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Quím. Nova vol.23 número2

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Academic year: 2018

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QUÍMICA NOVA, 23(1) (2000) 291 Publicamos abaixo a carta recebida do Prof. Ivan P. de Arruda

Campos, referente ao artigo de Rocha-Filho e Chagas, publicado em Química Nova 1999, 22 p. 769 e a seguir, a resposta dos autores:

PNICTOGÊNIOS

Com referência ao artigo: “Sobre os Nomes dos Elementos Químicos, ...”,1 gostaria inicialmente de louvar publicamente aos autores por suas considerações no que tange ao Vocabulá-rio Ortográfico. Indubitavelmente essa é a única postura sus-tentável a esse respeito.

Por outro lado, cabe comentar o caso do nome coletivo para os elementos do grupo 15. Apesar de não ter sido (ainda) san-cionado pela IUPAC, acredito que ele tenha vindo para ficar. Mesmo em inglês, “pnicogen” é um neologismo bastardo, cuja forma correta tem de ser “pnictogen”, pois se trata de um derivado de πνικτος (estrangulado, com três abonações nos Evangelhos2 em grego) e não diretamente de πνιγω (estrangu-lar, sufocar). Nesse aspecto o nome é mais diretamente relaci-onado a Stickstoff (literalmente: o que sufoca ou asfixia, nome alemão para nitrogênio, tanto o elemento como a substância simples) do que diretamente ao Azoto de Lavoisier, ainda que aquele seja nada mais que uma tradução algo interpretativa deste... Esta opinião parece ser compartilhada por muitos mem-bros da comunidade, visto que uma busca que realizei em 20/09/99 no Science Citation Index3 (1973-1999) retornou 112 ocorrências para “pnictogen or pnictide or pnictogenide” versus

31 ocorrências para “pnicogen or pnicide or pnicogenide”. Efetivamente, quando aportuguesado, “pnicogênio(s)” con-tém um cacófato inaceitável, mas isto se resolve caso se adote a forma mais justificável “pnictogênio(s)”.

Cabe ressaltar que esta posição não será esvaziada pela fu-tura entrada em vigor do Acordo Ortográfico da Língua Portu-guesa de 1990 (que deveria ter ocorrido em 1994, mas ainda não se deu por não se terem cumprido os pré-requisitos enun-ciados em seu preâmbulo4) pois, em sua Base IV, § 1o., Item a, esta legisla: “Conservam-se [as seqüências consonânticas cc, , ct, pc,e pt] nos casos em que são invariavelmente

pro-feridas nas pronúncias cultas da língua: compacto, ..., convic-to, ..., pacto, ...”. É o caso, assim como também o é em

“pectizar” e seu antônimo “peptizar” (ademais “petizar” signi-fica tornar petiz...), bem como em “ótica” e “óptica”. Quanto à seqüência consonântica pn, esta será sempre conservada, na

medida em que, sobre ela, a Reforma cala.

Por fim, gostaria de observar que a forma “Metais Alcalino-Terrosos”, parece-me mas fiel ao sentido de “Alkaline Earth Metals”, além de consagrada pelo uso5 no País. Assim, não compreendo o porquê de se propor a alternativa “Metais Alca-linos Terrosos”.

CARTA AO EDITOR

REFERÊNCIAS

1. Rocha-Filho, R. C.; Chagas, A. P. ; Quim. Nova 1999, 22, 769.

2. —, Evangelhos; Atos dos Apóstolos 15, 20; 15, 29 e 21,

25.

3. —, Science Citation Index Expanded In Web of Science

[http://webofscience.fapesp.br]; ISI.

4. Estrela, E.; A Questão Ortográfica, Editorial Notícias, Lis-boa, ca. 1993, p. 205.

5. Pauling, L.; Química Geral, Ao Livro Técnico, RJ, 1969, vol. 1, cap. 6, p. 138.

Prof. Dr. Ivan P. de Arruda Campos ICET-UNIP Av. Alphaville 3500, 06400-000 Santana de Parnaíba - SP e-mail: ipdacamp@iq.usp.br

Resposta à Carta ao Editor de Química Nova

São Carlos e Campinas, 1º de dezembro de 1999 Prof. Dr. Ivan P. de Arruda Campos

Agradecemos a atenção e as observações do prezado colega. Sua sugestão para a forma "pnictogênio" em lugar de "pnicogênio" é muito boa. Entretanto, com relação ao uso deste termo, mencionamos no artigo que "felizmente não foi aprovado". Nosso comentário foi devido ao fato de ser ape-nas um nome a mais e que não acrescenta nada. O espírito das regras da IUPAC é racionalizar para simplificar, respei-tando a tradição.

De fato, o colega tem razão quanto à presença do hífem em

metais alcalino-terrosos (e não "metais Alcalinos-Terrosos" [sic]). Como a denominação metais terrosos praticamente não é mais usada, justifica-se a ausência do hífen. Porém, implici-tamente, ela existe e alcalino-terroso é um novo nome, confor-me as regras do Vocabulário Ortográfico. No entanto não cre-mos que a forma metais alcalinos terrosos seja uma contraven-ção gramatical.

Mais uma vez agradecemos sua valiosa colaboração.

Romeu C. Rocha-Filho Departamento de Química, Universidade Federal de São Carlos, CP 676, 13560-970 - São Carlos - SP romeu@dq.ufscar.br

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