INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS ENGENHARIA E TECNOLOGIA ESPACIAIS
MECÂNICA ESPACIAL E CONTROLE – MESTRADO
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Seminário de Dinâmica Orbital I – CMC-203-0 Prof. Dr. Mário César Ricci
André Guilherme da Silva Tavares Registro: 82120
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
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Programação: • Motivação • Teoria associada •Exemplo unidimensional • Vantagens e desvantagens •Convergência • Demonstração prática • Referências
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
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Motivação
O Método dos Elementos Finitos (MEF) surgiu na área da indústria aeroespacial no começo da década de 50 como uma poderosa ferramenta numérica para a solução de problemas matemáticos da Engenharia e da Física.
Ele possibilita a solução de Equações Diferenciais (ou sistemas de Equações
Diferenciais) e sua abrangência é bastante ampla, cobrindo desde a análise de vibração simples de uma estrutura até os geradores nucleares, passando por diversas áreas, como a mecânica dos fluidos, dentre diversas outras. E não está limitado a estes exemplos, há inúmeras outras
aplicações para este método.
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Método dos elementos finitos
Método dos elementos finitos
Teoria associada
O conceito mais fundamental do MEF é que “toda função contínua, seja ela de
temperatura, pressão ou deslocamento, pode ser aproximada por um modelo composto de um conjunto de funções contínuas (dentro de um certo intervalo) definidas sobre um número finitos de subdomínios”[1].
A situação mais comum é quando desconhecemos o valor da função contínua e queremos saber o quanto ela vale em certos pontos dentro de uma determinada região.
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
1) Um número finito de pontos é identificado no domínio. Estes pontos são chamados Pontos Nodais ou Nós.
2) O valor da função em cada nó é definido como uma variável a ser determinada.
3) O domínio é dividido em subdomínios, chamados "elementos ". Estes elementos estão conectados pelos nós comuns e juntos aproximam a forma do domínio.
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
O exemplo unidimensional mais simples desta construção é relacionado à
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
A construção do modelo discreto segue as etapas mencionadas anteriormente.
1) 5 pontos ao longo do eixo x são identificados e nomeados (a). Estes pontos são os nós, que não precisam necessariamente serem eqüidistantes.
Mais que 5 pontos poderiam ser identificados, mas neste exemplo, 5 pontos são o suficiente para demonstrar os conceitos.
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
Os polinômios dos elementos são definidos usando as variáveis T(x) de cada nó. Se subdividirmos o domínio em quatro elementos, haverá dois nós por linha.
4) A aproximação final de T(x) irá consistir de 4 funções lineares contínuas no intervalo entre os seus nós. Cada função é definida sobre um único elemento.
Notamos que a divisão do domínio em dois elementos faz com que as funções associadas aos elementos sejam de ordem quadrática (figura anterior). Tais funções constituem uma
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
Os valores nodais de T(x) devem então ser ajustados a providenciar a melhor aproximação da distribuição da temperatura ao longo da barra.
Este ajuste é feito por meio da minimização de alguma quantidade associada ao problema físico em questão.
A minimização produz um conjunto de equações algébricas lineares que podem ser solucionadas para os valores nodais de T(x) (que são as variáveis do problema).
O conceito básico do MEF é também aplicável a domínios bidimensionais e tridimensionais.
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
As funções dos elementos passam a ser planos ou superfícies curvas (figuras abaixo).
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
Um número excessivo de nós sendo utilizados também permite que os elementos tenham fronteiras curvas.
A aproximação final da função contínua bidimensional Φ (x,y) é um conjunto de superfícies contínuas dentro dos seus intervalos. Cada qual definida dentro de um elemento utilizando os valores de Φ (x,y) nos pontos nodais.
A habilidade de separar um elemento típico de um conjunto de elementos para o propósito de definir a função do elemento é um aspecto importante no MEF.
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação) Discretização de um domínio
A discretização do domínio não tem uma regra teórica, depende do “feeling” de quem está solucionando o problema. A má escolha dos pontos nodais irá produzir resultados
incertos, uma vez que as etapas seguintes do processo dependem desta primeira.
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação) Regras gerais para a discretização de um domínio contínuo 1) Tipos de elementos finitos
Elementos unidimensionais
O caso mais simples possui dois pontos nodais (a), um em cada extremidade do elemento.
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Teoria associada (continuação) Elementos bidimensionais
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Teoria associada (continuação) Elementos tridimensionais
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Teoria associada (continuação) A divisão do domínio em elementos
A divisão do domínio deve ter início com a divisão do meio contínuo em regiões, que serão depois divididas em elementos.
As subdivisões em regiões devem acontecer onde houver mudança na geometria, nas propriedades físicas do meio ou ambos os casos.
Após a divisão em regiões, acontece a divisão de cada região em elementos. Para o caso de uma região triangular, haverá (n-1)² elementos nesta região, sendo n o número de nós
identificados na lateral da região.
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação) Nomeando os pontos nodais
A nomenclatura não pode ser feita sem uma prévia análise, pois o esforço computacional depende da numeração dos nós.
O conjunto de equações lineares obtido com a utilização do MEF tem um grande número de coeficientes nulos. Quando as equações estão na forma matricial, vê-se que alguns destes
e também alguns não nulos ficam entre uma faixa limitada por duas linhas paralelas à diagonal principal.
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Teoria associada (continuação)
É interessante, com relação à redução do esforço computacional, que esta faixa seja o mais estreita possível.
A faixa, B, é calculada usando:
B = (R+1) NDOF
onde, R é a maior diferença entre os números dos nós em um mesmo elemento da malha e NDOF é o número de graus de liberdade desconhecidos de cada nó. A minimização de B
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Teoria associada (continuação)
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Teoria associada (continuação) Interpolação polinomial linear
Como visto na definição do conceito fundamental do MEF, a solução é aproximada por um conjunto de funções.
A forma mais comum destas funções são polinômios. A ordem destes polinômios depende do número de itens conhecidos sobre a função objetivo em cada ponto nodal de cada elemento.
Os elementos finitos são classificados em três grupos, de acordo com a ordem do polinômio associado a ele. Estes grupos são: “Simplex, Complex e Multiplex”.
Os elementos Simplex têm uma aproximação polinomial que consiste de um termo
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Teoria associada (continuação) O polinômio
Φ = α1 + α2x + α3y
é a função Simplex de um elemento triangular bidimensional, uma vez que o polinômio é linear em x e y e contém três coeficientes, já que o triângulo possui três nós.
Os elementos Complex utilizam funções polinomiais compostas por um termo
constante e por termos lineares, além dos termos de segunda, terceira e quantas ordens mais forem necessárias.
Os elementos Complex têm a mesma forma que os elementos Simplex. No entanto, possuem pontos nodais adicionais nas fronteiras e podem também ter nós internos.
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
O polinômio interpolador para elementos Complex bidimensionais triangulares tem a forma:
Φ = α1 + α2x + α3y + α4x² + α5xy + α6y²
esta equação tem seis coeficientes; então o elemento deve ter seis pontos nós. Isto também é percebido pela presença de termos de segunda ordem. (segunda ordem implica o dobro de nós; terceira ordem implica o triplo, etc).
Os elementos Multiplex também usam polinômios contendo termos de ordem superior, mas as fronteiras do elemento devem ser paralelas aos eixos de coordenadas para executar a
condição de continuidade entre os elementos. As fronteiras dos elementos Simplex e Complex não estão sujeitas à esta restrição.
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Teoria associada (continuação) Elementos Simplex unidimensionais
Os elementos Simplex unidimensionais são segmentos de reta com comprimento L e dois pontos nodais, um em cada extremidade. Os nós são referenciados por i e j e os valores nodais por Φi e Φj.
A origem do sistema de coordenadas é fora do elemento. A função polinomial para uma quantidade escalar Φ é:
Φ = α1 + α2x
Os coeficientes α1 e α2 podem ser determinados utilizando as condições nodais: Φ = Φi quando x = Xi e também Φ = Φj quando x = Xj
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
Estas duas condições nodais resultam no par de equações
Φi = α1 + α2Xi Φj = α1 + α2Xj
que pode ser solucionado por: α1 = ΦiXj – ΦjXi
L α2 = Φj – Φi
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Método dos elementos finitos
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Teoria associada (continuação)
Substituindo os valores de α1 e α2 na equação original, temos
que pode ser rearranjado em:
As funções lineares de x acima são chamadas de funções interpoladoras. Estas funções são indicadas por aí como N, com um índice associado ao nó ao qual elas pertencem.
No caso acima, as funções interpoladoras são:
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A equação final, contendo as funções interpoladoras, pode ser escrita na forma matricial: Φ = NiΦi + NjΦj = [N] {Φ}
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Exemplo unidimensional
Exemplo: Um elemento Simplex unidimensional foi usado para aproximar a distribuição de temperatura em uma barra. A solução indica que a temperatura nos nós i e j são 120º e 90º,
respectivamente. Determine a temperatura a um ponto 4cm distante da origem e o gradiente de temperatura dentro do elemento. Os nós i e j estão localizados a 1.5cm e 6cm da origem.
A temperatura T é dada por:
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Exemplo unidimensional (continuação)
O gradiente de temperatura é obtido por: dT = -1 Ti + 1 Tj = 1 (Tj – Ti)
dx L L L
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Convergência
O MEF irá convergir na direção da solução correta à medida em que o tamanho dos elementos forem diminuindo, de modo que os valores das funções polinomiais gerem um valor constante ao longo dos elementos quando os valores nodais forem numericamente constantes.
A existência de um valor constante também implica no desaparecimento do
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Vantagens e desvantagens
O MEF tem sido amplamente utilizado em todos os problemas físicos que são
governados por equações diferenciais. Diversas vantagens apresentadas na utilização deste método têm contribuído com o aumento da sua utilização.
Algumas das principais vantagens são:
• As propriedades dos materiais não precisam ser necessariamente as mesmas em elementos adjacentes, o que possibilita a utilização de corpos compostos por diversos materiais.
• Fronteiras irregulares podem ser aproximadas usando elementos com lados estreitos ou representadas com exatidão utilizando elementos com fronteiras curvas.
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Vantagens e desvantagens (continuação)
A principal desvantagem da utilização do MEF é relacionada à necessidade de programas de computador e facilidades computacionais.
Além da necessidade de um computador, o método necessita de uma grande quantidade de memória para a solução de grandes problemas complicados.
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Implementação prática
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Referências
• [1] SEGERLIND; Larry. J., “Applied Finite Element Analysis” – John Wiley & Sons, New York, 1976. ISBN: 0-471-77440-5
• [2] RIBEIRO; Fernando L. B., “Introdução ao método dos elementos finitos” COPPE/UFRJ – Notas de aulas do Programa de Engenharia Civil, 2003.
• [3] PILCHOWSKI; Hans-Ulrich, “Estudo da solução numérica de alguns problemas de difusão, usando o método de elementos finitos” – INPE-3003-TDL/154, Tese de doutorado em Ciência Espacial, 1984.
• [4] AZEVEDO; Álvaro F. M., “Método dos elementos finitos” – Faculdade de Engenharia da Universidade de Porto – Portugual, 1ª edição, 2003.