• Nenhum resultado encontrado

O uso do replicador dinâmico para abordar a evolução do mercado de trabalho : uma perspectiva dos mercados formal e informal da economia

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "O uso do replicador dinâmico para abordar a evolução do mercado de trabalho : uma perspectiva dos mercados formal e informal da economia"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA - UCB

Mestrado em Economia de Empresas

O USO DO REPLICADOR DINÂMICO PARA ABORDAR A EVOLUÇÃO DO

MERCADO DE TRABALHO:

UMA PERSPECTIVA DOS MERCADOS FORMAL E INFORMAL DA ECONOMIA

Candidato: Nathalia Almeida de Souza

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Silva Azevedo Araújo

(2)

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA - UCB

Mestrado em Economia de Empresas

O USO DO REPLICADOR DINÂMICO PARA ABORDAR A EVOLUÇÃO DO

MERCADO DE TRABALHO:

UMA PERSPECTIVA DOS MERCADOS FORMAL E INFORMAL DA ECONOMIA

Dissertação apresentada ao Mestrado em Economia

de Empresas da Universidade Católica de Brasília –

UCB, para obtenção de título de Mestre em

Economia.

Candidato: Nathalia Almeida de Souza

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Silva Azevedo Araújo

Brasília - DF

(3)

O USO DO REPLICADOR DINÂMICO PARA ABORDAR A EVOLUÇÃO DO

MERCADO DE TRABALHO:

UMA PERSPECTIVA DOS MERCADOS FORMAL E INFORMAL DA ECONOMIA

Essa dissertação foi julgada adequada para a obtenção de título de

Mestre em Economia e aprovada em sua forma final pelo Mestrado em

Economia de Empresas da Universidade Católica de Brasília.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Ricardo Silva Azevedo Araújo

Prof. Dr. José Ângelo Costa do Amor Divino

(4)

RESUMO

O Brasil apresenta um mercado de trabalho com alto grau de informalidade, onde

aproximadamente metade da força de trabalho brasileira atua sem carteira de trabalho

assinada ou por conta própria. Um dos principais fatores que levam à informalidade é um

sistema legislativo excessivo que torna a economia formal pouco atrativa ao impor altos

custos de entrada, além de elevados custos de permanência na legalidade. No entanto, a

informalidade também acarreta em custos para o trabalhador. Assim, os agentes

econômicos escolhem entre serem parcialmente ou completamente informais ponderando

entre os custos e os benefícios de ser legalizado, sujeito às suas restrições orçamentárias e

institucionais. Portanto, este estudo visa traçar a dinâmica de entradas e saídas de

trabalhadores nos setores formal e informal da economia, avaliando o impacto dos encargos

trabalhistas e impostos e os custos incorridos pelo governo em retirar os indivíduos da

informalidade, por meio de uma metodologia de replicador dinâmico. Este estudo visa

delinear, ainda, qual seria a relação ótima entre a ação regulatória e coercitiva do Estado

para que este maximize as suas receitas, sujeita à conhecida dinâmica dos trabalhadores

(5)

iii

ABSTRACT

The Brazilian labour market is highly segmented in informality, being represented by

almost half of the labour force. One of the main factors that induce workers into informality

is an excessive regulatory system which makes formal economy little attractive to

economic agents by imposing high access costs, as well as high costs of remaining in

legality. However, informality also has its costs. Hence, economic agents choose between

being totally or partially informal, weighing the costs and benefits of being legalized,

subjected to their income and institutional restrictions. Therefore, this study aims to analyze

the dynamics of workers’ entrance and withdrawal of the formal and informal economy,

assessing the impact of labour legislation and taxes and the costs incurred by Government

in trying to reduce illegality, by using a replicator dynamic methodology. Moreover, the

optimal relation between regulatory and enforcement action by the government is

evaluated, so that the State maximizes its income, subject to the foreknown workers’

(6)

S

UMÁRIO

RESUMO ...II

ABSTRACT... III

AGRADECIMENTOS ...V

1. INTRODUÇÃO...1

2. O MERCADO DE TRABALHO INFORMAL: REVISÃO DA LITERATURA...7

3. A TEORIA DOS JOGOS EVOLUCIONÁRIOS E O REPLICADOR DINÂMICO ...14

3.2. PORQUE USAR A TEORIA DOS JOGOS EVOLUCIONÁRIA?...18

3.3 O JOGO EVOLUCIONÁRIO E O REPLICADOR DINÂMICO...21

4 – UM MODELO DE ADESÃO AO MERCADO FORMAL OU INFORMAL SOB A ÓTICA DO REPLICADOR DINÂMICO ...24

4.1 - OFERTA DE TRABALHO...24

4.1.1 – MERCADO FORMAL...24

4.1.2 – MERCADO FORMAL...25

4.1.3 – ANÁLISE ESTÁTICA...25

4.1.4 – CONSTRUINDO O REPLICADOR DINÂMICO: OFERTA DE TRABALHO...26

4.2 - DEMANDA POR TRABALHO...29

4.4.1 - MERCADO FORMAL...29

4.4.2 - MERCADO INFORMAL...30

4.4.3 - ANÁLISE ESTÁTICA...31

4.4.4 – CONSTRUINDO O REPLICADOR DINÂMICO: DEMANDA POR TRABALHO...31

4.3 – COMPLETANDO O SISTEMA: A DINÂMICA DOS SALÁRIOS...32

5 - EQUILÍBRIO EM ESTADO ESTACIONÁRIO ...34

6 - REGULAÇÃO E COERÇÃO: NÍVEL ÓTIMO...39

7 – CONCLUSÃO ...46

8 - REFERÊNCIAS ...50

(7)

v

AGRADECIMENTOS

Esta dissertação de mestrado é o resultado de um processo gratificante de estudos

realizados na Universidade Católica de Brasília, da convivência e do aprendizado com um

corpo docente altamente qualificado.

Aproveito a oportunidade para agradecer à Universidade Católica de Brasília, aos

meus mestres do curso de mestrado.

Agradecimento especial ao Benjamin Miranda Tabak e ao Daniel Oliveira Cajueiro,

que muito me estimularam a seguir o meio acadêmico, e ao meu orientador, Professor

Ricardo Azevedo Araújo, que, com presteza e dedicação, me conduziu na dissertação do

mestrado.

Agradeço, também, aos meus pais, irmão, familiares, amigos antigos e adquiridos

durante o curso, e a todos aqueles de alguma forma possibilitaram a conclusão desse

trabalho.

Enfim, agradeço ao meu namorado pelo apoio constante a cada momento.

(8)

1. INTRODUÇÃO

A informalidade é uma das características mais marcantes do mercado de trabalho

brasileiro, onde quase 60% da população economicamente ativa, hoje, atua sem carteira de

trabalho assinada ou por conta própria1. O crescimento no ritmo da informalidade se deu

por volta da década de 1990, provavelmente como reflexo das intervenções realizadas no

fim dos anos 80, começo dos 90. Dentre essas intervenções podem-se destacar a mudança

na legislação trabalhista, fruto da nova Constituição de 1988; a introdução do processo de

terceirização, a abertura econômica, a redução da proteção comercial e liberalização dos

fluxos de capitais, que resultaram em uma alteração na estrutura do mercado de trabalho e

na conseqüente precarização das relações trabalhistas refletida no aumento do desemprego

e da informalidade2.

A informalidade pode gerar efeitos perversos sobre o desempenho da economia. A

evasão fiscal é um dos primeiros impactos gerado pela informalidade, uma vez que a

diminuição na arrecadação de impostos pelo Governo resulta na queda de oferta de serviços

públicos. Segundo Loayza (1995), essa queda na oferta de serviços públicos afeta

negativamente o crescimento de um país, gerando uma produção aquém da desejada3.

A informalidade também pode gerar efeitos sobre o nível de produtividade da

economia. Neste caso, o que se observa é que os postos de trabalho no setor informal

apresentam-se geralmente como sendo de pior qualidade e, portanto, de menor

1 Dado da PME/IBGE, para os primeiros 6 meses do ano de 2006. 2 Vide Fernandes (2001) e Ramos (2007) para maiores detalhes.

3 Loyaza (1995), ao analisar os países da América Latina, encontrou evidências empíricas que sugerem que o

(9)

2

produtividade quando comparados aos postos do setor formal. Assim, o elevado grau de informalidade no Brasil pode estar levando a uma produção ineficiente da economia.

Apesar de poucos estudos a respeito, aponta-se que os altos custos decorrentes da legislação trabalhista e o desenho inapropriado das instituições do mercado de trabalho são os principais responsáveis pela evolução e pela intensidade da informalidade no Brasil (Ulyssea e Reis, 2005). Um sistema regulatório4 excessivo torna a economia formal pouco atrativa ao impor altos custos de entrada, além de elevados custos associados à permanência na legalidade. Estes altos custos combinados com um Governo de instituições fracas, com baixo poder de fiscalização e de coerção, levam progressivamente ao aumento da informalidade.

A regulação é um instrumento do Governo que acaba controlando a alocação de recursos, a forma de produção e a distribuição da produção e do lucro dentro de um país. De todas as formas de regulação, aquelas relacionadas ao bem estar do trabalhador são as mais restritivas e custosas para os países subdesenvolvidos. As regulações desenhadas para, teoricamente, melhorar o bem estar do trabalhador, tais como salário mínimo, seguridade social, benefícios indiretos e proteção ao emprego, têm sido provadas como sendo as maiores vilãs causadoras da informalidade, em função dos altos custos que impõem.

Corroborando esta hipótese, Barros et al (2001) avaliam em que medida os programas brasileiros de proteção ao trabalhador5 protegem de fato os trabalhadores e se eles favorecem um desempenho adequado do mercado de trabalho. Os autores encontram que, embora alguns segmentos da população possam estar sendo atendidos de forma adequada, esses programas definitivamente não estão servindo de proteção aos

4 Um sistema regulatório de um país é marcado pelas Leis e diretrizes estabelecidas pelo Governo.

(10)

trabalhadores mais carentes, o que é amplamente questionável dentro de um país como o Brasil onde um elevado grau de desigualdade e pobreza se fazem presentes. Além do problema de focalização, o estudo demonstra que o desenho destas instituições de proteção ao trabalhador podem estar gerando impactos negativos sobre o desempenho do mercado de trabalho, induzindo um alto grau de informalidade e de rotatividade da força de trabalho, com conseqüências negativas sobre a duração das relações de trabalho, investimento em capital humano específico, produtividade e nível salarial.

Além disso, podemos destacar também a alta carga tributária como uma das fontes principais de inchaço do mercado informal da economia. Ao fixar uma carga tributária de 36,5% do PIB no Brasil, o Governo impõe altos custos de permanência na legalidade tanto para as firmas quanto para os trabalhadores, gerando incentivos para a evasão fiscal.

Os requerimentos burocráticos também representam um alto custo de manutenção na formalidade, dado a necessidade de contratação de pessoal especializado tais como advogados e contadores para o cumprimento das determinações legais, sem mencionar o tempo despendido para a consecução destas tarefas. No Brasil leva-se em média 152 dias para aberturas de firmas, representando um custo de 9,9% da renda interna bruta6.

Associado a esses altos custos de entrada e permanência no setor formal da economia, destaca-se o baixo poder coercitivo e fiscalizador do Estado. Dado que o Governo não consegue fiscalizar e punir os agentes do mercado informal, ele acaba por fazer cobranças tributárias e regulatórias mais pesadas sobre os agentes formais. Além disso, um Estado com baixo poder coercitivo representa uma insegurança para o mercado. Por exemplo, segundo dados do Banco Mundial, o trâmite na justiça brasileira para se fazerem valer os contratos (contract enforcement) duram em média 616 dias a um custo de

(11)

4

15,5% do valor da dívida, evidenciando a fraqueza das instituições públicas e aumentando a

incerteza dentro da economia, o que leva, progressivamente, ao aumento do setor informal

da economia.

No entanto, escapar destes custos regulatórios e de impostos também tem o seu

preço. A informalidade carrega em si inúmeras desvantagens, além de estar sujeita a multas

onerosas e confisco de capital. Em função de seu status informal, este agente não pode

desfrutar plenamente dos serviços públicos, principalmente dos serviços que garantem os

direitos de propriedade sobre o capital e produção. Com isso, produtores informais são

protegidos de forma precária pela polícia e pelas cortes judiciais em caso de crimes contra a

propriedade, além de não terem acesso aos mercados de capitais para assegurarem-se ou

obterem crédito em função da falta de capacidade de firmarem contratos devido à situação

informal em que se encontram. Ademais, os agentes informais encontram dificuldades para

fazerem uso de outros serviços públicos ofertados pelo Governo tais como o de previdência

social, programas de treinamento e de crédito facilitado.

Assim, os agentes econômicos escolhem entre serem parcialmente ou

completamente informais ponderando entre os custos e os benefícios de ser legalizado,

sujeito às suas condições orçamentárias e institucionais.

Desta forma, este estudo traça a dinâmica de entradas e saídas de agentes

econômicos nos setores formal e informal da economia, avaliando o impacto dos encargos

trabalhistas e impostos, e os custos incorridos pelo governo em retirar os indivíduos da

informalidade. Visando avaliar a evolução dinâmica do mercado de trabalho brasileiro,

utiliza-se uma metodologia de replicador dinâmico, descrevendo-se a dinâmica dos

(12)

integração entre o lado da oferta e demanda por trabalho, verificando o equilíbrio deste

mercado.

No entanto, o Estado, como instituição que monitora os sistemas regulatório e de

coerção e que administra os serviços públicos, exerce um papel determinante na formação

das economias informais. Assim, a presença do mercado de trabalho informal pode ser vista

como resultado de uma falha das instituições políticas em proteger e promover uma

economia de mercado. Desta forma, apesar de se reconhecer que a oferta e demanda por

trabalho esclarecem as transformações nas relações trabalhistas, neste estudo será avaliado

também o impacto dos aspectos institucionais sobre o mercado de trabalho.

Portanto, este estudo visa delinear, também, qual seria a relação ótima entre a ação

regulatória e coercitiva do Estado para que este maximize as suas receitas, sujeita à

conhecida dinâmica dos trabalhadores entre os segmentos formal e informal da economia.

Vale ressaltar que o Estado neste estudo é considerado um agente maximizador de receitas

uma vez que ele deve oferecer o máximo de serviços públicos possível para gerar maior

bem-estar para a população, o que só é possível por meio das receitas arrecadadas.

Assim, este trabalho objetiva construir a dinâmica do mercado de trabalho entre o

setor formal e informal da economia modelando, por meio do replicador dinâmico, o lado

da oferta e da demanda por trabalho em cada um destes segmentos. Nesta metodologia de

aplicação do replicador dinâmico à evolução do mercado de trabalho, avaliam-se as

escolhas dos agentes, no caso os trabalhadores e as firmas, dado os payoffs associados a

cada tipo de estratégia: ser formal ou informal; levando em consideração as escolhas dos

demais agentes da economia. Esta metodologia gera um sistema de equações diferenciais

(13)

6

Receitas do Governo, onde o conjunto de restrições é dado pelo sistema de equações

encontrado anteriormente.

Desta forma, busca-se neste trabalho, por meio de uma metodologia de teoria dos

jogos evolucionário, avaliar como o processo regulatório atua sobre a formação das

escolhas dos trabalhadores e das firmas, visando verificar a construção de possíveis

incentivos para a entrada à formalidade.

O trabalho está dividido da seguinte forma. Na seção seguinte apresenta-se uma

revisão da literatura sobre o mercado de trabalho informal. Na seção 3 expõe-se a teoria dos

jogos evolucionários e o replicador dinâmico, metodologia que será usada para descrever os

agentes do mercado de trabalho. Na seção seguinte, constrói-se um modelo estático de

adesão do trabalhador ao mercado formal ou informal da economia, e aplica-se o replicador

dinâmico para se determinar a evolução da segmentação formal/informal do mercado de

trabalho. Na seção 5, realiza-se uma análise de equilíbrio para o sistema. A sexta seção

apresenta um processo de otimização das receitas governamentais, onde o Governo opta

entre obter maiores receitas por meio de aumento na alíquota de arrecadação ou por meio

de um aumento da população contribuinte. Na última seção apresentam-se as conclusões do

Referências

Documentos relacionados

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for

Atualmente o predomínio dessas linguagens verbais e não verbais, ancorados nos gêneros, faz necessário introduzir o gênero capa de revista nas aulas de Língua Portuguesa, pois,

Apresenta-se neste trabalho uma sinopse das espécies de Bromeliaceae da região do curso médio do rio Toropi (Rio Grande do Sul, Brasil), sendo também fornecida uma chave

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

The DCF model using the Free Cash Flow to the Firm (FCFF) method, estimates in the first place the Enterprise Value of the company, that represents the value of all future cash

Figure III. 37: Water vapor-liquid interfacial tension.. 38: Ethanol vapor-liquid interfacial tension. Interfacial tension was calculated using these coefficients in

Reduzir desmatamento, implementar o novo Código Florestal, criar uma economia da restauração, dar escala às práticas de baixo carbono na agricultura, fomentar energias renováveis

Reducing illegal deforestation, implementing the Forest Code, creating a restoration economy and enhancing renewable energies, such as biofuels and biomass, as well as creating