduais

Sergipe, com uma produção de 7.124 toneladas, é o 3º maior produtor de tangerina do Nordeste, e o 11º do Brasil. O valor da produção, em 2015, ficou em R$ 4.772.000 e a produtividade em 17,9 toneladas por hectare, tendo sido a 2ª maior do Nordeste. O cultivo da Tangerina se concentra na região Sul de Sergipe, onde os principais municípios produtores estão entre os 10 maiores do Nordeste: Itabaianinha (5ª posição), Cristinápolis (8ª posição) e Umbaúba (10ª).

Esses municípios representaram 66,2% de toda produção do estado.

EXTRATIVISMO

MANGABA (FRUTO)

Sergipe foi o segundo maior produtor de mangaba do país, em 2015.

A mangaba é predominantemente um fruto de extração vegetal, típica do Nordeste. Sergipe é o 2º maior produtor de mangaba do país, com 219 toneladas, representando, assim, metade da produção nordestina e, por conseguinte, 33% da produção nacional. O valor da produção ficou em 424 mil reais, em 2015. A mangabeira é uma planta típica de ecossistemas litorâneos, presentes nos Tabuleiros Costeiros e Baixadas Litorâneas, e por isso, produzida em somente 11 municípios em Sergipe. Os municípios maiores produtores são:

Pirambu (49 t) Itaporanga d'Ajuda (45 t), Estância (40 t) e Indiaroba (39 t).

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CONCLUSÃO

Esta Nota Técnica mostrou a pujança e versatilidade da agricultura sergipana.

Muita além das culturas tradicionais, como o milho, a cana-de-açúcar e a laranja, há uma farta produção de coco-da-baía, mandioca, banana, maracujá, batata- doce, abacaxi e muito outras culturas. Em algumas delas, como a batata-doce e mangaba, Sergipe tem expressividade nacional.

As aptidões agrícolas dos diferentes municípios sergipanos, descritas ao longo do texto, foram sintetizadas no Cartograma 20. Por meio do Cartograma dos principais produtores e dos demais cartogramas apresentados ao longo do texto demonstram-se a pluralidade de culturas em Sergipe e as potencialidades dos diferentes ecossistemas.

Na região do Semi-Árido ou do Sertão sergipano a agricultura pode ser uma forte fonte de renda, como comprovam Simão Dias e Carira – duas das cidades que mais geram riqueza na agricultura.

Desse modo, tanto o Sertão sergipano quanto as demais regiões do estado, como o Baixo São Francisco, o Sul sergipano ainda podem ter seu potencial agrícola bem mais explorado. Para tanto, a continuidade, o melhoramento e as inovações técnicas conduzidas por órgãos como a EMDAGRO, COHIDRO e EMBRAPA são fundamentais.

A terceira safra do milho, os experimentos pilotos de cultivo de mangaba, os perímetro irrigados da COHIDRO, dentre outras experiências, são exemplos de que essa evolução e aperfeiçoamento da agricultura são possíveis e viáveis em Sergipe.

Mês de outubro teve o segundo melhor resultado do ano nas exportações sergipanas

As exportações sergipanas em outubro apresentaram o segundo melhor resultado do ano até o momento. Foram contabilizando US$ 13,3 milhões, inferior apenas ao mês de agosto. A análise, que tem como base os dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e que como referência o mês de outubro último, aponta que o valor somado foi 10,1% superior ao mês de setembro e 7,9% maior do que o resultado obtido em outubro de 2015. No acumulado de 2016 as exportações somam US$88,7 milhões, valor 13,9% superior ao resultado do mesmo período do ano anterior.

Já as importações, ao contrário das exportações, apresentaram retração em outubro, atingindo o resultado mais baixo do ano. No total, foram somados US$7,3 milhões, valor 63,9% inferior a setembro e 62% inferior ao resultado de outubro do ano anterior. No acumulado do ano as importações somam US$

120,8 milhões, apresentando retração de 33% em relação ao valor somado de janeiro a outubro de 2015.

Segundo a análise, no mês de outubro a balança comercial sergipana retomou a tendência de crescimento apresentada de junho a agosto, apresentando um

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superávit de US$ 6 milhões. Entretanto, no acumulado do ano, a balança comercial do estado ainda apresenta um déficit de US$32,1 milhões. “De fato, a nossa balança comercial ainda é deficitária, porém o déficit apresentado de janeiro a outubro deste ano é muito menor do que o déficit apresentado de no mesmo período do ano passado, de US$102,5 milhões”, afirmou Caio Lucas de Moura Morais, analista de comércio exterior da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec).

Sobre a pauta de exportação, em outubro foram exportados 34 produtos, com destaque para o setor de sucos, que liderou a pauta mais uma vez mais uma vez. As exportações de suco de laranja somaram US$7,3 milhões, apresentando uma alta de 3,6% em relação a setembro e de 15,5% em relação a outubro de 2015. O produto correspondeu a 54,9% do total exportado no mês e seus compradores foram Países Baixos (88,6%), Irlanda (3,0%), EUA (2,3%), Itália (2,1%), Suíça (1,9%), Nova Zelândia (1,4%) e Canadá (0,7%).

Além do suco de laranja, a pauta ainda foi composta por: sucos de abacaxi, que somaram US$2 milhões (14,8%); óleos essenciais de laranja, com US$1 milhão (7,9%); recipientes tubulares de alumínio de capacidade não superior a 300 litros, com US$765,4 mil (5,8%); calçados com parte superior de plástico ou borracha, que somaram US$573,2 mil (4,3%); e outros produtos variados como couro, outros tipos de calçados, alimentos em geral, cosméticos, aquecedores, produtos de higiene pessoal, tecidos, componentes para a indústria automobilística, componentes elétricos, entre outros.

Ao todo Sergipe exportou para 28 países, sendo os dez principais responsáveis por 90,5%. São eles: Países Baixos (61,8%), Colômbia (6,4%), EUA (4,6%), Espanha (4,6%), Alemanha (3,1%), Irlanda (2,7%), Bélgica (2,5%), Reino Unido (1,9%), Peru (1,5%) e Hong Kong (1,4%).

Já a pauta de importação foi composta majoritariamente por bens intermediários e de capital que se caracterizam como insumo para indústria sergipana. Em outubro o estado importou de 37 países, sendo os dez principais: Marrocos (21,7%), China (13,1%), EUA (10%), Índia (9,2%), Bélgica (9%), Alemanha (7,7%), Itália (7,6%), Peru (3,5%), Indonésia (2,7%) e Espanha (2,1%).

Para o secretário Chico Dantas (Sedetec), é muito satisfatório ver Sergipe crescer nas exportações. “Esses números são um bom sinal para a economia do Estado. Eles refletem também que as ações do Governo têm possibilitado mudanças e melhorias no processo de internacionalização das empresas sergipanas. Neste sentido, a Sedetec trabalha para fomentar cada vez mais o comércio exterior em Sergipe”, concluiu.

Sergipe registra aumento nas vagas de emprego em outubro

Sergipe gerou 1.932 postos de trabalho com carteira assinada no mês de outubro. O dado foi apresentado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta quinta-feira, 24, e demonstra que a diferença registrada entre o número de contratações e demissões no período foi positiva.

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O saldo foi o terceiro melhor do país e o segundo do Nordeste, e os setores responsáveis pelo desempenho superavitário foram a agropecuária (com 1.448 de variação absoluta) e a indústria de alimentos, bebidas e álcool etílico (1.873 de diferença).

De acordo com o assessor econômico do governo, professor Ricardo Lacerda, no mês de outubro deste ano empregou-se mais do que em 2014 e 2015. Ele explica que o dado é positivo, principalmente se levar em consideração o momento de crise o qual o país enfrenta e os problemas encarados pelo mercado de trabalho.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Francisco Dantas, ressalta que o Governo de Sergipe atrai cada vez mais empreendimentos para o estado e realiza parcerias no sentido de garantir o emprego e a renda à população sergipana. “Tem sido uma das maiores preocupações do governador Jackson Barreto atrair novos investimentos e acompanhar os projetos que já estão implantados. Eles são fundamentais para a manutenção dos atuais empregos, bem como na geração de novos”, ressalta.

Investimentos

Dentre os novos investimentos em Sergipe, estão os do setor atacadista, através da instalação da Jomart Atacado e Assaí Atacadista, que geram mais de 200 empregos diretos e mais de 360 indiretos. Ambas foram inauguradas em outubro e investiram mais de R$ 60 milhões.

A primeira loja do Jomart Atacado, em Aracaju, conta com 12 check-outs e 2.500 m² de área de vendas, onde trabalham mais de 130 pessoas, além de gerar aproximadamente 360 empregos indiretos. Localizada na avenida Maranhão, Zona Norte da capital sergipana, a mais nova unidade do Grupo Vieira trabalha com mix de aproximadamente sete mil itens.

Ocupando a posição de segunda maior rede de atacado do país, o Assaí Atacadista inaugurou em Aracaju, no último dia 20 de outubro, sua centésima loja, sendo a primeira de Sergipe. Presente em 15 estados brasileiros, o grupo investiu R$ 40 milhões no empreendimento de quase 13 mil m² de área construída, sendo 5.300 m² de área de vendas, 386 vagas de estacionamento e 28 caixas. Localizada no bairro José Conrado de Araújo, a nova loja do Assaí Atacadista gerou 120 empregos diretos e outras centenas de novos postos de trabalho de forma indireta.

Outro grande investimento, e o maior privado já realizado em Sergipe, é a Usina Termoelétrica (UTE) Porto de Sergipe I. Orçado em R$ 5 bilhões, o empreendimento da GG Power fornecerá 1,5 mil megawatts de energia, tornando-se a maior usina termoelétrica da América Latina. Todo o complexo poderá gerar 3 mil megawatts de energia. A previsão é que as obras durem 36

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meses, gerando 1.700 empregos diretos e indiretos neste período, para estar em plena operação em janeiro de 2020.

“Quando começarem a contratar para trabalhar na construção da termoelétrica Porto de Sergipe I, certamente serão gerados muitos empregos. E nesse momento de dificuldade, todas as oportunidades de geração de postos de trabalho são muito importantes”, destacou o professor Ricardo Lacerda.

Produto Interno Bruto de Sergipe

A retração foi a tônica da economia nacional em 2015. A fraqueza na demanda interna foi afetada pelo aumento da taxa de desemprego, diminuição da renda das famílias, acesso ao crédito mais restrito e inflação mais alta. Esses impactos negativos levaram o país a um recuo no PIB de 3,5% no ano, com queda em todas as unidades da federação. Aliada à crise econômica, a Região Nordeste sofre a maior seca dos últimos anos. O fraco desempenho da região também tem origem em questões estruturais, pois é altamente dependente das transferências governamentais, que recuaram com a crise fiscal brasileira e o Produto Interno Bruto estadual alcançou o valor corrente de R$848,53 bilhões, menor 3,4% que o ano anterior.

A economia sergipana apresentou em 2015 uma queda de 3,3%, ante um crescimento de 0,4% registrado no ano de 2014. Com valor corrente estimado em R$ 38,554 bilhões, o resultado do PIB do estado refletiu o desempenho dos seus grandes setores, os quais todos obtiveram resultados negativos. A falta de chuvas e o agravamento da crise econômica foram fatores decisivos para o declínio da economia.

Produto Interno Bruto dos Municípios

As dez maiores economias

Os dez municípios com melhores participações no PIB somaram R$ 27,55 bilhões, correspondentes a 71,5% do que foi gerado pelo estado de Sergipe em 2015. Embora não apresente qualquer alteração entre os cinco primeiros colocados, em comparação ao ano anterior, o ranking de participação das dez maiores economias mudou: Japaratuba e Carmópolis saíram da lista e deram lugar a Canindé de São Francisco – que, com exceção de 2014, sempre compôs o grupo na série histórica analisada, 2010 a 2015 - e Rosário do Catete.

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O município de Aracaju, capital do estado, segue na primeira colocação, concentrando 40,6% do PIB sergipano. Na sua estrutura de produção, é um município essencialmente ligado ao setor ‘serviços’, o qual aumentou sua participação nos últimos três anos. Entre 2013 e 2014, o setor respondia por 78,9% e 80,3% da riqueza do município, respectivamente. Em 2015, esse percentual passou para 82,0%. O aumento de participação decorreu, principalmente, do desempenho nas ‘atividades financeiras de seguros e serviços relacionados’, ‘atividades imobiliárias’ e ‘administração, educação, saúde, pesquisa e desenvolvimento públicas, defesa, seguridade social’.

Situado na Grande Aracaju, o município de Nossa Senhora do Socorro é o segundo maior em importância econômica no estado. Destaca-se pelo setor de serviços, que ocupa 78,9% da sua economia, tendo a Administração Pública como principal atividade. Em 2015, registrou decréscimo de participação, sobretudo decorrente da queda de algumas atividades de serviços - comércios atacadista, varejista, de automóveis e de combustíveis, bem como na atividade de transporte - e da indústria - vestuário, cimento e minerais não metálicos, que continuaram a decrescer pelo segundo ano consecutivo.

O município de Estância, localizado no Sul Sergipano, possui importância em todos os setores da economia, especialmente na indústria de transformação. Em 2015, 56,1% das suas atividades foram provenientes do setor serviços, 37,4%

da indústria e 6,5% da agropecuária. Na agropecuária, houve queda de participação, decorrente do fraco desempenho na lavoura temporária e no cultivo de laranja. Na indústria, registrou-se resultado positivo na Transformação - proveniente do acréscimo na produção de alimentos e bebidas - e negativo na indústria extrativa, com menor produção de petróleo. No tocante ao setor serviços, houve queda de participação em relação ao ano anterior, nas atividades de comércio, transportes e armazenagem, além de alojamento e alimentação.

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Localizado no Agreste Central, Itabaiana está voltado principalmente ao setor serviços, o qual participou, em 2015, com 84,0% da sua economia. A indústria e agropecuária representaram 9,1% e 6,9%, respectivamente. O município registrou aumento de participação no PIB sergipano, em relação ao ano anterior.

O resultado foi atribuído, principalmente, ao setor de serviços com o crescimento nos segmentos de comércio, transportes e serviços de informação.

O município de Lagarto, situado no Centro Sul, também é importante em todos os setores econômicos, embora apresente em sua economia 72,6% de produção proveniente do setor de serviços. É o município que agrega mais valor à agropecuária (7,28%) e possui importância na indústria, principalmente de alimentos e bebidas, o qual ocupa a terceira posição estadual, atrás apenas de Estância e Itaporanga d’Ajuda.

No setor serviços, tem o comércio como principal atuação, sobretudo no ramo atacadista de mercadorias. Em 2015, Lagarto conseguiu uma maior participação da economia do estado, a qual se deu, principalmente, pelo bom desempenho no comércio, com os segmentos atacadistas e de automóveis; na atividade de transporte, com o modal rodoviário de cargas, armazenagem e correios; e nos serviços de informações, com o setor de telecomunicações.

Canindé de São Francisco, localizado no Sertão Sergipano, tem sua importância econômica ligada à indústria, mais especificamente, à geração de energia elétrica pela usina hidrelétrica de Xingó, localizada no município. Em 2015, o setor industrial respondeu por 78,6% da sua economia. O setor de serviços e agropecuária representaram 19,8% e 1,6%, respectivamente. Em relação ao ano anterior, quando não estava no ranking das dez maiores economias, Canindé de São Francisco apresentou maior participação no PIB do estado, 3,2%. Não obstante a menor produção de energia elétrica, decorrente da queda na vazão, o aumento de participação foi justificado pelo significativo acréscimo no preço da geração de energia elétrica.

Laranjeiras, situado na Grande Aracaju, tem como principal atividade a indústria de transformação, que em 2015 foi responsável por 57,6% do seu produto. Na agropecuária, a cana de açúcar é o principal produto cultivado, que nesse ano cresceu 5,3%. A indústria do município é responsável por 6,7% do setor industrial sergipano, e representou 5,7% da produção de alimentos; 57,1% da produção de cimento e minerais não metálicos; além de 19,7% das demais indústrias no ano. O município tem pequena participação no setor serviços com apenas 1,5%

da produção estadual.

O município de São Cristóvão situa-se na Grande Aracaju. Em 2015, ocupou a oitava posição entre os maiores. O setor de serviços foi responsável por 71,7%

do seu produto, merecendo destaque a administração pública. O setor industrial e a agropecuária participaram com 24,9% e 3,4%, respectivamente. Na agropecuária, a criação de aves representa 16,2% da produção avícola do estado, tornando o município o principal criador. Posição compartilhada também

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na pesca e aquicultura, com participação de 10,9%. Na indústria, registrou decréscimo na produção de alimentos, bebidas e confecções, entretanto aumentou sua participação na construção civil. Nos serviços, houve crescimento nas atividades de comércio, transporte, imobiliárias e administração pública.

O município de Itaporanga d’Ajuda, situado na Grande Aracaju, tem como principal atividade a indústria, mas que em 2015 foi ultrapassado pelo setor de serviços. Nesse ano, a agropecuária apresentou queda na produção de mandioca, laranja, banana, na criação de aves e na silvicultura. O setor industrial não apresentou bom desempenho passando a representar 39,7% da sua economia. Em 2014, o percentual era 48,0%. A queda decorreu da baixa produção de petróleo e gás, bem como de alimentos e bebidas. Quanto ao setor de serviços, que representou 53,2% da sua economia, houve diminuição no comércio, transporte e atividades profissionais, e aumento da participação da administração pública.

Rosário do Catete ganhou duas posições em relação ao ano de 2014, ficando na última colocação no ranking das dez maiores economias. O município tem como principal atividade a indústria, responsável por 64,2% da sua economia. A indústria extrativa é a segunda mais importante do estado. Em 2015, respondeu por 16,4% do que foi extraído em Sergipe. O setor de serviços também tem participação importante, responsável por 34,1% da sua economia. No ano, obteve crescimento no setor de transportes, principalmente de cargas.

As cinco menores economias

Nos últimos anos, não houve alteração dos municípios que compõem o ranking das cinco menores economias do estado. De 2014 a 2015, a única mudança foi em relação à posição: São Francisco e Pedra Mole, que no ano anterior ocupavam o 4º e 5º lugar, respectivamente, trocaram de posição esse ano.

Amparo do São Francisco continua com a liderança, com a menor contribuição ao produto sergipano, seguido pelos municípios de Telha e General Maynard.

As cinco menores economias, juntas, somam um PIB de R$ 146,20 milhões, o equivalente a 0,38% do produto sergipano.

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A principal característica desses municípios é a importância do setor de serviços, que em alguns casos chegam a 87,8% de participação na economia municipal, mais especificamente, da atividade Administração Pública, que representa em média 80,0% do setor, definindo esses municípios como completamente dependentes do setor público.

Amparo de São Francisco, por exemplo, tem o menor PIB do estado e a maior participação da esfera municipal na administração pública. Suas principais atividades são administração pública, seguido por ‘outros serviços’ e ‘serviços de eletricidade, gás, água e esgoto’. Telha destaca-se por uma expressiva participação no âmbito federal e estadual da administração pública. General Maynard é o município onde a administração pública tem o maior peso entre as cinco menores economias, com participação de 90,6% do setor de serviços, sendo parte significativa advindo da administração municipal. A administração pública em São Francisco representa 68,3% do valor adicionado. Já Pedra Mole, mesmo sendo o município com menor dependência entre os cinco, nesse ano de 2015, a participação da administração pública no valor adicionado chegou a 81,5%.

PIB per capita

Sergipe alcançou um PIB per capita de R$17.189 em 2015, um incremento de R$ 306,28, em valores nominais, frente a 2014. O PIB per capita é um dos indicadores vinculados ao repasse do Fundo de Participação dos Municípios, das capitais e do Distrito Federal, sua medida é resultante da divisão do PIB pela população residente.

Os municípios com os maiores PIB per capita do estado, em 2015, se localizam próximos uns dos outros, nas regiões da Grande Aracaju e Leste Sergipano, com exceção de Canindé de São Francisco, situado no Alto Sertão Sergipano.

Rosário do Catete, com apenas 10.364 habitantes, pelo terceiro ano consecutivo, registrou o maior PIB per capita do estado, R$ 62.807,36, valor menor que os registrados nos últimos dois anos. O município possui um importante polo industrial no estado, que opera na exploração de petróleo, extração de minerais não metálicos e a fabricação de adubos e fertilizantes.

Canindé de São Francisco, depois de dois anos sem figurar entre os maiores do estado, devido a quedas frequentes na geração de energia elétrica, o

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GEOGRAFIA DE SERGIPE –

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município melhorou a posição em 2015, registrando um valor per capita de R$42.660,00 e passou a ocupar a segunda posição.

O município de Laranjeiras com uma população de 29.130 habitantes registrou um PIB per capita de R$37.841,07, maior valor conquistado pelo município na série, que lhe colocou na terceira posição no ranking estadual.

Divina Pastora obteve um PIB que proporcionou aos seus 4.890 habitantes um montante R$ 35.535 per capita, valor menor que o registrado no ano anterior, que lhe proporcionou a quarta posição entre os maiores.

Carmópolis possui uma população de 15.622 habitantes e nesse ano seu PIB per capita cujo valor chegou a R$ 30.674 também diminuiu em comparação com o ano anterior, determinando ao município a quinta colocação no ranking estadual. Ambos os municípios possuem uma economia baseada, sobretudo na extração de petróleo e gás, cuja produção estadual no ano decresceu sensivelmente.

Dentre os 75 municípios sergipanos, apenas 12 possuem PIB per capita maior que o registrado pelo estado, que em 2015 alcançou o valor de R$17.189. No extremo inferior do ranking estadual os cinco menores valores registrados foram:

Monte Alegre de Sergipe (R$7.087); Ilha das Flores (R$ 7.225); Poço Redondo (R$7.246); Santana do São Francisco (R$7.284) e Cedro de São João (R$7.413) – Tabela 4.

Agropecuária

Os cinco maiores

O agravamento da falta de chuvas no estado foi determinante para a queda de 9,4% na produção agropecuária no ano de 2015. Os cinco municípios que mais contribuíram na produção agropecuária foram: Lagarto, Estância, Itabaiana, Simão Dias e Santa Luzia do Itanhy, que juntos detêm 26,2% do setor primário sergipano ou R$ 455,00 milhões.

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GEOGRAFIA DE SERGIPE –

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O município de Lagarto, o mais importante na agropecuária sergipana, aumentou sua participação no total da produção do setor, com 7,3% do que foi produzido, equivalente a R$126,37milhões. Na agricultura, dentre os principais cultivos do município, apenas a mandioca e o mamão apresentaram desempenho favorável, cresceram 1,1% e 1,7%, respectivamente. Na pecuária, o resultado foi positivo com o crescimento de todos os efetivos, destacando-se os bovinos, com crescimento de 5,5%, e os galináceos, com 24,3%. A produção de leite e de ovos de galinha aumentaram 9,0% e 7,4%, respectivamente. Houve acréscimo também da produção de mel de abelha, de 6,1%.

Em Estância, a agropecuária diminuiu a sua participação de 7,1% para 6,6% do valor adicionado municipal, representando 5,7% da agropecuária estadual, colocando-se logo abaixo do município de Lagarto. Na agricultura, houve redução de cultivo em maior parte das culturas por falta de chuvas, com exceção do coco da baía, que manteve a mesma produção do ano anterior. A laranja, sua principal cultura caiu 23,0%. Na pecuária, houve um aumento no efetivo de bovinos (8,7%), entretanto os demais encolheram.

A agropecuária, que representava 7,5% do valor adicionado de Itabaiana em 2014 passou a 6,9% nesse ano, mas a participação do município na agropecuária estadual fechou o ano em 5,7%, aumentando 0,3 ponto percentual (p.p.) em relação a 2014. A produção de mandioca aumentou 20,3%; amendoim 23,4% e tomate 65,1%; entretanto a batata doce caiu 7,6%. A pecuária do município ganhou uma posição no ranking estadual passando a participar com 2,5%. Em 2014, esse percentual era 2,3%. Os rebanhos elevaram seu efetivo com exceção dos bovinos (-3,4%) e foi menor a produção de origem animal no município.

1 VA: Valor Adicionado. É o Valor que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no seu processo produtivo

Em 2015, a produção agropecuária do município de Simão Dias passou a representar 17,1% do seu valor adicionado, 3,0 p.p. a mais que no ano anterior, e 4,20% na agropecuária estadual, resultado que o fez entrar no ranking dos cincos municípios com maiores Valores Adicionados (VA) do setor. Nesse ano a cultura de milho caiu 7,7%, mas o município ocupou a primeira posição entre os produtores, com uma quantidade produzida de 160.408 toneladas, responsável

Referências

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