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REAP – Da teoria à prática

Clara Lopes, David Cipriano Agência Portuguesa do Ambiente

Preâmbulo

O REAP1 vem introduzir no sistema de licenciamento nacional uma visão integrada e sequencial dos aspectos a acautelar por um produtor que pretende exercer uma actividade pecuária.

Assim, enquadra não só a questão da localização da actividade, exigindo à partida a verificação da compatibilidade do pretendido com os instrumentos de gestão territorial em vigor, como gere por nível de risco a natureza e dimensão das explorações pecuárias. Com este objectivo, organiza a exigência de licenciamento em quatro níveis relacionados aos índices de risco potencial, através da criação das tipologias 1, 2, 3 e detenção caseira, e associa-lhes procedimentos de licenciamento diferenciados que pretendem reflectir de forma transparente e conjunta os requisitos já aplicáveis pelo quadro legislativo em vigor.

Para além dos aspectos gerais acima referidos, o REAP visa a harmonização do licenciamento da actividade pecuária numa perspectiva de contribuir para a sã concorrência do mercado - até à publicação do REAP o quadro regulador distribuía- se em diplomas sub-sectoriais de diferentes origens e preocupações, com algumas espécies não reguladas. A abordagem integrada do licenciamento pretende garantir na licença/título de exploração, a obter pelo produtor, o reflexo do compromisso da Administração Pública quanto ao licenciado, independentemente da área temática a que se refere. A arquitectura do REAP estabelece o compromisso comum (produtor/Administração Pública) da confiança mútua, não prejudicando a responsabilidade do produtor ao que objectivamente se propõe, através do pedido de licenciamento, nem prejudicando as competências dos diferentes serviços da Administração Pública, ao considerar de forma objectiva a sua participação no processo. Ao obter, no final deste procedimento, uma licença/título de exploração, estará o produtor melhor posicionado para competitivamente ultrapassar os bloqueios ao desenvolvimento da sua actividade.

Contudo, a prática do REAP está ainda deficitária (leia-se, não completa) e, naturalmente, tem de ganhar consistência de aplicabilidade mesmo nos factores de referência tidos como bons na sua estruturação. O contributo dos sectores para a sua “afinação” será determinante para o tornar um efectivo instrumento facilitador e de ajuda ao funcionamento do mercado, em respeito às normas vigentes.

A estrutura aplicacional do REAP

O REAP enquadra o licenciamento de todas as actividades pecuárias2, e respectivas actividades complementares, nomeadamente as de gestão dos efluentes pecuários.

A estrutura regulamentar do REAP estabelece em portarias os requisitos para a detenção e produção pecuária por espécie – Bovinos, ovinos e caprinos3 (CAE 01410, CAE 01420 e CAE 01450), Suínos4 (CAE 01460), Aves5 (CAE 01470), Equídeos6 (CAE 01430), Coelhos (CAE 01492) e outras espécies7 (CAE 01440 e

1 Decreto-Lei 214/2008, de 10 de Novembro, com alterações introduzidas pelo Decretos-Lei n.º 316/2009, de 29 de Outubro e n.º 78/2010, de 25 de Junho (REAP).

2 Todas as actividades de reprodução, produção, detenção, comercialização, exposição e outras relativas a animais das espécies pecuárias.

3 Portaria n.º 638/2009, de 9 de Junho.

4 Portaria n.º 636/2009, de 9 de Junho.

5 Portaria n.º 637/2009, de 9 de Junho.

6 Portaria n.º 634/2009, de 9 de Junho.

7 Portaria n.º 635/2009, de 9 de Junho.

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01494), bem como qualquer combinação de actividades pecuárias com diferentes espécies (CAE 01500) – e os requisitos para a gestão dos efluentes pecuários8. Por efluentes pecuários entende-se o estrume e o chorume, sendo que o REAP integra igualmente no controlo da actividade os outros efluentes das actividades pecuárias9.

Assim, a regulamentação em matéria do ambiente encontra-se prevista na arquitectura total do REAP. A portaria para a gestão dos efluentes pecuários não pode ser vista de forma desintegrada da totalidade do quadro regulamentar do REAP, vindo essencialmente colmatar as dúvidas que persistiam quanto à prática legislativa na aplicação simultânea da legislação de sub-produtos não transformados de origem animal e a legislação de resíduos. Vem, igualmente, clarificar os destinos admitidos para os efluentes pecuários (não transformados e transformados) e os requisitos a cumprir quando os mesmos são destinados a valorização agrícola, obrigar o gestor de efluentes pecuários à apresentação dum plano de gestão de efluentes pecuários (PGEP) e definir o seu regime de licenciamento, no quadro do REAP.

A classificação das actividades REAP

Para a gradação do risco, e subsequente gradação da exigência de licenciamento, o REAP estabeleceu como valor de referência a Cabeça Normal (CN)10 e combinou-a com o tipo de sistema de exploração (intensivo ou extensivo).

A CN reflecte um valor de referência há muito utilizado numa perspectiva de dimensionamento de impactes da produção pecuária, a usar como base comum de diálogo: uma tabela de equivalências em CN por espécie e tipo de animal (Tabela N.º 2 do anexo II do REAP) é a actual base de equivalência, estando prevista a sua revisão sempre que o conhecimento científico o justifique. As actuais equivalências para suínos são:

Bácoro (de 7 kg a 20 kg pv)

Porco acabamento (de 20 kg a 110 kg pv) Varrasco

Porca reprodutora (gestação ou lactação)

0,05 0,15 0,30 0,35

A especificação do que se deve entender por sistema intensivo e sistema extensivo é diferente por espécie, verificando-se para bovinos, ovinos, caprinos e equídeos a mesma abordagem que para suínos11 - produção extensiva limitada ao número de CN por hectare, no caso de suínos de 1,4.

O procedimento de licenciamento a respeitar pelo produtor será então, independentemente do tipo de animal que cria, de acordo com o referido na tabela I.

8 Portaria n.º 631/2009, de 9 de Junho.

9 Outros fluxos de poluentes emitidos pelas actividades pecuárias para a água, para o solo ou para o ar.

10 A unidade padrão de equivalência usada para comparar e agregar números de animais de diferentes espécies ou categorias, tendo em consideração a espécie animal, a idade, o peso vivo e a vocação produtiva, relativamente às necessidades alimentares e à produção de efluentes pecuários.

11 Produção extensiva — sistema que utiliza o pastoreio no seu processo produtivo, com um encabeçamento inferior a 1,4 CN/ha ou que desenvolve a actividade pecuária com baixa intensidade produtiva ou baixa densidade animal, in Portaria n.º 636/2009, de 9 de Junho.

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Tabela I: Classificação das Actividades Pecuárias12 CN

Tipo

Bovinos Ovinos/C aprinos Equídeos Suínos Aves Coelhos Procedimento

1 > 260

intensivo Autorização

Prévia

Licença

10 < CN < 260 intensivo 2

> 10 extensivo

Declaração Prévia

3 ≤ 10(*)

todos Registo

Título

Detenção

caseira 1 3 1 2 50 40 S/ procedimento

(*) Para o núcleo de produção da exploração que conduza a enquadramento na classe superior, excepto no caso de entrepostos ou centros de agrupamento para os quais é considerada a capacidade total.

(**) Para a totalidade do efectivo pecuário existente na exploração.

O procedimento de licenciamento a respeitar pelo titular de explorações pecuárias ou de explorações agrícolas, ou por gestores de efluentes pecuários per se, onde sejam desenvolvidas actividades complementares de gestão dos efluentes pecuários, será de acordo com o referido na tabela II.

12 N.º 1 do Artigo 6º e Anexo II do REAP.

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Tabela II: Classificação das Actividades Complementares de Gestão de Efluentes Pecuários13

Capacidade instalada (m3 ou toneladas) Tipo de

Unidades de transformação

de efluentes

pecuários Técnica De compostagem De produção de biogás

Procedimento

> 500 > 100 Autorização

Prévia

Licença

Autónomas (*)

≤ 500 ≤100 Declaração Prévia

Título

Autorização Prévia

Licença

Anexas (**) Procedimento segundo o da exploração onde se inserem, excepto se a inclusão da unidade em

causa conduzir a enquadramento na classe

superior Declaração

Prévia

Título

Quantidade (m3/ano ou toneladas/ano) Tipo de

unidades de valorização

agrícola De efluentes pecuários

De SPOAT (***) ou de fertilizantes com

SPOAT

Procedimento

Explorações Agrícolas

Autónomas (*) > 200 qualquer Declaração

Prévia

Título

Autorização Prévia

Licença

Anexas (**) Procedimento segundo o da exploração onde se inserem

Declaração Prévia

Título

(*) Fora da exploração pecuária

(**) Dentro da exploração pecuária

(***) Produtos derivados de sub-produtos animais transformados

13 N.º 2 do Artigo 6º e Anexo II do REAP.

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Como interferem os regimes específicos ambientais?

Algumas explorações pecuárias com sistemas de produção intensiva podem estar sujeitas aos regimes de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) ou da Prevenção e Controlo Integrado da Poluição14. Assim, a limitação explicitada pelo REAP para os sistemas de produção extensiva contribui para a delimitação da potencial abrangência dos regimes de AIA e de PCIP.

Conforme previsto no REAP, sempre que se trate de licenciamento de exploração que fique enquadrada pelos regimes AIA e/ou PCIP, o procedimento a aplicar é do Tipo 1. As espécies pecuárias e correspondentes limiares de abrangência (em número de animais) nos referidos regimes encontram-se indicadas na tabela III.

Outros tipos de preocupações quanto ao enquadramento ambiental devem ser tidos em conta por parte do produtor:

1. Em primeiro lugar, e para o caso em que a exploração não fique sujeita a AIA, é determinante acautelar os aspectos relativos à localização e ao Regime Jurídico de Urbanização e Edificação. Caso o produtor tenha dúvidas quanto à compatibilidade da sua exploração (existente ou a instalar) com os instrumentos de gestão territorial em vigor, deve obter a informação relevante junto da Câmara Municipal da área de instalação da exploração e, consoante o caso, conformar o seu pedido REAP. Ainda na avaliação de potenciais interferências do exercício da actividade da sua exploração com a localização, deve o produtor avaliar a eventual conflitualidade com o Regulamento Geral do Ruído15 e com o Regime de Prevenção de Acidentes Graves e de Substâncias Perigosas16. Ou seja, caso na exploração existam equipamentos que produzam ruído ou sejam utilizadas substâncias perigosas, tem de ser avaliada a dimensão do potencial efeito e se tal obriga a medidas especiais à localização pretendida.

2. Por outro lado, caso existam na exploração determinados equipamentos onde ocorra combustão, há a necessidade de avaliar o regime a aplicar para o controlo das emissões atmosféricas17. Tal ocorre quando na exploração existem unidades de incineração (ou de co-incineração) para eliminação de cadáveres, instalações de combustão para produção de vapor ou de unidade térmica de tratamento de efluentes pecuários. Caso exista em qualquer destas unidades a prática de incorporação de resíduos na queima, e a mesma seja admitida na conjugação com o bem-estar animal, a exploração ganha o estatuto de Operador de Gestão de Resíduos (OGR) e o seu licenciamento, sempre no quadro REAP, incorporará os elementos necessários à avaliação do exercício da OGR pela correspondente legislação específica18. No caso de existência de instalações de combustão (caldeiras) na exploração que, na sua totalidade, atinjam uma potência térmica instalada superior a 20 MegaWatt, fica a exploração enquadrada no regime do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE)19 e sujeita a controlo específico – também este aspecto é articulado em sede do licenciamento REAP.

3. Quanto à possibilidade da exploração ganhar o estatuto de OGR referido no ponto anterior, em sede REAP ela também pode ocorrer se existir prática de incorporação de resíduos nas unidades de compostagem ou de produção de

14 Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro e Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de Agosto.

15 Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, alterado pelo Decreto-Lei 278/2007, de 21 de Agosto.

16 Decreto-Lei n.º 254/2007, de 24 de Julho.

17 Decreto-Lei 78/2004, de 3 de Abril, alterado pelo Decreto-lei n.º 126/2006, de 3 de Julho.

18 Decreto-Lei n.º 85/2005, de 28 de Abril.

19 Decreto-lei 233/2004, de 14 de Dezembro, alterado pelos Decretos-Lei n.º 243-A/2004, de 31 de Dezembro, n.º 230/2005, de 29 de Dezembro, n.º 72/2006, de 24 de Março e n.º 154/2009, de 6 de Julho.

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biogás existentes na exploração. A biomassa para valorização agrícola20 que possa vir a ser admitida incorporar nestas unidades, não é entendida como resíduo.

4. Por último, caso se trate de exploração que também seja Gestor de Efluentes Pecuários21, fica sujeita à apresentação de Plano de Gestão de Efluentes Pecuários (PGEP). Se neste plano estiver incluída a prática de valorização agrícola de efluentes pecuários22, de SPOAT ou de fertilizantes com SPOAT, têm de ser respeitadas as orientações previstas no Código das Boas Práticas Agrícolas (CBPA). Em qualquer dos casos, as soluções propostas para a gestão dos efluentes pecuários têm de estar em consonância com o regime de utilização dos recursos hídricos, nomeadamente com a obtenção do título de utilização de recursos hídricos (TURH)23 sempre que seja prevista a descarga de águas residuais no domínio hídrico, sujeito a controlo específico – também este aspecto é articulado em sede do licenciamento REAP.

De realçar que, para além do acautelamento das condições de produção, recolha e armazenamento dos efluentes pecuários, é esperado que o PGEP a apresentar no âmbito do licenciamento se constitua como a melhor solução encontrada pelo responsável da exploração, tanto do ponto de vista económico como do ponto de vista ambiental. Assim, no planeamento das soluções todos os destinos permitidos para o encaminhamento dos efluentes pecuários devem ser equacionados. Quando a solução de valorização agrícola é apontada, ela deve ter asseguradas todas as normas técnicas previstas no REAP e no CBPA, nomeadamente a qualidade fertilizante dos efluentes que se propõe aplicar e a adequabilidade da aplicação ao solo e cultura em causa.

20 «Biomassa para valorização agrícola» os produtos que consistem na totalidade ou em parte de uma matéria proveniente da agricultura ou da silvicultura que pode ser utilizada para efeitos de recuperação do teor orgânico, bem como os resíduos a seguir enumerados, quando utilizados como matéria admitida nas actividades complementares de gestão de efluentes pecuários nos termos do REAP: i) Resíduos vegetais provenientes da agricultura e da silvicultura; ii) Resíduos vegetais provenientes da indústria de transformação de produtos alimentares; iii) Resíduos de cortiça; iv) Resíduos de madeira, com excepção daqueles que possam conter compostos orgânicos halogenados ou metais pesados resultantes de tratamento com conservantes ou revestimento, incluindo, em especial, resíduos de madeira provenientes de obras de construção e de demolição;

21 «Gestor de efluentes pecuários» o titular das Actividades Complementares de Gestão de Efluentes Pecuários indicadas na Tabela II.

22 «Valorização agrícola de efluentes pecuários» a aplicação ao solo agrícola dos efluentes pecuários, transformados ou não, com o objectivo de manter ou melhorar a sua fertilidade, devidamente enquadrada num plano de fertilização da exploração agrícola, de forma a promover a nutrição adequada das culturas, tendo ainda em consideração que na sua aplicação devem adoptar-se medidas para minimizar os riscos para o homem, os animais e o ambiente.

23 Decreto-Lei 226-A/2007, de 31 de Maio.

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Tabela III: Enquadramentos dos regimes AIA e PCIP para as Actividades Pecuárias AIA – Avaliação de

Impacte Ambiental (n.º de animais)

PCIP – Prevenção e Controlo Integrados da

Poluição (n.º de animais) Áreas

Sensíveis 250 n.a.

Bovinos

500 n.a.

Porcas

reprodutoras 200 n.a.

Porcos

Áreas Sensíveis

750 com mais de 45

kg n.a.

Porcas reprodutoras 400 750

Suínos

Porcos 3.000 com mais de

45 kg 2.000 com mais de 30 kg Áreas

Sensíveis 20.000 n.a.

Aves

40.000 40.000

O que têm de fazer as explorações existentes e em que prazos?

Para conformar a totalidade do efectivo pecuário ao novo regime, foram estabelecidas pelo REAP regras próprias para as explorações existentes, com a criação de regimes excepcionais de reclassificação e de regularização.

Até 31 de Março de 2011 e com vista à reclassificação nos termos do REAP, as explorações com título válido até 10 de Fevereiro de 2009 terão de submeter, à entidade coordenadora24, um pedido para a actualização do registo da exploração e do cadastro. Até 30 de Setembro de 2011 têm de apresentar o PGEP.

Até 31 de Dezembro de 2010 e com vista à regularização nos termos do REAP, as explorações existentes25 sem título, ou sem título válido ou actualizado, terão de submeter à DRAP um pedido com os elementos listados na secção IV do anexo III.

Até 30 de Junho de 2011 têm de apresentar o PGEP.

A transferência dos processos em curso, e subsequentes elementos adicionais necessários completar por razões da entrada em vigor do REAP, serão da iniciativa da respectiva DRAP.

No que se refere à adaptabilidade das explorações ao REAP, e especialmente para o sector da suinicultura, alerta-se para o previsto na portaria para a gestão dos efluentes pecuários26 quanto ao período de transição até ao cumprimento dos

24 DRAP - Direcção Regional da Agricultura e das Pescas da área de localização da exploração

25 Explorações com actividades pecuárias que, em 10 de Novembro de 2008, possuíssem animais das espécies pecuárias ou que, apesar de temporariamente sem actividade, demonstrem que esta foi desenvolvida no período dos seis meses anteriores àquela data.

26 Nºs 4 a 12 do Artigo 6º da Portaria n.º 631/2009, de 9 de Junho.

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requisitos mínimos previstos no regime de utilização dos recursos hídricos.

Concretamente, com a revogação da Portaria n.º 810/90, de 10 de Setembro, os Valores Limite de Emissão (VLE) até à data admitidos têm de ser revistos e conformados com a legislação em vigor em matéria de recursos hídricos. Esta revisão tem de ser alcançada por todas as explorações até 31 de Dezembro de 2011.

A aplicação do REAP

Os instrumentos previstos no REAP para a harmonização da sua aplicação assentam na administração electrónica do regime27, a produção de normas técnicas harmonizadas dentro da Administração Pública28 e um acompanhamento próximo pela Comissão de Acompanhamento do Licenciamento das Actividades Pecuárias (CALAP)29.

A administração electrónica do REAP está prevista ser desenvolvida sobre o SNIRA, numa perspectiva de simplificação administrativa robusta. Até à data o site oficial do REAP está alojado no site do Gabinete de Planeamento e Políticas (GPP) através do link http://www.gppaa.min-agricultura.pt/RegActividade/. Neste sítio está disponível o Simulador REAP que serve de ajuda aos enquadramentos de licenciamento das explorações pecuárias, bem como os Formulários a ter em conta para a instrução dos respectivos pedidos de licenciamento.

As normas técnicas a ter em conta, para além do já previsto através das portarias sectoriais acima referidas, são as disponibilizadas através do link http://www.gppaa.min-agricultura.pt/RegActividade/. A actualização permanente destas normas está consignada no REAP.

Na CALAP as actividades pecuárias estão representadas pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e pela Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL (CONFAGRI). Esta Comissão iniciou os seus trabalhos em 17 de Fevereiro pp.

Considerações Finais

O REAP propõe-se a contribuir para a simplificação do licenciamento das actividades pecuárias, através duma resposta pronta e eficaz às necessidades dos cidadãos e das empresas que contribua para a qualidade e competitividade da produção pecuária nacional, segmento fulcral da política de desenvolvimento agro-pecuário do País.

A Estratégia Nacional para os Efluentes Agro-Pecuários e Agro-Industriais (ENEAPAI) que enquadra os auxílios estatais a conceder no âmbito do PRODER e do QREN (2008-2013), podem constituir-se como instrumento adicional de suporte à implementação do REAP.

A Estratégia 2020 da Comissão Europeia30 vem reforçar a necessidade de, no novo panorama económico, dirigir todos os esforços no sentido de actuações concertadas em direcção a um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. É este o desafio que se nos põe.

27 Artigo 12º do REAP.

28 N.º 5 do Artigo 8º, n.º 5 do Artigo 10º e Artigo 13º do REAP.

29 Artigo 77º do REAP e Despacho SEFDR n.º 3007/2010, de 16 de Fevereiro.

30 COM (2010) 2020 final, de 3 de Março.

Referências

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