MELHORANDO
A RELAÇÃO DOS
EDUCADORES COM
A GESTÃO DO TEMPO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
ENTENDENDO A RELAÇÃO
DO EDUCADOR COM O TEMPO
AVALIANDO OS PROBLEMAS
NA GESTÃO DO TEMPO
MELHORANDO A GESTÃO DO
TEMPO NA ESCOLA
A noção de que o tempo é algo
valioso e que precisa ser aproveitado ao máximo, principalmente na vida profissional, já existe desde o século XVIII. Na época, Benjamin Franklin cunhou, em seu ensaio “Conselhos a um jovem comerciante” (no original “Advices to a young tradesman”, publicado em 1748), uma frase que viria a ser cada vez mais usada nos próximos séculos: tempo é dinheiro. Ideias de produtividade e gestão do tempo geralmente estão ligadas ao universo de grandes empresas.
Ainda assim, não há razão para que as escolas deixem de aproveitar esses conceitos e seus benefícios.
Com base nisso, este e-book vai trabalhar as particularidades do relacionamento entre os educadores e o tempo, identificando quais são os maiores desafios enfrentados e levantando soluções específicas para a rotina escolar.
ENTENDENDO A RELAÇÃO
DO EDUCADOR COM
O TEMPO
Diferentemente do que geralmente acontece em outras áreas, nas quais o trabalho começa quando se chega na empresa e termina normalmente oito horas depois quando se volta para casa, a jornada do educador pressupõe atividades com as quais ele precisa lidar fora da sala de aula. Essas tarefas incluem desde a correção de provas às reuniões de pais marcadas fora do horário de trabalho.
A relação do educador com o tempo no dia a dia vai além: o professor precisa, por exemplo, controlar o tempo de aula e as atividades
aplicadas em sala, conciliar as aulas expositivas com atividades, provas e simulados, organizar-se para participar das reuniões de equipe,
manter-se atualizado e buscar a formação continuada. O coordenador e o diretor, por sua vez, precisam conciliar as atividades administrativas com reuniões de equipe e encontros com pais e responsáveis, além de acompanhar os trabalhos da escola como um todo e a evolução dos alunos ao longo do ano.
Com tantos afazeres diferentes para gerenciar, é inevitável que em
alguns momentos o educador fique sobrecarregado e que alguma tarefa fique sem a atenção devida. Quando isso acontece, o efeito bola de neve é praticamente inevitável. Justamente por isso, o educador pode se beneficiar muito de uma gestão mais eficiente do tempo.
AVALIANDO OS
PROBLEMAS NA
GESTÃO DO TEMPO
Antes de buscar metodologias que auxiliem na gestão do tempo, é
interessante fazer uma reflexão e identificar quais ações e atitudes mais atrapalham a organização e a produtividade do educador. Isso porque o ajuste dos próprios comportamentos em algumas situações já pode resultar em uma grande diferença no dia a dia.
A seguir são listados alguns dos principais pontos de atenção que prejudicam a rotina do educador:
Elaborar planejamentos ilusórios
Na hora de elaborar um planejamento para as atividades escolares, muitos educadores acabam delineando um plano ilusório, seja porque são incluídos muito mais projetos do que se consegue gerir, seja porque não são definidos de forma clara o que deve ser feito e qual o prazo para cada tarefa. O problema de um planejamento ilusório é que ele gera muita frustração, o que acaba atrapalhando a produtividade e a motivação de qualquer educador. Sendo assim, é fundamental, na hora de traçar um plano, definir com clareza todas as
tarefas que devem ser feitas, bem como considerar uma
“folga”, já que imprevistos vão acontecer e demandar tempo e atenção.
Ainda que o planejamento não seja cumprido à risca, eleger quais são as prioridades e deixar claros os objetivos e prazos de cada projeto ajudam a evitar que as tarefas saiam do controle e acabem se perdendo ao longo do ano letivo.
Manter registros
desorganizados ou
incompletos
Ao longo da rotina de trabalho, um detalhe que geralmente resulta em grande perda de tempo é a falta de um registro organizado e completo. Uma informação que não é registrada como deveria - porque confia-se na memória ou porque ela foi anotada em um papelzinho que se perdeu - pode fazer muita falta e acabar gerando um grande retrabalho.
Normalmente uma informação só será buscada quando se precisa dela, e nada pior do que não encontrá-la quando ela é realmente necessária. Sendo assim, manter arquivos para registro e classificação (tanto
digitais quanto físicos) ajuda não apenas na organização, mas também na economia de tempo quando se precisa de algo específico.
Grande parte do trabalho realizado na escola é feito individualmente: dar aulas, corrigir atividades, conduzir reuniões com pais, manter-se atualizado e estudar para a formação continuada são apenas algumas das tarefas que os educadores têm que conciliar. Ainda que uma boa parcela do trabalho não possa ser delegada, muitas vezes se esquece de que o apoio e a experiência dos colegas podem ser de grande ajuda. Assim, muitos desafios podem ser superados com maior facilidade com o apoio de outros educadores. A análise do resultado de uma atividade, por exemplo, pode ser muito mais rica quando é feita com outra pessoa; e a preparação de uma apresentação se torna muito mais produtiva quando alguém ajuda na sua construção ou no ensaio do que será falado.
A formação continuada também pode ser muito mais proveitosa quando compartilhada com os colegas: dessa forma, todos se ajudam no
desenvolvimento de novas competências e podem dividir materiais, artigos e outras referências complementares ao que está sendo estudado.
Na hora de construir o planejamento ou elaborar uma atividade, ignorar informações e resultados gerados anteriormente pode ocasionar em um grande retrabalho. Sendo assim, é muito válido, antes de qualquer tarefa, buscar dados anteriores que podem ajudar no que será feito. Ao elaborar uma avaliação diagnóstica, por exemplo, além de incluir os conteúdos fundantes do que será ensinado, é recomendável verificar quais foram os últimos conteúdos trabalhados no ano anterior. Isso é especialmente relevante na transição de um ciclo para o outro - do Ensino Fundamental I para o Ensino Fundamental II ou deste último para o Ensino Médio. Dessa forma, os resultados da atividade servirão de guia para toda a equipe ao indicar quais pontos devem ser reforçados antes de se continuar com o cronograma.
Considerando uma outra situação, se a escola pretende
promover um evento especial, a equipe organizadora deve buscar informações de outros acontecimentos. Informar-se a respeito de fornecedores contratados, o que deu certo, o que poderia ter sido melhor, entre outros detalhes pode economizar muito tempo e trabalho de todos os envolvidos.
Ignorar planejamentos e
resultados anteriores
Por mais que o planejamento seja construído da maneira mais completa possível, é inevitável que imprevistos aconteçam e demandem a atenção do educador. Nesses momentos, saber lidar com as eventualidades para que elas não afetem todo o planejamento é fundamental.
Sendo assim, é muito válido organizar-se para agir com rapidez diante dos problemas, demonstrando traquejo para remanejar o cronograma a fim de minimizar as consequências. Mais uma vez, prever “folgas” no planejamento também ajuda a equipe a se organizar para que um atraso ou imprevisto não afete todo o trabalho.
Ter certa flexibilidade com o planejamento escolar é essencial para conciliar todas as atividades programadas com os imprevistos que inevitavelmente aparecem ao longo do ano letivo. Mesmo assim, há uma diferença entre saber contornar os obstáculos que podem surgir no caminho e deixar o que foi planejado totalmente de lado.
Ainda que aquilo que foi pensado inicialmente comece a demonstrar que não vai funcionar como o esperado, raramente há motivos para descartar todo o tempo e o trabalho investidos no planejamento. Muitas vezes, é suficiente se atentar aos sinais de que o trabalho não está evoluindo como o esperado e adaptar o planejamento à realidade encontrada. Para isso, é recomendável avaliar periodicamente o
andamento das tarefas frente ao cronograma e aos objetivos de longo prazo, para que as atividades sejam ajustadas conforme o ano vai avançando. Essa avaliação periódica pode ser feita em reuniões regulares realizadas com a coordenação e os professores.
Não ter disciplina
com o cronograma
MELHORANDO A
GESTÃO DO TEMPO
NA ESCOLA
Conhecer os principais problemas que atrapalham a gestão do tempo dos educadores e trabalhar para superá-los já contribui - e muito - com a organização e a produtividade. Ainda assim, há outros métodos
e ferramentas que têm muito a
colaborar com a rotina do educador. Veja a seguir alguns deles:
Ferramentas para aplicação
de atividades e geração de
relatórios automatizados
É inegável que a elaboração e a correção de atividades são duas das tarefas que mais demandam tempo dos professores. Isso sem considerar o tempo necessário para compilar os resultados de maneira a gerar relatórios de desempenho - o que, dependendo do número de alunos e atividades, é simplesmente inviável.
Sendo assim, ferramentas que otimizam essas tarefas geram uma grande economia de tempo tanto para professores quanto para
coordenadores, para que se concentrem mais na análise dos resultados em si e no planejamento das intervenções pedagógicas necessárias. O AppProva, por exemplo, é uma ferramenta que disponibiliza um amplo banco de questões para os professores elaborarem suas atividades de forma online. Todas as interações dos alunos são então organizadas em relatórios gerados automaticamente, que reúnem dados de desempenho por disciplina, por conteúdo e por habilidade.
Outra ferramenta que pode gerar relatórios interessantes para a equipe escolar é o Plurall. A plataforma oferece um plantão de estudos para que os alunos tirem suas dúvidas e oferece dados para os educadores com as perguntas mais recorrentes dos estudantes.
Formação continuada online
É muito importante que o educador se mantenha sempre atualizado e desenvolva sua prática pedagógica constantemente por meio da
formação continuada. Palestras, congressos e cursos, como os eventos promovidos pela Rede Somos par, são muito valiosos nesse sentido, mas inevitavelmente demandam deslocamento e disponibilidade do educador. Uma tendência que pode contribuir nesse sentido são os cursos de
formação continuada online, como aqueles oferecidos pelo PROFS. Esse tipo de formação adapta-se à rotina e à disponibilidade do educador e é realizado conforme o ritmo de cada um, facilitando a organização e a gestão do tempo, sem comprometer o desenvolvimento profissional.
Metodologias de melhoria
contínua adaptadas à
educação
Como foi apresentado, é fundamental elaborar um planejamento que seja condizente com a realidade da escola e da equipe para que os objetivos propostos sejam de fato alcançados. Além disso, uma vez que um planejamento é proposto, é necessário colocá-lo em prática, sempre ajustando as ações e tarefas ao decorrer do ano letivo.
A metodologia do Ciclo de Gestão do Ensino, desenvolvida pela par, foi pensada adaptando-se processos de melhoria contínua à educação, para ajudar as escolas a colocar o planejamento em prática e alcançar os resultados esperados com o apoio de uma Assessoria Pedagógica especializada. Esse tipo de metodologia ajuda os educadores a guiar seu trabalho e organizar suas tarefas, auxiliando na gestão do tempo no dia a dia escolar.
CONCLUSÃO
A relação do educador com o tempo certamente não é das mais simples. Ainda assim, com organização, disciplina, trabalho em equipe e interesse em aprimorar sempre, é possível gerir o tempo de forma saudável, equilibrando o trabalho e a vida pessoal sem comprometer com a qualidade em alguma esfera.
Como foi apresentado, a metodologia do Ciclo de Gestão do Ensino tem muito a contribuir com a gestão do tempo do educador. Isso porque é possível implementá-la com o objetivo de melhorar a rotina escolar.
A par é uma plataforma educacional parceira das escolas. Uma solução que se adapta à realidade e ao contexto de cada proposta pedagógica. É a junção de tecnologia, suporte integral e conteúdo didático de qualidade para ajudar as escolas a alcançar
resultados cada vez melhores.
É saber que educar é nossa missão de todo dia. É nosso presente. E é também o único jeito de mudar nosso futuro.
