• Nenhum resultado encontrado

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA RELATÓRIO PARCIAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA RELATÓRIO PARCIAL"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

RELATÓRIO PARCIAL

DESIGN EDITORIAL:

O LIVRO ENTRE HISTÓRIAS E MEMÓRIAS:

A TRAJETÓRIA DA ESCOLA PARA CEGOS

“HELEM KELLER” DE RIBEIRÃO PRETO

Discente: JULIA BOSSOLAN DA SILVA

Código:

4021822

Curso: Publicidade e Propaganda Período: Noturno Prof. Orientador: Márcio Huertas

Agosto/2020

(2)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

DESIGN EDITORIAL:

O LIVRO ENTRE HISTÓRIAS E MEMÓRIAS:

A TRAJETÓRIA DA ESCOLA PARA CEGOS

“HELEM KELLER” DE RIBEIRÃO PRETO

RESUMO

O presente projeto pretende contribuir trazendo um olhar sobre a importância do livro “Entre histórias e memórias: a trajetória da escola para cegos „Helen Keller‟ de Ribeirão Preto”, nos levando à uma reflexão a sobre a importância do livro impresso inserido no panorama atual do mercado editorial, mercado este que vem enfrentando desafios frente a uma nova era, a era digital, e busca também discutir quais são os fatores que influenciam o livro impresso a ser ainda considerado um objeto de desejo, e ser estimado pelo leitor, mesmo com a crescente oferta dos livros em formato digital. Para alcançar esse objetivo, será feita um reflexão, mostrando uma breve trajetória do livro até os dias atuais, e como as pessoas tem se relacionado com esse objeto de leitura. Serão definidos padrões de ordem visual / estética e até uma possível adaptação do livro impresso para o digital, visando trazer a importância e a situação atual do mercado editorial, juntamente com o olhar da indústria gráfica na produção editorial de um livro impresso. A pesquisa bibliográfica nos levará a compreender o que faz do livro impresso ainda um objeto de desejo, haja visto que vivemos em tempos de diversas opções de entretenimento, principalmente as do mercado digital.

(3)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

INTRODUÇÃO

O livro enquanto o conhecemos, constituído objeto palpável, formado no princípio de materiais como tábuas de argila pelas civilizações sumérias, ou em folhas de palmeiras pelos indianos, ou em tábuas de madeira cobertas com cera pelos romanos, ou ainda confeccionado em papiro pelos egípcios, e mais tarde feito a partir de folhas de papel, envolvido por uma capa dura, tem em sua trajetória cerca de seis mil anos de existência, segundo Oliveira (2015).

Figura 1 - httpswww.meteoritos.com.bros-meteoritos-no-inicio-da-civilizacao

Em seu processo de evolução, observamos que a forma como as civilizações deixaram seus registros na história foram se alterando. Podemos destacar o pergaminho, feito a partir da pele do bezerro, cabra ou cordeiro, sendo que esse tipo de material ganhou significativa importância por ter servido de registro de muitos textos sagrados da bíblia. Posteriormente ao pergaminho, vemos o codex, ancestral do livro contemporâneo, sendo produzido por meio da costura pelo vinco, os livros eram confeccionados à mão. De acordo com Oliveira (2015), é justamente na idade média que os livros começam a ganhar uma certa projeção, apesar de

(4)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

nessa época serem considerados objetos de difícil acesso, além de caros, pois eram produzidos por copistas, profissionais considerados verdadeiros artesãos que montavam os livros da época, exigia também uma excelente qualidade dos pergaminhos. Somente a nobreza ou pessoas muito ricas podiam ter uma biblioteca pessoal na europa até meados do século XV, e foi somente após a fantástica invenção da prensa pelo alemão Johannes Gutenberg, por volta dos anos 1450, considerada uma invenção que revolucionou os materiais impressos da época, possibilitando assim o baixo custo do livro. Tudo isso contribuiu para a redução no tempo de produção dos livros, e por consequência resultou em custos mais baixos. Como vemos, o papel teve um destaque essencial na expansão do mercado editorial e de comunicação.

Figura 2 – Bíblia de Gutenberg - https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia_de_Gutenberg

Atualmente, diante de um mundo onde a internet tornou-se o ponto de convergência dos meios digitais, presentes em todos os setores da sociedade, influenciando e possibilitando o surgimento de novas profissões, e ampliando de forma significativa o mercado global do entretenimento, tornando mais dinâmica a transmissão de conteúdo, não dependendo só do papel, muito pelo contrário. Vivemos na chamada “era digital”, que vem gradativamente transformando a substituição da transmissão de informações da forma impressa e física para os

(5)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

meios digitais, através da exibição de dados nos mais diversos dispositivos eletrônicos. Estas mudanças impactaram, como podemos observar, além do mundo a nossa volta, mais precisamente a indústria gráfica, colocando em risco projetos gráficos do ramo editorial, sem que necessariamente sejam digitais, e entre eles aquele que será base para o estudo desta pesquisa: o design editorial de livros impressos.

Com o surgimento e avanço acelerado das novas tecnologias no início do século XXI, aconteceram diversas mudanças que alteraram de forma gradativa o comportamento de consumo das pessoas, levando a um novo cenário com mais possibilidades de trabalho e entretenimento, como o crescimento e desenvolvimento acelerado dos computadores pessoais e dos dispositivos eletrônicos móveis, como smartphones, tablets, e-books e notebooks.

As formas de comunicação se integraram, proporcionando mudanças que facilitaram o cotidiano das pessoas, trazendo diversas inovações a cada dia, como o surgimento dos livros digitais, popularmente conhecidos como e-books (palavra de origem inglesa para abreviação de electronic book (LAIGNIER; MARTINS, 2011). Essa tecnologia gerou muitas discussões, levando as pessoas a terem escolhas acerca do livro impresso, ou se naquele momento seria propício experimentar uma nova forma de leitura, através do meio digital. Sendo assim, esta pesquisa julga importante apresentar e contextualizar o livro impresso como um objeto de estimado valor, buscando compreender a importância do design editorial na mídia impressa.

Figura 3 - Livro Digital – Crédito: Getty Images

(6)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

De acordo com Furtado (2006), se observarmos os avanços nas tecnologias digitais juntamente ligados ao uso da internet, veremos que nas últimas décadas o modo de ler não se restringe apenas ao papel, tornando essa prática muito mais acessível, disseminando mais o conhecimento.

É possível considerar que a revolução causada pelo avanço da tecnologia digital é ainda mais radical se comparada a da invenção da imprensa de tipos móveis ou qualquer outra anterior surgida na história, pois evidenciam pela primeira vez um conjunto de transformações que antes ocorreram separadas, evoluindo tanto na estrutura física em que se apresenta o texto quanto na forma de se ler (FURTADO, 2003; OLIVEIRA, 2013).

De acordo com Galhardi e Sehn (2015), estamos vivendo em tempos de uma verdadeira revolução na era digital, e ao olharmos para o livro veremos que o meio de leitura em dispositivos móveis só vem aumentando com o passar dos anos. Para termos uma ideia, segundo os autores, analisando a revolução ocorrida no meio gráfico, em meados de 1450, só era possível reproduzir um texto copiando-o à mão, e de repente uma nova técnica baseada nos tipos móveis e na prensa de Gutenberg, transfigurou a relação com a cultura escrita, revolucionando o modo de leitura. Estamos vivendo portanto, tempos de turbulência no mundo editorial, pois por mais de cinco séculos, os métodos e práticas de publicação de livros se mantiveram praticamente inalterados, e agora o setor enfrenta talvez seu maior desafio desde a era Gutenberg (GALHARDI; SEHN, 2015).

Trazendo o cenário para os dias atuais, podemos constatar que não se trata apenas de uma mudança nos métodos de produção do livro. Ora, na época de Gutenberg, o livro já era produzido em papel antes mesmo da invenção dos tipos móveis. A mudança causada foi apenas na questão visual, facilitando a leitura do público leitor da época. A leitura, naquele instante passou a ser feita por meio de tipos móveis, forjados em chumbo, proporcionando assim essa nova experiência na época.

Figura 4 – Tipos móveis – https://clubedodesign.com/2015/tipografia-basica-2-o-que-sao-tipos/

(7)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

Segundo Galhardi e Sehn (2015), as publicações impressas e digitais convivem há várias décadas, e embora os ebooks só tenham entrado em evidência durante a década de 90 com a popularização dos primeiros leitores de livros digitais e avanço da internet, o projeto desse tipo de publicação data de algumas décadas antes.

De acordo com Furtado (2006), percebemos que o tamanho aumento causado pela disseminação da internet não resultou apenas uma maior visibilidade ao mercado de livros digitais em si, mas também a toda uma grande variedade de dispositivos, como o avanço dos smartphones e e-books. O autor afirma que o momento de crescimento da “world wide web” coincide com um grandioso crescimento acelerado dos livros digitais, juntamente com a presença de grandes empresas do setor e novas que estão surgindo, fazendo com que algumas das mais respeitáveis empresas de estudo de mercado do mundo propusessem previsões sobre o surgimento de um segmento novo e altamente rentável, popularizando assim um novo hábito de leitura digital. Dentro desse cenário surgem novos perfis de consumidores, que não estão habituados com o livro impresso, pertencentes a uma geração totalmente online.

Estaria o livro impresso caminhando para o seu fim? É fato que o aumento da procura e da facilidade de acesso aos livros distribuídos no meio digital só cresce, ainda mais se considerarmos que o fato de ser virtual reduz de forma considerável seu custo, já que não depende de um suporte físico como o papel, e isso levanta discussões de tempos em tempos no mundo editorial: chegará o dia em que o livro impresso virá a quase desaparecer, dando espaço a um substituto mais barato e acessível, que não precisa de espaço físico para ser guardado?

De acordo com Galhardi e Sehn (2015), diversos autores do passado colocaram em dúvida o destino do livro impresso, porém se analisarmos o cenário atual, não existem alternativas que apontem para o fim do livro impresso, pois mesmo com o crescimento do mercado de livros digitais, as suas contrapartidas impressas não dão qualquer sinal de estarem prestes a desaparecer.

Segundo Laignier e Martins (2011), não significa que a criação e expansão de determinada mídia resultará no fim absoluto de outra. De acordo com os autores, vimos que a televisão não extinguiu o rádio ou mesmo o teatro ou cinema. A fotografia não exterminou a pintura. A internet não eliminou a produção televisiva, nem tirou de cena os telespectadores. As diferentes mídias que surgiram ao longo da história sempre conviveram entre si e possibilitaram que meios diferentes coexistissem, se complementassem, tivessem papel decisivo no desenvolvimento de novos meios e possibilidades.

(8)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

Sendo assim, verificamos que a aparição dos meios de publicação em suportes digitais não implica necessariamente a extinção do design editorial no livro impresso, mas pelo contrário, abre várias novas experiências para seu contínuo avanço e renovação. O fato de livros impressos e e-books conviverem simultaneamente não implica somente em um cenário de concorrência, mas sim num momento onde ambos se mostram mais produtivos, atendendo públicos distintos e com hábitos diferentes. Não pretendemos aqui verificar qual dos meios possui mais vantagens, mas sim resgatar a importância do livro impresso e a ligação afetiva que este proporciona ao leitor.

OBJETIVOS

Importância do livro impresso

Inicialmente, é necessário fazer uma reflexão e considerar o livro enquanto publicação impressa, fato esse que o mesmo deixa de ser apenas mais um tipo de suporte para leitura, passando a ser um instrumento projetado de maneira a se tornar um objeto de desejo por quem o adquire.

“Um livro é um espelho flexível da mente e do corpo. Seu tamanho e proporções gerais, a cor e a textura do papel, o som que produz quando as páginas são viradas, o cheiro do papel, da cola e da tinta, tudo se mistura ao tamanho, à forma e ao posicionamento dos tipos para revelar um pouco do mundo em que foi feito. Se o livro se parecer apenas com uma máquina de papel produzida conforme a conveniência de outras máquinas, só máquinas vão querer lê-lo.”

Robert Bringhurst, Elementos do estilo tipográfico, p.159

De acordo com Cristóvão (2013), a importância do livro impresso é muitas vezes associada à literatura e requer tempo e dedicação à leitura de textos literários, como o romance, pois literaturas desse tipo exigem um nível maior de concentração nos textos, geralmente com grande quantidade de páginas,

(9)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

que necessitam uma dedicação diária intensa de leitura. Ainda segundo Cristóvão (2013), já o e-book surge trazendo argumentos que proporcionam a possibilidade de interagir a leitura da obra com a vantagem da visualização de imagens relacionadas com a mesma, que, embora facilitem uma leitura mais rápida, podem gerar um cuidado maior com a interpretação da mesma, privilegiando uma leitura mais voltada para a imagem literal das obras, em vez de contribuir para decifrar o conteúdo destas.

De acordo com Motta (2009), a transposição do texto impresso para o meio digital coloca em pauta algumas questões relevantes a serem pensadas. O significado do livro vai muito além da ideia de um simples objeto de consumo, ele acaba assumindo um valor simbólico. Pensar no seu eventual desaparecimento significa ferir todo um conjunto de valores culturais construídos ao longo de séculos.

Contudo, segundo Motta (2009), devemos tomar cuidado ao pensar em termos de desaparecimento ou

"morte" do livro impresso, pois não podemos cair no equívoco de acreditar que um meio irá substituir o outro.

"[...] um livro, apesar das aparências, jamais é apenas um objeto de uso ou de consumo. É antes, um objeto simbólico, uma instituição e uma tecnologia aos quais a cultura pós-Gutenberg confiou a tarefa de armazenar e fazer circular praticamente todo o conhecimento considerado relevante. Como instituição, o livro representa uma forma de socialização que compreende todo circuito de produção e consumo:

autores, editores leitores, críticos, comunidades interpretativas institucionalizadas"

Bellei (2002) (p. 12-13).

De acordo com Motta (2009), isso pode ser confirmado não apenas com a era impressa e a era digital, mas através de diversos exemplos, chegamos à conclusão que o não desaparecimento de um meio diante de um outro é necessariamente uma realidade. Vejamos por exemplo, a fotografia não substituiu a pintura, nem a televisão fez desaparecer o rádio. O que podemos pensar, portanto, é em uma readaptação de cada meio diante de um novo existente. Ora, segundo Cristóvão (2013), o e-book vem oferecer maior escolha ao leitor em termos de formatos de leitura, mas até que ponto esta oferta é positiva, se, por outro lado, o leitor vê-se confrontado com a necessidade de decidir mais rapidamente o que ler no seu interesse, podendo deixar escaparpormenores que uma leitura mais cuidadosa possibilita. Isto pode levar

(10)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

a situações às quais o leitor não segue a sua a leitura em função da narrativa mas de trechos da mesma, não realizando assim uma leitura linear das obras, praticando uma leitura mais fragmentada do conteúdo.

Fatores que identificam o interesse pelo livro impresso

Don Norman (2008), em seu livro “Design Emocional: Por que Adoramos (ou Detestamos) os objetos do Dia-a-dia”, relaciona três níveis emocionais que um produto precisa atingir ou projetar para ser bem-sucedido. Faremos uma reflexão sobre os três níveis do design emocional em relação à produção

editorial do livro impresso, visando descobrir de que forma a aplicação bem planejada desses aspectos podem influenciar no desejo de se escolher um livro físico como objeto em detrimento de

um digital. Um ponto interessante colocado por Norman (2008), quando o autor relata a experiência das diferentes embalagens de garrafas d‟água, onde muitas pessoas são atraídas pela embalagem, e em muitos casos chegam a guardar as garrafas mesmo após terem consumido o produto, e coloca que a pura aparência é a questão, toda a beleza está na superfície, no caso aquilo que se vê, a embalagem. De acordo com Norman (2008), as respostas humanas aos objetos do dia a dia são complexas, determinadas por uma variedade de fatores. Alguns deles independem da pessoa, são controlados pelo designer e fabricante, como veremos no caso do livro impresso, onde a capa é um fator muito importante no momento da compra, já que é a primeira coisa que é percebida pelos olhos.

Os três níveis emocionais que Norman (2008) relaciona em seu livro, são o visceral, o comportamental e o reflexivo. No nível visceral, aspectos físicos – aparência, toque e som – dominam.

Desse modo, um designer precisa concentrar-se na criação do projeto gráfico de um livro. A aparência, ou aspecto visual, deve chamar a atenção a ponto de despertar nas pessoas o desejo de tocar o livro, tocá-lo, sentir a experiência do design visceral. A reação visceral à aparência funciona tão bem que as pessoas olham determinado livro, e num primeiro instante são levadas a tê-lo, a tocá-lo. Portanto, o design visceral é diretamente relacionado ao impacto emocional imediato. No caso do livro impresso, precisa dar uma reação boa e ter boa aparência estética.

Segundo Norman (2008), o segundo nível seria o design comportamental, que diz respeito ao uso.

A aparência realmente não importa. Os princípios do bom design comportamental envolvem quatro componentes: função, compreensibilidade, usabilidade e sensação física. Por vezes a sensação pode ser a

(11)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

base lógica por trás de um produto. Norman (2008) aponta que no design comportamental, muitas vezes a função vem em primeiro lugar, sendo a mais importante, mostrar o que um produto faz, que função ele desempenha. O bom designer comportamental deve estar centrado no ser humano, preocupando-se em compreender e satisfazer as necessidades das pessoas que realmente usam o produto. Considerando o livro impresso inserido no contexto do design comportamental, podemos concluir que sua função é proporcionar interação com a pessoa que o possui. Sendo assim, o livro impresso tem o poder satisfazer a necessidade de leitura, da mesma forma que o digital, porém, depende do envolvimento com o livro.

De acordo com Oliveira (2015), leitores de livros impressos e digitais podem ter o mesmo grau de envolvimento com as versões de sua preferência ou serem de envolvimentos extremos. O envolvimento do leitor na escolha de qual versão preferir será analisado para identificar quais os fatores que dificultam ou facilitam a adesão do consumo ao livro digital, pois conforme esse envolvimento com o produto aumenta, o consumidor prestará mais atenção aos anúncios e informações das versões pretendidas.

Seguindo o raciocínio de Norman (2008), o terceiro nível emocional que um produto precisa atingir ou projetar para ser bem-sucedido, seria o design reflexivo, o qual abrange um território enorme.

Tudo nele diz respeito à mensagem, à cultura e ao significado de um produto ou seu uso. Norman (2008) aponta que por um lado, diz respeito ao significado das coisas, como às lembranças pessoais que uma pessoa pode resgatar. Também pode se referir à autoimagem e às mensagens que um produto pode levar às outras pessoas. Quando um projeto gráfico de um livro é iniciado, deve-se levar em conta a imagem que será apresentada às pessoas. Que tipo de mensagem irá transmitir. Entre o livro impresso e o digital, considerando o processo de design reflexivo, podemos destacar o fato da versão impressa carregar significados dos mais variados, de pessoa para pessoa. Portanto, os autores concluem que o livro impresso está totalmente inserido nesse cenário do design emocional. O livro impresso consegue ter uma aparência real, física, proporcionando a experiência do toque. Além disso, o livro impresso cumpre a sua função, que é se tornar um objeto de uso para leitura. E finalmente, ele tem pleno poder de nos transmitir uma imagem mensagens, diversos aspectos culturais e inúmeros significados.

(12)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

Desenvolvimento do projeto gráfico do livro “Entre histórias e memórias:

a trajetória da escola para cegos „Helen Keller‟ de Ribeirão Preto”

O padrão gráfico se definiu no padrão visual que terão as capas e o miolo do livro. Também houve a preocupação estética com o equilíbrio visual do projeto, tendo o cuidado com a legibilidade, na escolha das famílias tipográficas e no tratamento das imagens.

(13)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

(14)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

JUSTIFICATIVA

Conclui-se até o momento que, apesar da velocidade de crescimento da publicação e leitura de livros no meio digital, não é possível prever a extinção do livro impresso, ou como muitos chegaram a afirmar, a sua “morte”, pois este ainda continua sendo para o leitor um objeto palpável de desejo, não apenas um meio de leitura. Mesmo com o surgimento de uma nova mídia, que vive um crescimento desde fim do século passado com a criação da internet, não necessariamente causa o desaparecimento do livro impresso, mas sim abre espaço para que este conviva de forma concomitante.

A partir do que foi introduzido até aqui, os próximos passos desta pesquisa são entender a opinião do público, identificando potenciais leitores, o que pensam sobre o livro impresso e o digital, utilizando como instrumento de coleta de dados o questionário individual, realizando num segundo momento a análise dos resultados obtidos com a pesquisa.

A continuidade da pesquisa se basear-se-á no pressuposto de que o livro, para o seu possuidor, deixa de ser um mero suporte de leitura, pois além do conteúdo escrito a pessoa também deseja ter o objeto palpável, logo, caracterizando-o como um objeto de desejo.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para atingir os objetivos anteriormente descritos, optou-se pelo processo metodológico de Ambrose & Harris (2011), e Munari (2008), dando início a um olhar sobre o projeto gráfico do referido livro desta pesquisa, definindo o problema de design e o público-alvo.

Optamos por uma pesquisa de metodologia qualitativa, em que o número de participantes pode ser reduzido, pois serão consideradas a complexidade e amplitude do projeto gráfico do livro. Na metodologia proposta para o desenvolvimento da pesquisa, a etapa de Criatividade, proposta por Munari (2008), foi dividida em duas etapas: Estudos & Definições formais e Projeto Gráfico, por critério de organização. A primeira etapa tem foco nos elementos que compõem o projeto gráfico, tais como formato, tipografia e paleta de cores, além de envolver questões de materiais e acabamentos, e a segunda etapa, desenvolvendo o projeto gráfico propriamente dito.

(15)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

RESULTADOS

Devido a situação de pandemia que se instalou sobre a nossa cidade nos últimos 5 meses, sentimos a necessidade de estender o levantamento das informações junto ao público-alvo, agora nos meses de setembro e outubro de 2020.

Esperamos levantar e registrar diversos fatores envolvidos com a temática desta pesquisa, através da amostragem do público-alvo, identificando potenciais leitores, o que pensam sobre o livro impresso e o digital, utilizando como instrumento de coleta de dados o questionário individual, realizando num segundo momento a análise dos resultados obtidos com a pesquisa.

Espera-se identificar entre os resultados desta pesquisa, em um primeiro momento, um fator na leitura que vai além da simples visão comercial, e de certa forma supera as vantagens que podem ser aprendidas da leitura digital: o amor pelo livro físico, como objeto de desejo. Compreender a importância do projeto editorial na reconstrução da história da Escola para Cegos “Helen Keller”. Como produto desta etapa, espera-se a publicação de artigos e apresentação da pesquisa em congressos, evidenciando o livro como objeto afetivo que carrega a história cultural e as memórias da Escola para Cegos “Helen Keller”.

Um livro estimado por um leitor certamente tem a preferência deste pelo apelo emocional do objeto em si, pois este é palpável, capaz de ser autografado e mostrado para as pessoas ao redor e estar sempre visível na estante, até como objeto de decoração, fatores que ainda são impossíveis de serem encontrados em uma versão digital. É inegável que facilidades trazidas pela era digital trouxeram qualidades para o incentivo à leitura e vieram para ficar, porém existem aspectos emocionais relacionados ao livro físico como objeto de desejo que são impossíveis de substituir em uma versão digital.

(16)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

Novo plano de trabalho e Cronograma de execução:

Cronograma

Plano de Trabalho 1º semestre 2020 2º semestre 2020

Levantamento de referencial teórico

Primeira parte da editoração

Segunda parte da editoração

Análise dos dados

Revisão e fechamento da editoração

Elaboração de Relatórios

Apresentação em congressos

Escrita de Artigo

Revisão e Escrita final

Entrega relatório final

DISCUSSÃO

A primeira parte da editoração do livro Entre Histórias e Memórias: A trajetória da escola para cegos

“Helem Keller” de Ribeirão Preto, está praticamente definida, aguardando os capítulos originais para ser efetuada a segunda parte da editoração, incluindo a finalização e fechamento dos capítulos para envio à editora.

.

(17)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

REFERÊNCIAS

AMBROSE, G.; HARRIS, P. Layout. Porto Alegre: Bookman, 2011. Coleção Design básico.

HENDEL, R. O design do livro. 2. Ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2006.

AMBROSE, G.; HARRIS, P. Design Thinking. Porto Alegre: Bookman, 2011.

AMBROSE, G.; HARRIS, P. Dicionário Visual de Design Gráfico. Porto Alegre: Bookman, 2009.

CRISTÓVÃO, André Filipe Moutinho. O lugar do livro na era digital. Instituto Universitário de Lisboa, Dissertação de Mestrado, 2013.

HENDEL, R. O design do livro. 2. Ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2006.

FURTADO, José Afonso. O Papel e o Pixel. Coimbra: Ciberscópio, 2003. Disponível em <https://www.academia.edu/630121/O_papel_eo_pixel>. Acesso em março de 2015.

FURTADO, José Afonso. O papel e o pixel. Do impresso ao digital: continuidades e transformações. Florianópolis: Escritório do Livro, 2006.

GALHARDI, Pedro Pazitto; SEHN, Thaís C. M. Considerações sobre a resistência do livro impresso na era digital. Rio Grande do Sul: ALCAR, 2015.

LAIGNIER, P.; MARTINS, S. Do livro impresso ao digital. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 34., 2011, Recife. Anais…

Recife: Intercom, 2011. Disponível em <http://goo.gl/ORdPdI>. Acesso em outubro de 2014.

LUPTON, E. Pensar com tipos: guia para designers, escritores, editores e estudantes.

São Paulo: Cosacnaify, 2006.

MOTTA, Giovana Caires. Do impresso ao digital: as novas práticas da leitura e o acesso às bibliotecas. Universidade Estadual de Londrian. Paraná, 2009.

(18)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

MUNARI, Brunno. Das coisas nascem coisas. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

NORMAN, Donald. Design Emocional – Por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia.

Rio de Janeiro: Rocco, 2008.

OLIVEIRA, Tatiana Lima de. O consumo de livros impressos na era digital. Rio de Janeiro, 2015.

PHILLIPS, P. L. Briefing: a gestão do projeto de design. São Paulo: Edgard Blucher, 2008.

RIBEIRO, M. Planejamento visual gráfico. 8. ed. Brasília: LGE, 2003.

SAMARA, T. Grid: construção e desconstrução. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

SAMARA, T. Guia de design editorial: manual prático para o design de publicações. Porto Alegre:

Bookman, 2008.

THOMPSON, John B. Futuro do livro ainda está por ser escrito… Veja, São Paulo, 15out. 2010.

Entrevista concedida a Rafael Sbarai. Disponível em <http://veja.abril.com.br/ noticia/vida-digital/futuro- do-livro-ainda-esta-por-ser-escritodiz-

john-b-thompson/>. Acesso em abril de 2015.

WHITE, J. V. Edição e design: para designers, diretores de arte e editores. São Paulo: Jsn, 2006.

(19)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

PARECER DO ORIENTADOR

PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2020

FORMULÁRIO PARA ENCAMINHAMENTO DO RELATÓRIO PARCIAL A SER PREENCHIDO PELO (A) ORIENTADOR(A)

Aluno(a): JÚLIA BOSSOLAN DA SILVA Código: 4021822

Mês e ano previstos para a conclusão do curso de Graduação: DEZEMBRO/2021 Professor (a) Orientador(a): MÁRCIO HUERTAS

Período a que se refere o relatório: MARÇO A JULHO/2020.

1. APRECIAÇÃO DO ORIENTADOR SOBRE O RELATÓRIO.

O relatório mostra uma evolução na elaboração da pesquisa proposta, porém, devido ao cenário de pandemia, houve a necessidade de alteração de datas no cronograma. Do ponto de vista teórico, e de pesquisa bibliográfica, creio que há alguns ajustes a serem feitos, mas os resultados estão sendo construídos.

2. APRECIAÇÃO DO ORIENTADOR SOBRE O DESEMPENHO ACADÊMICO DA BOLSISTA.

Entendo que o desempenho foi bom, a orientanda compareceu às orientações feitas remotamente, cumprindo as tarefas e as etapas previstas no desenvolvimento da pesquisa. Foram feitos os levantamentos do referencial teórico e os estudos do padrão gráfico a ser aplicado no livro.

(20)

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO

3. DIFICULDADES ENCONTRADAS DURANTE A EXECUÇÃO DO PROJETO.

A dificuldade encontrada foi com relação à entrega dos capítulos do livro para desenvolvimento do projeto gráfico e diagramação do livro. Devido à pandemia do novo Corona vírus, os capítulos revisados do livro serão entregues agora na segunda quinzena de agosto, motivo esse que torna necessária a extensão da pesquisa para a conclusão do projeto gráfico do livro Entre Histórias e Memórias: A trajetória da escola para cegos “Helem Keller” de Ribeirão Preto.

4. SOLICITA RENOVAÇÃO? SIM ( X ) NÃO (_____)

Ribeirão Preto, 17 de Agosto de 2020.

Assinatura do bolsista Assinatura do Professor (a) Orientador (a)

Referências

Documentos relacionados

Este experimento foi conduzido no Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP, e teve como objetivos estudar a freqüência e o comportamento forrageiro de abelhas e

Em se tratando dos idosos, constata-se um incremento gradativo no número de casos em decorrência ao aumento da expectativa de vida, com risco variando entre 5 a 10% durante a

Este estudo teve como objetivo a realização de avaliação clínica preliminar em população de idade escolar selecionada através da aplicação de testes

Além dos cursos técnico e médio e de graduação tecnológica, o Centro Paula Souza atua também no ensino básico ou educação não formal, por meio de cursos de formação inicial

Pássaro Anilha Criador Cidade Classif.. Pássaro Anilha Criador

Este experimento foi conduzido no Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, e teve como objetivos estudar a

Brasil perde seis universidades em ranking das mil melhores do mundo; britânica lidera 06/09/17.

Tendo em vista esta restric¸˜ao, neste trabalho s˜ao considerados apenas os m´etodos baseados em filtros isotr´opicos, como o proposto por Jain, Chen e Demirkus [1], [11], e o