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Estudo de atividade citotóxica e inibição do ciclo celular de novos compostos a base de ouro.

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Academic year: 2021

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Revisado pela Orientadora Professora Doutora Elisângela de Paula Silveira-Lacerda

Estudo de atividade citotóxica e inibição do ciclo celular de novos compostos a base de ouro.

Paula Roberta NUNES1, Elisângela de Paula SILVEIRA-LACERDA1. Hellen Karine Paes PORTO1, Flávia de Castro PEREIRA1

1

Laboratório de Genética Molecular e Citogenética, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás - UFG, Goiânia, Goiás, Brasil;

*e-mail: silveiralacerda@gmail.com

1.0. Introdução

Complexos de metais de transição têm sido o principal foco de vários grupos de pesquisa, devido ao seu potencial terapêutico e a ação biológica1,2. Complexos a base de ouro vem sendo utilizados há muitas décadas para o tratamento de artrite reumatóide, atividade antitumoral, atividade anti-HIV, malária e bronquite asmática3,4,5,6,7,8,9.

A auranofina é uma droga utilizada para a terapia artrite reumatóide desde os anos 7010. Na década de 80 observaram que a auranofina aumentou o período de vida de ratos portadores de leucemia P388 em comparação com a cisplatina11,12. Testes citotóxicos in vitro com complexos de ouro foram realizados frentes a linhagens murinas P815, B16 e P388 visando encontrar compostos com valores de IC50 que pudessem ser comparados com os resultados de compostos a base de

cisplatina13.

As fluoroquinolonas são uma importante classe de antibióticos sintéticos com ação contra bactérias Gram-positiva e Gram-negativa14. A complexação de metais as fluoroquinolonas aumenta suas atividades biológicas15. O objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade citotóxica e apoptótica dos complexos de Au(III) ligado a fluoroquinolonas frente as linhagens de células tumorais e normais.

2.0. Material e Métodos

2.1. Linhagens celulares e manutenção do cultivo celular

Utilizou-se as linhagens tumorais estabelecidas A20 (Linfoma murino), B16-F10 (Melanoma murino), K562 (Leucemia mielóide humana) e como células normais (controle), utilizou a linhagem estabelecida MCR-5 (fibroblasto de pulmão humano) e L919 (Fibroblasto de pulmão murino). As linhagens celulares foram mantidas em cultura a 37ºC, 5% CO2 em meio RPMI 1640 ou DMEM suplementado com 10% de

soro fetal bovino e antibióticos segundo protocolo estabelecido pela American Type

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2.2. Ensaio de viabilidade celular por Ensaio de MTT

As células foram semeadas em placas de 96 poços. No dia seguinte, concentrações crescentes (0,2 a 200µM) de drogas foram adicionadas, incubando-se a incubando-seguir por 48 horas em incubadora com 5% de CO2 e a 37ºC. Ao final do

período adiciona-se a solução de MTT, deixando-se em incubação por 5 horas, para metabolização do reagente. A solubilização do reagente formazan foi feita com SDS. A quantificação de densidade óptica (DO) foi medida por espectrofotômetro O valor de IC50 foi determinada por meio da curva dose resposta utilizando o programa

estatístico GraphPad Prism 4.02 (GraphPad Software, San Diego, CA, USA).

2.2. Citometria de fluxo: Avaliação das fases do ciclo celular.

Células tratadas e células controle mantidas em cultura líquida foram lavadas com tampão PBS com EDTA e fixadas em 1% de etanol gelado a 70%, sendo posteriormente tratadas com RNAse por 30 minutos e em seguida coradas com 5µg/mL de solução corante de iodeto de propídeo. Após o período de incubação, a intensidade da fluorescência foi determinada através de citometria de fluxo quantitativa, utilizando o Citômetro de Fluxo FACS Callibur (Becton Dickinson®, San José, CA).

2.4. Eletroforese em gel de Agarose

Para o ensaio de extração de DNA em gel de agarose as células de linhagens tumorais e normais foram incubadas com diferentes concentrações dos compostos em estudo por 48 h, incubados na estufa com 5% de CO2 e a 37ºC. As células

foram retiradas do tratamento e centrifugadas e lavadas com PBS seguindo o protocolo de Sambrook, 2001. O DNA foi transferido para um gel de agarose, que foi submetido a eletroforese. O DNA foi visualizado através de transiluminação por ultravioleta, após a coloração por brometo de etídio utilizando um sistema de imageamento Omega® (UltraLum Inc. Claremont, CA, EUA).

2.5. Análise estatística

Para comparação entre os grupos tratados e controle foi utilizado Anova segundo um único critério e pós-teste Dunnet’s (software GraphPad Prism V4). Como grau de significância de 95% (p<0.05).

3.0. Resultados

3.1. Ensaio de viabilidade celular por de MTT

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apresentou uma IC50 de 181µM frente à linhagem sadia L919 e 52,8µM para a

linhagem sadia MRC-5 e para a linhagem B16-F10 a IC50 foi de 28,8µM, ou seja,

quase duas vezes menor que a da MRC-5. Para as linhagens K562 e A20, a IC50 foi

de 50 e 48,9µM, respectivamente. Esses valores encontrados não foram estatisticamente significativos quando comparados com a linhagem sadia MRC-5, no entanto para a linhagem L919 a IC50 foi estatisticamente significativa, visto que elas

são três vezes menor que o da linhagem sadia como pode ser observado na tabela 1. O AuN apresentou uma IC50 de 79,2 µM para linhagem sadia L919 e IC50 de

65,1µM para MRC-5. As linhagens B16-F10 e A20 apresentaram uma IC50 de 26,6 e

24,9µM, respectivamente, menor que metade da concentração inibitória da linhagem MRC-5 e L919. Para a linhagem K562 a IC50 foi de 55µM. O composto AuS

apresentou uma IC50 104µM para a linhagem sadia MRC-5 e um IC50 de 65,1µM

para a linhagem L919. Já para as linhagens tumorais o composto apresentou uma maior atividade inibitória frente às linhagens B16-F10 e A20 cuja IC50 são 45 e

48,3µM, respectivamente. Testes feitos com os ligantes isolados mostraram que eles não apresentaram atividade significativa (>200 µM), mostrando que a ação deles é intensificada na presença do ouro.

Tabela 1 – Concentrações inibitória (IC50) dos compostos de ouro frente a linhagens tumorais e sadia.

Complexos IC50 (µM) MRC-5 L919 B16-F10 A20 K562 Au Levo 52,8 181 28,8 48,9 50 Au Nor 65,1 79,2 26,6 24,9 55 Au Spar 104 65,1 45 48,3 61,2 3.2. Ciclo celular

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concentrações, (1) Lader , (2) Controle negativo, (3) AuS 30µM, (4) AuS 45µM e (5) AuS 100µM.

4.0. Conclusão

Nesse estudo, dentre os compostos estudados, o composto AuS demonstrou uma melhor atividade citotóxica frente às células tumorais e sadia e capacidade de parada no ciclo celular na fase G1 frente a linhagem tumoral B16-F10. No entanto, o composto não demonstrou padrão de banda para apoptose no teste de eletroforese em gel de agarose para a célula B16-F10, mostrando-se a necessidade de outros testes para a comprovação do mecanismo de morte celular.

5.0. Referências Bibliográficas

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