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INTERNA EM MATÉRIA E MEMÓRIA

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Academic year: 2021

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DIFERENÇA

Nesta comunicação parte de minha dissertação ontologia bergsoniana”. Es permitem a Bergson erigir que ele expõe ao longo de evidentemente alguns along postos de lado; deter-me-ei Matéria e Memória relação do corpo com o esp problemática que permeia t que todos bem conhecem aparentemente inultrapassáv do registro da consciência, registro do corpo, entre aqu aquilo que é do registro d experiência imediata, sem domínios de realidade apar ser talvez outrora denso e c Descartes, todos sabemos: de nossas cogitata subjetiv fenômeno, seja ele percebid mundo objetivo da ciênci apreendem, em suma, a clás abismo instituído entre ela saltar. Evidentemente, rast tomaria muito tempo, mas diferente de Descartes qua mente, que há um hiato exp

A INTERNA EM MATÉRIA E MEMÓ

Fernan Mestrado – Universid São C fmonegal

ão viso apresentar algumas das conclusões a qu ão de mestrado, intitulada “Tensão e extensão

Esta primeira parte visa estabelecer os quad ir uma ontologia geral a partir da teoria dos g e Matéria e Memória. Por se tratar de uma exp ngamentos e demonstrações textuais necessário ei apenas nos pontos que julgo mais essenciais. ria se apresenta a nós com o subtítulo de “ espírito”. Por meio deste subtítulo, Bergson fa a todo pensamento filosófico ao menos desde a cemos: refere-se ela ao fato de termos sável entre aquilo que é do registro da natureza ia, entre aquilo que é do registro da alma e a aquilo que é do registro das coisas “dentro” de das coisas “fora” de nossa mente. Na Mod mpre uma e integral, de algum modo se c arentemente opostos, uma cisão se instaurou n e compacto dos antigos. De onde data divisão s: temos nas Meditações uma divisão entre a c etivas, que incluem todos os modos de apres bido, imaginado, pensado; e o mundo exterior ncia moderna e invariável a despeito dos

lássica divisão entre res pensante e res extensa elas, abismo este que somente a providência astrear os ecos desta cisão cartesiana em no

as podemos ao menos aludir que não fazem uando decretamos, como se faz atualmente xplicativo, um “explanatory gap” entre a expli

ÓRIA

nando Monegalha rsidade Federal de Carlos (UFSCar) Bolsista CAPES galha@uol.com.br que cheguei na 1ª o – ensaio sobre a uadros gerais que graus de duração xposição sumária, rios precisarão ser is.

e “Ensaio sobre a faz alusão a uma e a Modernidade e s uma separação eza e aquilo que é e aquilo que é do de nossa mente e odernidade, nossa e cindiu em dois u na superfície do são? Ao menos de a certeza imediata resentação de um or aos fenômenos, s sujeitos que o sa e o conseqüente cia divina poderia nossa época nos zemos algo muito te na Filosofia da plicação fisicalista

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da realidade e a consciênc exato momento. Mas ao co possibilidade de mediação, entre a imanência dos fenô ou forja-se um abismo apa realidade; abismo este que moucos a toda possibilidade Mas qual é realmen espírito e do corpo? Sabem um problema filosófico con lo de forma precisa e pont falamos do dualismo cart consciência à natureza, o in no mínimo ambígua: sabem “consciência” e “natureza”, é o problema do dualismo inequívocos e somente entã algum modo de reduzir a p componente essencial, à sua No IV capítulo de relação entre espírito e corp da relação entre espírito e (alma, espírito, natureza, etc bem precisos de nossa exp materiais e as sensações a imediata. A questão então s relaciona com a “natureza”, se processa, no andar de bai ser percebido.

De fato, como passa subjetividade mínima, seja e o mais efêmero? Uma a problemática: Bergson ali oscilações das ondas eletrom

ncia imediata e fenomenal que cada um de n contrário de Descartes, não há aqui aparentem ão, nenhum Deus para garantir a coerência do

nômenos e a transcendência do mundo da ciên parentemente instransponível, um abismo entr que permanece a nossa frente, a nos observa

de de mediação.

ente o problema que se apresenta a nós no ca emos, lendo Bergson, que metade do caminho

onsiste em bem colocar o próprio problema, e ntual, para sabermos afinal do que estamos f artesiano, dizemos que a alma se contrapõ interno ao externo etc. Mas essa forma de exp emos o que queremos dizer com os termos “a a”, “interno” e “externo”? Aparentemente, não. o, precisamos antes colocar o próprio probl ntão saberemos se ele, o problema, é passível d

a problemática do dualismo entre o espírito e sua forma mais inequívoca de apresentação?

e Matéria e Memória, Bergson nos expõe a p orpo da forma mais reduzida e inequívoca pos e corpo diz respeito não a relação entre conce etc.), mas sim, antes de mais nada, à relação e experiência imediata, a saber, à relação entre

as mais elementares que se apresentam à no o se precisa: não é mais apenas saber como a “ a”, o “interno” com o “externo”, mas antes de t baixo de nossa sensibilidade, a diferença e a rel

ssamos da ordem da pura presença material à ja essa subjetividade mínima aquela inerente ao análise particular do IV capítulo da obra li visa saber como se opera a passagem entre romagnéticas que nos atingem a cada instante e

e nós possui neste temente nenhuma do conhecimento: iência, constata-se ntre consciência e rvar com ouvidos

caso da união do o da resolução de , em saber colocá-s falando. Quando apõe ao corpo, a xpor o problema é “alma” e “corpo”, ão. Para saber qual blema em termos l de resolução. Há e o corpo ao seu a problemática da ossível: a questão nceitos imprecisos entre dois pontos tre os movimentos nossa consciência a “consciência” se e tudo saber como relação entre ser e

l à ordem de uma ao qualia sensível bra esclarecerá a ntre as trilhões de e e nossa sensação

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de vermelho a mais elemen aspecto mais essencial, redu sensação, das camadas hilét essa que independe da exist consciência e natureza, esp fundamental.

Em princípio, pare domínios da realidade. Afin a pensar os movimentos m pontos em que ambos – mutuamente; três diferenças

1. há entre eles uma di movimentos materiais hom bergsonianos: os movimen eles não duram, enquanto a qualitativamente diferentes que seja.

2. há entre eles uma difer medida, os movimentos mat

3. há entre eles uma difere consciência, os movimento movimentos materiais têm inextensas.

Destes três fatores, de um registro a outro da re movimentos materiais, toda separação entre ambos tran

514

“As qualidades são hete

515

“As sensações, indivisív distinguem-se por diferenças calc

516

“Pretende-se colocar a movimentos executam-se indepen

entar. Neste caso, vemos que a problemática, eduz-se a saber como se dá a constituição da m iléticas de nossa sensibilidade, a partir da mater

istência de qualquer consciência humana. Toda espírito e corpo, está ancorada no esclarecime

arece haver alguma incomensurabilidade en final, estamos acostumados, por obra e graça d materiais e as sensações como irredutíveis. B

movimentos materiais e sensações – pare ças em princípio aparentemente irreconciliáveis

diferença qualitativa: as sensações são he omogêneos514, o que equivale a dizer tamb entos materiais aparentemente não diferem en o a sensação é caracterizada por uma multiplici es porque elas possuem uma duração intrínseca

iferença quantitativa: as sensações por defini ateriais são calculáveis515

erença ontológica: as sensações aparentemente ntos no espaço fora de nós516, o que equivale m uma extensão, enquanto as sensações são

s, seguem-se todas as dificuldades insuperávei realidade: se aceitamos a completa distinção e oda passagem de um domínio a outro torna-se ansforma-se na cisão entre nossa representação

eterogêneas entre si, os movimentos homogêneos”. Id. p isíveis por essência escapam à medida; os movimentos, alculáveis de direção e de velocidade”. Id. p. 237. as sensações, sob a forma de qualidades, na consciê pendentemente de nós no espaço”. Id. p. 237.

ca, tomada em seu a matéria de nossa terial real, matéria da diferença entre mento deste ponto

entre estes dois a da Modernidade, Bergson lista três arecem se excluir eis: heterogêneas, os bém, em termos entre eles porque licidade de estados eca, a mais ínfima

finição escapam à

nte estão na nossa ale a dizer que os são aparentemente

veis para se passar o entre sensação e se impossível. A ção subjetiva e um

. p. 237

os, sempre divisíveis, sciência, enquanto os

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ser que estaria por defini aparentemente, por atributo eles?

Mas, como diz o fil movimentos materiais e da como A e não-A é antes um análise, dos quadros oper propriamente dada em noss dados que nos são dados materiais e sensações – poss concedíamos a um ou ao ou como me aparece no simp divisão entre movimentos m muscular que experimento movimento e qualidade – e um desenvolvimento na ex que esse exemplo possa no cada um de nós verifique q qualitativas é uma abstração A divisão entre contraditórios que se exclui a priori aos fenômenos e nã lógica do real; por meio d como a sensação possa surg uma forma tal que ficasse domínios da realidade. Fo trabalho da filosofia desde qualquer ontologia que vise apreensão da realidade dev entre sensações e matéria podemos ultrapassar o hia natureza, entre o espírito e a

517 Supondo, evidentement

- 341 - PP inição além de toda representação. Se amb utos contraditórios como poderia haver qualqu

filósofo francês, olhemos mais de perto. A car da sensação como dois domínios da realidade uma divisão lógica provinda de nosso intelec peratórios da ciência moderna, do que um ssa intuição. Nada impede que eu possa, a parti os na intuição imediata, verificar que ambos

ossam compartilhar de atributos comuns que at outro. Pela análise dos movimentos de meu cor mples ato de erguer a mão –, já tenho algo q s materiais quantitativos e sensações qualitativ to ao erguer a mão, verifico uma estranha im

eu tenho aí um movimento material que é em extensão de minha própria duração. E assim, nos parecer, para Bergson basta que ergamos e que a divisão lógica entre movimentos mater ção de nosso entendimento.

e movimentos materiais e sensações com luiriam como A e não-A é então uma convenção não um dado imediato da realidade. É uma div o dela excluímos a priori qualquer possibilid

urgir da matéria simplesmente porque definim se impossível explicar como pode haver trânsi Foi esta divisão que governou, bem ou mal de Descartes, seja ela realista, seja idealista517

ise ultrapassar os quadros que a Modernidade n deve necessariamente implodir esta divisão pu ria. Somente a partir disso poderemos com

iato explicativo que se formou entre nossa e a matéria, entre o Eu e o não-Eu.

nte, que este idealismo não chegue a negar a matéria, co

PPG-Fil - UFSCar bos se definem, lquer relação entre

caracterização dos ade contraditórios, lecto e, em última uma característica artir da análise dos os – movimentos até então somente corpo próprio – tal o que ultrapassa a

ativas. No esforço imbricação entre em si qualitativo, , por mais trivial os a mão para que teriais e sensações

omo dois pólos ção que aplicamos divisão puramente lidade de explicar imos os termos de nsito entre os dois al, quase todo o

17. E deste modo,

e nos legou para a puramente lógica ompreender como a consciência e a

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Um pequeno passo conseqüências da desconstr análise da relação entre mo perguntas audaciosas. Entr puramente lógica entre ma que concedíamos exclusiva a sensação é inextensa. O Afirma-se que a matéria nã impede, de fato, que a ma afirmações mais revolucio nenhuma razão a priori pa análoga a nossa, ainda que, é menos radical o outro p então de um atributo que consciência de uma consciê uma consciência extensa.

A matéria dura, a consciência se encarnar: som Eis a conclusão radical de M compartilham dos mesmo afirmando a identidade de matéria e consciência – com achar que eles compartilhem duração, assim como há g exclui a possibilidade de m no caso, duração e extensã duração em que se situam e filosofia de Bergson ambos exclusão recíproca, mas po matéria à sensação será pen do próprio ser – passamos um presente perpétuo semp seres compartilham a um gr de ondas eletromagnéticas

so crítico de Bergson, um grande salto sobre strução bergsoniana dos quadros operatórios q movimentos materiais e as sensações já nos p

ntre elas: o que impede, desde que elimina matéria e sensação que elas comunguem algun vamente a uma ou a outra? Afirma-se que a ma Ora, o que impede, de fato, que a sensaçã não dura, que a sensação (e a consciência) du matéria dure? E não será senão nisso que con

cionárias de Matéria e Memória: a matéria para que descartemos uma duração interna a e, veremos, numa ordem de grandeza diferente passo de Bergson: a própria consciência dev ue somente concedíamos à matéria: para Ber

ciência de uma sensação ou de uma afecção, es

a consciência é extensa, a matéria deve se somente assim sairemos das aporias legadas pel

Matéria e Memória. Mas se ambos – matéria mos atributos, como então distingui-los? E de ambos? Obviamente não. A possibilidade d compartilhem dos mesmos atributos não deve n hem desses atributos no mesmo grau. Há grau

graus diferentes de extensão. Mas a diferen matéria e consciência compartilharem os mes são. Matéria e consciência se distinguirão ent e não mais por uma exclusão recíproca meram os – matéria e consciência – serão pensados nã por relações de reversibilidade. Deste modo,

ensada como uma passagem entre diferentes g os de um presente material que recomeça quas pre no primeiro dia, do primeiro grau de duraç grau de duração onde, por exemplo, 400 trilhõ as cristalizam-se na visão fugaz de um vermel

bre o abismo. As que impusemos à permite formular inamos a divisão guns dos atributos matéria é extensa, ção seja extensa? duram. Ora, o que onsistirá uma das ria dura, não há a ao todo do real nte. Mas tampouco deve compartilhar ergson, trate-se a esta consciência é e espiritualizar, a pela Modernidade. ria e consciência - Estaria Bergson e de que ambos – e nos deve levar a raus diferentes de rença de grau não esmos atributos – ntão pelo grau de ramente lógica. Na não em termos de o, a passagem da s graus de duração uase todo instante, ração que todos os lhões de vibrações elho. A diferença

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entre ser e ser sentido se esc a passagem da sensação sensação à percepção con duração, onde intervém pa existência imediata, como reconhecimento atento. A lado, à uma expansão de no espaço ou um mundo onde n

Por seu lado, temos nos num todo indiferencia espectador” no dizer de Ben o limite onde toda individua para toda visibilidade, sem ouve-se um grito ou gemido de individualidade se estabe de um universo aberto, rest que sofre. A afecção é este extensão, uma individuação ainda pessoa que perdure passado terão de atingir reconhecimento atento: ali, na extensão, mas perdurand Concluímos: antes graus de duração e de gra extensão do espírito. Os gra quanto maior a duração, m pontos simples, mas nucle compreensão da obra do pen

esclarece: é uma relação entre graus de duração o às faculdades superiores do espírito hum oncreta é efetuar uma passagem entre difer parcelas cada vez maiores de meu passado re mo Bergson mostra com pormenores em A expansão e contração de nosso passado ree nossas possibilidades de ações futuras e de con

e nossa inteligência operará.

os também diferentes graus de extensão. Na m iado, numa existência sem existente, num “ ento Prado Júnior. Nosso primeiro grau de du duação cessa e só faz sentido falar de um plano

que haja alguém que veja. Avançamos nos gr ido, ocorre uma afecção de dor ou prazer – um abelece. A extensão, que em princípio expande-stringe-se aos limites de meu corpo, à extens ste ponto intermediário, onde temos algo de du

ão ancorada numa temporalidade nuclear. Mas re no tempo: para tanto, a expansão e a cont

ir maiores alturas. Será este o ponto que li, já não fará sentido falar de uma ação se exec ndo no tempo – será a constituição de uma iden s de falarmos de matéria e de espírito, deve graus do extenso, de processos de tensão e d graus de duração e de extensão estão numa relaç , menor a extensão e vice-versa. Se compre cleares do bergsonismo, teremos talvez uma pensador francês.

ão. O mesmo para umano: passar da ferentes graus de retido em minha sua análise do reenviam, por seu constituição de um matéria “espetáculo sem duração é também no que é condição graus de duração, um núcleo mínimo -se até os limites nsão de um corpo duração e algo de as a afecção não é ontração de nosso e atingiremos no ecutando somente entidade pessoal. veríamos falar de e de processos de lação de inversão: preendermos estes ma chave para a

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