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Avaliação de eficiência dos departamentos de economia filiados à Anpec segundo a publicação de artigos nos anos de 1995 a 2004

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(1)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM

ECONOMIA DE EMPRESAS

Mestrado

AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA DOS DEPARTAMENTOS DE

ECONOMIA FILIADOS À ANPEC SEGUNDO A

PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS NOS ANOS DE 1995 A 2004

Autor: Márcio Alves Borges Orientador: Prof. Dr. Adolfo Sachsida

(2)

M

ÁRCIO

A

LVES

B

ORGES

A

VALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA DOS

D

EPARTAMENTOS DE

E

CONOMIA FILIADOS À

ANPEC

SEGUNDO A PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS NOS ANOS DE

1995

A

2004

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” em Economia de Empresas da Universidade Católica de Brasília como requisito para a obtenção do título de Mestre em Economia de Empresas.

B

RASÍLIA

(3)
(4)

Ao Prof. Dr. Adolfo Sashida,

Pela paciência, ânimo e motivação.

Aos amigos,

que silenciosamente acreditaram e rezaram por mim.

(5)

L

ISTA DE

T

ABELAS

TABELA I DEPARTAMENTOS DE ECONOMIA FILIADOS À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS

CENTROS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA – ANPEC (JULHO – 2004)

TABELA II CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO ADOTADO PELA CAPES

TABELA III RANKING DOS DEPARTAMENTOS DE ECONOMIA SEGUNDO OS CRITÉRIOS DE

PONDERAÇÃO DA CAPES – 1995 A 2004.

TABELA III RANKING DOS DEPARTAMENTOS DE ECONOMIA SEGUNDO OS CRITÉRIOS DE PONDERAÇÃO DA CAPES – 1995 A 2004

TABELA IV AS PRIMEIRAS 20 POSIÇÕES DO RANKING DOS ECONOMISTAS FILIADOS À

ANPEC, SEGUNDO O CRITÉRIO DE PONTUAÇÃO DA CAPES – 1995 – 2004

TABELA V ECONOMISTAS QUE PUBLICARAM ARTIGOS NO CONJUNTO DE PERIÓDICOS

INTERNACIONAIS – “BLUE RIBBON”– 1995 A 2004.

TABELA VI RANKING DOS DEPARTAMENTOS DE ECONOMIA SEGUNDO A PUBLICAÇÃO EM

PERIÓDICOS INTERNACIONAIS – 1995-2004

TABELA VII RANKING DOS DEPARTAMENTOS DE ECONOMIA SEGUNDO A LISTA DE

PERIÓDICOS ELENCADOS POR FARIA (2000) PARA O PERÍODO DE 1995 A

2004

TABELA VIII RANKING DE ECONOMISTAS COM PUBLICAÇÕES INTERNACIONAIS SEGUNDO

A LISTA DE PERIÓDICOS DE FARIA (2000) – 1995 A 2004

TABELA IX PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DO CORPO DOCENTE DOS DEPARTAMENTOS DE

ECONOMIA COM PUBLICAÇÃO INTERNACIONAL NO CONJUNTO DE

(6)

R

ESUMO

O estudo apresenta os resultados da produção científica dos departamentos de economia

brasileiro e respectivos corpos docentes afiliados à Anpec, de acordo com as publicações de

artigos completos no período de 1995 a 2004. As informações foram obtidas na base de dados

do Sistema CV-Lattes. Quatro tipos de ranking são propostos para a análise da produtividade

dos 23 departamentos e 530 economistas. Os resultados indicam a excelência de alguns

centros acadêmicos, caso da Fundação Getúlio Vargas – FGV-RJ, Universidade Católica de

Brasília – UCB e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ.

Palavras-chave: classificação dos departamentos, classificação dos economistas,

(7)

ABSTRACT

The study it presents the results of the scientific production of the departments of Brazilian

economy and respective faculties affiliated to the Anpec, in accordance with complete article

publications in the period of 1995 the 2004. The information had been gotten in the database

of the CV-Lattes System. Four types of ranking are considered for the analysis of the

productivity of the 23 departments and 530 economists. The results indicate the excellency of

some academic centers, case of the Fundação Getúlio Vargas - FGV-RJ, Universidade

Católica de Brasília - UCB and the Pontifícia Universidade Católica do Rio De Janeiro -

PUC-RJ.

Keywords: ranking of the departments, ranking of the economists, academic productivity,

(8)

S

UMÁRIO

Lista de Tabelas _________________________________________________________________ 3

Resumo________________________________________________________________________ 4

Abstract________________________________________________________________________ 5

Introdução _____________________________________________________________________ 8

Objetivo ______________________________________________________________________ 11

Capítulo 1. Uma Revisão da Literatura _____________________________________________ 12

Capítulo 2. A Metodologia de Avaliação_____________________________________________ 29

Capítulo 3. Os Resultados Obtidos _________________________________________________ 34

3.1. A Classificação dos Departamentos de Economia filiados à ANPEC, segundo o critério da

CAPES _________________________________________________________________ 35

3.2. O Ranking de economistas segundo o critério da CAPES __________________________ 37

3.3. Uma segunda análise de ranking para os Departamentos de Economia.________________ 43

3.4 Uma segunda análise de ranking para o Corpo Docente, segundo o critério de FARIA.___ 45

Conclusão_____________________________________________________________________ 49

Referências Bibliográficas________________________________________________________ 53

Anexos________________________________________________________________________ 56

Anexo A - Lista das Revistas Internacionais e Nacionais, segundo classificação e peso adotados

pela Capes _______________________________________________________________ 57

Anexo B - Lista de Revistas Internacionais segundo o critério de ponderação adotado por FARIA

_______________________________________________________________________ 63

Anexo C - Lista das Dez Principais Revistas Nacionais e Internacionais com publicações de

Economistas Brasileiros ____________________________________________________ 66

Anexo D - Ranking dos Economistas filiados à Anpec, segundo o critério de pontuação da

(9)

I

NTRODUÇÃO

Uma das funções precípuas dos centros universitários é a que se relaciona com a

produção do saber, associada à promoção do desenvolvimento cultural, científico e

tecnológico na busca de soluções de problemas adversos, tanto no presente, quanto no futuro

das sociedades. Assim, a pesquisa, aliada à criação e à investigação crítica são atividades

científicas por excelência dos diversos departamentos acadêmicos.

Embora recente, a investigação da produtividade acadêmica é um tanto corriqueira

em outras partes do mundo, principalmente a partir dos anos oitenta e noventa. O mais certo é

que há uma necessidade de melhor auferir, classificar e direcionar recursos públicos, em face

das limitações orçamentárias para o apóio à pesquisa científica.

Uma prática recorrente de avaliação realizada nos diversos países, especialmente nos

Estados Unidos, é a que busca mensurar a produção científica mediante a criação de ranking

dos departamentos acadêmicos e seus pesquisadores, por meio da investigação de dados

bibliométricos de publicações inseridas nos diversos periódicos e as suas respectivas citações

a posteriori. Na prática, centros universitários, principalmente os mais conceituados, se utilizarão desses rankings como “sinais” emitidos ao mercado, a fim de atrair novos docentes,

reter o seu atual quadro e, também, exercer poder de “sedução” a estudantes graduados.

Finalmente, seus administradores os adotarão como provável forma de alocar os escassos

recursos nos diferentes departamentos, conforme o sucesso ou insucesso de cada um.

No caso brasileiro Azzoni (2000) relata que por muito tempo prevaleceu no país uma

política de autonomia frente aos pesquisadores e universidades, no qual o corpo docente ficou

praticamente isento de qualquer tipo de avaliação de produtividade oficial, que não fossem

(10)

É verdade, também, que nos últimos anos tem surgido um interesse crescente da

academia brasileira em encontrar formas de aferição da produção científica brasileira. Faria

(2000) aponta que a definição de ranking para departamentos acadêmicos provê um caminho

meritocrático de avaliação e de premiação em que, de um lado, decresce custo de

monitoramento e, do outro, cresce a eficiência dos principais atores envolvidos.

Apesar de existir outros aspectos de aferição, caso da qualidade de alunos,

instalações, programas de graduação e pós-graduação, entre tantos, estes se correlacionam à

qualidade dos pesquisadores dos departamentos, que pode ser medida pelos estudos de suas

publicações e das futuras citações.

O método de avaliação utilizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

de Nível Superior - CAPES, órgão que subsidia o Ministério da Educação e Cultura – MEC

na formulação das políticas de pós-graduação, atribui 50% do peso da avaliação final dos

departamentos universitários a itens ligados a publicações realizadas pelo corpo docente

(Azzoni, 2000).

A respeito dessa política de avaliação, o mesmo autor observa que a preocupação

sobre o assunto tem aumentado. O fator fundamental desse processo de avaliação foi a

introdução da tecnologia da informação, que aponta três fatos importantes para a academia: i)

há uma maior aproximação dos centros acadêmicos brasileiros com os centros internacionais; ii) existe uma maior acessibilidade da produção externa aos novos pesquisadores; e iii) a avaliação tornou visível o anonimato dos trabalhos oriundos das publicações em português, especificamente as de origem brasileira.

Na maioria dos estudos, autores argumentam que uma boa medida de qualidade

acadêmica deve se reportar a índices de citação, vez que as citações filtram as idéias

(11)

acadêmica de um pesquisador mais citado será. De outro lado, autores menos profícuos

podem ter obras relevantes, mas o contrário também pode vir a ocorrer.

Boa parte dos atuais estudos de impacto de obras e seus autores são, em sua maioria,

avaliados segundo os estudos de Laband e Piette (1994) e, mais recentemente, de

Kalaitzidakis et alli (2001). Segundo os autores, um periódico vale mais quanto mais citado ele for. Afirmam ainda que as citações a um periódico vêm de outros periódicos, ou dele

próprio, e não terão pesos iguais, mas serão proporcionais ao impacto de cada periódico

citado.

Metodologia desenvolvida por Issler (2003) para avaliar pesquisadores no Brasil, não

só pelas citações recebidas em seus trabalhos científicos no país, mas também pelas citações

no exterior indica que a produção acadêmica brasileira nos principais jornais de economia

internacional é praticamente insignificante, quando comparada com países desenvolvidos, ou

mesmo com países considerados de desenvolvimento mediano.

Ao avaliar quinze periódicos internacionais de maior impacto, nos anos de 1977 a

1997, e ponderar a produção científica pelo impacto de cada um, os resultados encontrados

indicam que autores com afiliação brasileira detêm apenas 0,03% da produção acadêmica

mundial, os EUA respondem por 72,2%, o Reino Unido por 10,2%, a Austrália por 1,4%,

Israel por 2,1% e México e Rússia com 0,1% , cada.

Azzoni (2000) sobre o mesmo assunto argumenta que a publicação de artigos revela

evento positivo de produção acadêmica, vez que houve empenho, dedicação e tempo gasto na

sua elaboração e preparação ao formato exigido pela academia. Aspecto relevante a ser

considerado na avaliação de impacto diz respeito às citações recebidas de outros autores, fato

esse que não é garantido somente pela publicação em periódicos de boa reputação, mas

(12)

O

BJETIVO

Recentemente, Faria (2000) avaliou os 20 departamentos de economia no Brasil

associados à Anpec em 2000, e os seus respectivos membros, segundo a investigação de

publicações de artigos em periódicos internacionais no período de 1984 a junho de 1999. Para

isso, coletou informações na base de dados da Econlit-AEA, versão expandida dos dados

bibliométricos do Journal of Economic Literature (JEL), fonte internacionalmente

reconhecida para investigação dos principais estudos na área de economia.

Com o estudo que se segue, será investigada a produção acadêmica dos

departamentos de economia brasileiros atualmente associados à Anpec, em número de 23,

relativa à publicação de artigos em periódicos internacionais, mas também os de origem

nacional, conforme lista de publicações com os respectivos pesos considerados pela Capes. O

período em questão está compreendido entre 1995 a 2004.

Assim, a avaliação mais atual se baseia na classificação dos departamentos e seu

corpo docente atualizando os dados de FARIA (2000), criando novo ranking, sob dois

aspectos novos: investigação de resultados mais recentes, até o ano de 2004, atualização do

período, tornando a classificação mais atual e adotando o critério de avaliação de pesos

atribuído pela Capes. O trabalho está, portanto, separado em seis tópicos: o primeiro

compreende uma breve introdução; o segundo será destinado à revisão literária do assunto; no

terceiro, é apresentada a metodologia necessária à investigação; no quarto encontram-se os

resultados obtidos com a análise dos dados, a investigação de ranking para os economistas e

os departamentos brasileiros atualmente filiados à Anpec; no quinto tópico, será tratada da

(13)

C

APÍTULO

1. U

MA

R

EVISÃO DA

L

ITERATURA

Classificar departamentos é algo recente em todo o mundo. Uma prática recorrente

nos últimos anos é a que busca formas de mensuração, segundo a produção científica dos

centros universitários por meio de seus respectivos departamentos.

O trabalho que ganhou repercussão no mundo acadêmico é de Liebowitz e Palmer

(1984). Segundo os autores, nas últimas décadas houve um aumento do interesse da academia

nas publicações em periódicos, vez que se tornaram importante instrumento de disseminação

da informação científica. É fato, também, que essas publicações aumentaram de forma

crescente nas décadas atuais. Para os autores, o sucesso dessas publicações se deve à

disponibilidade de uma leitura razoável ao leigo e ao fornecimento e divulgação de

informação valiosa aos eruditos e acadêmicos. Esses dois fatores aliados são, portanto,

motivadores para o aparecimento de metodologias de investigação da qualidade e mérito

individual dos periódicos editados. Segundo os autores, a publicação de artigos pode vir a

representar promoção, estabilidade e melhor salário; vez que proporciona reputação e mérito

para quem escreve.

A medida usada para criar o ranking é o numero de citações que autores fazem em

artigos publicados em diversos periódicos nos anos de 1975 a 1979.

Três aspectos inovadores diferenciam o estudo de Liebowitz e Palmer (1984) de seus

antecessores: i) a padronização de periódicos como forma de compensar os diferenciais de

tamanho e de idade, uma vez que periódicos de recente publicação possuem inventários

menores de artigos e, conseqüentemente, serão menos citados; ii) a inclusão de um maior

número de periódicos; e, iii) o processo de ajuste do número de citações recebidas pelos

(14)

foram provenientes da Social Sciences Citation Index (SSCI). Os resultados obtidos colocam

o American Economic Review no topo da lista, com um total de 4.065 citações fornecidas em

1980 artigos pesquisados.

A respeito das citações, os autores observam que estas são realmente uma boa

medida de influência, mas há a probabilidade de que na submissão de artigos, autores citem

gratuitamente artigos das publicações de seu interesse, a fim de aumentar a probabilidade de

aceitação do seu estudo, e de que citações relativas a si próprio não são indicativas de uma

verdadeira influência.

Concluem os mesmos que a determinação de variáveis como tempo, tamanho e

freqüência da publicação trarão resultados diferenciados na elaboração do ranking.

Davis e Papanek (1984) concordam que existe tradição na área econômica para a

investigação da qualidade comparativa entre departamentos de economia a partir da

classificação de publicações nos principais periódicos americanos.

Consideram, porém, inapropriada a criação de métodos de avaliação da qualidade

científica:

i) Apoiada em artigos publicados e creditados pela afiliação, à época da

publicação;

ii) Baseada na contribuição científica apenas constante nos principais periódicos;

iii) Que ignore a contribuição de artigos críticos ou de caráter inovador

constantes em outras formas de publicações alternativas.

Ao mesmo tempo em que mais investigações são elaboradas para mensurar a

qualidade das publicações, surgem novos aperfeiçoamentos de análise. Laband (1990) agrega

método de comparação de impacto dos livros publicados pelas editoras, algo inovador até

(15)

Para Laband (1990) um indivíduo constrói o seu nome convencendo demandantes

potenciais de seu conhecimento de que possui o capital humano geral e o específico. Sob essa

ótica, o mercado direcionou economistas a adotarem a publicação de artigos e de livros como

o meio preliminar para que essa comunicação ocorresse. Assim, cada um pode selecionar os

meios de “sinalização” no qual deseja promover eficientemente seu nome, levando em

consideração o impacto previsto e o custo de publicar em um meio ou outro. No caso

americano, aumentos anuais para muitos economistas acadêmicos podem ser determinados,

em parte, por suas publicações anuais.

Ao avaliar o impacto das publicações em livros ou periódicos especializados nos

anos de 1980 e 1981, e suas respectivas citações nos anos de 1981 a 1985, Laband concluiu

que o impacto previsto de publicar um artigo no Journal Politic Economic ou Journal

Economic Finance excede o impacto previsto de se publicar um livro acadêmico na área de Economia.

Para o autor, livros terão impacto considerável em leitores que não são acadêmicos,

por isso podem atrair poucas citações. No entanto, como definidores de política, um livro de

consulta pode ter impacto significativo nos rendimentos de um indivíduo. Observa também

que o impacto de se publicar um livro em editora será maior, caso os artigos publicados sejam

em periódicos considerados de segundo time. Três fatos são discorridos:

i) O processo de revisão nas editoras pode ser tão rigoroso quanto o processo de

revisão em muitos periódicos especializados, implicando que o conhecimento

contido em 200 páginas de um livro pode exceder o de um artigo de 20.

ii) Livros exigem um maior esforço para escrevê-los, mas importam em

recompensas peculiares e confidenciais aos autores.

iii) Livros permitem que leitores economizem esforços de recolher material diverso

(16)

de revisão, cujo autor forneceu sinopse coerente do conhecimento e contribuição

de diversos autores em artigos de revistas, do que ler e citar cada um daqueles

artigos.

Laband e Piette (1994) voltam sua atenção para as classificações de periódicos

secundários os quais, segundo os autores, parecem prosperar fortemente nos anos analisados.

Os autores sugerem cuidado ao se adotar a base de dados SSCI nas avaliações de

impacto dos pesquisadores e dos departamentos. A produtividade dos pesquisadores pode ser

avaliada, um tanto arbitrariamente, pelas publicações em periódicos tidos como superiores.

Entretanto, existirá limitação na distinção de periódicos de economia daqueles de

não-economia. Os autores cuja pesquisa se aproxima dos limites da disciplina econômica terão,

geralmente, menos probabilidade de publicar seus estudos nos periódicos considerados de alto

nível.

Assim, os autores argumentam que parece ser inapropriada a avaliação de que a

produtividade de pesquisadores é melhor, simplesmente pelo fato de sua orientação como

pesquisador estar direcionada para assuntos internos da disciplina econômica. Para os autores,

existem artigos de qualidade elevada em periódicos interdisciplinares, que não são

necessariamente os de linha superior.

Davis, J.B. (1998) discute dois problemas que envolvem classificações de periódicos

econômicos baseados no índice de dados da Social Sciences Citation Index (SSCI). Um é

conceitual, de natureza familiar aos economistas acostumados com problemas de número

índice. O outro é técnico e refere-se ao uso de dados da base SSCI como uma fonte da

informação para determinar o impacto relativo de periódicos de economia.

Segundo o autor, os periódicos de economia são produtos heterogêneos ao longo de

dois limites:

(17)

ii) Periódicos diferentes produzem produtos diferentes.

Tais argumentos sugerem que se o limite superior entre periódicos de economia e de

não-economia puder ser razoavelmente definido, e desde que tais periódicos tenham

características preponderantes de economia, torna-se cada vez mais difícil explicar a distinção

que envolve os dois conjuntos e, assim, fica cada vez mais improvável que exista limite entre

periódicos de economia e de “não-economia”.

Certamente, a existência da categoria de economia adicional sugere não ser possível

falar de um limite para o conjunto de periódicos de economia. Mas há um número de razões

importantes para não recusar um sistema de ranking num subconjunto de periódicos de

economia:

i) Isto significaria eliminar a maior parte de periódicos de economia dos

rankings.

ii) Esse subconjunto de periódicos permite a expansão e inovação das idéias em

economia.

iii) A supressão de ranking para essas publicações reduziria a pesquisa econômica

nas áreas com índice significativos nos periódicos não-econômicos.

iv) O corte produziria um conjunto de periódicos do núcleo que mudaria

continuamente na margem.

Assim, o autor defende a permanência dos rankings da SSCI, uma vez que criam

incentivos para que economistas concebam a pesquisa de economia, não de acordo com a

lógica do desenvolvimento de idéias econômicas, mas de acordo com um procedimento

relativamente arbitrário de classificação projetada e estruturada como um campo distinto para

finalidades de catalogação bibliográfica.

Oster e Hamermesh (1998) identificam quais dos membros associados da American

(18)

departamentos de economia americanos. Com as informações obtidas no índice de citação do

Journal of Economic Literature replicam parte do currículo de cada um dos 208 economistas com grau Ph.D entre 1959 e 1983. A seguir, medem a produtividade por meio da classificação

de artigos publicados em periódicos, avaliam as carreiras dos economistas e as características

demográficas dos principais editores.

A evidência deixa clara que as publicações diminuem com a idade em taxas tão

rápidas quanto as das ciências exatas, especialmente nos principais periódicos. Certamente

que poucos estudiosos com mais idade publicam com sucesso. Enquanto os economistas

envelhecem, aqueles que inicialmente eram mais produtivos em suas carreiras são, entre

poucos, os que ainda contribuem à erudição por meio da tomada de estudos principais.

Sinhá e Marcri (2000) apresentam estudo que fornece classificação dos

departamentos de economia das universidades australianas nos períodos 1988–2000, 1988–

1994 e 1994–2000 por meio da base de dados de ECONLIT. Os departamentos de economia

são classificados usando-se dois diferentes critérios de classificação: um baseado em citações

e o outro baseado na qualidade do periódico.

A classificação baseada em citações das cinco universidades superiores é: ANU,

Sydney, UWA, Melbourne e UNSW, nos anos de 1988-2000. Os resultados parecem

razoavelmente robustos ao uso da série alternativa da citação (por exemplo, LP ou KMS).

Para a classificação baseada na qualidade do periódico Melbourne, UWA, ANU, o La Trobe e

Sydney são as cinco universidades superiores para o mesmo período. Os autores observam

que, a classificação de departamentos de economia mudou ao longo do tempo e que há

diferenças importantes entre as diferentes classificações adotada.

Liner (2001) elaborou estudo a fim de classificar as contribuições dos economistas

pelo método de citação de livro texto. Consultou os trinta e cinco melhores departamentos de

(19)

em microeconomia, macroeconomia e econometria. Os livros identificados foram avaliados

por citações nos artigos de periódicos especializados. Os autores dos artigos foram

classificados de acordo com o número de vezes que seus trabalhos foram citados nos livros,

no período de 1984 a 1993.

Os periódicos incluídos no estudo foram The American Economic Review,

Econometrica, Journal of Political Economy, Quarterly Journal of Economics e Review of Economics and Statistics. Os livros mais utilizados entre 1996 e 1997 no nível de graduação, conforme indicação dos 35 departamentos de economia foram: MOS-Collel et al., 1995 e

Varian, 1992 (microeconomia); Romer, 1996 e Blanchard-Fischer, 1989 (macroeconomia) e

Greene, 1993 e Goldberger, 1991 (econometria).

Os resultados destacam a curta vida útil da maioria dos trabalhos dos autores. Com

raras exceções, os autores mais freqüentemente citados em uma década tendem a não ser os

autores citados nas décadas subseqüentes.

O autor observa que nos últimos vinte anos surgiu uma grande variedade de artigos

com diversas metodologias classificando periódicos, departamentos e autores.

Proporcionalmente, a este aumento de novas classificações ocorreu um número crescente de

páginas devotadas às periódicos. Segundo Liner, o número de páginas publicadas anualmente

nas revistas especializadas de economia mais do que dobrou entre 1970 e 1990 e as

bibliotecas, durante a década de setenta, deram uma ênfase maior aos periódicos em seus

orçamentos.

Liner reforça o fato de que artigos são lidos e relidos porque têm um impacto

importante no pensamento econômico. De outro modo, alguns artigos raramente serão lidos,

mas há artigos que serão citados com a finalidade de revisão literária, por sua contribuição

positiva ou negativa. O interesse crescente em publicações de periódicos ofusca a atenção que

(20)

Os artigos de periódicos de economia capturam tópicos de interesse atual, como

também tópicos que contribuem às edições do núcleo. Entretanto, alguns serão perdidos desde

que as edições do núcleo não estejam sempre em voga em um ponto particular do tempo.

Por estas razões, um outro método é necessário para capturar mais dos trabalhos

aceitos como contribuições para o núcleo. Os livros textos da teoria de nível de graduação

podem servir como um veículo para esta finalidade. Fornecem uma fonte de contribuição à

literatura, como um tópico da discussão nos periódicos, e tendem a capturar o pensamento

minucioso fazendo a transição do artigo ao livro de graduação.

Pomfret et alli (2002) trata da avaliação da produção de pesquisa dos departamentos de economia australiana. O estudo cobre 640 acadêmicos provenientes de 27

universidades australianas e seus respectivos departamentos de economia em abril 2002. Os

índices de publicações foram construídos a partir dos artigos de periódicos, comparados com

índices de peso da publicação e citação. O objetivo foi identificar a robustez das classificações

e destacar as diferenças no foco da produção de pesquisa dos departamentos.

Uma característica impressionante das avaliações é que a maioria dos economistas

nos departamentos das universidades australianas não teve nenhuma pesquisa publicada em

uma longa e razoável lista de periódicos nos doze anos da análise e, em toda a investigação

seus trabalhos raramente foram citados. Assim, para o autor, a produção média da pesquisa é

baixa porque muitos economistas acadêmicos na Austrália não vêem a pesquisa como parte de

seu trabalho nem sofrem qualquer tipo de penalidade.

Os autores observam que uma dúzia de investigadores ativos publica suas pesquisas

em revistas especializadas. Porém, em dois terços dos departamentos de economia australiana,

a investigação da produção da academia, numa longa lista de periódicos especializados

(21)

Concluem, assim, que as universidades australianas não avaliam a produção da

pesquisa academia como em outros países; ou não há sustentação suficiente para a pesquisa

acadêmica ou a equipe de acadêmicos está sujeita a diferentes incentivos de outras partes do

mundo com respeito à produção de pesquisa publicável.

Rupp et alli (2002), em artigo recente examinaram o padrão das publicações de sete dos melhores departamentos de economia dos E.U.A nos anos de 1995 a 2000, Harvard, MIT,

Stanford, Princeton, UC-Berkeley, Yale, e Chicago. A finalidade é informar a faculdade,

administradores, e aos estudantes graduados da relativa proeminência da publicação em

periódicos de economia. Para isso, construíram ranking de departamento considerando o

número de publicações e a porcentagem de páginas nos periódicos por autores afiliados. Seus

dados mostram que as publicações estão altamente concentradas em alguns jornais: sete

jornais compreendem mais de um quarto da pesquisa agregada da produção para a amostra.

Nove das 87 publicações mais comuns são da década de 1990.

Segundo os autores os melhores periódicos contêm um número maior de artigos e

uma proporção mais elevada do índice dos sete departamentos superiores (Harvard, MIT,

Stanford, Princeton, UC-Berkeley, Yale, e Chicago).

Os resultados do estudam indicam que os sete departamentos de economia superiores

realizaram 1.715 publicações em 281 jornais diferentes de 1995 a 2000. Estas publicações

foram altamente concentradas em alguns jornais: sete jornais compreenderam mais de um

quarto da pesquisa agregada e mais da metade das publicações ocorreu em vinte e cinco

jornais. Assim, as instituições superiores dominam os principais jornais da economia. Por

exemplo, mais de 40 por cento de páginas de Quarter Journal Economics vêm dos sete

departamentos superiores.

(22)

no período de 1995-1999. A contribuição desse estudo reside na elaboração de classificação

de revistas técnicas para o mesmo período.

Os autores observam que há uma tendência mundial para um padrão mais uniforme

da pesquisa acadêmica na área de Economia. Os resultados indicam que os Estados Unidos

ainda detêm o domínio da pesquisa nas instituições dos grupos superiores, em especial nas 20

superiores. Entretanto, as instituições acadêmicas européias estão bem representadas no

restante das 180 entre as 200 universidades superiores do mundo e, só então, são seguidas

pelas universidades da Ásia e do leste europeu.

Neary et alli (2003) avaliam a produção acadêmica da área de Economia na Europa

em artigo elaborado para introduzir o simpósio de estudos financiados pela European

Economic Association, no ano de 2003. O artigo agrega resultados práticos de quatro equipes de pesquisadores que foram financiadas pela Associação, permitindo a criação e identificação

de medidores ótimos de classificação da produção de economia das universidades européias.

Sobre o assunto, os autores observam que, de fato, existe uma série de classificações

publicadas, mas de forma individual para Estados Unidos ou para Países Europeus.

No entanto, há apenas dois que tratam a Europa como um todo [Kalaitzidakis,

Mamuneas e Stengos 1999 e Kirman e Dahl 1994]. Os autores concordam que um estudo

pode ser disseminado de muitas maneiras diferentes, em livros e periódicos especializados.

No entanto, reforçam o fato de que somente em artigos de periódicos especializados é que

existe submissão a um processo extensamente aceito de revisão dos pares, a essência do

controle de qualidade em qualquer disciplina científica.

Sabe-se, contudo, que é verdadeiro que a reputação de um economista pode ser

realçada por um livro bem-recebido. Mas pode-se argumentar também que livros de economia

estão mormente baseados em artigos publicados previamente em periódicos. A

(23)

objetiva. Por esse motivo, a maior parte das classificações da produção acadêmica se baseia

na publicação de artigos em periódicos especializados.

Algumas características comuns emergem das classificações elaboradas. O mesmo

grupo de instituições tende a aparecer em todas as quatro classificações, dentre elas as

instituições do Reino Unido (LSE, UCL, Oxford, Cambridge e Warwic), da França

(Toulouse), de Israel (Telavive) e dos Países Baixos (Rotterdam e Tilburg).

O estudo mostra um retrato de desempenho relativamente inferior da Europa, face

aos Estados Unidos, refletindo pouca governança da maioria das universidades européias e o

limitado papel atribuído aos critérios de financiamento das pesquisas. Mais positivamente, os

estudos ao todo dão um retrato razoavelmente coerente de onde a boa pesquisa de economia

está sendo realizada na Europa.

Moore et alli (2003) examinam o mercado interno para cadeiras do departamento. Em vez de servir como uma pedra angular às posições administrativas mais elevadas, muitas

funções da faculdade são consideradas como um deslocamento provisório em seus deveres

fora do ensino e da pesquisa às funções administrativas. Fazem estudo sobre as atribuições e

deveres da cadeira de economia, que não se esgotam somente na produção da pesquisa.

Assim, a escolha de um membro produtivo da faculdade para a cadeira docente implica em

imediato custo de oportunidade para a pesquisa orientada dos departamentos. A hipótese é

que os departamentos de economia escolherão no conjunto de prováveis candidatos aquele

com menor custo de oportunidade.

Lubrano et alli (2003) discutem a elaboração de ranking para os departamentos de economia da Europa. Utilizam-se das informações provenientes da base de dados JEL

CD-ROM para cobrir um período de 10 anos. A base utilizada é do Journal of Economic

(24)

áreas básicas de economia geral, como também de econometria, estatísticas, teorias dos jogos,

história, dentre outros.

Segundo os autores, a adoção de ranking para avaliar os centros acadêmicos evita o

problema de avaliar as atividades baseadas na reputação. Indivíduos empregados por

instituições de pesquisa e ensino têm atividades múltiplas que pode ou não conduzir à

produção tangível. Ensinam, supervisionam estudantes de Ph.D., publicam artigos e livros,

agem como avaliador para periódicos, às vezes como editores científicos. Ganham reputação

entre seus colegas, sendo eleitos como distintos membros de uma sociedade ou mesmo a

presidência de alguma instituição. Finalmente, podem vir a ganhar prêmios científicos. Mas,

de fato, as publicações de artigos em periódicos é a produção mais tangível aos pesquisadores.

A maioria de rankings publicados é baseada na contagem das publicações. Segundo

opinião geral, os livros não carregam muito peso na economia. Entretanto, deve-se estar

atentar aos fatos que deslocam o peso dos artigos:

i) Alguns livros de economia citados são freqüentemente considerados como

contribuições principais.

ii) Se uma pessoa é eleita como membro de uma associação ou é nomeada para um

prêmio científico, na maior parte, o júri fará a avaliação do impacto de sua

realização científica em seu campo de atuação e não na quantidade de suas

publicações. Porem, parece extremamente difícil quantificar tal procedimento.

Um procedimento de ranking baseado unicamente em artigos publicados, que seja

proveniente de uma análise bibliométrica, se confronta com os problemas apontados acima.

Para os autores a elaboração de ranking deve ter atenção especial quanto ao peso que

será atribuído aos artigos publicados, à agregação e atribuição dos pesquisadores que

compõem o corpo docente. Os pesquisadores têm especialidades e tendência em agrupar-se

(25)

campos e em outros não. Então, a comparação pode vir a ser feita sob diversos enfoques. O

interesse dos autores reside na medição do capital humano do departamento ou, de outra

forma, avaliar que departamentos fornecem o ambiente mais favorável para a pesquisa.

Lubrano e Protopopescu (2003) buscaram obter um ranking de departamentos de

economia europeus a fim de comparar os países e os departamentos californianos. Mostram

que o conjunto de periódicos utilizados influenciará sensivelmente os resultados.

Para os autores, o fato de melhor desempenho de alguns departamentos frente a

outros, deve-se particularmente à política educacional adotada no longo período. Na maioria

de países, os acadêmicos do ensino público adquirem estabilidade imediata. No estado da

Califórnia (EUA) e no Reino Unido os acadêmicos a terão após longo período de atividade.

Os salários serão determinados em alguns países e negociados em outros. Estes são, dentre

outros, princípios de organização educacional com forte impacto no desempenho da produção

acadêmica.

Coupé (2000) é o primeiro pesquisador que fornece ranking mundial dos

departamentos e dos economistas. O autor mostra como o desempenho das universidades

evoluiu sobre o tempo. A base de dados cobre o período 1969-2000 para economistas e

1990-2000 para instituições.

O método foi desenvolvido a partir da base de dados Econlit, no período de

1969-2000, com 800 jornais indexados. As conclusões indicam que nenhum ranking, dentre os

diversos elaborados, perde as dimensões dos profissionais ativos na profissão.

Coupé reconhece que a existência de mais classificações aumenta a probabilidade de

que determinada instituição se posicione melhor em uma delas. O autor se pergunta porque há

tanto interesse na adoção de ranking, se os seus resultados são conhecidos. A resposta, para o

(26)

mostrar os bons resultados aos amigos ou dar-lhes má sensação ou, em outras situações, para

defender o pedido de aumento no orçamento de pesquisa.

No Brasil, Faria (2000) desenvolveu ranking de produtividade dos departamentos

de economia e pesquisadores no Brasil a partir de uma ampla lista de periódicos

especializados. Para elaboração desse ranking Faria utilizou as informações disponíveis na

ANPEC. A investigação utiliza a base de dados da EconLit-AEA, versão expandida que

contém os dados bibliográficos do Journal of Economic Literature, para um período de 15

anos.

Dentre os resultados apontados, Faria observa que nove dos 506 economistas

conseguiram publicar ao menos um artigo em revista de economia do primeiro nível e 52

conseguiram publicar em uma lista ampla de revista internacional. As áreas de maior sucesso

internacional são economia do desenvolvimento, economia matemática e economia

pós-keynesiana. O autor ainda alerta para a grande diferença de qualidade acadêmica entre

departamentos, o que sugere uma baixa produtividade acadêmica, se avaliada por critérios

internacionais. Sugere, por fim, que a política pública estabeleça objetivamente a publicação

no exterior e que recursos sejam reduzidos para departamentos e pesquisadores improdutivos.

Azzoni (2000) afirma que, por muito tempo, não existiu qualquer tipo de avaliação

oficial no caso brasileiro. Segundo o autor, em outras épocas, a não ser pelo próprio sucesso

acadêmico, representado por palestras, publicações e outras produções, o corpo docente ficou

eximido de formas de avaliação da sua produtividade. Assim, não houve uma cultura de

avaliação que pudesse auferir a produtividade, nem de prestação de contas dos recursos

(27)

própria CAPES1 e CNPq2 tem desenvolvido mecanismos de classificação de departamentos

para fins de concessão de bolsas e outros tipos de auxílios.

No estudo, Azzoni (2000) elaborou método de avaliação a partir das citações

recebidas por artigos publicados nas principais revistas no Brasil, entre 1970 a 1980, de um

total de 3605. Investiga, dessa forma, a produção de artigos e as citações recebidas, como

fator de impacto no período. A partir daí, Azzoni elabora classificação mediante a confecção

de índices, ajustando o volume de artigos publicados dos periódicos brasileiros de destaque.

Os resultados indicam que as produções variaram no períodos de tempo. Assim, na década de

setenta o IPEA era responsável por 55% da produção científica brasileira. Nas décadas de

oitenta e noventa o IPE-USP assumiu a primeira colocação, seguida pela PUC-RJ e IPEA.

Com relação às citações agregadas, observa-se o IPEA como destaque no primeiro período

comentado (22%).

Para Issler (2003), a avaliação da qualidade científica dos departamentos de

economia pode ser feita mediante averiguação das publicações de seu corpo docente e das

posteriores citações recebidas com relação aos trabalhos publicados. Embora outros fatores de

medição da qualidade possam ser relevantes, como a capacidade dos alunos, instalações e

programas de pós-graduação, sabe-se que estes são altamente correlacionados à qualidade dos

pesquisadores dos departamentos, podendo, em última análise, ser medida pelos estudos de

publicações e das citações.

Avaliando o trabalho desenvolvido por Kocher e Sutter [Kocher e Sutter; Economic

Journal, 2001, p.412] o autor argumenta que a produção brasileira no exterior é pouco expressiva, inclusive quando comparada com países em desenvolvimento. Nas quinze

1

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, seu objetivo principal é subsidiar o Ministério da Educação e Cultura na formulação das políticas de pós-graduação, coordenando e estimulando a formação de recursos humanos altamente qualificados para a docência em grau superior, a pesquisa e o atendimento da demanda profissional dos setores públicos e privados, mediante a concessão de bolsas de estudo, auxílios e outros mecanismos.

2 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Sua missão é promover e fomentar o desenvolvimento

(28)

publicações de Economia de maior impacto no mundo, os pesquisadores brasileiros

contribuem apenas com 0,03% da produção científica. Os Estados Unidos respondem por

72,2%, Reino Unido por 10,2%, Austrália por 1,4% Israel por 2,1% e o México e a Rússia por

0,1% cada. Mais além, afirma que só a Universidade de Harvard possui 110 vezes mais

publicações que a produção brasileira. Conclui, por fim, que dois fatores causam preocupação

à posição brasileira: i) a pouca expressão da produção brasileira frente aos demais países; e,

ii) as diferenças de inserção internacional nas diversas áreas de conhecimento brasileiro; aqui

a produção das áreas de Matemática, Física e Biologia são expressivamente bem maiores que

a área de Economia.

O que Issler procura responder no seu estudo é “qual seria o impacto das revistas

brasileiras se estas fossem agregadas aos precursores estudos elaborados por Kalaitzidakis et

alli (2001) e o de Laband e Piette (1994)”. Feito isso, ou seja, agregando a classificação dos departamentos brasileiros e dos pesquisadores por produção científica ponderada para os anos

de 1995-2001, aos trabalhos de impacto desenvolvidos por Laband e Piette (1994) e, em

seguida, agregando os fatores de ponderações da CAPES, o autor chega às seguintes

conclusões:

i) protecionismo acadêmico, supervalorização dos periódicos brasileiros face aos

estrangeiros de melhor qualidade;

ii) pouca variância dos pesos; e, por fim,

iii) distorção internacional onde não deveria, caso da publicação Review of Black

Political Economy com peso 20, enquanto a PPE tem peso 14.

Observa o autor que existe distorção no método de avaliação utilizado pela CAPES,

vez que esta favorece a publicação em revistas nacionais face às internacionais.

Em outro estudo, Issler (2003b) comenta a respeito do amadurecimento da

(29)

departamentos de economia. Essa preocupação tem feito surgir indicadores de produção

científica para o caso brasileiro, baseados em índices de citações. Para o autor é possível com

esse método filtrar idéias relevantes, já que nem todas serão. Um pesquisador

costumeiramente citado indica uma maior qualidade acadêmica. Segundo o autor é de Azzoni

(2000) a primeira utilização de índices para medir a qualidade acadêmica de pesquisadores em

economia no Brasil, especificamente nas revistas brasileiras. Com a mesma abordagem

consagrada de Laband e Piette (1994) e Kalaitzidakis et alli (2001) Issler propõe nova

investigação da produção brasileira, agregando ao trabalho desenvolvido por Azzoni não

somente os artigos, mas também as teses, livros, capítulos de livros publicados e ainda em

publicação. O autor propõe uma visão integral do atual estágio da academia brasileira na área

econômica. A investigação se baseia na produção acadêmica em revistas de economia

brasileiras e nas publicações internacionais. Os resultados indicam que dentre os cinqüenta

brasileiros mais citados os dez pesquisadores com maior citação são: Aloísio Pessoa de

Araújo, Sérgio Ribeiro da Costa Werlang, Marilda Antonio de Oliveira Sotomayor, Paulo

Klinger Monteiro, Celso Furtado, Edmar Lisboa Bacha, Mario Henrique Simonsen, Eliana A.

(30)

C

APÍTULO

2. A M

ETODOLOGIA DE

A

VALIAÇÃO

Se é fato que a produção do saber se destina diretamente aos diversos centros

universitários, também é verdade que tal pode vir a ser medida. A construção de ranking tem

sido o instrumento de avaliação da economia que tem despertado interesse crescente nos

últimos anos, tanto para a academia, quanto para os formuladores de políticas

governamentais. Essa prática de medição implementada nos outros países ganha força aliada a

instrumentos orientados pela tecnologia da informação.

Em meados de 1999 as agências CNPq e CAPES disponibilizaram à sociedade

científica, meio acadêmico, orientadores, corpo dicentes e docentes o Sistema CV-Lattes

destinado, dentre outros, à disponibilização e catalogação de currículos da produção

científica brasileira. O Sistema CV-Lattes é o componente da Plataforma Lattes que foi

elaborado pelo CNPq e adotado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, FINEP,

CAPES/MEC e pela comunidade científica brasileira como sistema de informação curricular.

Assim, fazem uso do sistema os pesquisadores, estudantes, gestores, profissionais e

demais atores do sistema nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O próprio CNPq utiliza

suas informações para: i) avaliar a competência de possíveis candidatos à obtenção de bolsas

e auxílios; ii) selecionar consultores, membros de comitês e grupos assessores; e, iii) subsidiar

a avaliação da pesquisa e da pós-graduação brasileiras.

É possível então, com as informações disponibilizadas pelo Sistema CV-Lattes, ter

acesso ao universo da produção científica brasileira. De sorte que se pode investigar, a partir

do Sistema CV-Lattes a produção científica dos departamentos de economia e do corpo

(31)

Faria (2000) alerta que a construção de rankings baseados em publicações deve

considerar três pontos importantes: i) a seleção de fonte de informação confiável e robusta; ii)

a seleção do conjunto de publicações em que o ranking será baseado; e, iii) a identificação

correta de cada publicação.

Sobre esse último item, o autor indica como fonte de investigação bibliográfica, as

informações provenientes do Journal of Economic Literature (JEL) e do EconLit-AEA.

O desenvolvimento desse trabalhão está baseado na análise da produção de artigos

publicados em periódicos especializados entre os anos de 1995 a 2004, do corpo docente

filiado aos Departamentos de Economia e devidamente registrados na Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES/MEC. A principal fonte de

informação adota será proveniente do Sistema CV-Lattes. A adoção dessa ferramenta evitará

um dos problemas observados por Faria (2000) ao encontrar, no caso brasileiro, até três

formas diferentes de catalogação do pesquisador. No caso das informações do Sistema

CV-Lattes existe uma página eletrônica com as informações curriculares de cada um dos

indivíduos cadastrados. Aqui, nos deparamos com outro problema menor, que é o fato de

alguns profissionais ainda não terem o devido registro no Sistema em questão.

A proposta deste trabalho é desenvolver uma avaliação dos Departamentos de

Economia filiados à Anpec e dos seus respectivos membros, de acordo com os critérios

estabelecidos pela CAPES para a publicação de artigos em periódicos, no período de 1995 a

2004. De forma complementar será desenvolvida avaliação segundo o critério de ponderação

adotado por Faria (2000).

Assim, quatro rankings serão apresentados: o primeiro utilizará o padrão de

ponderação adotado pela CAPES, para classificar departamentos de economia e economistas;

o segundo adotará o método de investigação utilizado por Faria (2000).

(32)

1. Catalogação dos departamentos de economia filiados à Associação Nacional dos

Centros de Pós-Graduação em Economia – ANPEC, atualmente em número de

23, conforme a Tabela I, seguinte.

TABELA I - DEPARTAMENTOS DE ECONOMIA FILIADOS À ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS

CENTROS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA – ANPEC (JULHO – 2004)

Departamentos de Economia filiados à ANPEC

1. Universidade Federal do Ceará – UFC

2. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

3. Universidade Federal da Bahia – UFBA

4. Fundação Getúlio Vargas – FGV-RJ

5. Fundação Getúlio Vargas – FGV-SP

6. Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

7. Universidade de Campinas – Unicamp – SP

8. Universidade de São Paulo – USP

9. Universidade Federal de Uberlândia – UFU

10. Universidade Federal do Espírito Santo – UFES

11. Universidade Federal do Pará – UFPA

12. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

13. Universidade Estadual de Maringá – UEM

14. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

15. Pontifícia Universidade Católica – PUC-RJ

16. Pontifícia Universidade Católica – PUC-SP

17. Universidade Católica de Brasília – UCB

18. Universidade Federal Fluminense – UFF

19. Universidade Federal da Paraíba – UFPB

20. Universidade Federal do Paraná – UFPR

21. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

22. Universidade de Brasília – UNB

(33)

2. Investigação do corpo docente filiado aos Departamentos de Economia, que se

encontra indicado nas suas respectivas páginas eletrônicas, em julho de 2004;

3. Registro das informações bibliométricas disponíveis no Sistema CV-Lattes, a

respeito das publicações de “artigos completos publicados em periódicos”

realizadas por cada docente que integra os 23 departamentos de economia

afiliados à Anpec, no período de 1995 a 2004;

4. Elaboração de rankings compreendendo a produção científica brasileira dos departamentos de economia e seu corpo docente, segundo os critérios de

ponderação adotada pela Capes e o utilizado por Faria (2000), tanto para os

departamentos de economia, quanto para o corpo docente.

5. Assim como em Faria (2000), para a elaboração de ranking dos centros

acadêmicos, adotou-se somente um registro para as situações em que se

verificou a existência de mais de um autor da mesma universidade.

A respeito do método de classificação utilizado pela Capes, é importante notar que as

publicações encontram-se divididas em cinco categorias (ver Tabela II), com diferentes pesos,

para uma vasta lista de periódicos internacionais e nacionais, respectivamente, 281 e 27.

TABELA II - CRITÉRIO DE PONDERAÇÃO ADOTADO PELA CAPES

Revistas Internacionais Revistas Nacionais

Classificação Peso Qte. Classificação Peso Qte.

A 40 2 A 18 6

B 30 27 B 10 6

C 25 30 C 8 4

D 18 85 D 5 8

E 10 137 E 2 3

(34)

Uma relação detalhada dos periódicos encontra-se no Anexo A. O critério adotado

pela Capes pretende criar incentivos de publicação em periódicos internacionais. Ao comparar

a ponderação atribuída às revistas nacionais percebe-se que a sua maior ponderação (18)

equivale a uma revista internacional de categoria (D); publicar um artigo em uma revista

internacional classificação “B” será equivalente a 3 publicações nacionais do tipo “B”. Assim,

é fácil concluir que a política do agente público busca criar mecanismos de política pública

que incentivem a publicação científica brasileira em periódicos internacionais, mais que isso,

os classifica e indica quem são os mais conceituados.

A listagem de revista adotada por Faria (2000) será o segundo instrumento de

avaliação da produção científica brasileira. Utilizando uma vasta lista de 121 revistas

internacionais, o autor atribui peso equivalente a “1” para qualquer das publicações elencadas

(35)

C

APÍTULO

3. O

S

R

ESULTADOS

O

BTIDOS

Quando se investiga a produção de artigos dos membros que integram os 23

departamentos de economia, nota-se uma enorme variedade de publicações que extrapolam

aquelas consideradas pela Capes. Sobre tal questão Davis e Papanek (1984) consideram a

análise de contribuição às principais revistas uma medida imperfeita da qualidade da

pesquisa; pois não se considera artigos tidos como críticos ou de caráter inovador, ficando as

contribuições daqueles que se utilizam de outras formas alternativas de publicação

completamente ignoradas. Mas por outro lado, Faria (2000) argumenta que a produtividade e

desempenho são instrumentos essenciais para se classificar economistas mediantes critérios

objetivos. Assim, a criação de ranking de economia baseada na publicação de periódicos

específicos provê um caminho meritocrático para premiação e avaliação. Assim, decresce o

custo com monitoramento e aumenta a eficiência.

Faria (2000) registrou, a época, 20 departamentos filiados à Anpec num total de

506 economistas. Os dados atuais, julho de 2004, indicam 23 departamentos de economia, que

contam com 530 profissionais. No período em questão, 1995 a 2004, um pouco mais da

metade, 258, conseguiu publicar algum dos seus trabalhos em um dos periódicos indicados

pela Capes; outros 204 encontraram os mais diversos meios de publicização dos seus estudos;

as demais situações observadas indicam que 46 docentes ainda não realizaram o devido

registro no Sistema CV-lattes e outros 22 não dispõem desse tipo de publicação.

No período de 1995 a 2004, esse corpo docente produziu cerca de quatro mil e

trezentos artigos, o equivalente a oito artigos, cada. No entanto, esse número indica que a

(36)

A seguir a análise da produtividade dos departamentos de economia e do corpo

docente segundo os critérios estabelecidos pela CAPES e o método apresentado por Faria

(2000).

3.1. A CLASSIFICAÇÃO DOS DEPARTAMENTOS DE ECONOMIA FILIADOS À ANPEC,

SEGUNDO O CRITÉRIO DA CAPES

O ranking dos Departamentos de Economia é apresentado na Tabela III. O critério adotado foi o estabelecido pela Capes para a publicação de artigos em uma longa lista de

periódicos nacionais e internacionais (Anexo A). Os dados referem-se ao período de 1995 a

2004.

A coluna um indica os Departamentos de Economia atualmente filiados à Capes. Na

coluna dois temos a quantidade de corpo docente à época da investigação, julho de 2004,

obtida por meio da investigação da página eletrônica de cada um dos Departamentos de

Economia. Na terceira coluna encontra-se a produção ponderada dos departamentos,

conforme os critérios de ponderação estabelecidos pela CAPES para publicações em

periódicos. A quarta coluna expressa a produtividade dos departamentos de economia, ao se

dividir a produção ponderada pelo respectivo número de corpo docente. A última coluna trata

(37)

TABELA III - RANKING DOS DEPARTAMENTOS DE ECONOMIA SEGUNDO OS CRITÉRIOS DE PONDERAÇÃO DA CAPES – 1995 A 2004

Departamentos de Economia Quantidade de. Corpo Docente (a) Produção Ponderada (b) Produtividade dos Departamentos

(c) = (b)/(a)

Produtividade média anual

(d) = (c)/10

FGV-RJ 23 2.494 108,4 10,8

UFMG 19 1.599 84,2 8,4

UCB 15 1.261 84,1 8,4

USP 24 1.737 72,4 7,2

PUC-RJ 17 1.158 68,1 6,8

UFC 15 899 59,9 6,0

UFF 17 1.008 59,3 5,9

UFPE 20 1.109 55,5 5,5

UNB 30 1.567 52,2 5,2

UFRGS 32 1.449 45,3 4,5

UFU 12 507 42,3 4,2

UFRJ 84 2.428 28,9 2,9

FGV-SP 11 308 28,0 2,8

UFPR 15 397 26,5 2,6

PUC-SP 13 327 25,2 2,5

UNICAMP 78 1.822 23,4 2,3

UFSC 19 424 22,3 2,2

UNESP 12 240 20,0 2,0

UFBA 15 291 19,4 1,9

UEM 23 285 12,4 1,2

UFES 9 97 10,8 1,1

UFPB 14 104 7,4 0,7

UFPA 13 66 5,1 0,5

Os resultados estão classificados em ordem decrescente de produtividade dos

centros acadêmicos. Numa primeira análise, fica clara que uma maior filiação de docentes aos

Departamentos de Economia nem sempre representa bom desempenho; ao contrário, deixa

evidente a baixa atuação frente aos demais departamentos. Grandes centros acadêmicos

indicam produtividade média anual não muito expressiva, como é o caso da UFRJ que possui

84 docentes e a UNICAMP, com 78 docentes, apresentando índices respectivos de 2,9 e 2,3.

Em situação inversa, há departamentos de menor porte em melhor posição, caso da UFMG

(38)

Clara está a liderança da FGV-RJ que se encontra no topo da lista com um índice de

produtividade média de 108,4. A seguir, a UFMG e a UCB, respectivamente com 84,2 e 84,1.

A USP encontra-se na quarta posição com 72,4. Seguem na classificação, a PUC-RJ com

(68,1) e a UFC (59,9). A seguir temos a UFF (59,3), a UFPE (55,5) e UNB (2,2). Nas

posições seguintes, décima e décima primeira temos a UFRGS com 45,3 e a UFU com 42,3.

Os demais Departamentos de Economia encontram-se abaixo da média de produção

ponderada dos 23 departamentos, ou seja, abaixo de 40,7 pontos. São eles a UFRJ (28,9);

FGV-SP (28,0), UFPR (26,5); PUC-SP (25,2); UNICAMP (23,4); UFSC (22,3); UNESP

(20,0); UFBA (19,4); UEM (12,4); UFES (10,8); UFPB (7,4) e, finalmente, UFPA (5,1).

Na última coluna encontram-se os dados relativos à produtividade média anual dos

dez anos em análise, 1995 a 2004. De fato, a inserção da produção científica brasileira na área

de economia aparenta baixo desempenho: os dados indicam que a produtividade média anual

dos Departamentos de Economia da UEM e UFES, em dez anos, é próxima a um artigo; em

situação mais crítica encontram-se a UFPB e a UFPA, com índices de produtividade média

anual próximos a zero.

3.2. O RANKING DE ECONOMISTAS SEGUNDO O CRITÉRIO DA CAPES

Os dados que permitiram classificar os departamentos de economia tornaram

também possível a elaboração de ranking de produtividade baseado na produção de artigos do

corpo docente que os integram. Assim, foi possível a aferição da produtividade para o mesmo

período dos economistas filiados aos Departamentos de Economia, considerando

exclusivamente a publicação de artigos completos em periódicos. A literatura econômica

atribui duas formas de apuração do desempenho da academia, segundo a publicações em

(39)

Na Tabela IV é apresentado ranking de produtividade dos 20 primeiros

economistas brasileiros, com base nas publicações de trabalhos em revistas nacionais e

internacionais, elencadas pela CAPES, com seu relativo critério de ponderação. Uma lista

maior com o ranking dos 334 economistas (63%), dentre os 530 que obtiveram alguma

pontuação, pode ser encontrada no Anexo D. Outros 151 economistas não obtiveram

pontuação.

Dezesseis por cento do total de 530 pesquisados, ou seja, 87 economistas são do

gênero feminino. Apenas uma economista, Marilda Antonia de Oliveira Sotomayor,

encontra-se listada entre os 20 primeiros economistas, na 12ª posição; outras duas situam-encontra-se na lista dos

50 primeiros, na 27ª e 41ª. São elas, respectivamente, Maria Cristina Terra (FGV) e Maria de

(40)

TABELA IV - AS PRIMEIRAS 20 POSIÇÕES DO RANKING DOS ECONOMISTAS, SEGUNDO O CRITÉRIO DE PONTUAÇÃO DA CAPES – 1995 – 2004

DOCENTES

Títulação Afiliação

Pontuação ponderada -1995-2004

1. João Victor Issler Doutor FGV-RJ 401

2. Eduardo da Motta e Albuquerque Doutor UFMG 388

3. Rodolfo Hoffmann Doutor UNICAMP 343

4. Pedro Cavalcanti Ferreira Doutor FGV-RJ 342

5. Paulo Klinger Monteiro Doutor FGV-RJ 335

6. Emilson Caputo Delfino Silva Doutor UCB-DF 326

7. José Luís da Costa Oreiro Doutor UFF 322

8. João de Deus Sicsú Siqueira Doutor UFRJ 304

9. David Dequech Doutor UNICAMP 297

10. Marcelo Resende de Mendonça e Silva Doutor UFRJ 297

11. Joanilio Rodolpho Teixeira Doutor UNB 290

12. Marilda Antonia de Oliveira Sotomayor Doutor USP 281

13. Gustavo Maurício Gonzaga Doutor PUC-RJ 269

14. Francisco Galrao Carneiro Doutor UCB-DF 252

15. Fernando Jose Cardim de Carvalho Doutor UFRJ 248

16. Luiz Carlos Bresser Pereira Doutor FGV-SP 244

17. Marcelo Savino Portugal Doutor UFRGS 242

18. Flavio Menezes Doutor FGV-RJ 241

19. Márcio Gomes Pinto Garcia Doutor PUC-RJ 237

20. Ilan Goldfajn Doutor PUC-RJ 235

Temos, então, nas dez primeiras posições os economistas João Victor Issler

(FGV-RJ), Eduardo da Motta e Albuquerque (UFMG), Rodolfo Hoffmann (UNICAMP), Pedro

Cavalcanti Ferreira (FGV-RJ), Paulo Klinger Monteiro (FGV-RJ), Emilson Caputo Delfino

Silva (UCB), José Luís da Costa Oreiro (UFF), João de Deus Sicsú Siqueira (UFRJ), David

Dequech (UNICAMP), e Marcelo Resende de Mendonça e Silva (UFRJ). No rol dos vintes

economistas mais produtivos, quatro são provenientes da FGV-RJ, três são filiados à UFRJ,

três à PUC-RJ, dois à UCB e dois à UNICAMP. Os outros seis Departamentos de Economia,

caso da UNB, UFRGS, UFMG, UFF, FGV-SP e USP respondem, cada um, com um docente.

Foram catalogados 530 profissionais associados à Anpec por meio de seus

(41)

periódicos por cada um dos economistas utilizou-se o Sistema CV-Lattes para investigação da

produtividade acadêmica. As primeiras investigações indicavam um elenco considerável de

publicações e inserção de trabalhos nos mais diversos meios. Chegou-se a cerca de mil e cem

tipos diferentes de publicações nacionais e internacionais. A adoção do critério utilizado pela

CAPES reduziu, sobremaneira, a lista para 281 periódicos de origem internacional e 27 de

origem nacional.

A investigação da produção, adotando-se o Sistema CV-Lattes, indica os seguintes

resultados:

a) 334 dos 530 economistas conseguiram publicar seus artigos em uma das revistas

indicada pela CAPES.

b) Existem oito economistas, ou 1,5%, no topo do ranking com números que ultrapassam

os 301 pontos; em seguida, temos outros 15 (2,83%) entre 201 e 300 pontos; 38

economistas (7,2%) entre 101 e 200 pontos e a grande maioria, 273 (51,5%) entre 1 e

100 pontos.

c) Há 151 economistas, cerca de 28,5% que não publicaram em nenhuma das revistas

indicadas pela Capes e outros 45 economistas (8,5%) ainda não possuem registro no

Sistema CV-Lattes.

A Tabela V apresenta a inserção da produção científica brasileira no conjunto dos

periódicos Blue Ribbon3, considerados de alto conceito para a academia. No período analisado, onze dos 530 economistas da academia brasileira conseguiram publicar algum

artigo num desses periódicos, ou seja, algo em torno de 2% do corpo docente. Foram eles,

Aloisio Pessoa de Araújo, Maria Cristina Terra, Paulo Klinger Monteiro, Pedro Cavalcanti

Ferreira, Ricardo Cavalcanti e Samuel Pessoa da FGV-RJ; André Portela Fernandes de Souza

3

(42)

e Marilda Antonia de Oliveira Sotomayor da USP; Ilan Goldfajn e Juan Pablo

Torres-Martínez da PUC-RJ e Emilson Caputo Delfino Silva da UCB-DF.

TABELA V - ECONOMISTAS QUE PUBLICARAM ARTIGOS NO CONJUNTO DE PERIÓDICOS

INTERNACIONAIS – “BLUE RIBBON”– 1995 A 2004.

Docente Departamentos de

Economia

Periódicos e Quantidades

Aloísio Pessoa de Araújo FGV-RJ Econometrica (02)

Maria Cristina Terra FGV-RJ Quarterly Journal of Economics (01))

Paulo Klinger Monteiro FGV-RJ Journal of Economic Theory (01)

Pedro Cavalcanti Ferreira FGV-RJ International Economic Review (01)

Ricardo Cavalcanti FGV-RJ Journal of Political Economy (01)

Samuel Pessôa FGV-RJ International Economic Review

Ilan Goldfajn PUC-RJ Quarterly Journal of Economics (01)

Juan Pablo Torres-Martínez PUC-RJ Econometrica (01)

André Portela Fernandes de Souza USP American Economic Review (02)

Marilda Antonia de Oliveira Sotomayor USP Journal of Economic Theory

Emilson Caputo Delfino Silva UCB Journal of Política Economic (01)

Na avaliação dos departamentos, constante na Tabela VI, encontramos o número de

inserção de artigos de pesquisadores brasileiros nas revistas internacionais, segundo os pesos

atribuídos pela Capes. Na última coluna temos em destaque a produtividade focada apenas

para a produção de artigos em revistas internacionais, que foi obtida pela divisão da

pontuação ponderada, na quarta coluna, pelo número de docentes de cada um dos

Departamentos na segunda coluna. No conjunto, os dados são relativamente baixos: cinco dos

Departamentos de Economia, UFC, UFPA, UEM, PUC-SP e UFPB, durante os dez anos,

sequer inseriram um artigo nas revistas internacionais. Outra vez a FGV aparece no topo da

(43)

lista com índice de produtividade de 55,1 seguida pela UCB com 51,7 e, mais adiante pela

PUC-RJ com 36,2.

Os periódicos onde os brasileiros mais publicaram nos últimos dez anos foram:

Economica (25); Applied Economics Letters (16); Journal of Post Keynesian Economics (15); Revista de La Cepal (10); Investigacion Econômica (10); Journal of Economic Issues e Economic Theory (8); Journal of Development Economics (7) e World Development (7).

TABELA VI - RANKING DOS DEPARTAMENTOS DE ECONOMIA SEGUNDO A PUBLICAÇÃO EM

PERIÓDICOS INTERNACIONAIS – 1995-2004

Tipos de Periódicos Deptº de Economia (a) Quantidade de Corpo Docente (b) Quantidade de Publicações Internacionais (c) Total Ponderado (d)

(A) (B) (C) (D) (E)

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