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Av. Agamenon Magalhães, 1800, Espinheiro Cep: Recife PE Fone:

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Academic year: 2021

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PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO N°: 1.26.000.003132/2015-16

PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO Nº 119/2016

Trata-se de procedimento preparatório instaurado a partir do recebimento de arquivo digital, gravado em CD-ROM, contendo documentação extraída do Mandado de Segurança (PJe) nº 0805882-35.2015.4.05.8300 – 9ª Vara da Seção Judiciária de Pernambuco, no qual se busca apurar possíveis irregularidades no preenchimento de cargos de Médico/Neonatologista, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH, com lotação no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco – HC-UFPE, no âmbito do concurso público disciplinado pelo Edital nº 02-EBSERH – Área Médica, de 20/02/2014.

Analisando a documentação que deu origem à presente investigação (arquivos digitais do Mandado de Segurança nº 0805882-35.2015.4.05.8300, presentes no CD-ROM de fl. 04), percebe-se a narrativa de que Barbara Welkovic, ao se submeter ao concurso público disciplinado pelo Edital nº 02-EBSERH – Área Médica, de 20/02/2014/Lotação no Hospital das Clínicas da UFPE, disputou uma das 8 (oito) vagas para o cargo de Médico/Neonatologista, obtendo a 17ª colocação.

Vê-se também que, durante o prazo de validade do certame, embora tenha atendido convocação da EBSERH, Barbara Welkovic não conseguiu tomar posse no cargo disputado, pois, à época, ainda não havia concluído a Residência em Neonatologia.

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Todavia, quando das posteriores convocações para o certame, a candidata Barbara Welkovic teria verificado uma incoerência da EBSERH, seja por ter admitido, para o cargo de

Médico/Neonatologista, candidatos aprovados para o cargo de Médico/Pediatra, seja

por ter acatado candidatos para o cargo de Médico/Neonatologista sem formação específica em Neonatologia. Eis, no caso, os candidatos supostamente admitidos irregularmente ao cargo de Médico/Neonatologista da EBSERH: ANA CATARINA ACCIOLY GOMES – CRM/PE 15281; TACIANA DE ANDRADE SCHULER – CRM/PE 16434; RAIMUNDO FRANCISCO DE AMORIM JÚNIOR – CRM/PE 18906; RAFAEL AMORA CRUZ – CRM/PE 17402, MARIANA PIRES JOVINO MARQUES, CRM/PE 17855, MARÍLIA RIBEIRO DE MORAIS RAMOS, CRM/PB 7465 e MONICK MARIZ PASSOS, CRM/PE 18195.

Como providência inicial, o Ministério Público Federal determinou a expedição de ofício à Superintendência do Hospital das Clínicas da UFPE para que se manifestasse sobre a notícia de que, no âmbito do Edital nº 02-EBSERH – Área Médica, de 20/02/2014, a Administração Pública teria se valido de candidatos aprovados para outros cargos – e sem formação específica em Neonatologia – para o preenchimento de vagas para o cargo de Médico/Neonatologista (fl. 06, frente e verso).

Da resposta apresentada pelo Superintendente do Hospital das Clínicas da UFPE, cabe destacar as seguintes informações: a) que a alocação de profissionais de saúde nas Unidades de Terapia Intensiva daquele nosocômio obedecia às diretrizes estabelecidas na Portaria nº 371, de 07/05/2014 – Ministério da Saúde (institui diretrizes para a organização da atenção integral e humanizada do recém-nascido no Sistema Único de Saúde), na Portaria nº 930, de 10/05/2012 – Ministério da Saúde (define, entre outras coisas, os critérios de classificação e habilitação de leitos de Unidade Neonatal no âmbito do SUS, na Resolução nº 7, de 24/02/2010 – ANVISA (dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva) e na Portaria nº 3432, de 12/08/1998 – Ministério da Saúde (estabelece critérios de classificação para as Unidades de Terapia Intensiva); b) que, segundo

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a Portaria nº 371, de 07/05/2014 – Ministério da Saúde, b.1) o atendimento ao recém-nascido (compreende o período imediatamente anterior ao parto até o encaminhamento à Unidade de Terapia Intensiva – UTI ou Unidade de Cuidado Intermediário – UCI) deve ser prestado por profissional capacitado, médico (preferencialmente pediatra ou neonatologista) ou profissional de enfermagem (preferencialmente enfermeiro obstetra ou neonatal); b.2) é possível que médico não especialista atue na sala de pré-parto, parto e puerpério (PPP), na UTI ou na UCI, embora se dê preferência a especialistas em Pediatria e Neonatologia; c) que a Portaria nº 930, de 10/05/2012 – Ministério da Saúde, ao dispor sobre a estrutura mínima de UTI Neonatal, possibilita a atuação de médico pediatra, pois prevê a presença de: c.1) 1 (um) médico responsável habilitado em Neonatologia ou especialista em Medicina Intensiva Pediátrica, ou portador de Residência Médica em Neonatologia ou, ainda, de Residência Médica em Medicina Intensiva Pediátrica; c.2) 1 (um) médico habilitado em Neonatologia, ou especialista em Pediatria, ou, ainda, portador de Residência Médica em Neonatologia, em Medicina Intensiva Pediátrica ou em Pediatria; c.3) 1 (um) médico plantonista especialista em Pediatria, ou habilitado em Neonatologista, ou especialista em Pediatria, ou, ainda, portador de Residência Médica em Neonatologia, em Medicina Intensiva Pediátrica ou em Pediatria; d) que, em verdade, a Portaria nº 930, de 10/05/2012 – Ministério da Saúde, ao dispor sobre a estrutura mínima de UTI Neonatal, até mesmo possibilita a atuação de médico sem especialidade, desde que atingido o percentual mínimo de 50% de plantonistas habilitados em Neonatologia ou portadores de Título de Medicina Intensiva pediátrica; e) que, no âmbito da UTI Neonatal, apenas para atuar como responsável técnico é que se exige a presença de médico neonatologista; f) que, quanto ao concurso público tratado nos autos: f.1) as convocações para os cargos disputados se estenderiam até o primeiro semestre de 2016 f.2) as vagas para Médico-Pediatra e Médico-Neonatologista proveem de longo planejamento, constituindo decisão da Administração Pública que, no exercício de conveniência e oportunidade, optou por dispor de determinados perfis de profissionais médicos; f.3) que, diante da falta de candidatos para o cargo de Médico-Neonatologista, habilitado em Neonatologia, a Administração passou a convocar Médicos Pediatras para atuar na UTI

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Neonatal, obedecendo, pois, à normatização das Portarias nº 930/2014 e 371/2014, ambas do Ministério da Saúde, e do Edital nº 02-EBSERH – Área Médica, de 20/02/2014 (fls. 13/26). Tal resposta foi instruída com os documentos de fls. 27/56.

Em seguida, o Ministério Público Federal determinou a notificação dos candidatos que, segundo a candidata Barbara Welkovic, teriam sido irregularmente admitidos ao cargo de Médico/Neonatologista da EBSERH (fl. 66, frente e verso), a fim de se pronunciarem sobre os fatos em apuração, eventualmente fornecendo documentação hábil a convencer sobre a regularidade de suas posses nos cargos ofertados pelo Edital nº 02-EBSERH – Área Médica, de 20/02/2014. Assim, foram expedidos ofícios à ANA CATARINA ACCIOLY GOMES, TACIANA DE ANDRADE SCHULER, RAIMUNDO FRANCISCO DE AMORIM JÚNIOR, RAFAEL AMORA CRUZ, MARIANA PIRES JOVINO MARQUES, MARÍLIA RIBEIRO DE MORAIS RAMOS e MONICK MARIZ PASSOS (fls. 74/80 e 93).

Dos sete notificados, seis apresentaram manifestação, a saber:

MARIANA PIRES JOVINO MARQUES afirmou: a) que prestou concurso para o cargo de Médico – Pediatra, obtendo a 18ª colocação (foram 7 vagas oferecidas no edital);

b) que, no DOU de 13/08/2005, Seção 3, página 28, foi publicada a sua convocação para

tomar posse no cargo de Médico – Pediatra da EBSERH; c) que se apresentou ao Hospital das Clínicas da UFPE, participou dos treinamentos e, somente quando apresentada às chefias dos setores, tomou conhecimento que seria lotada na UTI Neonatal; d) que, surpresa com o setor de lotação, recebeu a informação de que existia norma a autorizar o deslocamento de aprovados para outros setores, de acordo com a necessidade do serviço; e) que, como havia feito concurso para ocupar cargo de Médico-Pediatra, não se sentiu confortável ao ser deslocada para a UTI-Neonatal, motivo pelo qual desistiu da contratação (assinou declaração de desistência) (fls. 85/86). Tal resposta foi instruída com os documentos de fls. 87/89.

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RAFAEL AMORA CRUZ afirmou: a) que prestou concurso para o cargo de

Médico – Pediatra, obtendo a 17ª colocação (foram 7 vagas oferecidas no edital); b) que, no DOU de 13/08/2005, Seção 3, página 28, foi publicada a sua convocação para tomar posse no cargo de Médico – Pediatra da EBSERH; e c) que, apesar de ter apresentado os documentos para a posse, desistiu da contratação ao saber que atuaria como plantonista na UTI Neonatal e Sala de Parto, pois não se sentia preparado para atuar nessas áreas [distintas daquela para qual prestou concurso] (fl. 90, frente e verso).

TACIANA DE ANDRADE SCHULER afirmou: a) que não foi convocada para assumir o cargo de Médico – Neonatologista, mas sim o de Médico – Pediatra, conforme ordem de classificação do concurso público em questão; b) que, desde que entrou em exercício no Hospital das Clínicas da UFPE, no cargo de Médico – Pediatra, nunca atuou no Setor de Neonatologia (fls. 94/100). Na ocasião, juntou os documentos de fls. 101/116.

➢ RAIMUNDO FRANCISCO DE AMORIM JÚNIOR e MONICK MARIZ PASSOS

afirmaram: a) que não foram convocados para assumir o cargo de Médico – Neonatologista, mas sim o de Médico – Pediatra, conforme ordem de classificação do concurso público em questão; e b) que, ao assumirem seus cargos, foram lotados no Setor de Neonatologia do Hospital das Clínicas, como possibilita a normatização do Ministério da Saúde (Portarias 3432/1998, 371/2014, 930/2012 e ANVISA (Resolução nº 7/2010) (fls. 94/100). Na ocasião, juntou os documentos de fls. 101/116.

MARÍLIA RIBEIRO DE MORAIS RAMOS, por fim, afirmou: a) que prestou

concurso para o cargo de Médico – Pediatra, obtendo a 19ª colocação; b) que, no DOU de 13/08/2005, Seção 3, página 28, foi publicada a sua convocação para tomar posse no cargo de Médico – Pediatra da EBSERH; c) que, por razões de foro íntimo, optou por não assumir o cargo em questão (fls. 112/113). na ocasião, juntou os documentos de fl. 114/116.

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Juntou-se “denúncia online” formalizada por Shynaide Mafra H Maia perante o Ministério Público do Estado de Pernambuco, repetindo a argumentação da candidata Barbara Welkovic, qual seja, a de que médicos sem especialização em Neonatologia teriam sido empossados no cargo de Médico-Neonatologista da EBSERH (fl. 118, frente e verso).

Após, vieram os autos conclusos. É o que importa relatar.

Pois bem, as investigações realizadas não confirmaram a narrativa de Barbara Welkovic e Shynaide Mafra H Maia no sentido de que, no âmbito do concurso público disciplinado pelo Edital nº 02-EBSERH – Área Médica, de 20/02/2014/Lotação no Hospital das Clínicas da UFPE, candidatos aprovados para o cargo de Médico-Pediatra/ou sem especialização em Neonatologia teriam tomado posse em cargo de Médico-Neonatologista. Explica-se.

No intuito de comprovar suas alegações, Barbara Welkovic apontou sete candidatos que teriam sido irregularmente empossados no cargo de Médico-Neonatologista da EBSERH, a saber: ANA CATARINA ACCIOLY GOMES, TACIANA DE ANDRADE SCHULER, RAIMUNDO FRANCISCO DE AMORIM JÚNIOR, RAFAEL AMORA CRUZ, MARIANA PIRES JOVINO MARQUES, MARÍLIA RIBEIRO DE MORAIS RAMOS e MONICK MARIZ PASSOS.

Todavia, o Ministério Público Federal constatou que o s sete candidat o s apontad o s por Barbara Welkovic, aprovad o s para o cargo de Médico-Pediatra, foram convoc a d o s para tomar posse naquele cargo , não no de Médico-Neonatologista. E, para comprovar esse fato, basta verificar as convocações publicadas em

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DE MORAIS RAMOS e MONICK MARIZ PASSOS – DOU de 13/08/2005, Seção 3, página 28, conforme fl. 88; ANA CATARINA ACCIOLY GOMES, TACIANA DE ANDRADE SCHULER e RAIMUNDO FRANCISCO DE AMORIM JÚNIOR – DOU DE 09/07/2015, Seção 3, página 27, conforme consulta na internet1) e os respectivos contratos de trabalho (expressa referência ao

cargo de Médico-Pediatra, conforme fls. 102/105 e 107/111).

Demonstrada a regularidade das convocações quanto à correspondência entre os aprovados e os cargos objeto de convocação (aprovados para o cargo de Médico-Pediatra/convocados para o cargo de Médico-Pediatra), o único questionamento seria a conduta de, na prática, a EBSERH, carente de médicos neonatologistas, em vez de convocar candidatos aprovados para o cargo de Médico-Neonatologista, optar pela convocação de aprovados para o cargo de Médico-Pediatra, lotando-os no Setor de Neonatologia, em prejuízo aos candidatos que ocupam ao cadastro de reserva específico [o de Médico/Neonatologista].

Ora, é preciso entender que não há indicativos de uma carência específica da EBSERH em relação a profissionais médicos com formação em Neonatologia. Nesse ponto, cabe considerar a normatização do Ministério da Saúde (Portarias nº 930/2012 e 371/2014) dispondo que i) no âmbito da UTI Neonatal, apenas o responsável técnico deve possuir formação específica em Neonatologia; ii) que se deve respeitar percentuais mínimos para neonatologistas e pediatras (o que não exclui médicos de outras especialidades); e iii) que, em se tratando de atendimento ao recém-nascido (PPP, UTI, UCI), até mesmo um médico não especialista estaria habilitado a atuar no respectivo setor (em que pese a preferência por pediatra ou neonatologista).

Assim, fica claro que, quanto à composição do quadro profissional na atenção ao recém-nascido, há uma certa margem de liberdade da administração hospitalar, de sorte que, à luz da normatização do SUS, a lotação de um médico sem formação em 1 Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/diarios/95469815/dou-secao-3-09-07-2015-pg-27 <Acesso em:

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Neonatologia, em Setor de Neonatologia, não significa, necessariamente, uma carência de médico neonatologista.

Dessa forma, inexistindo indícios de carência específica de preenchimento de cargo de Médico-Neonatologia, com preterição dos respectivos aprovados em concurso público, a presente investigação perde o sentido. Consequentemente, cabe proceder ao arquivamento destes autos.

Ante o exposto, PROMOVO O ARQUIVAMENTO deste procedimento preparatório.

À revisão (1ª CCR). Registros de praxe. Baixa na distribuição. Recife/PE, 24 de fevereiro de 2016.

EDSON VIRGINIO CAVALCANTE JÚNIOR

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