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Extensão universitária: a importância do projeto restauração de dentes tratados endodonticamente

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Extensão universitária: a importância do projeto restauração de dentes tratados endodonticamente

University extension: the importance of the “restorations of endodontically treated teeth” project

Altair Soares de Moura1 Carla Daiany Amaral Ribeiro2 Samuel Trezena3 Bruno da Silva Lemos4 Carlos Wander Gonçalves Rocha5 Germana Almeida Santana6 Heberth Victor Silveira Peixoto7 Keity Brener Magalhães Azevedo8 Lais Novaes de Oliveira Rodrigues9 Leonice Eliene Alves de Azevedo10

Rayane Soares Maia11 Daniela Araújo Veloso Popoff12 Belmiro Rodrigues da Silva Júnior13 Manoel Brito Júnior14

1

Doutor em Odontologia Restauradora pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Mestre em Clínica Odontológica pela Universidade Federal da Bahia, Especialista em Dentística Restauradora pela Universidade de São Paulo. Professor do Departamento de

Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes.

altair132003@yahoo.com.br 2

Graduanda em Odontologia pela Unimontes. carladaribeiro@hotmail.com

3

Graduando em Odontologia pela Unimontes. samueltrezena@gmail.com

4

Graduando em Odontologia pela Unimontes. brunoodonto@outlook.com.br

5

Graduando em Odontologia pela Unimontes. wandimpereira@hotmail.com

6

Graduanda em Odontologia pela Unimontes. germana.santana14@gmail.com

7

Graduando em Odontologia pela Unimontes. heberth_victor@hotmail.com

8

Graduanda em Odontologia pela Unimontes. keitybrener@gmail.com

9

Graduanda em Odontologia pela Unimontes. laisnovae@gmail.com

10

Graduanda em Odontologia pela Unimontes. leoniceeliene@hotmail.com

11

Graduanda em Odontologia pela Unimontes. rayane.maia1@gmail.com

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Pós-doutora em Malformações e Síndromes com Envolvimento Orofacial pela Universidade Estadual de Montes Claros, Doutora em Clínica Odontológica pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestre em Clínica Odontológica pela Universidade Federal da Bahia Professora do departamento de Odontologia e de pós-graduação em Cuidado Primário em Saúde da

Universidade Estadual de Montes Claros. danielavelloso@yahoo.com.br

13

Mestre em Odontologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Especialista em Prótese dentária pela Universidade Federal de Alfenas, Especialista em Implantes Odontologicos pela Faculdade de Odontologia de Bauru e Especialista em Disfunção temporo Mandibular pelo Conselho Federal de Odontologia. Professor do departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros. belmirojr1@hotmail.com.

14

Doutor em Odontologia Restauradora pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Minas Gerais, Especialista em Endodontia pela Fundação Universidade de Itaúna. Professor do departamento de Odontologia

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RESUMO

As universidades brasileiras são constituídas pelo tripé ensino, pesquisa e extensão. A extensão universitária é comumente a forma em que as instituições de ensino superior concedem seus serviços a comunidade aonde são inseridas, passando o conhecimento produzido, e capacitando os profissionais que ali são formados com a vivência social. Muitos cursos têm em suas grades curriculares a presença da participação em práticas extensionistas, não diferente na graduação em odontologia. O projeto “Restauração de dentes tratados endodonticamente” foi instituído com a finalidade de atender os pacientes que realizaram tratamento endodôntico no âmbito das clínicas odontológicas da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), dando continuidade para conclusão do tratamento devido a falta de vagas na clínica escola de ensino. O presente trabalho tem como objetivo discorrer a importância do projeto de extensão “Restauração de dentes tratados endodonticamente” correlacionando também a relevância das práticas extensionistas aplicadas na graduação acadêmica, bem como da restauração de dentes que passaram pela terapia endodôntica.

Palavras-chave: Extensão Universitária; Clínicas Odontológicas; Odontologia

Restauradora.

ABSTRACT

Brazilian universities are constituted by the teaching, research and extension tripod. The university extension is usually the way in which the institutions of superior education grant their services to the community where they are inserted, passing on the knowledge produced, and enabling the professionals who are formed there with the social experience. Many courses have in their curriculum the presence of participation in extension practices, not different in undergraduate dentistry. The “Restoration of endodontically treated teeth” project, was established with the purpose of attending patients who underwent endodontic treatment in the dental clinics of the State University of Montes Claros (Unimontes) giving continuity to completion of treatment due to lack of vacancies in clinical teaching school. The purpose of this study is to describe the importance of the extension project "Restoration of endodontically treated teeth", also correlating the relevance of extension practices applied in academic graduation, as well as restoration of teeth that undergo endodontic therapy.

Keywords: University Extension; Dental Clinics; Restorative Dentistry.

INTRODUÇÃO

Desde a Constituição Federal de 1988 as universidades brasileiras foram decretadas instituições de ensino superior alicerçadas pela indissociabilidade do tripé: pesquisa, ensino e extensão (Brasil, 1988). Desde então, as mesmas vem contribuindo para o desenvolvimento educacional,

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social e cultural da comunidade nas quais são firmadas, aonde o seu conhecimento produzido é repassado de inúmeras formas, principalmente pela extensão (Moura et al., 2012).

A extensão universitária é o método que vários cursos ofertados pelas Instituições de ensino superior (IES) acabam concedendo seus serviços para a população, sendo estabelecida pelo Plano Nacional de Extensão Universitária, no qual, o magistério deve contemplar ações extensionistas que aprimoram a formação de profissionais assim como a comunidade que é assistida por tais (Lins et al., 2014). As práticas de extensão também são fomentadas de acordo com as diretrizes curriculares de alguns cursos de graduação, como o de Odontologia (Moraes et al., 2016). Na odontologia, os serviços prestados a população em forma de educação em saúde e atendimentos clínicos, são atividades que são utilizadas para a extensão, fundamentadas na formação humana do acadêmico e melhorando suas aptidões através da vivência clínica, podendo ser realizadas dentro ou fora do campus da instituição (Garcia et al., 2008; Fadel et al., 2013).

As clínicas odontológicas da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) atuam realizando vários tipos de procedimentos odontológicos para maioria das cidades do Norte de Minas Gerais, principalmente devido à característica socioeconômica da região e a falta de vagas no serviço público de saúde local. Mas por ser uma clínica escola, muitas vezes paciente não conseguem vagas ou dar continuidade a seus tratamentos, principalmente com a finalização de tratamentos endodônticos através da cimentação de coroas ou confecção de restaurações coronárias.

A restauração de dentes tratados endodonticamente ainda consiste num problema amplamente discutido na odontologia. A terapia endodôntica acaba resultando no desgaste da estrutura dentária e associado à reabilitação protética usual, pela cimentação de pinos metálicos, aumentam ainda mais a chance de fratura e perda do elemento dentário (Pereira, 2011; Madureira et al., 2017).

Com o presente dilema, fora criado o projeto de extensão “Restauração de dentes tratados endodonticamente”, que presta assistência a pacientes que foram atendidos na Unimontes e que foram submetidos à terapia endodôntica, necessitando então da restauração da porção coronárias desses dentes. O

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mesmo oportuniza a capacitação acadêmica pelas atividades clínicas e laboratoriais além de conhecimentos teóricos adicionais ao já ministrados na grade curricular.

OBJETIVOS

O objetivo do presente trabalho é relatar a importância do Projeto de Extensão “Restauração de dentes tratados endodonticamente”, realizado no âmbito da Clínica Escola de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), além de discutir sobre o intuito das práticas extensionistas no meio universitário, principalmente no curso de Odontologia, bem como da restauração de dentes que passaram pela terapia endodôntica.

METODOLOGIA

O presente trabalho é um estudo descritivo sobre a importância do projeto de Extensão “Restauração de dentes tratados endodonticamente” aprovado pela Resolução Nº 197/2016 pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEx) da Unimontes. Para discussão sobre o tema abordado foi realizado busca nas plataformas de dados online PubMed, Scielo e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores: “restauração de dentes tratados endodonticamente”, “pino de fibra de vidro”, “extensão universitária” e “clínicas odontológicas de ensino”. Foram selecionados artigos tanto em português como em língua inglesa que apresentassem pertinência ao assunto discutido.

RESULTADOS

As clínicas odontológicas da Unimontes prestam serviços à comunidade do norte de Minas Gerais, através de serviços de saúde ofertados por graduandos em odontologia. Dos serviços de saúde bucal podemos citar a restauração de dentes, tratamentos periodontais e endodônticos, cirurgias orais menores, reabilitações protéticas unitárias, parciais e totais, dentre outros

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atendimentos odontológicos para todos os indivíduos de qualquer idade ou condição sistêmica. Segundo levantamentos realizados na região a demanda de procedimentos clínicos é alta (Martins et al., 2012)

Algumas vezes, os dentes que receberam tratamento endodôntico nas clínicas odontológicas da Unimontes, assim como em outros serviços públicos ou privados, ficam algum tempo restaurados com material provisório, uma vez que, segundo a literatura o tratamento endodôntico necessita de algum tempo para regressão da lesão periapical formada (Jesus et al., 2017; Abreu et al., 2013; Ferraz et al., 2009; Tronstad et al., 2000). Na maioria das vezes tal situação é devido a não condição do paciente poder conseguir dar continuidade ao tratamento com o custo de uma restauração protética ou não conseguir vagas em serviços públicos (como os Centros de Especialidade Odontológicas – CEO) e até mesmo na própria universidade aonde o “tratamento de canal” fora feito. Esta espera, em muitos casos, é a principal causa do insucesso no tratamento endodôntico.

Devido a presente casuística, o projeto “Restauração de dentes tratados endodonticamente”, vem realizando seu objetivo de atender a esses pacientes, evitando assim as consequências causadas pelo não seguimento ao tratamento endodôntico realizado. Além do objetivo geral, o projeto capacita acadêmicos a cada semestre, oportunizando o aperfeiçoamento técnico sobre as práticas restauradoras convencionais e também inovadoras, através de atividades clínicas (Figura 1), como também, laboratoriais e teóricas a cerca da dentística e da prótese fixa unitária. As atividades são realizadas dentro do campus da própria universidade.

O projeto em quase um ano já atendeu em média 56 pacientes, e realizando 86 procedimentos clínicos, sendo a maioria componente: a desobstruição de condutos radiculares, seguidos da cimentação de pinos de fibra de vidro (Figura 2) e confecção de restaurações definitivas ou intermediárias (preparos para recebimento de coroas unitárias totais) em resina composta ou em cimento ionômero de vidro resinoso (Figura 3).

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Figuras 1 – Atendimento clínico à pacientes no Projeto de Extensão “Restauração de dentes tratados endodonticamente”. a) Primeira sessão clínica. b) Procedimento clínico sendo realizado por acadêmicos do Projeto de

Extensão.

Fonte: Arquivo dos autores

Figura 2 – Cimentação de pino de fibra de vidro.

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Figura 3 – Reconstrução de dente em resina composta, após cimentação de pino de fibra de vidro

Fonte: Arquivo dos autores.

DISCUSSÕES

A extensão universitária

As universidades foram criadas com o objetivo de desenvolver por todo o Brasil, o crescimento econômico, social, político e cultural (Nunes e Silva, 2011). Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, no artigo de número 207, fora decretada que as Universidades são instituições de pesquisas científicas alicerçadas pela indissociabilidade entre ensino, a pesquisa e a extensão, dando a elas a autonomia para tais práticas, além de funções técnicas e administrativas (Brasil, 1988).

Pode-se definir a Extensão Universitária como a prestação de serviços pela Universidade para a comunidade assistida pela mesma, estabelecendo a troca mútua de conhecimento, resultando em cada vez mais em novas formas de pensamento (Pereira et al., 2011). No âmbito da extensão, a universidade ou as IES (Instituições de Ensino Superior), acabam que não são detentoras absolutas de conhecimento, aprendendo através de ciências populares ou experiências vividas, que por finalidade servem como base para estabelecimento de teorias ou comprovações teóricas (Nunes e Silva, 2011). Lins et al. (2014) relatam que de acordo com o Plano Nacional de Extensão

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Universitária, a docência na graduação de ensino superior deve conter atividades educacionais, culturais e técnico-científicas, otimizando a formação de profissionais assim como a comunidade que é assistida por tais.

As práticas advindas de departamentos, de diferentes cursos nas instituições de ensino, objetivam melhorar a qualidade de vida da população alvo levando o conhecimento adquirido pelos discentes, através de várias formas de ações e projetos de extensão (Moura et al., 2012). De acordo com diretrizes curriculares, a participação de graduandos em projetos de práticas extensionistas é de fundamental relevância (Moraes et al., 2016). Podendo destacar como consequência do aluno na participação de projetos de tal natureza, o desenvolvimento de uma prática mais humana, além de experiências adquiridas à prática, formando um profissional que presta serviços à comunidade com característica social e técnica melhorada (Moraes et al., 2016; Lins et al., 2014; Perreira et al., 2011).

A Extensão Na Graduação Em Odontologia

As diretrizes curriculares para o curso de odontologia instituem, dentre inúmeros objetivos, criar o vínculo com a comunidade identificando seus problemas e podendo intervir nos tais, formando um profissional humano e reflexivo com a capacidade de transmitir informação e conhecimento a população (Moura et al., 2012; Perreira et al., 2011). A extensão no curso de odontologia é estabelecida pelas suas diretrizes, pretendendo aumentar as experiências profissionais pelos discentes, gerando melhor qualificação e conhecimento sobre o amparo social e humanizado (Moraes et al., 2016).

Segundo Garcia et al. (2008), em práticas extensionistas, acadêmicos de odontologia devem atuar no âmbito coletivo, transmitindo informações pelas atividades de educação em saúde, realizar levantamentos com a proposta de identificação de possíveis problemas que podem ser amplamente pesquisados no âmbito universitário, o atendimento odontológico e o conhecimento e atuação interdisciplinar durante as intervenções clínicas. Sendo a execução de tais práticas clínicas podendo ser realizadas na comunidade ou até mesmo dentro do espaço universitário, através de Clínicas Escolas (Ferreira et al., 2011; Fadel et al., 2013).

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Clínicas odontológicas de ensino

Em 2002, foram findadas as Diretrizes curriculares nacionais para a graduação em odontologia, destacando a inclusão das atividades acadêmicas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e por recomendações da Associação Brasileira de Ensino Odontológico (Abeno), o estágio curricular supervisionado (Carniel et al., 2017). Com tais mudanças, a visão do futuro profissional se voltou para o atendimento ao paciente numa forma holística, utilizando os conhecimentos técnicos de uma forma crítica (Jesus et al., 2016).

Mas historicamente, as práticas em odontologia já eram realizadas nas Clínicas Odontológicas de Ensino. Segundo Martelli Júnior et al. (2016), as clínicas escolas são estabelecimentos relacionados à uma instituição de ensino superior vinculadas à um curso de graduação em odontologia, onde seus atendimentos são realizados por estudantes e respeitados pelos princípios éticos (Gonçalves e Verdi, 2005). As clínicas escolas apresentam duas grandes funções, proporcionar experiência prática da profissão e oferecer serviço à população (Zilli et al., 2017). A discussão em relação às Clínicas Odontológicas de ensino é pautada devido ao grande problema na descontinuidade do fluxo de pacientes na mesma (Jesus et al., 2016; Carniel et al., 2017).

Martelli Júnior et al. (2016) organizaram um estudo na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), mesmo local onde é realizado o projeto de extensão “Restauração de dentes tratados endodonticamente”, e identificou que um dos problemas vigentes é a perda de contato com os pacientes pré-selecionados pela triagem, ou que não são chamados para continuidade ao tratamento. Tal resultado é um dos pontos aonde o projeto em questão se apoia, auxiliando a população atendida após tratamento endodôntico para restauração definitiva.

A restauração de dentes tratados endodonticamente

Seguindo os fundamentos da odontologia, na manutenção, prevenção e reabilitação da saúde bucal, o tratamento endodôntico tem como finalidade remover infecções bacterianas dentro dos condutos radiculares de dentes com o sistema pulpar comprometido, removendo qualquer tipo de patologia que

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possam acometer as estruturas dentárias e adjacentes (Pereira, 2011; Soares et al., 2013). A assepsia é necessária durante todo o tratamento uma vez que, a infiltração marginal de microorganismos pode gerar o insucesso da terapia (Soares et al., 2013; Jesus et al., 2017). A ausência de sintomatologia dolorosa, lesão periapical, sinais de infecção e correto selamento coronário são fatores predisponentes e correlacionados ao sucesso do tratamento endodôntico (Almeida et al., 2011; Brito-Júnior et al., 2009).

Luckmann et al. (2013), Almeida et al. (2011) e Jesus et al. (2017) discutiram em seus trabalhos, que as maiores causas de insucesso no tratamento endodôntico é a deficiente obturação dos condutos radiculares, perfurações radiculares, preparo inadequado dos canais além da qualidade do selamento coronário provisório e a demora para confecção de restaurações coronárias definitivas. O selamento coronário provisório é necessário durante e após a terapia endodôntica visto que reduz a microinfiltração intrarradicular auxiliando na cicatrização periapical, contudo o mesmo não deve exceder um longo período de tempo, pois estudos e análises estatísticas comprovam que quase nenhum material utilizado para tal finalidade consegue manter-se íntegro por muito tempo (Soares et al., 2013; Jesus et al., 2017).

A restauração de dentes que sofreram tratamento endodôntico ainda consiste num problema que é amplamente discutido na literatura, uma vez que, a perda de dentina durante o tratamento causada pelo uso excessivo de instrumentais rotatórios durante o preparo das raízes e excessiva pressão durante a condensação lateral, são os fatores que causam comprometimento da resistência e predispõe a fratura nesses dentes (Garcia e Caldeira, 2010; Souza, 2014).

Através de tais discussões a proposta de restaurar esses elementos dentários foi impulso para várias descobertas e estudos da odontologia restauradora adesiva atual. Com o desenvolvimento e uso de materiais com características estéticas e mecanicamente satisfatórias para resistência a grandes cargas mastigatórias (Souza-Júnior et al., 2012; Pereira, 2011), como as resinas compostas e outros materiais resinosos que são utilizadas como núcleo de preenchimento (Pereira, 2011; Zogheib et al., 2008). A porção radicular desses dentes além de apresentarem a grande desvantagem da perda de dentina remanescente, ainda era submetida à cimentação de

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retentores metálicos, que antigamente eram erroneamente relacionadas ao reforço da estrutura dentária (Ferreira et al., 2011; Madureira et al., 2017).

Os pinos ou retentores são selecionados para promover melhor retenção e estabilidade à restauração coronária, sendo ela protética ou em resina composta. Além disso, o uso de pinos intrarradiculares, melhor distribui as forças mastigatórias pela raiz e pelos tecidos periodontais de suporte (Madureira et al., 2017). O uso frequente de pinos metálicos era devido sua alta comprovação científica, adaptação na luz dos canais e a taxa de sucesso durante anos de uso, mas dentre suas desvantagens apresenta ser um componente não estético que demanda maior tempo clínico e com a necessidade de desgaste da estrutura dentária já fragilizada, além de que estudos comprovam que há uma maior incidência de fraturas radiculares com o seu uso (Pereira, 2011; Souza-Júnior et al., 2012; Pereira et al., 2009).

Desse modo, para restaurar dentes que passaram pelo tratamento endodôntico, novas terapias e materiais foram sendo desenvolvidos e utilizados, não excluindo ainda a aplicabilidade da restauração através de núcleos metálicos fundidos (Clavijoet al., 2006; Souza-Júnior et al., 2012), com auxílio da confecção de coroas provisórias que são fundamentais para manutenção da saúde periodontal e proteção do remanescente dentário (Coimbra et al., 2017). Os pinos de fibra de vidro então sendo vantajosamente usados na prática odontológica para reabilitação de dentes com tratamento endodôntico, devido suas características serem semelhantes à da dentina, são estéticos e cimentados de forma adesiva. Os mesmos ainda podem ser anatomizados de acordo com a morfologia dos condutos, com utilização de resina comporta, e devido as suas propriedades, não danificam a estrutura dentária, assim evitando fraturas (Souza-Júnior et al., 2012; Ferreira et al., 2011; Clavijo et al., 2006).

Outros tipos de retentores também foram desenvolvidos como os pinos de fibra de carbono que são muito bem aceitos na cimentação de coroas metal free e de cerâmica pura, sendo um componente reabilitador mais estético em relação às técnicas convencionais com coroa metálicas ou metalocerâmicas (Madureira et al., 2017).

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CONCLUSÕES

É nítida a importância e o impacto que as práticas extensionistas causam na comunidade como para acadêmicos de universidades que participam de tais projetos. O projeto de extensão “Restauração de dentes tratados endodonticamente” carrega consigo os preceitos de atender a comunidade assistida pela universidade que receberam tratamentos endodônticos, mas devido à falta de vagas, não conseguem dar continuidade a seus tratamentos podendo levar a perda do dente obturado.

Além disso, o projeto capacita a cada semestre, novos acadêmicos através da vivência clínica prática, como também através da realização de práticas laboratoriais e de aulas teóricas sobre diversos temas relacionados á possibilidades do atendimento clínico odontológico restaurador.

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Referências

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