O ESTUDO DO TEMA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA NO BRASIL:
tendências e perspectivas na área de Ciência da Informação.
Suzana Pinheiro Machado Mueller
Doutora em Ciência da Informação
Universidade de Brasília
Grupo de trabalho 7 - Produção e Comunicação da Informação em Ciência Tecnologia & Inovação
O ESTUDO DO TEMA COMUNICAÇÃO
CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA NO BRASIL:
tendências e perspectivas na área de Ciência da Informação.
THE STUDY OF SCIENTIFIC AND TECHNOLOGICAL INFORMATION IN
BRAZIL: trends and perspectives in Information Science – a review of the literature.
RESUMO
Estudos sobre comunicação científica e tecnológica publicados na literatura brasileira recente da
Ciência da Informação são examinados, na tentativa de identificar temas freqüentes e métodos
adotados, tendências teóricas e preocupações emergentes. Foram examinados artigos publicados
em seis revistas da área de Ciência da Informação -Ciência da Informação, DataGramaZero,
Encontros Bibli: Revista de Biblioteconomia e CI, Informação & Sociedade: Estudos,
Perspectivas em Ciência da Informação e Transinformação, no período entre 2000 e julho de
2008. Resultados indicam predominância de estudos baseados no periódico e artigo científico
em suas várias facetas, e de textos discursivos, discussões conceituais e reflexões e relatos.
Técnicas bibliométricas predominam nos estudos quantitativos dos documentos. Ainda é baixa a
incidência de pesquisas que empregam metodologias mistas, quantitativas e qualitativas. Ainda
que não explícita, percebe-se a predominância da visão mertoniana da ciência nos estudos da
área. Extrapolando o universo estudado, sugerem-se como temas com potencial de crescimento
a questão do acesso aberto, do aprimoramento de indicadores para a gestão científica, da
informação tecnológica para empresas e a popularização do conhecimento científico, e do
emprego de métodos de pesquisa qualitativos ou mistos.
PALAVRAS-CHAVE: comunicação científica e tecnológica na literatura brasileira; pesquisa
brasileira em comunicação científica
ABSTRACT
Review of articles on communication of scientific and technological information, published in
the Brazilian literature of Information Science between 2000-July 2008. The aim is to identify
most studied topics and methodologies most frequently adopted, theoretical trends and
emerging concerns. Results point to the periodical and its manifold aspects as the most studied
object, and to descriptive papers as the most common format. Quantitative research using
bibliometric approaches are also frequent. Mixed methodologies, employing both quantitative
and qualitative methods are present but few. Even if not explicit, the Mertonian view of science
seems to be dominant, but other approaches could be emerging in some qualitative research.
Extrapolating for the texts examined, speculations about the future point to open access, better
science indicators, technological information for industries and popularization of scientific
knowledge and mixed methodologies potential developments.
Introdução
Os grupos de trabalho da ANCIB, sociedade científica da área de Ciência da Informação
brasileira, pretendem reunir os estudiosos da Ciência da Informação que se interessam
por um mesmo tema. Em cada Enancib, como são chamados os encontros da ANCIB,
os grupos de trabalho organizam sessões de apresentação de pesquisas, mas que
necessariamente são poucas em número, pois há limitações de tempo e espaço. Tais
pesquisas são ainda condicionadas ao direcionamento temático estabelecido para cada
Encontro. Seria arriscado tentar visualizar o interesse que os grupos representam
baseando-se apenas nessas pesquisas selecionadas a cada ano. Para se ter uma visão
mais abrangente dos interesses que cada grupo de trabalho representa, parece mais
adequado examinar artigos publicados nas revistas da área, nas quais a comunidade de
pesquisadores faz as publicações. Essa é a intenção deste artigo, que tem como
interesse o Grupo de Trabalho -7 da ANCIB cujo título-tema é Produção e
Comunicação da Informação em Ciência, Tecnologia e Inovação.
Que temas são tratados, que problemas estudados nos textos publicados nas revistas de
Ciência da Informação, que poderiam ser classificados no GT-7? Que temas
predominam? É possível perceber metodologias e bases teóricas? Este artigo pretende
buscar respostas a essas perguntas revisando a literatura periódica brasileira publicada
entre os anos de 2000 e 2008 (julho) em seis periódicos da área de Ciência da
Informação. A intenção é identificar as principais tendências temáticas de artigos
recentemente publicados em periódicos nacionais, no intuito de notar ênfases atuais e
tendências futuras. Os periódicos selecionados são todos classificados como QUALIS A
na lista da CAPES para a área de Ciência Sociais Aplicadas. São eles:
Ciência da Informação - editada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia - IBICT (ISSN 0100-1965). Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php/script_sci_serial/pid_0100-1965/lng_en/nrm_iso.
Foram examinados: volumes v. 9, n. 1, 2000 a v. 26, n1, 2007.
DataGramaZero - de propriedade do IASI - Instituto de Adaptação e Inserção na
Sociedade da Informação, organização não-governamental, (ISSN 1571-3801).
Disponível em: http://www.dgz.org.br/dez05/F_I_art.htm. Foram examinados: v. 1, n. 1
abril 2000 a v.9, n. 3, junho 2008.
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/eb/issue/archive. Foram examinados: v. 5, n.
10, 2000 a v. Especial do primeiro semestre de 2008: Métricas da informação na
contemporaneidade.
Informação & Sociedade: Estudos - editada pela Universidade Federal da Paraíba -
UFPb (ISSN 0104-0146) 138. Disponível em:
http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/issue/archive
. Foram examinados: v. 10, n.1,
2000 a v. 18, n.1, 2008.
Perspectivas em Ciência da Informação - editada para Escola de Ciência da Informação
- ECI - da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (ISSN 1413-9936).
Disponível em:
http://www.eci.ufmg.br/pcionline/index.php/pci/issue/archive
. Foram
examinados v.5 n. 1, 2000 a v. 13, n.1 2008.
Transinformação
1- publicada pela PUC-Campinas (ISSN 0103-3786). Disponível em:
http://revistas.puc-campinas.edu.br/transinfo/index.php
. Foram examinados v.14, n. 2,
2002 a v. 20, n.1 2008
Este texto está organizado em quatro seções que se seguem a esta introdução. A seção
Procedimentos relata as atividades que foram realizadas para o levantamento dos dados,
análise e inferências. A seguir, os resultados são relatados, apresentando-se grupos de
artigos reunidos segundo assuntos sobre os quais versam. Na seção seguinte, faz-se um
comentário geral sobre metodologias adotadas nos estudos e orientações teóricas
percebidas. A seguir, propõe-se um esquema para visualização teórico temática dos
textos. Na última seção, Conclusões e Perspectivas, são feitos alguns comentários finais.
As referências incluem os trabalhos especificamente citados no texto, mas foi acrescida
uma listagem adicional de todos os textos selecionados, ainda que não diretamente
citados.
PROCEDIMENTOS
O trabalho se constituiu de levantamento minucioso realizado nos periódicos listados
acima. A identificação de artigos potencialmente pertinentes foi feita nos sites de cada
periódico, por meio do título, resumo e palavras-chave e, não raro, leitura dos textos. O
objetivo imediato era anotar palavras-chave que representassem temas significativos e
que permitissem agregação. Em vários casos, no entanto, tanto o resumo quanto as
palavras-chave se mostraram inadequados para a finalidade desta revisão, por serem
1
muito genéricos ou até mesmo inapropriados ao conteúdo que representavam. Nesses
casos, a identificação dos tópicos foi buscada no texto do artigo. O levantamento
permitiu a construção de planilhas com a identificação dos artigos, palavras-chave,
metodologias ou formatos, e observação sobre resultados e conclusões, que então
serviram de base para a análise. As palavras-chave nem sempre foram as encontradas os
textos, mas atribuídas após a leitura. Constantes consultas aos textos foram necessárias
para refinar a seleção e situar os artigos em grupos temáticos. De acordo com seu
assunto, um mesmo artigo poderia ser incluído em vários grupos, pois dificilmente um
autor se restringe a apenas um aspecto, como demonstram as palavras-chave que são
atribuídas a cada texto. Apesar do cuidado em manter as ênfases dadas pelos autores de
cada texto, é preciso reconhecer que o trabalho final reflete a interpretação pessoal da
autora desta revisão.
Os seis periódicos selecionados publicaram 1149 textos no período considerado
(2000-julho 2008), aí incluídos artigos, relatos de experiência, revisões de literatura e outros
textos cuja classificação varia de periódico para periódico e até mesmo em diferentes
fascículos de um mesmo periódico. Foram considerados todos esses formatos porque
acredita-se que as tendências de interesse e ênfase acham-se expressas tanto nos artigos
quanto nos demais textos. Os editoriais não foram considerados porque são, em sua
maior parte, introdutórios aos artigos e demais seções, antecipando e repetindo seus
conteúdos. Também não foram consideradas as resenhas de livros e os resumos de teses
e dissertações defendidas. Dentre os 1149 textos (de agora em diante referidos
genericamente como artigos) foram identificados e considerados pertinentes ao tema
desta revisão 213 artigos, que correspondem a 18,5% do total.
RESULTADOS: grupos de assuntos
Os resultados serão apresentados em subseções dedicadas aos tópicos identificados. Um
artigo pode ser incluído em mais de um grupo, conforme explicado acima. A ordem de
apresentação dos assuntos nesta seção tenta seguir uma lógica, mas como os assuntos
são muito ligados entre si, tornou-se um tanto aleatória. Esses são os grupos temáticos
identificados:
2 Publicações científicas e suas subdivisões: estudos sobre periódicos; periódicos
científicos eletrônicos; avaliação pelos pares de artigos científicos;
3 Acesso aberto e arquivos abertos; bibliotecas digitais de acesso aberto.
5 Estudos sobre produção e produtividade. Avaliação e métricas. Métricas aplicadas à
publicação e atividades científicas: bibliometria cientometria; estudos teóricos sobre
métricas aplicadas à publicação científica e estudos bibliométricos aplicados;
6 Informação tecnológica e serviços de informação científica e tecnológica e para
inovação;
7 Comunidades científicas; colaboração na ciência: autorias múltiplas e grupos de
pesquisa;
8 Políticas para Ciência e Tecnologia (C&T).
Os grupos temáticos serão comentados a seguir.
1 Tema: Fluxo e canais para disseminação da informação científica
Neste grupo inserem-se artigos que tratam dos canais utilizados por pesquisadores para
comunicação entre eles, formais e informais (incluídos também tipos de veículos), e
para a disseminação de conhecimentos científicos para a sociedade em geral, nesse caso
geralmente chamados de estudos sobre popularização da ciência. Foram selecionados
sete artigos, nos quais, embora o interesse maior do autor nem sempre se centre no fluxo
da informação, o reconhecimento de um fluxo está implícito. Entre os artigos
examinados, há, por exemplo, estudos sobre a produção científica cinzenta gerada em
instituições de pesquisa, sob a alegação que esses “relatórios em sua maioria contêm
informação detalhada sobre resultados e procedimentos metodológicos e como tal
constituem uma fonte inestimável de informação para a comunidade científica”
(GONZALES DE GÓMEZ; MACHADO 2007), comunicação entre instituto de
pesquisa (EMBRAPA) e clientes, parceiros e usuários por meio da Internet como canal
de difusão de resultados de pesquisa e de interação (PIEROZZI Jr; GOMES;
ALENCAR, et al. 2003) e canais preferenciais para publicação de áreas específicas
(MUELLER 2005), que confirma resultados de estudos semelhantes sobre uso
diferenciados de artigos, livros e anais de congresso pelos diferentes segmentos e
especialidades da comunidade científica. Outros exemplos incluem Silva (2002), sobre
que acontece nos eventos profissionais e Pinheiro (2003), cujo estudo sobre a
comunidade científica brasileira revela hábitos de busca da informação.
A presença da tecnologia talvez seja o fator comum a todos, mais ou menos visível, mas
que interfere em cada situação discutida.
A popularização da ciência ou a disseminação do conhecimento científico para a
sociedade em geral é relativamente recente na literatura brasileira de ciência da
informação. Sem dúvida, é parte do fluxo da informação científica, mas ganhou reforço
como assunto dos estudos sobre comunicação científica com o advento da Sociedade da
Informação. Foram selecionados oito artigos no conjunto examinado. Entre os temas, o
museu como intermediário para o conhecimento científico (LOUREIRO, J 2003;
LOUREIRO ML 2007; BELTRÃO 2003), o desafio da tradução do conhecimento
científico em conhecimento público (BURNHAM 2002; MUELLER 2002), informação
sobre risco (FURNIVAL et al 2004) e meio ambiente (TAVARES; FREIRE, 2003),
energia e ambiente (MATTOZO et al 2004) e um estudo sobre revistas de divulgação e
hipermídia (MACEDO-ROUET, 2003).
Discussões argumentativas e conceituais, às vezes até ideológicas, sobre a necessidade
dessa informação para cidadania, predominam como formato adotado.
2 Tema: Publicações científicas; Periódicos científicos
A muita citada frase ‘a comunicação é a essência da ciência’ se reflete no interesse pelo
estudo das publicações científicas, entre as quais o artigo científico ainda é o canal
principal. É natural, portanto, que uma área dedicada a estudar a comunicação científica
privilegie o estudo de periódicos. Foram selecionados 46 artigos que têm algum aspecto
do periódico com assunto principal, cerca de 21% do total de artigos selecionados para
este estudo. Embora se tenha optado por reunir esses artigos sob o mesmo rótulo geral,
subgrupos de interesses mais específicos serão identificados a seguir. Deve-se enfatizar
que nos freqüentes casos em que o mesmo artigo trata de vários assuntos, esse artigo foi
incluído em cada um dos grupos relevantes.
A história dos periódicos já é um assunto bastante conhecido, mas não tanto a história
dos periódicos científicos brasileiros que teriam tido origem em revistas literárias do
século XIX (FREITAS 2006). Visões mais atuais incluem a evolução do formato
impresso até o periódico eletrônico (BERTIN 2008), cadeia produtiva até a publicação e
distribuição (BOLAÑO; KOBASHI; SANTOS 2006) e a participação de editoras
universitárias na publicação (SCHULTZ, 2005). Predomina, nesses textos, o tom de
relato, informativo.
Estudos sobre Periódicos específicos
O estudo de periódicos isolados e estudos sobre grupos de periódicos têm sido
freqüentes na literatura da área. Esses estudos analisam o periódico ou grupo de
periódicos sob diversos ângulos, muitas vezes usando a bibliometria para identificar
características dos artigos, como temas, autorias, citações. Nos artigos examinados,
foram registrados vários estudos sobre periódicos específicos, da área de Ciência da
Informação e de outras áreas. Por exemplo, na área de Ciência da Informação foram
objeto de estudo: Informação e Sociedade: estudos (ARAÚJO, DIAS, GARCIA e
SILVA, 2006; AUTRAN; ALBUQUERQUE, 2002); Encontros Bibli (SILVA;
PINHEIRO; MENEZES, 2005); Ciência da Informação (SILVEIRA; BAZI, 2008;
PINTO; RODRIGUEZ BARQUIN; MOREIRO GONZÁLES, 2006; PINHEIRO,
BRASCHER; BOURNIER, 2005,), Datagramazero (GUIMARÃES e MARCONDES,
2007). Entre os periódicos de outras áreas que foram objeto de análise estão, por
exemplo, a Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (BERTIN, MEIRELES E SUHET,
2007), a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (ALVARENGA 2003), a Revista
EducaçãoTemática Digital (BUFREM; BREDA; SORRIBAS 2007), Revista Produção
on-line, (BOMFÁ, CASTRO 2004) e a Revista do Instituto de Medicina Tropical de
São Paulo (GOMES; SANTOS, 2001). Estudos sobre grupos de periódicos incluíram
principalmente títulos de uma área, como Odontologia (SANTANA e GOMES 2004),
Arquitetura, Urbanismo, Paisagismo e Design (SEGAWA; CREMA; GAVA 2003),
Psicologia Preventiva, (FERREIRA, 2004) e Psicologia, (YAMAMOTO, et al 2002).
Há também um estudo sobre periódicos argentinos nas áreas de Filologia, Literatura e
Lingüística (TIRATEL; GIUNTI; PARADA, 2003). Nesses estudos, o interesse
principal parece estar na descrição de suas características.
Os artigos que tratam de periódicos científicos eletrônicos formaram um subgrupo
significativo de pelo menos 11 artigos, dos quais vários versam também sobre acesso
aberto. As mudanças ocorridas com o surgimento dos periódicos eletrônicos, suas
vantagens e desvantagens foram temas bastante explorados no final da década de 1990.
Recentemente tem havido estudos que descrevem periódicos eletrônicos ou versões
eletrônicas de periódicos impressos, avaliando também sua aceitação ou discorrendo
sobre
a transição dos suportes impresso para eletrônico (GRUSZYNSKI; GOLIN 2007;
DIAS, DELFINO Jr.; SILVA, 2007; BOMFÁ; CASTRO 2004). Periódicos científicos
on-line são ainda avaliados quanto a aspectos de padronização (MENDONÇA;
FACHIN; VARVAKIS, 2006). Mesmo quando consideram os usuários, o interesse
principal dos autores, em vários casos, parece estar centrado no periódico.
O Portal da CAPES é objeto de estudos que procuram verificar seu impacto na
produção científica (por exemplo, MARICATO, 2007; ODDONE; MEIRELLES,
2006). A base QUALIS, também da CAPES, é objeto de estudo interessante que
verifica se os títulos de Psicologia bem classificados são mais usados que outros, o que
demonstraria consenso no julgamento, mas cujo resultado foi negativo (JACON 2007).
Os textos examinados variam quanto à metodologia ou formato adotado pelo autor.
Estudos bibliométricos, especialmente estudo de citações e autorias são bastante
numerosos e serão reunidos e comentados mais adiante. Há relativamente poucos
estudos baseados em questionários e entrevistas, enquanto os textos discursivos,
conceituais ou apenas informativos são numerosos. Outro formato relativamente
freqüente é o relato de experiência.
Avaliação pelos pares
Este tópico está intimamente relacionado à publicação do artigo científico e, por isso,
foi incluído neste grupo, e não com os textos sobre avaliação, nos quais há o predomínio
de estudos quantitativos. O processo de avaliação de artigos submetidos à publicação é
um assunto importante, mas pouco estudado nos artigos examinados. As discussões na
Ciência da Informação costumam considerar o assunto sob o ponto de vista formal da
publicação, constituição de comissões editoriais e conformidade com as normas e
requisitos propostos para avaliação e inclusão nas bases internacionais e nacionais, e
artigos bem recentes: o problema da avaliação pelos pares é tratado por Stumpf (2008)
que entrevista editores e autores de revistas da área de Comunicação, e por Targino e
Garcia (2008), que incluem também responsabilidades do editor, avaliador e autor. Suas
conclusões mostram que os editores nem sempre estão muito informados dos requisitos
exigidos. Mudando a perspectiva, Freire e Garcia (2003) expõem, por meio de uma
entrevista com Regina Marteleto, a opinião de uma pesquisadora sobre o processo de
geral de avaliação pelos pares, na qual os principais tópicos do assunto são discutidos.
3 Acesso Aberto e Arquivos Abertos e Bibliotecas digitais de acesso aberto
O movimento pelo acesso aberto (ou acesso livre) parece ser um dos temas emergentes
na literatura examinada. Foram identificados 26 artigos, incluindo-se aí o tema
bibliotecas digitais, cuja freqüência se apresenta em crescimento acentuado nos anos
examinados, de dois artigos em 2000, para sete entre 2007 e 2008, tendo atingido nove
em 20.
Os primeiros textos sobre acesso aberto tinham a intenção de difundir a idéia, relatando
experiências pioneiras americanas (SENA 2000) e brasileiras (NEVES 2004), e
explicando novos termos como auto-arquivamento (CAFÉ, LAGE, 2002). Seguiram-se
artigos que discutiam mudanças nos modelos de comunicação formal e informal,
influenciadas não apenas pela tecnologia, mas também pela gratuidade de acesso a
diversos periódicos e documentos eletrônicos (MOREIRA 2005). O aumento
significativo de artigos sobre esse tópico, ocorrido entre 2006 e 2007, especialmente nas
revistas Ciência da Informação (2006) e Encontros Bibli (2007), se deve a fascículos
temáticos, inteiramente dedicados ao tema. Os textos desses dois fascículos temáticos
cobrem amplo leque de tópicos, inclusive de aspectos tecnológicos, que não interessam
a esta revisão. Dentre os textos julgados relevantes, entre outros, há artigos de caráter
histórico, como o artigo de Ferreira Jr (2006) sobre Paul Otlet, mas os assuntos mais
discutidos são os impactos do acesso aberto na pesquisa e conseqüentes mudanças no
processo de comunicação e, ainda, descrição de experiências bem sucedidas com
bibliotecas digitais de teses e dissertações no Brasil e em outros países (por exemplo:
BAPTISTA; COSTA; KURAMOTO; RODRIGUES, 2007; SCHRINBACHER, 2006;
FOX, YANG E KIM, 2006; KURAMOTO, 2006; SOUTHWICK, 2006; ROSALES,
de permitir acesso, chamados modelos de negócio (COSTA 2006) e questões
relacionadas com aceitação e atribuição de legitimidade a essas iniciativas pela
comunidade científica (MUELLER 2006).
O tema arquivos abertos foi bem menos freqüente. Foram identificados seis artigos, três
deles publicados pela Ciência da Informação. Os artigos muitas vezes discutem
arquivos abertos junto com acesso aberto, e falam de experiências e projetos (por
exemplo, TRISKA CAFÉ, 2001; MARCONDES; SAYÃO 2002). As iniciativas
pioneiras do IBICT são tema freqüente.
A polêmica questão dos direitos autorais pode ser percebida nas discussões sobre acesso
aberto e arquivos abertos, mas ainda é pouco discutida como tema principal.
Artigos sobre bibliotecas digitais entraram nesta revisão apenas na medida em que seus
autores as consideraram como parte do ciclo da comunicação científica e ponto de
acesso aberto à literatura (por exemplo, MASIERO; BREMER: COLETTA, et al.,
2001, sobre a biblioteca digital de teses e dissertações USP). Esse tema é eivado de
convicções fortes e envolve também outros níveis de decisão, além de bibliotecas e a
comunidade científica. Há interesses políticos e financeiros, de produtores, instituições
e governos. Os autores dos artigos, no entanto, desenvolvem ou discutem pouco esses
pontos, dando mais ênfase aos aspectos técnicos dos sistemas.
Sob o ponto de vista metodológico ou formato, os artigos incluídos nesse grupo podem
ser divididos, grosso modo, em dois grupos: textos discursivos, argumentativos e
informativos, e relatos de experiências. Não se percebeu, ainda, de maneira
significativa, pesquisas empíricas, muito provavelmente por não haver experiência
suficiente para ser estudada.
5 Estudos sobre Produção e Produtividade; avaliação e métricas.
Os termos produção e produtividade significam coisas diferentes. Produção está
relacionada com o quanto se produz e produtividade é a relação existente entre o quanto
costuma-se examinar a produção em relação a tempo ou período e número de autores,
mas raramente a recursos investidos. No entanto, nesta seção foram reunidos artigos
que tratam tanto da produção como da produtividade de textos. Foram selecionados 34
artigos que centram foco nesse tópico. Impressiona o fato que, ao contrário de outros
temas, apenas dois artigos adotaram o formato de discussão conceitual e reflexão. Os
demais são estudos empíricos, quantitativos, principalmente usando técnicas
bibliométricas e cientométricas, mas incluindo, às vezes, dados qualitativos obtidos em
entrevistas como complemento.
Os artigos examinados têm como foco de estudo produção de pesquisadores ou
docentes (por exemplo, os estudos de NORONHA; KIYOTANI; JUANES, 2003;
DANUELLO; GUIMARÃES, 2005), formatos de publicação como teses e dissertações
(NASCIMENTO, 2000; GOMES 2006) artigos ou trabalhos de eventos (NORONHA;
SILVA,; FUNARO, et al 2007) e áreas ou campos científicos( sobre plasma,
MARICATO, 2007; sobre Antropologia, URBIZAGÁSTEGUI ALVARADO;
OLIVEIRA, 2001). Há ainda estudos delimitados por nacionalidade ou região
(Mercosul: DANUELLO; GUIMARÃES, 2005; Espanha: OSMA, 2006) e instituição
(PucCampinas: PINTO, 2006; UFMA: PECEGUEIRO, 2002 ). As bases de dados
utilizadas são as base ISI( por exemplo MOYA-ANEGÓN; HERRERO-SOLANA,
2002) e, em apenas um estudo, PASCAL (MUGNAINI; JANUZZI; QUONIAM 2004).
Revistas específicas e registros de instituições acadêmicas também são utilizadas como
fonte para dados.
O conjunto de estudos sobre produção e produtividade privilegia a discussão de
resultados descritivos, não sempre ligando os achados a fatores externos que os
pudessem explicar. Esses estudos necessitam de indicadores para serem interpretados e
avaliados, pois a mera contagem, sem comparação, não fornece informação utilizável.
Tais indicadores são o objeto da cientometria e bibliometria, comentadas mais adiante.
Avaliação, métricas, indicadores
A palavra-chave avaliação recuperou 15 textos. Referem-se principalmente à avaliação
da pesquisa científica, de periódicos e artigos, quase sempre avaliações baseadas em
periódicos, acima). Tratam o tema, em sua maior parte, de forma discursiva e mais
ampla, discutindo conceitos, indicadores e suas aplicações, como o texto de Ramos
(2008), que discursa sobra a evolução de indicadores para ciência, tecnologia e
inovação, ou sobre a elaboração de indicadores para áreas específicas, como Elias e
Souza (2006), que propõem indicadores para monitoramento de pesquisa em saúde, uma
área que tem adquirido bastante visibilidade no Brasil. Outra pesquisa interessante é a
de Mugnaini e Strehl (2008), sobre visibilidade, uma comparação entre o fator de
impacto da Web of Science e os indicadores do Google Acadêmico. O próximo
conjunto de textos, recuperado com termos relacionados às métricas, é também sobre
avaliação, mas trata o tema centrando o foco em técnicas quantitativas específicas.
Métricas aplicadas à produção científica
As métricas são formas de mensurar. As diversas formas de comunicação científica são
frequentemente objeto de mensuração, na busca não apenas da visualização de sua
distribuição e outras características, mas principalmente de um entendimento que
permita a gestão em CT&I. Nos artigos publicados por pesquisadores da área de Ciência
da Informação, essas métricas têm sido utilizadas tradicionalmente para examinar
características ou quantidades de publicação científica, mas, ultimamente, aspectos
como inovação, contribuição para desenvolvimento também aparecem. Os artigos
reunidos sob esse tópico foram divididos em dois grupos, reunindo textos teóricos e
aplicados.
Estudos teóricos sobre métricas aplicadas à publicação científica
As métricas mais utilizadas nos estudos de comunicação científica são a bibliometria e a
cientometria. Foram recuperados cerca de 50 textos com esses dois termos (e a sua
variação cienciometria). A maioria dos artigos apresentou estudos nos quais essas
métricas foram aplicadas, mas foram também registrados alguns estudos que discutem
problemas de aplicação, pois indicadores nunca parecem ser totalmente adequados.
Entre esses, a história e evolução da bibliometria e suas manifestações mais recentes
como a webometria foram tratadas por alguns autores (por exemplo, VANTI, 2002),
aprimoramento das técnicas tradicionais (BORGES
,2002
;URBIZAGASTEGUI
ALVARADO 2003, 2004, 2006) e na discussão sobre indicadores mais utilizados,
como o fator de impacto utilizado pelo ISI (STRHEL, 2005) e o fator dispersão
(RUMMLER 2006). As dificuldades da aplicação de indicadores elaborados para um
contexto e aplicados a outro contexto são discutidas por Porcaro (2005), que levanta
esse ponto em relação ao uso dos indicadores da OCDE na atual Sociedade da
Informação, quando, segundo a autora, teriam sido construídos para a sociedade
industrial. O estudo de Brambila, Vanz e Stumpf (2008) trata o tema de maneira
original, investigando as razões das citações recebidas por um artigo chave,
atribuindo-as, ao final, à natureza metodológica do texto citado.
Em 2008, a revista Encontros Bibli publicou um fascículo especial dedicado às
métricas. Nesse fascículo, entre os vários aspectos tratados, muitos dos quais não
interessam a essa revisão, são também discutidos aspectos teóricos relacionados à
mensuração e indicadores de pesquisas em ciência e tecnologia inovação tais como,
entre outros, Ramos (2008), Mueller (2008), Mugnaini; Strehl, (2008) e Noronha;
Maricato (2008).
Estudos bibliométricos aplicados
A bibliometria é uma técnica freqüente nos estudos realizados em Ciência da
Informação. Nesses estudos, o objetivo e motivação variam, mas o caminho escolhido
para atingi-los é a aplicação das técnicas bibliométricas na descrição de características
de documentos, entre as quais a análise de citações tem destaque. No conjunto de
artigos examinados, a bibliometria foi utilizada em estudos com diferentes e múltipas
abordagens e objetivos, entre os quais:
- centrado no tipo de documento para identificar temas estudados e métodos utilizados
em teses, dissertações, artigos e outros documentos (como GOMES 2006, 2006a ;
PECEGUEIRO 2002; GONÇALVES FILHO; NORONHA et al 2007; QUEIROZ;
NORONHA, 2004, FAVATO;GODINHO 2005). Entre os resultados obtidos,
- centrado em literaturas de áreas específicas para identificar tendências e outras
características (por exemplo, MOSTAFA; MAXIMO 2003; ALVARENGA 2003
BUFREM et al, 2007; FERREIRA, 2004; OHIRA; PRADO 2002). Entre os resultados
está, por exemplo, a identificação de um núcleo principal e taxa de dispersão. Os
resultados desses estudos podem ser usados como insumos para gestão científica.
- centrado nos formatos das fontes citadas para identificar tipologia dessas fontes (como
por exemplo CAMPELLO; VIANNA; ABREU; BENIGNO, 2007; OHIRA; OHIRA,
2008; PINTO; RODRIQUES BARQUIN; MOREIRO GONZÁLES, 2006); Entre os
resultados obtidos, identificam-se, por exemplo, tipos de material bibliográfico mais
citado, que relacionado à área acadêmica se transforma em informação interessante
sobre hábitos de pesquisa.
- centrado em coleções de periódicos de bibliotecas, como em um estudo sobre a
influência do Mercosul na composição de coleções (SILVA, V R; RUMMLER 2004)
ou sobre o uso da coleção de periódicos, das bibliotecas da Embrapa (GATO;
KURIHARA; MATOS et al 2004); esses estudos tem utilidade prática para
administração de coleções.
- delimitado por variável geográfica ou de outra natureza para identificar a visibilidade
de um país, conjunto de autores ou títulos, tendo como fonte bases de dados
internacionais tais como ISI ou PASCAL (entre outros, TARGINO; GARCIA, 2000;
MOYA-ANEGÓN, F DE; HERRERO-SOLANA, V 2002; MUGNAINI; JANUZZI;
QUONIAM, 2004). Embora polêmicos, os indicadores de visibilidade são amplamente
usados para promoções, prêmios e propaganda de países, tendo potencial também para
decisões de políticas.
- centrado em um conjunto de textos de uma área ou país para reconhecer a ocorrência
de colaboração (por exemplo, ZIMBA; MUELLER, 2004; LIMA; VELHO; FARIA,
2007). A colaboração, detectada por meio de autorias coletivas, tem valor para gestão e
avaliação e estudo de comunidades.
De maneira geral, nos estudos examinados, o contexto com o qual os dados se
Alvarenga (2003), sobre Educação, no qual a autora associa a seleção de artigos para
publicação na revista do INEP à distribuição de poder político de cada momento. Os
diversos resultados desse conjunto de estudos, individualmente considerados,
constituem informação importante, mas limitada. Seriam interessantes estudos para
consolidar e comparar resultados já obtidos.
6 Informação tecnológica e serviços de informação científica e tecnológica e para
inovação.
Os artigos incluídos neste grupo têm como tema a informação tecnológica. Os textos
que foram recuperados lidam com fluxo de informação da academia para a empresa, por
si só um fato significativo. Os termos informação tecnológica, tecnologia, informação
estatística e suas variações recuperaram 21 textos. O termo patente recuperou outros
cinco textos. Finalmente, a expressão universidade e empresa recuperou mais quatro
textos. Portanto, 30 textos que refletem uma preocupação da sociedade atual.
Entre os estudos examinados, há pesquisas de campo, qualitativas e quantitativas. Por
exemplo, dois estudos de Gracioso (2003, 2004) sobre informações estatísticas
levantam informações sobre práticas e políticas do setor, importante para toda a
atividade empresarial e de gestão. Os estudos de Senra, (2000, 2005), por outro lado,
destacam “as polêmicas que vicejam no entorno de suas dimensões sociopolíticas, que
define a demanda, e técnico-científica, que define a oferta, fazendo-o através de uma
evolução histórica”.
Os serviços de informação tecnológica e a intermediação na busca pela informação são
tratados e avaliados, por exemplo, por Ramos e Carvalho (2006) e Rozados (2006). Os
projetos que aproximam a universidade de empresas, como Aguiar (2001) Aguiar;
Gonçalves (2000) e Vasconcelos; Ferreira (2000) são exemplos de uma nova
preocupação social que os estudos sobre comunicação científica e tecnológica
conduzidos pela ciência da informação não podem ignorar.
O tema inovação aparece disperso em vários artigos que tratam de indicadores, serviços
de informação e aspectos sociais e econômicos. As patentes, tema tradicionalmente não
que reforça a percepção da preocupação da ciência a serviço da sociedade. Chama à
atenção as datas de publicação, pois dos cinco textos, quatro foram publicados entre
2006 e 2007. Entre esses estudos, além de textos discursivos e conceituais, há
pesquisas, como a de Garcia (2006) que examina a patente no Brasil por meio de
entrevistas, cujos dados são depois comparados a um modelo ideal. A autora chega à
conclusão que, no Brasil, o setor se perde em discursos e intenções, e as patentes não
promovem ainda transmissão de tecnologia e inovação.
7 Comunidades científicas; colaboração na ciência: autorias múltiplas e grupos de
pesquisa
Os estudos sobre comunicação científica na ciência da informação, por tradição de suas
raízes na sociológica da ciência tradicional, enfatizam os aspectos ligados ao documento
(publicações), ou seja, aos produtos do trabalho dos cientistas. Apenas tardiamente,
deixou-se influenciar pelas novas sociologias, voltando seus interesses também para os
produtores dos documentos como unidade de análise principal. Mas, ainda assim, nos
estudos sobre a comunidade científica são mais comuns estudos quantitativos, com uso
de técnicas da bibliometria e cientometria, embora uma metodologia mista, quantitativa e
qualitativa esteja se tornando mais freqüente. No conjunto de textos examinados
prevalece o estudo de comunidades da própria ciência da informação (por exemplo,
PINHEIRO 2003; URBIZAGÁSTEGUI ALVARADO, OLIVEIRA 2008).
Tradicionalmente, o fenômeno de autorias múltiplas e dados sobre a colaboração na
ciência tem sido captado e utilizado para compor indicadores da produção científica. Os
avanços da tecnologia vêm sendo anunciados como causadores de mudanças nas formas
de autoria de artigos científicos, fato que vem sendo registrado na literatura
internacional. A existência de colaboração é também tida como indicador de qualidade
da pesquisa. Apesar do interesse que o fenômeno vem despertando, especialmente nas
agências de fomento para avaliação da produção científica, não foram encontrados
muitos estudos especificamente sobre o tema.
Neste grupo foram examinados 13 textos. Balancieri, Bovo et al (2005) apresentam
breve histórico dos estudos relativos às redes de colaboração científica, sua evolução
fornecem um exemplo interessante desses estudos, usando a análise de redes sociais
para mostrar colaboração. Outro tipo de estudo é o de Bustos, Araganaz e Centeno
Sosa; Rapela(2003), que investigam o fenômeno da autoria múltipla por meios
bibliométricos, descrevendo características dos autores de um conjunto de artigos.
Pesquisadores também são estudados em pesquisas como a de Bohn (2007), que
descreve levantamento em 86 artigos publicados no ano de 2001, em quatro periódicos
brasileiros da área de Ciência da Informação, examinando suas 1528 referências
bibliográficas e nelas identificando características dos autores. Entre outros resultados,
seus dados mostram que as parcerias ocorrem principalmente dentro das próprias
instituições e que a ciência da informação continua com pouca interação com outras
áreas do saber. Outro estudo, sobre a área de Biosprospecção, trata, dentre outros
assuntos, da colaboração internacional e fatores que nela influem (LIMA, VELHO,
FARIA 2007). Como exemplo de um estudo qualitativo, Crespo; Caregnato (2006)
investigam o comportamento de pesquisadores na busca de informação sobre biologia
molecular. Usam a entrevista e analisam os dados qualitativamente, descrevendo a
busca realizada pelos respondentes como não linear, privilegiando o periódico
eletrônico, mas não o de livre acesso.
Além dos artigos aqui reunidos, autores e usuários, estão também presentes em boa
parte dos estudos incluídos nos demais grupos. Mas a comunidade científica ainda não é
o foco principal da atenção, não tem sido estudada em maior profundidade pela mostra
examinada.
8 Políticas para Ciência e Tecnologia (C&T)
As políticas para Ciência e Tecnologia têm profunda influência na comunicação
científica, especialmente aquelas ligadas ao fomento à pesquisa e à educação científica e
formação de pesquisadores. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, também
influenciam as publicações nacionais, pois são fontes de fomento de revistas e de
iniciativas de acesso aberto. Ultimamente, a sigla C&T foi expandida para CT&I, para
incluir inovação, e este movimento se acha refletido nos artigos que tratam do assunto.
Indicadores para CT&I são focos prioritários de atenção. No levantamento realizado
foram selecionados 14 artigos que tratam o tópico de maneira mais específica, mas o
discutidos tratam também de temas incluídos em outros grupos, especialmente aqueles
ligados às métricas. No conjunto examinado, percebeu-se o interesse pela a relação
entre disseminação da informação, a pesquisa e políticas públicas em CT&I, como em
Carvalho, (2006), mas também há interesse nas relações entre essas políticas e as
necessidades das sociedades (AGUIAR; GONÇALVES 2000), e ainda a aproximação
entre os setores acadêmico e empresarial no Brasil (VASCONCELOS; FERREIRA
2000). Os estudos não se restringem ao Brasil e ás políticas nacionais de CT&I, mas
incluem outros países, como em Cubillo, (2003) sobre América Latina, Dagnino (2006)
sobre Cuba. Este último, baseado numa entrevista, faz interessantes observações sobre a
não influência das convicções sociais e econômicas de Cuba sobre a política científica.
O assunto mereceu também uma revisão de literatura sobre informação em ciência e
tecnologia: políticas, programas e ações governamentais (VALENTIM 2002).
O formato dos textos varia entre discursivos e reflexão e algumas pesquisas empíricas.
Entre essas, Olinto (2003) realizou levantamento nas bases de dados sobre bolsistas do
CNPq relativo a 1998, caracterizando os recipientes. Em seu texto, discorre a questão do
fomento à pesquisa.
Estudos sobre políticas em CT&I na Ciência da Informação foram freqüentes nas
décadas de 1980 e 1990, refletindo os interesses políticos da época, como planos de
desenvolvimento e mudanças na economia pós período militar. Hoje, os temas como
acesso aberto ao conhecimento científico e direcionamento da pesquisa para áreas
prioritárias e ainda cidadania seriam de interesse primordial para os estudos sobre
comunicação científica, mas no conjunto examinado ainda ocorrem com pouca
freqüência ou enfoque voltado para esses interesses.
Metodologias e técnicas utilizadas nos estudos examinados
O exame dos textos mostrou que a proporção de trabalhos de cunho descritivo, aí
incluídas as pesquisas que adotam métodos qualitativos, pesquisa documental, textos
discursivos e argumentativos, reflexões e ensaios, relatos históricos e de experiência,
parecem representar porção significativa, mas difícil de precisar, no conjunto estudado.
Predominam, nesse subconjunto, os textos discursivos, baseados na literatura,
por dados obtidos em pesquisas quantitativas. As pesquisas qualitativas utilizam
principalmente a entrevista, e os dados obtidos são analisados com pouco uso de
técnicas mais sofisticadas, como análise de discurso e narrativas. As pesquisas
quantitativas são também numerosas, e fazem uso majoritário de técnicas
bibliométricas, tendo como objeto os produtos do processo de produção do
conhecimento científico (documentos, autorias, citações) e bem menos frequentemente
os insumos (fomento, recursos humanos, materiais). Estão presentes também estudos
que fazem uso de questionários aplicados aos atores do processo, pesquisadores,
autores, editores, usuários, cujas respostas são tabuladas e analisadas em gráficos e
tabelas. Poucas pesquisas fazem uso de técnicas mistas, quantitativas e qualitativas, uma
tendência que vem crescendo na literatura das ciências sociais aplicadas.
Tentativa de uma visão agregada.
À medida que a leitura dos artigos ia sendo realizada, foi se delineando um panorama
até então não percebido, formado pelos temas isolados que poderiam ser comparados a
peças de um quebra-cabeça. O primeiro ponto a ser notado é a sobreposição ou relação
entre os temas, que de fato tornou difícil uma classificação rigorosa e até mesmo uma
ordenação lógica. O panorama percebido mostra que os estudos sobre comunicação
científica e tecnológica publicados nos fascículos examinados poderiam ser analisados
por três ângulos que, potencialmente, afetam a questão da comunicação da informação
científica: publicações científicas, comunidades científicas e políticas científicas. Isto é,
os autores não estão necessariamente conscientes dessas três visões ou ênfases
possíveis, mas um analista poderia tentar perceber a posição do texto em face de esses
três pontos de vista. O interesse nas publicações sem muito relacionamento com fatores
externos, tais como política científica e fatores sociais, que influenciam o
comportamento dos pesquisadores, atestado pela predominância de estudos
bibliométricos cuja finalidade é a descrição dos objetos estudados, mostra a influência
da sociologia da ciência tradicional, Mertoniana, sobre os autores. O interesse bem
menor, nas comunidades científicas e seus hábitos, por outro lado, sugere que as novas
sociologias ainda não exerceram influencia significativa nos estudos sobre comunicação
científica na ciência da informação, embora alguns estudos qualitativos apontem nessa
direção. As relações entre as políticas científicas e sociais e a produção científica
adotada, inclusive prioridades econômicas e sociais, poderiam ser consideradas, se não
determinantes, pelo menos muito influentes na escolha dos temas identificados nos
estudos bibliométricos. Estariam, também, por trás da emergência de iniciativas como
popularização da ciência, atenção a parcerias universidade e empresa, informação em
saúde pública e aumento das autorias múltiplas.
Para fins de argumento e à guisa de ilustração, as três perspectivas – publicações
científicas, comunidades científicas e políticas científicas – poderiam ser representados
por três círculos parcialmente sobrepostos, resultando uma área comum e áreas
exclusivas de cada círculo. A área comum poderia ser interpretada como o núcleo
central dos estudos sobre comunicação científica e tecnológica em Ciência da
Informação. Idealmente, seriam círculos igualmente distribuídos, mas influenciados
por áreas tais como sociologia da ciência tradicional Mertoniana, novas sociologias da
ciência e política econômica e científica. O levantamento realizado sugere, no entanto,
que há desequilíbrio a favor das publicações e da sociologia tradicional.
Conclusões e Perspectivas: algumas reflexões para o futuro.
Este estudo tentou identificar os temas e problemas estudados nos textos publicados nas
revistas de Ciência da Informação, que poderiam ser classificados no GT-7 da ANCIB.
O levantamento mostra que os autores se dedicam bastante ao estudo da literatura,
retratando suas características, mas não avançam muito em direção a uma visão mais
ampla, que envolvesse as práticas da comunidade científica e as políticas que
condicionam essas atividades. Os temas emergentes nacionais não são diferentes dos
encontrados na literatura internacional. O levantamento mostrou que os autores
privilegiam os estudos descritivos, baseados em análise documental, qualitativas e
quantitativas, reflexões conceituais e argumentativas. Entre os estudos quantitativos,
predominam estudos bibliométricos, que se sofisticam com empregos de tecnologias.
Com relação ao futuro, embora seja arriscado fazer qualquer previsão, poderíamos
especular, tomando não apenas essa revisão como parâmetro, mas aí incluindo visão
mais abrangente dos acontecimentos internacionais e nacionais, que seria de se esperar,
mais pesquisas sobre publicações científicas, especialmente enfocando iniciativas de
políticas científicas e institucionais. Não parece haver ainda suficiente experiência ou
massa crítica para análise de usuários e outros aspectos desses novos sistemas, mas é
um campo potencialmente fértil para pesquisa. Direitos autorais de autores científicos e
direito das editoras é um assunto que ainda não vem sendo tratado em muitos artigos, e
que é especialmente relevante para artigos publicados por brasileiros na literatura
internacional, pois a nacional é, em sua maioria, de acesso aberto. Esse tópico é uma
questão complexa e emergente que ganhará ímpeto com o crescimento dos repositórios
institucionais de acesso aberto. Atividades de avaliação da ciência vêm sendo
crescentemente patrocinadas pelas agências de fomento, que sofrem pressão externa e
interna por visibilidade e eficiência ao mesmo tempo em que carecem de fundos
suficientes. A escolha, necessária, leva à avaliação, e para isso indicadores precisarão
ser elaborados ou aprimorados. Isto é, a cienciometria terá que produzir estudos
voltados para aplicação, e não apenas como exercícios acadêmicos. Mas, sobre prever o
futuro devemos acabar com uma nota de cautela: como diz o ditado popular, fazer
previsão é tarefa dos meteorologistas, economistas e astrólogos, e apesar do diferente
arsenal tecnológico dispõem, costumam errar na mesma proporção.
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