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Níveis ótimos econômicos de irrigação e doses de nitrogênio no mamoeiro (Carica papaya L.) cultivar golden, no norte do Espírito Santo

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Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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NÍVEIS ÓTIMOS ECONÔMICOS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE NITROGÊNIO NO MAMOEIRO (CARICA PAPAYA L.) CULTIVAR GOLDEN, NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

GUILHERME BASTOS LYRA; NIRALDO JOSÉ PONCIANO.

UENF, CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ, BRASIL.

ponciano@uenf.br

POSTER

CIÊNCIA, INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E PESQUISA.

Níveis ótimos econômicos de irrigação e doses de nitrogênio no mamoeiro

(Carica papaya L.) cultivar golden, no norte do Espírito Santo

Grupo de Pesquisa: Ciência, Inovação tecnológica e Pesquisa

RESUMO:

Foi conduziu um experimento com a cultivar Golden na Fazenda Caliman Agrícola S.A., localizada no município de Linhares, Espírito Santo. Com o objetivo de identificar os níveis ótimos de irrigação e adubação nitrogenada que propiciem a máxima produtividade física e econômica do cultivar de mamoeiro "Golden" utilizando função de produção. O delineamento estatístico experimental em blocos casualizados, com esquema fatorial 5x4 em parcelas subdivididas, sendo cinco lâminas de irrigação (50, 70, 90, 110 e 130% da evapotranspiração de referência, ETo) com turno de rega diário e quatro doses de sulfato de amônio 90, 188, 288 e 377 kg ha-1mês-1. A estimativa da produtividade (t ha-1) em função da lâmina total aplicada obteve ajuste significativo ao nível de 5% de probabilidade, com os modelos de segunda ordem. A máxima produtividade física foi igual a 94,83 t ha-1 com lâmina máxima de 1549,83mm.

Palavras-chaves: mamão, função de produção, irrigação.

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Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

2 An experiment was set up with the cultivar in farm Agricultural Caliman S.A., located in the municipal district of Linhares, Espírito Santo. This study aimed to identify the great levels of irrigation and nitrogen fertilizer that propitiate the maxim physical and economical fruit yield of cultivating of papaya tree "Golden" using production function, in a randomized blocks design, with factorial outline 5x4 in subdivided portions, being five irrigation (50, 70, 90, 110 and 130% of the reference evapotranspiração, ETo) with shift of watering diary and four doses of sulfate of ammonium 90, 188, 288 and 377 kgha-1month-1. The estimate of the fruit yield (t ha-1) in function of the applied total water depth it obtained significant adjustment at the level of 5% of probability, with the models of second order. The maxim physical fruit yield was same to 94,83 tha-1 with maximum water depth of 1549,83mm.

Key Words: papaya, production function and irrigation.

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é considerado o maior produtor mundial de mamão, com 1,6 milhões de toneladas ao ano, em uma área de 36 mil hectares. Os principais estados produtores são a Bahia, contribuindo com aproximadamente 49,0% da produção nacional, seguida do Espírito Santo, com 36,6% (AGRIANUAL, 2005). Estas regiões, apesar dos índices pluviométricos acima de 1200 mm anuais, apresentam um período de déficit hídrico, que contribui para os baixos rendimentos do mamoeiro não irrigado, Aliado a limitação de água, a maior parte da cultura encontra-se em solos de baixa fertilidade, principalmente no norte do Espírito Santo e extremo sul da Bahia (OLIVEIRA, 2002). Nestas condições a suplementação das necessidades de água e nutrientes para cultura, via irrigação e adubação se faz necessário. Avaliando os níveis ótimos físicos e econômicos de irrigação na cultura do mamoeiro envolvido nos diversos sistemas de cultivo, vários pesquisadores utilizaram técnicas de função de produção. Exemplos de utilização dessa técnica para a abordagem da maximização de produtividade e de lucro na cultura podem ser encontrados em vários trabalhos, como os de ALMEIDA et al. (2004), BEZERRA & MESQUITA (2002) e COELHO et al (2002). Estudos da dinâmica de nutrientes no mamoeiro demonstraram que a cultura extrai quantidades relativamente altas de nutrientes, e apresenta exigências continuas durante o primeiro ano, atingindo seu máximo aos doze meses de idade (OLIVEIRA, 2002; MARINHO, 2001). O nitrogênio é o elemento mais exigido pelo mamoeiro, sendo crescente e constante sua absorção durante o ciclo da planta.

Vários fatores referentes ao solo, à planta e a atmosfera interagem entre si, determinando a produtividade das culturas agrícolas. A resposta das culturas a irrigação e nutrientes pode variar em diferentes solos, climas e também em decorrência da lâmina e freqüência de aplicação de água e doses de adubo (FRIZZONE, 1998). O emprego da função de produção na análise e discussão da resposta da produtividade aos fatores agrícolas é bastante difundido. Sua utilização para determinar os níveis economicamente ótimos dos fatores envolvidos no processo produtivo é um dos principais pontos de aplicação em experimentos agrícolas.

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3 O objetivo deste trabalho foi identificar os níveis ótimos de irrigação e adubação nitrogenada que propiciem a máxima produtividade física e econômica do cultivar de mamoeiro “Golden” utilizando função de produção.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no período de 20/10/2004 a 30/06/2006 na Fazenda Caliman Agrícola S.A., localizada no município de Linhares, Espírito Santo (latitude 19º11’13’’S, longitude 40º05’39’’W e altitude 29 m). O clima da região é Aw (subtropical úmido) pela classificação de Köppen (SCHINEIDER & TEIXEIRA, 2001), ou seja, verão chuvoso e inverno seco, com precipitação média anual de 1200 mm, e temperatura média diária do ar variando de 20,7 (julho) a 26,2 ºC (fevereiro) (INMET, 1992).

Foi utilizado a cultivar Golden (grupo Solo), com espaçamento duplo de 3,6 x 2,0 x 1,8 m. O delineamento estatístico experimental foi em blocos casualizados, com esquema fatorial 5x4 em parcelas subdivididas e três repetições, cinco lâminas de irrigação na parcela (50, 70, 90, 110 e 130% da evapotranspiração de referência (ETo) e quatro doses de sulfato de amônio (90, 188, 288 e 377 kg ha-1 mês-1) na subparcela. As lâminas de irrigação aplicadas com turno de rega de um dia.

A irrigação foi uniforme em todos os tratamentos até a sexagem de acordo com a demanda evapotranspirométrica determinada por uma estação meteorológica automática (MCR300HP, Micrometros, Áustria) instalada próxima a área experimental. Avaliou-se a influência das cinco lâminas de irrigação na disponibilidade de água no solo para as plantas através do balanço de água no ambiente. O balanço seqüencial diário de água no solo foi determinado com base na lei de conservação das massas, similar ao apresentado por BERNARDO (2006).

Os frutos foram colhidos no estagio 1 de maturação de acordo com as recomendações apresentadas por (SABBOR et al. 2000). A classificação de peso médio para o Golden, segundo o autor, é de 450 gramas, não havendo distinção na qualidade dos frutos para o mercado interno e externo. Devidamente identificados por tratamento, foram pesados, em balança analógica, com precisão de ± 10g (Hobart Dayton modelo CB 20). Posteriormente, a produtividade foi determinada multiplicando-se o peso médio do fruto pelo número de frutos por planta e número de plantas por unidade de área de cada parcela experimental.

Para correlacionar os componentes da produção aos níveis de água aplicados e doses de nitrogênio, procurou-se obter as seguintes funções: produtividade média, peso médio, número diâmetro e comprimento do fruto versus lâmina total de água aplicada e dose de nitrogênio, todos considerando a produção adequada para o mercado interno e para o mercado externo. A partir dos dados de produção e produtividade, foram feitas as análises econômicas das funções de resposta (água e adubação x produção).

O modelo utilizado foi um polinômio do segundo grau, conforme a equação:

i 2

e

cX

bX

a

)

X

(

f

Y

=

=

+

+

+

(1) em que, Y = produtividade de frutos, t ha-1;

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4 a, b, c = coeficiente de ajuste;

ei = erro aleatório.

Com a função de produção ajustada é determinado o nível de água ou adubação nitrogenada (Xm) que maximiza a produção (equação 2 e 3)

c

2

b

Xm

=

(2) 2 max

a

b

Xm

c

Xm

Y

=

+

+

(3) em que,

Xm = lâmina, de água (mm) ou adubação nitrogenada, kg ha-1que obtém o máximo valor de produção, e;

Ymax = produtividade máxima, t ha-1

A receita líquida operacional foi expressa de por: i X Y

Y

(

P

X

C

k

)

e

P

)

X

(

L

=

+

+

+

(4) em que,

L(X) = receita líquida operacional, em R$; PY = preço do produto, em R$ t-1;

PX = preço do fator água, em R$/mm; ou do adubo, kg ha-1; C = custo dos fatores fixos, em R$;

k = custos variáveis não relacionados ao custo da água ou adubação; R$ ei = erro aleatório.

Sendo o preço da água o somatório do custo de energia e mão de obra gasta na irrigação.

A maximização do lucro é obtida calculando-se a derivada de primeira ordem da equação 4.

c

P

2

b

P

P

X

Y Y X ot

=

(5) 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com os dados climáticos diários (Figura 1), coletados na estação meteorológica durante o período de experimento, após a sexagem, pode-se observar três períodos sazonais distintos referentes a temperatura no primeiro período (PT1), 31/03/05 a 13/07/05, a temperatura média diária tem inicio com um máximo de 25,2ºC e tende a cair até atingir um mínimo de 18,2ºC em julho de 2005, deste ponto em diante a temperatura começa aumentar, Iniciando um segundo período (PT2, 14/07/05 a 25/02/06 atingindo uma

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5 temperatura média diária máxima de 28,7ºC, em fevereiro 2006. A partir do dia 26/02/06 a temperatura tende a cair iniciando o terceiro período (PT3) até atingir 20,2ºC no final do experimento (Figura 1A). As normais climatológicas apresentadas pelo INMET (1992) mostram que as temperaturas médias mínimas e máximas diárias para o município de Linhares ocorreram nos meses de julho e fevereiro respectivamente, o que pode ser observado no período experimental.

A magnitude média por evento de chuva do início dos tratamentos do experimento (31/03/05) até 28/06/05 (PC1) foi de 11,17 mm d-1, com freqüência em torno de um evento a cada dois dias, seguido por um período seco de 29/06/05 até 28/10/05 (PS1), observou-se em torno de um evento cada cinco dia, com magnitude de 5,42 mm d-1. No segundo período chuvoso, 29/10/05 a 15/01/06 (PC2) a magnitude foi de 12,71 mm d-1 com freqüência de uma chuva a cada dois dias. Em 16/01/06 iniciou-se o segundo período seco (PS2) com magnitude de 2,28mm d-1 e freqüência de uma chuva a cada nove dias, terminando o em 20/02/06. O terceiro e ultimo período chuvoso (PC3) de 21/02/06 a 01/04/06 apresentou magnitude de 15,55mm d-1 e freqüência de uma chuva a cada dois dias.

De 02/04/06 a 30/06/06 foi caracterizado o terceiro período seco, com freqüência de uma chuva a cada oito dias e magnitude de 14,06 mm d-1, esta alta magnitude é devido a presenças de quatro dias de chuva com precipitação de 122,5 mm (Figura 1B).

Data (mês/ano) 04/05 06/05 08/05 10/05 12/05 02/06 04/06 06/06 P re c ip it a ç ã o ( m m d -1 ) 10 20 30 40 50 60 70 T e m p e ra tu ra d o A r ( o C ) 18 20 22 24 26 28 30 A F a ix a a d e q u a d a Ótima PC 1 PS 1 PC 2 PS 2 PC 3 PS 3 PT1 PT2 PT3 B

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6 Figura 1 - (A) temperatura média diária do ar, oC e (B) precipitação, mm d-1, na fazenda

Caliman, relativos ao período do aplicação dos tratamentos diferenciados. Considerando a capacidade real de água no solo (CRA) igual a 70% da capacidade total, o tratamento correspondente a 0,5ETo permaneceu abaixo (CRA) 161 dias do período em que foi aplicado os tratamentos, correspondendo 35% do período total. Enquanto que o tratamento com 1,3ETo, o estresse hídrico foi menor, ficando apenas 3% do período abaixo da CRA. As Lâminas de irrigação correspondentes a 0,7ETo, 0,9ETo,1,1ETo permaneceram abaixo da CRA 28, 15 e 8% do período em que foram aplicados os tratamento de irrigação respectivamente.

De acordo com o balanço hídrico realizado nos experimentos (20 meses após o transplantio e 12 meses de colheita) as lâminas dos cinco tratamentos, os valores médios dos componentes de produção e características botânicas do fruto (Tabela 1):

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7 Tabela 1 - Resumo da lâmina total de água aplicada (LT), componentes da produção e

características botânicas do fruto (comprimento e diâmetro).

Golden (20 meses após o transplantio e 12 meses de colheita)

Tratamento LT (mm) Y(1) (t ha-1) PMF (2) (g) N. frutos (3) (ha) C. Fruto (4) (cm) D. Fruto (5) (cm) L1 (0,5ETO) 1236 79,67 397,48 259743 135,91 83,35 L2 (0,7ETO) 1339 84,74 402,35 250293 136,23 82,99 L3 (0,9ETO) 1440 90,07 415,38 247713 137,98 84,72 L4 (1,1ETO) 1525 101,59 422,81 282686 139,07 85,47 L5 (1,3ETO) 1604 91,17 417,39 276942 138,26 84,90

(1) Produtividade; (2) Peso médio de fruto; (3) Número de frutos; (4) Comprimento médio de fruto; e (5) Diâmetro médio de fruto.

Os tratamentos com as doses de sulfato de amônio e a iteração lâmina de irrigação versus doses de adubo não apresentaram significância, sendo discutido no trabalho apenas as funções de produção relacionada com dos tratamentos diferenciado de lâmina de irrigação. O modelo de segundo grau não foi significativo para a variável numero de frutos. O tratamento com reposição de 1,1 da ETo (L4) apresentou os maiores valores dos componentes de produção e os maiores comprimentos e diâmetros de fruto. Enquanto que os menores valores referentes à produtividade foram obtidos pelo tratamento L1, em que a reposição de água foi igual a 0,5 ETo. De acordo com SILVA et al. (2001) avaliando os efeitos de diferentes lâminas e freqüências de irrigação sobre a produtividade do mamoeiro do grupo solo para o município de Sooretama-ES, aumento na lâmina de 40% para 120% da evapotranspiração potencial obteve a melhor resposta do incremento na produtividade comercial por milímetro de água aplicada.

À medida que se aumentou a quantidade de água aplicada nos tratamentos diferenciados, houve incrementos positivos de produtividade até atingir um máximo físico. Após este houve um decréscimo de rendimento com a lâmina aplicada (Figura 2). A redução do rendimento por excesso de água pode estar relacionada com a falta de aeração no solo, lixiviação de nutrientes e doenças que se desenvolve em solos úmidos (STEGMAN et al, 1980).

Os valores de coeficientes de correlação (R²) no ajustamento indicaram correlação significativa ao nível de 5% de probabilidade do modelo de segunda ordem proposto a relação entre a produtividade do cultivar Golden (R² = 0,7247). Isto demonstra a necessidade do manejo de irrigação na cultura do mamoeiro, podendo assim, determinar a necessidade hídrica da cultura. Quando utilizou a função de produção, o incremento máximo de produtividade foi 94,83t ha-1, para uma lâmina de 1549,83mm em 20 meses após o transplantio e 12 meses de colheita.

Teoricamente, como a produtividade máxima física não corresponde a melhor rentabilidade a ser obtida, torna-se necessária a avaliação dos custos para se identificar em que ponto de incremento de água, e conseqüentemente, de produção, deixam de gerar maiores lucros. Para o custo da lamina de água, em R$ mm-1 foi considerado apenas o consumo de energia e mão de obra conforme metodologia sugerida por DENICULI (2004).

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8 x column 1 vs y column 1

Lâmina total de água em 12 meses de colheita (mm)

1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 P ro d u ti v id ad e (t h a -1 ) 70 75 80 85 90 95 100 105 y = -1,649117*10-4 A2 + 4,651028837 *10-1A - 233,133 R2 = 0,7247

Figura 2 - Produtividade (t ha-1) em função da lamina total de água para o cultivar Golden 20 meses após o transplantio.

Foi adotando neste trabalho um conjunto motor trifásico de 2 cv ha-1 como o rendimento do motor (η) de 0,80, que de acordo com estas característica o consumo elétrico do motor é de 2,062 kW h-1 (DENICULI, 2004). Utilizando a tarifa verde do grupo A e subgrupo A4 cobrada pela ESCELSA (2007), taxa adicional e custo de demanda o valor pago na energia elétrica é de 0,30 R$ kWh-1, se gasta 0,60 R$ h-1 ha-1 com o modelo de motor elétrico escolhido a intensidade de aplicação do microaspersor é de 2,98 mm h-1, sendo o custo da energia elétrica de 0,20 R$ mm-1ha-1 . A mão de obra utilizada na irrigação na fazenda caliman é disponibilizada para dois funcionários um responsável pela casa de bombas e outro pela manutenção do sistema de irrigação em campo. O custo destes funcionários é de 0,25 R$ h-1ha-1, considerando que cada um receba R$ 360,00 mais encargos contratuais, e uma área irrigada de 50 hectares. Com estes dados estabelecidos, o custo variável referente a energia elétrica e mão de obra gasta na aplicação de água foi de 0,45 R$ mm-1ha-1.

De acordo como AGRIANUAL (2005) os preços médio do mamão Havaí nos últimos cinco anos foram de 0,41R$ kg-1 e Para o mercado externo o preço fornecido pela fazenda caliman foi de 0,54 R$ kg-1. Através da equação 4 determina-se a lâmina ótima econômica de 1546,52 mm correspondendo a produtividade ótima econômica de 94,83 t ha-1. A produtividade máxima econômica encontrada é próxima da produtividade máxima física. Fato também observado por ALMEIDA (2004) estudando efeito de laminas de irrigação sobre o mamoeiro.

Na determinação da receita liquida operacional utilizaram-se os dados de fluxo de caixa da própria fazenda Caliman, para isto foi realizado a média dos custos mensais das lavouras para uma safra de 24 meses, sendo este valor de 679,17 US$ ha-1mês-1, incluído nestes os fatores as seguintes variáveis: mudas, fertilizantes, defensivos, peças e acessórios, tratos culturais manuais e tratos culturais mecanizados e o valor de implantação do sistema de irrigação (considerando a depreciação). A taxa cambial média dos últimos

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9 dois anos (2005 - 2006) foi de US$ 1,00 igual a 2,35 reais, sendo este custo em reais igual a 1596,04 R$ ha-1 mês-1. Assim a lâmina aplicada e a produtividade mensal foram de 77,33mm mês-1 e 4,74t ha-1 mês-1. Com estas considerações a receita liquida operacional para golden nos mercados interno e externo foi de 313,19 e 929,57 R$ ha-1 mês-1 respectivamente.

A Figura 3 apresenta um modelo polinomial de segunda ordem, sendo os valores de coeficientes de correlação (R²) no ajuste da equação para o peso médio de fruto e lâmina total de água aplicada indicou correlação de 0,8908. O modelo determinado pela regressão apresentou significância ao nível de 1%. Utilizando as equações de regressão obtêm-se os incrementos máximos de peso médio de fruto, sendo estimados em 420,02g, para uma lâmina de 1623,80mm em 20 meses após o transplantio e 12 meses de colheita. A média do experimento foi superior aos valores encontrados por ALMEIDA (2005) em experimento montado no norte do Espírito Santo em que o peso médio de frutos foi de 357 gramas cultivar golden.

Lâmina total de água em 12 meses de colheita (mm)

1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 P es o m éd io d e fr u to ( g ) 380 390 400 410 420 430 440 PMF = -1,55349*10-4 A2 + 4,64576 *10-1 A + 73,064 R2 = 0,8908

Figura 3 - Peso médio de fruto (g) em função da lamina total de água para o cultivar Golden 20 meses após o transplantio.

Nas Figuras 4 e 5 observa-se o ajuste da equação quadrática para comprimento e diâmetro de frutos versus lâmina total de água aplicada, sendo os valores de coeficientes de correlação (R²) iguais a 0,8376 e 0,7203 respectivamente.

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10 Lâmina total de água em 12 meses de colheita (mm)

1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 C o m p ri m e n to d e F ru to ( c m ) 134 135 136 137 138 139 140 Comp.f = -1,64822*10-5A2 + 5,04481*10-2A - 100,154 R2 = 0,8376

Figura 4 - Comprimento médio de fruto (cm) em função da lamina total de água para o cultivar Golden 20 meses após o transplantio.

O modelo determinado pela regressão para o golden apresentou significância ao nível de 5% de probabilidade. De acordo com as equações de regressão determinou-se as lâminas que proporcionaram os maiores comprimento e diâmetro de frutos para o cultivar golden, sendo elas: 1670,36 e 1694,47mm, atingindo um comprimento de fruto de 139mm e diâmetro de 83mm.

Lâmina total de água em 12 meses de colheita (mm)

1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 D iâ m et ro d e F ru to ( m m ) 81,8 82,5 83,3 84,0 84,8 85,5 86,3 87,0 Df = -4,96038*10-6A2 + 1,67575*10-2A + 69,6833 R2= 0,7203

Figura 5 - Diâmetro médio de fruto (cm) em função da lamina total de água para o cultivar Golden 20 meses após o transplantio.

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11 Com estes valores pode-se adequar o manejo de irrigação de acordo com as exigências do mercado em relação ao peso e formato do fruto.

A produção de frutos maiores pode favorecer a exportação, devido a exigência do mercado externo quanto ao peso do fruto. O mercado suíço tem preferência por frutos na faixa de 290 a 349 g, enquanto os mercados alemão e francês, por frutos na faixa de 350 a 439 g e o português, por frutos maiores, em média com 449 a 650 g (BALBINO, 2003).

4. CONCLUSÃO

A estimativa da produtividade (t ha-1) do mamoeiro cultivar Golden em função da lâmina total aplicada para a região norte do Espírito Santo, teve ajuste significativo ao nível de 5%. Os valores de coeficientes de correlação (R²) no ajustamento indicaram correlação do modelo proposto com as variáveis dependentes: produtividade, peso, comprimento e diâmetro médio de fruto. Dessa forma, o manejo adequado da irrigação é de fundamental importância para a produção de frutos de qualidade e de elevada produtividade.

Conclui-se que a máxima produtividade física aproxima-se da ótima econômica (94,83 t ha-1), isso por sua vez indica que o diferencial do custo relativo das duas lâminas é praticamente irrisório. A receita liquida operacional nos mercados interno e externo foram de 313,19 e 929,57 R$ ha-1 mês-1 respectivamente.

O peso médio de fruto atingiu 420 gramas para uma lâmina máxima de irrigação de 1.623,80 milímetros. Enquanto que o comprimento médio de fruto (139 mm) a lâmina máxima foi de 1.670,36 milímetros. Finalmente, o diâmetro médio de fruto (83 mm) assegurado pela lâmina de irrigação de 1694,47milímetros. Assim, pode-se adequar o manejo de irrigação de acordo com as exigências do mercado em relação ao peso e formato do fruto, que são parâmetros importantes exigidos pelo mercado externo.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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