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EFEITOS DO TREINAMENTO DAS CAPACIDADES PERCEPTO-MOTORAS COMO AUXILIO PARA MELHOR DESEMPENHO DA ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE

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EFEITOS DO TREINAMENTO DAS CAPACIDADES PERCEPTO-MOTORAS COMO AUXILIO PARA MELHOR DESEMPENHO DA ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE

LOIANE MARIA ZENGO1

Curso de Educação Física, FCT – Unesp Campus de Presidente Prudente, FAPESP LONISE CAROLINE ZENGO² Curso de Pedagogia, FCT – Unesp Campus de Presidente Prudente, PROEX MANOEL OSMAR SEABRA UNIOR³ Curso de Educação Física, FCT – Unesp Campus de Presidente Prudente FRANCIELE APARECIDA DOS SANTOS FELICIO¹ Curso de Educação Física, FCT – Unesp Campus de Presidente Prudente IVAN OTÁVIO COELHO¹ Curso de Educação Física, FCT – Unesp Campus de Presidente Prudente

INTRODUÇÃO

Estudar sobre a deficiência visual, remete inicialmente à compreensão da importância do sentido da visão, o qual é responsável pelo recebimento de cerca de 80% das informações advindas do meio (COBO, RODRIGUÉZ E BUENO, 2003). É por meio dela que o sujeito consegue interagir, assimilar e aprender com e no meio em que vive.

No caso da ausência deste sentido desde o nascimento, o sujeito se deparará com uma série de limitações e dificuldades em seu desenvolvimento, que repercutirá em sua integração e adaptação social. Bueno (2003), acrescenta ainda, que, a pessoa que é cega congênita, provavelmente apresentará atraso em seu desenvolvimento motor, e, caso não seja estimulada de maneira correta, a deficiência poderá restringir significativamente suas experiências e, conseqüentemente, o acesso às informações do mundo (RODRIGUES e MACÁRIO, s/d)

Para melhor explanação e dentre os vários parâmetros existentes para a classificação da deficiência visual, o estudo se utilizará a educacional, a qual Masini (1993, p. 62) define, por meio da American Foundation for the Blind (Fundação Americana para o Cego), que cegueira se dá pela:

Perda de visão indica que pode e deve funcionar em seu programa educacional, principalmente através do uso do sistema Braille, de aparelhos de áudio e de equipamento especial, necessários para que alcance seus objetivos educacionais com eficácia, sem o uso da visão residual.

1

Graduanda em Educação Física, Rua Roberto Simonsen, 305, P. Prudente, SP, lozengo@hotmail.com; fran.aparecida90@hotmail.com; ivancoelhoottavio@hotmail.com;

² Graduanda em Pedagogia, Rua Roberto Simonsen, 305, P. Prudente, SP, lonisezengo@hotmail.com

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Autores como Rodrigues e Macário (s/d), afirmam que, embora a visão assuma importância primordial para localização, compreensão, domínio do espaço e principalmente na mobilidade independente, quando há a ausência da mesma, embora o senso comum diga o contrário, o processo de aprendizagem poderá ser desenvolvido de forma similar às pessoas que nascem sem a deficiência, por meio da estimulação e da integração dos sentidos remanescentes, fazendo com que o sujeito volte a atenção para os demais sentidos do corpo, que Novi (2007) classifica em: a) percepção tátil cinestésico, que envolve o tato, o movimento e a posição do corpo no espaço; b) percepção auditiva, que é utilizada para a explicação do meio ambiente, tornando-se primordial para as pessoas deficientes visuais, pois conseguem constituir um meio de comunicação mais objetivo e c) percepções gustativa e olfativa, que apesar de menos estimuladas, pode-se obter informações sobre lugares e reconhecimento pessoas ou coisas.

Dessa forma, quando estimulado corretamente os canais perceptivos, o sujeito formar e estabelecer as relações com o meio com maior eficiência.

Nesse sentido de ensino e aprendizagem, a Política Nacional de Educação (2007) decidiu ser necessária, a criação de programas específicos que auxiliem pessoas com deficiência visual, afim de que elas tenham suas especificidades atendidas, garantindo acima de tudo, independência e autonomia à elas.

No sentido de criação de programas específicos à cada tipo de deficiência, um exemplo a ser dado, é o Programa de Orientação e Mobilidade, que de acordo com Maciel (1988), Felippe (2009) e Melo (1991) é fundamental para conquista da autonomia e, consequentemente da independência, bem como para a inclusão, se torna um instrumento indispensável na vida de pessoas cegas, seja no âmbito pessoal, profissional, escolar e/ou social (MEC, 2007).

Para melhor definição dos termos, Felippe e Felippe (1997, p.13) caracterizam a Orientação como:

Habilidade do indivíduo para perceber o ambiente que o cerca, estabelecendo as relações corporais, espaciais e temporais com esse ambiente, através dos sentidos remanescentes. A orientação do deficiente visual é alcançada através da utilização da audição, aparelho vestibular, tato, consciência cinestésica, olfato e visão residual nos casos de pessoas portadoras de baixa visão (FELIPPE e FELLIPE, 1997, p.13)

E Mobilidade:

A habilidade física para se mover determinadamente, eficientemente, seguramente, pelo meio ambiente e, tão independentemente quanto possível de um lugar para outro. Ela envolve: orientação movimento do corpo, uma razão para se mover (motivação) e comunicação (WOJNACKI, 1989, apud NOVI, 1996, p. 29)

Para que possa ter uma explanação mais concreta sobre o Programa de Orientação e Mobilidade, Basto e Gaio (2010, p. 122) o conceituam como:

A habilidade da pessoa cega relacionar-se com e no ambiente, com os outros e consigo mesma, movimentando-se segura, eficaz e

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tranqüilamente de um lugar para o outro, utilizando os sentidos remanescentes.

Maciel (1988) em seu livro, “Manual de Orientação e Mobilidade: subsídios para o ensino das Técnicas de Locomotilidade ao Deficiente Visual”, discorre sobre o objetivo principal do Programa de Orientação e Mobilidade à pessoa cega, que é ajudar a pessoa com deficiência visual a ser o mais independente possível para ir e vir, uma vez que se possa proporcionar à ela o aumento da auto estima, uma boa aparência física, boa postura, bom controle corporal, confiança e principalmente a autonomia em seus movimentos. Tal programa deve contudo, ser formulado dentro de um contexto individual, respeitando as diferenças e necessidades de cada um (ALMEIDA et. al., 2005). Por meio dele, o individuo aprende a conhecer-se, relacionar-se e deslocar-se de forma independente e natural nas mais diversas estruturas, espaços e situações do ambiente.

Para que a aprendizagem de fato da Orientação e Mobilidade aconteça, é necessário o treinamento de um conjunto de capacidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais e por um elenco de técnicas apropriadas e específicas, que permite ao seu usuário conhecer-se, relacionar-se e deslocar-relacionar-se de forma independente e natural nas mais diversas estruturas, espaços e situações do ambiente (HOFMANN, 1998). Nesse sentido, Maciel (1988), classifica em três, os principais grupos para o treinamento do Programa de Orientação e Mobilidade: a)Técnica de guia vidente, que é caracterizado pela utilização de pessoas na realização dos percursos e tarefas; b)Técnicas de auto proteções e rastreamento, onde o sujeito se utiliza do seu próprio corpo como defesa para se locomover em ambientes internos; c)Técnicas com a bengala, que trabalham a coordenação e a marcha juntamente com a utilização da bengala, em ambientes externos e internos. No entanto, para que a aprendizagem dessas técnicas ocorram, a pessoa com deficiência visual deve desenvolver alguns conceitos, referentes ambiente, por exemplo: esquema corporal; natureza dos objetos; natureza do terreno; natureza dos sons e odores, podendo formar, contudo, conceitos para orientação, como lateralidade, direcionalidade e curso dos objetos em movimento (BASTO E GAIO, 2010), bem como, conceitos que serão úteis para a eficiência da mobilidade, tais como: o tempo e o espaço, os contorno, as aproximação e os afastamento dos objetos.

E para que tais conceitos, sejam estimulados concomitantemente, a Educação Física, em sua ampla variedade se torna uma grande aliada, pois, é por meio dela, que o sujeito com deficiência visual pode ter a oportunidade de se desenvolver de maneira completa e agradável, tornando a Educação Física, uma ferramenta essencial para o estimulo do vocabulário motor, percepção corporal e o conhecimento do espaço e da sociedade (LIEBERMAN, 2002). Nesse sentido, o presente estudo tem como finalidade, avaliar os efeitos do treinamento das capacidades percepto-motoras que permeiam a Orientação e Mobilidade, permitindo a conquista da independência de pessoas com deficiência visual.

METODOLOGIA  Tipologia do Estudo

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O estudo optará, dentre os vários tipos de pesquisa, pelo Delineamento de Sujeito Único, que Johnston & Pennypacker (1993), definem como um experimento que se destaca pela análise do comportamento, que é de característica singular e que interagem de maneira única com o mundo, uma vez que dois indivíduos nunca se comportam da mesma maneira.

Para melhor entendimento, Sampaio, Azevedo, Cardoso et. al. (2008, p. 154) definem que esse tipo de metodologia:

Têm como característica principal, tratar os sujeitos individualmente, tanto no que se refere às decisões relativas ao próprio delineamento, quanto ao processamento dos dados – o que não implica a utilização de um único sujeito por experimento.

Neste modelo de pesquisa, os sujeitos são expostos às condições, que devem ser mensuradas repetidamente, de maneira que no momento de sua realização, o desempenho dos mesmos possam ser verificados, e ao final, possa-se constatar se há uma relação ordenada entre as condições manipuladas no experimento e as alterações nessas medidas (Matos, 1990). Ou seja, um mesmo sujeito é submetido a todas as condições do experimento e as avaliações do comportamento do mesmo são realizadas de forma contínua no decorrer de todo o processo (SAMPAIO; AZEVEDO; CARDOSO et. al., 2008).

Será utilizada, para a Análise Final, a Linha de Base Múltipla, que é caracterizada pela manifestação de uma mesma – ou não – resposta emitida por dois ou mais sujeitos, expostos às mesmas condições de comportamento, para que se possa constatar, a partir do treinamento, a relação causa- efeito do mesmo.

 Locais da Pesquisa

Os atendimentos foram realizados na Escola Estadual Professor Hugo Miele, nas dependências da Faculdade de Ciência e Tecnologia – Unesp, em quadras poli esportivas, localizadas no bairro próximo à residência da participante, bem como em locais comuns do município de Presidente Prudente.

 População de Estudo e Procedimento de Amostragem

Foi estabelecido contato com a Secretaria Municipal de Educação (SEDUC), da cidade de Presidente Prudente. Nesse momento, solicitou-se a autorização e o mapeamento das escolas de Ensino Fundamental Ciclo II e Ensino Médio, com intuito de localizar alunos que estivessem devidamente diagnosticados por um oftalmologista e, ainda, que estejam regularmente matriculados na rede estadual de ensino.

Para tanto, a coordenadora da SEDUC, no que diz respeito à área de Educação Especial, indicou a Escola Estadual Professor Hugo Miele, pelo fato da mesma contar com sala de AEE (Atendimento Educacional Especializado), que atende pessoas com deficiência visual, oferecendo a essas pessoas o suporte necessário para o desenvolvimento e aprimoramento escolar, Sua infra estrutura está voltada à acessibilidade, com rampas de acesso, elevador, corrimões em áreas especificas, adaptações no refeitório entre outros.

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Posteriormente, foi entregue ao diretor desta escola, um oficio contendo informações sobre o projeto de pesquisa, bem como a solicitação de autorização para o contato com os pais dos alunos.

Nesta oportunidade, foi realizado o contato com os pais da participante, bem como um convite para uma reunião que foi devidamente agendada, com o intuito de ser apresentado a proposta do projeto, bem como o preenchimento da Ficha de Identificação, de Anamnese, além de, coletar assinatura de autorização dos pais ou responsáveis por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e de Foto/ Filmagem, para a participação efetiva dos alunos na pesquisa.

 Caracterização da População

Foram selecionados alguns sujeitos, porém, para que pudessem participar da presente pesquisa, os mesmos deveriam estar de acordo com os seguintes critérios :

1) Estar cursando o ensino fundamental ciclo II ou ensino médio nas instituições públicas, no município de Presidente Prudente.

2) Ter diagnóstico comprobatório de cegueira, legal e educacional, realizado por um oftalmologista;

3) Ter nível cognitivo e físico preservado com ausência de outra deficiência;

4) Ter treinamento das técnicas de Orientação e Mobilidade, por meio de instituições especializadas, escolas ou por profissionais particulares.

Portanto, a partir do fornecimento de dados realizado pela SEDUC, consentimento da Escola Estadual Professor Hugo Miele e da confirmação de participação, tanto da participante, quanto dos pais, foi selecionada uma participante, a qual estava de acordo com os critérios supracitados.  Procedimentos para a Coleta de Dados:

Primeira Etapa : Realização das Tarefas e Avaliações no Sujeito 1

As intervenções ocorreram duas vezes por semana e cada sessão foi dividida em dois momentos: 1º Momento – Aplicação de tarefas.

Durante cada sessão foi aplicado o Check List adaptado de Lieberman (2011), o qual traz tarefas relativas às capacidades percepto-motoras (conforme descritas no quadro 1), que são básicas, segundo a literatura, para o aprimoramento das Técnicas de Orientação e Mobilidade.

O Check List, propõe algumas tarefas que devem ser realizadas por pessoas cegas, afim de que ao final elas possam, além de, aprimorar as técnicas de Orientação e Mobilidade, tem a função de identificar os comportamentos realizados durante tais tarefas.

Para que tais tarefas fossem realizadas de maneira sistemática e organizada, o Check List foi dividido em 5 categorias:

a) Percepção sensorial - que inclui a percepção auditiva, gustativa e olfativa e tátil, os quais ao serem estimulados de maneira conjunta, auxilia no desenvolvimento por completo da pessoa cega;

b) Lateralidade e Direcionalidade - que é a capacidade de vivenciar as noções de direita e esquerda, independentemente da sua posição física (MELO, 1989);

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c) Habilidades básicas do Guia Vidente - que é um método de locomoção dependente, onde o guia representa, porém, não substitui, uma extensão dos sentidos tátil e cinestésico da pessoa com deficiência visual;

d) Orientação - que é o meio para o aprendizado do uso dos sentidos para obter informações do ambiente (FELIPPE, 2009);

e) Mobilidade, que é o aprendizado para o controle dos movimentos para que sejam realizados de forma organizada e eficaz (FELLIPE, 2009).

Em cada sessão, foi selecionada uma única categoria a ser trabalhada, bem como as respectivas tarefas do Check List (conforme quadro 1). As tarefas foram administradas até que o sujeito as realizassem com independência, de maneira que deve haver mudança de níveis de dificuldade para a execução das mesmas, conforme a categoria, ou seja, inicia-se com as mais fáceis e finaliza-se com as mais complexas, conforme a literatura indica.

Para que se possa realizar a avaliação do sujeito durante realização de cada tarefa, será utilizada a Ficha de Avaliação, que estará descrita a seguir.

2º Momento – Avaliação do desempenho do Sujeito durante a realização de cada tarefa Durante a realização das tarefas, propostas por Lieberman (2011), por meio do Check List, relativas a cada categoria supracitada, concomitantemente foram realizadas avaliações conforme o desempenho de cada sujeito, no decorrer da realização destas tarefas eleitas no check list. A Ficha de Avaliação Percepto-motora, que tem a função de avaliar e quantificar o comportamento de cada sujeito, funciona da seguinte forma: a mesma foi utilizada no decorrer da realização de cada tarefa de acordo com o desempenho de cada sujeito. Para tanto, cada desempenho do sujeito em cada tarefa realizada pelo mesmo, será pontuada conforme as 3 Classes de Comportamentos (descritas no quadro 2):

a) Explicação Verbal; b) Demonstração; c) Execução

As Classes de Comportamento, tem a função de avaliar a maneira como cada sujeito se comportou no decorrer da realização da tarefa, ou seja, seu desempenho, pontuando cada comportamento (ação) realizado pelos sujeitos.

Uma vez que a pontuação 2, é a máxima, onde certifica que o sujeito realiza a atividade independentemente, a pontuação 1, é a média, pois credita ao sujeito a necessidade de auxilio para a realização da tarefa e por fim, a pontuação 0, que é a mínima, identificando que o sujeito não consegue realizar a tarefa solicitada.

Dessa forma, ao realizar as tarefas percepto-motoras que são próprias da Orientação e Mobilidade, foi avaliado qual o entendimento, o nível de ajuda e o nível de execução obtidos pelos sujeitos cegos e registradas pelo pesquisador, quantificando cada item.

Ao final, foi realizada a computação da pontuações, que posteriormente serão dispostas em gráficos para a análise.

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Categoria 1: Percepção Sensorial

 Direcionar-se ao ouvir uma voz ou um ruído;

 Localizar sons estáticos;

 Acompanhar sons em movimento

 Aplicar conceitos espaciais ao identificar os sons do ambiente;

 Reconhecer pontos estáticos e permanecer orientado.

 Determinar presença de obstáculos (ex: parede e pessoas);

 Utilizar sons para se orientar no ambiente;

 Responder as informações e/ou sugestões olfativas;

Descriminar e identificar sonos do ambiente;

Categoria 2: Lateralidade e Direcionalidade

 Ter consciência de esquerda e direita;

 Discriminar a lateralidade em relação aos objetos;

 Ao ser solicitado, fazer uma volta de 90º graus;

 Ao ser solicitado, fazer uma volta de 180º graus

Ao ser solicitado, fazer uma volta de 360º graus Categoria 3: Habilidades do Guia Vidente

 Manter o braço, a posição do corpo e as mãos de maneira adequada;

 Manter posição correta em relação ao guia;

 Manter segurança de parar e de andar com o guia;

 Alterar superfícies;

 Subir e descer calçadas;

 Saber as técnicas de passagem;

 Saber a técnica de abrir e fechar porta;

Subir e descer escadas

Categoria 4: Orientação

 Nomear as quatro direções da bússola em relação ao corpo;

 Identificar: para frente, para trás, para esquerda e para direita;

 Utilizar pontos de referencia ou pistas de orientação;

Identificar os cantos direcionais de um ambiente. Categoria 5: Mobilidade

 Acomodar as mudanças de iluminação;

 Identificar as alterações de textura (ex: tapete, telha etc.)

 Evitar contato com objetos no caminho;

 Detectar escadas;

 Localizar portas abertas / fechadas;

Localizar áreas necessárias (ex: banheiro, quarto, etc) Quadro 1 – Check List Adaptado de Lieberman (2011)

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Pontuação Classe de Comportamento (Explicação Verbal)

2 Compreende a tarefa na primeira explicação ( ) 1 Necessita de mais de uma explicação ( ) 0 Não compreende a explicação ( )

Pontuação Classe de Execução (Demonstração)

2 Não e necessário demonstrar ( )

1 É Necessário demonstrar ( )

0 Não compreende a demonstração ( )

Pontuação Classe de Comportamento Motor (Execução)

2 Realiza a atividade facilmente ( ) 1 Possui dificuldades em realizar a atividade ( ) 0 Não consegue realizar a atividade ( )

Quadro 2 – Ficha de Avaliação Percepto-motora Segunda Etapa: Realização das Tarefas e Avaliações no Sujeito 2

Após ter iniciado a Avaliação no primeiro sujeito, e o mesmo já estiver estabelecido sua linha de base, será iniciado as intervenções/avaliações com o segundo sujeito. Dessa forma a realização das tarefas de cada categoria, bem como a avaliação do desempenho do sujeito perante as mesmas, serão dados na mesma ordem em que for realizada com o primeiro sujeito.

Após o termino das Avaliações com os dois sujeitos participantes da pesquisa, os dados serão analisados, conforme a descrição a seguir.

 Procedimentos para a Análise dos Dados

Para creditar à pesquisa a funcionalidade do treinamento de Orientação e Mobilidade, será realizada a análise dos dados obtidos a partir da realização das avaliações.

Será realizada a análise dos dados, bem como a construção do gráfico dos dois sujeitos, utilizando a Análise da Linha de Base Múltipla, que é caracterizada pela relação entre resultados de dois sujeitos condicionados à mesma avaliação.

Dessa forma será possível concluir se o treinamento é de fato causador na mudança e no desenvolvimento do comportamento dos sujeitos, ou não. Tal afirmação será fidedigna somente se, os gráficos de ambos apresentarem semelhança nos resultados, identificando a relação de causa-efeito do treinamento.

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RESULTADOS

O presente artigo discorrerá sobre os resultados obtidos a partir da coleta realizada com a primeira participante, apontando tanto as respostas obtidas por meio da realização de cada tarefa, por meio do Check Lista adaptado de Lieberman (2011), quanto ao que se refere aos comportamentos da participante, durante a realização das mesmas a ser quantificado por meio da Ficha de Avaliação Percepto Motora, afim de que se possa pré estabelecer respostas, no caso parciais, para uma possível relação de causa e efeito do treinamento realizado.

Para seguir uma linha sistematizada de intervenção, foram realizadas as tarefas propostas pelo Check List adaptado de Lieberman (2011), o qual é separado por cinco Categorias, juntamente com as tarefas correspondentes a serem realizadas pela participante.

Como parte da metodologia, a participante teve que realizar cada uma das tarefas, de modo que consiga estabelecer a pontuação máxima (2), sendo três vezes consecutivas.

Para melhor compreensão dos resultados obtidos por meio das tarefas e das avaliações do comportamento durante a realização das mesmas, foram utilizados gráficos, separados por categorias, que podem demonstrar de forma clara, a quantidade tarefas, que as categorias possuem (eixo x), bem como a quantidade de tentativas que a participante necessitou para que conseguisse realizar a tarefa de modo satisfatório, ou seja com a pontuação máxima, numa seqüência de três vezes, que devem ser consecutivas (eixo y), formando contudo, a linha de base e, conseqüentemente, a mudança de tarefa.

Foi iniciada a intervenção com a participante, com a Primeira Categoria: Percepção Sensorial, a qual conta com nove tarefas a serem realizadas., conforme o gráfico abaixo:

Categoria 1: Percepção Sensorial

Dentre as nove tarefas desta categoria, seis delas, obtveram a pontuação máxima na primeira tentativa, ou seja, a participante necessitou apenas de uma única tentativa, (pós a explicação da tarefa), para conseguir realizar a primeira tarefa de modo que obtivesse a pontuação máxima (2) e iniciar o estabelecimento da linha de base. Permaneceu com a realização satisfatória da tarefa, bem como com a pontuação máxima, na segunda tentativa e, por fim, estabeleceu o fim da linha

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de base, de modo a ser três consecutivas, na terceira tentativa, formando assim a linha de base para que a tarefa pudesse ser evoluída.

No entanto, em três delas a participante, apresentou números altos para que o estabelecimento da linha de base fosse realizado:

Na T1- Direcionar-se ao ouvir uma voz ou ruído, na T4- Aplicar conceitos espaciais ao identificar sons do ambiente e na T9- Discriminar e identificar sons do ambiente, a participante necessitou de 5, 4 e 4 tentativas, consecutivamente, para que pudesse estabelecer a linha de base. Tendo em vista que , no caso dessa categoria, as tarefas T1 e T4 terem sido realizadas em um mesmo local - em uma quadra poli esportiva, que se localiza muito próximo à residência da participante - , e se tratando de uma categoria, a qual o sujeito a ser colocado em treinamento, necessita que os sentidos remanescentes estejam bem apurados, foi identificado que, na T1 a participante, não estava adaptada ao que foi proposto, ou seja, a participante, por ser a primeira intervenção e tarefa, a participante não se sentiu segura do que estava acontecendo, necessitando de um período de adaptação aos fatos, de maneira que ela necessitou de, além da explicação inicial, mais duas explicações nesse intervalo.

No caso da T4, o fato determinante para que a realização da tarefa tenha apontado valores altos de tentativas, foi que, além da quadra, ser uma quadra descoberta, é um local onde a população tem acesso, de maneira, que no momento da intervenção, muitas pessoas compareceram para utilizar a quadra, bem como, foi realizada em horário de pico, onde haviam passagens de carros de som na avenida paralela.

O local de realização da T9, foi a Escola Estadual Professor Hugo Miele, de maneira, que fosse necessário, realizar a intervenção em um local que fosse conhecido pela participante, e ela estuda em período integral nesta escola. No entanto, o fato de ela conhecer todos os locais da escola, fez com que ela não necessitasse mais utilizar-se dos sentidos para estar orientada, portanto a dificuldade da realização das tarefas.

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A Categoria 2, como o observado no gráfico, é composta por cinco tarefas. Destas, duas a participante obteve um índice consideravelmente alto. Nas tarefas T4- Ao ser Solicitado, fazer uma volta de 180º, a qual a participante necessitou de 6 tentativas para estabelecer a linha de base, e T5- Ao ser Solicitado, fazer uma volta de 360º, onde a participante necessitou de 4 tentativas.

Na primeira, o mais evidente, foi a falta de compreensão da aluna ao que o pesquisador apresentou, de maneira que teve que quer explicado, das seis vezes que ela necessitou para estabelecer a linha de base, cinco delas. Na segunda, a participante embora, soubesse o que era uma volta de 360º e estar bem ciente ao se referir à lateralidade em relação si mesma, ela se confundiu muito em relação à lateralidade em relação aos objetos ( que muitas vezes é a oposta, da delas), por tanto, não conseguiu realizar a atividade em tentativas menores.

Categoria 3: Habilidades de Guia Vidente

Semelhante às outra categoria, a Categoria 3, ao possuir 8 tarefas, mostra que 3 delas, obtiveram níveis altos de dificuldade em sua realização: T5 – Subir e descer calçadas, T7 – Saber técnica de abrir e fechar porta e T8 - Subir e descer escadas.

Das três, a T5 e a T8, foram realizadas em ambientes externos e diferentes. Embora a aluna já tenha a Orientação e Mobilidade, o fato de ela ter necessitado de 3 e 4 tentativas, consecutivamente, para estabelecer a linha de base, se deve ao fato, da insegurança da aluna, em estar em posição de guia em ambientes desconhecidos, por muitas vezes ela apertou fortemente o braço do guia, deixou o guia escapar, tropeçava nos pés do guia, além de se desequilibrar muito facilmente, em ambas tarefas.

Na T7, a participante, não recordou como funciona a técnica de abrir e fechar as portas, de modo que a maior parte das tentativas que não tiveram sucesso, foram por conta de explicações repetidas, sendo que das 5 tentativas, 4 foram utilizadas para explicação da técnica.

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Categoria 4: Orientação

Diferentemente das outras categoria, a Categoria 4 conta com somente quatro tarefas, de modo que o gráfico aponta como possuidor de dificuldades na realização das tarefas, 50% delas, as tarefas: T1 e T3, Nomear as quatro direções da bússola em relação ao corpo e Utilizar pontos de referencia ou pistas de orientação, respectivamente.

Para a primeira tarefa, dentre as três tentativas necessárias para a formação da linha de base, foram necessárias duas tentativas para a explicação da atividade. No entanto, para a T3, a participante necessitou se nortear por meio de pistas ou pontos de referencia (sentidos remanescentes), porem, teve dificuldades de orientação, exatamente pelo mesmo motivo das tarefas da Categoria 3, por estar em um local desconhecido e muito movimentado.

A Categoria 5: Mobilidade

A categoria 5: Mobilidade, é composta por 6 tarefas, no entanto, só foram realizadas, três delas, conforme mostra o gráfico. Para tanto, destas já realizadas, o mesmo aponta uma dificuldade da tarefa T6 – Localizar áreas necessárias, que pelo mesmo motivo de algumas tarefas das categorias 3 e 4, por ser realiado em local desconhecido pela aluna, no caso desta tarefa, nas instalações da Unesp do campus de Presidente Prudente, foram necessárias mais explicações e uma demonstração.

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DISCUSSÕES

Dentre os resultados encontrados a partir da presente pesquisa, constatou-se que, em um total de 29 tarefas realizadas pela participante, 11 delas apontaram nível de dificuldade na realização, embora, ao final, a participante tenha conseguido realizar todas as tarefas.

Dessas 11 tarefas, concluiu-se que a dificuldade de realização de:

 Uma tarefa, que se deu pelo fato do primeiro contato, da adaptação da participante à pesquisa;  Outra se deu pelo excesso de estímulos sonoros realizados em um longo espaço de tempo;  Duas por conta da má utilização dos sentidos remanescentes para discriminação ou orientação;

 Duas tarefas por falta de entendimento da participante

 Três, por terem sido realizadas em ambientes nunca freqüentado antes  Duas por falta de treino das técnicas de Orientação e Mobilidade

Diante dos resultados obtidos por meio desta pesquisa, pode-se constatar que a maioria das dificuldades encontradas pela participante para a realização das tarefas, esta associada ou à estimulação/utilização dos sentidos remanescentes, ou pela insegurança obtida em meio ao ‘novo’. Nesse sentido, Nogueira (2002) vem de encontro com seu estudo, que mostra a importância do planejamento de um programa de estimulação precoce dos sentidos remanescentes, para que se possa propiciar à pessoa com deficiência visual, uma efetiva integração social. Não obstante, Basto e Gaio (2010) discorrem que o estimulo dos sentidos remanescentes, é imprescindível para a aprendizagem das técnicas de Orientação e Mobilidade, é por meio delas que o sujeito será conduzido à descoberta do espaço e do ambiente em que vive, bem como terá a habilidade de relacionar-se com e no ambiente, com os outros e consigo mesma, movimentando-se segura, eficaz e tranqüilamente de um lugar para o outro, utilizando os sentidos remanescentes.

Para tanto é muito importante que o profissional, saiba estimular uma maior autonomia de movimento, com o intuito de buscar uma locomoção independente ou, ainda, junto ao aluno, à descobrir novas possibilidades motoras (SEABRA JUNIOR, 2008), bem como, entender, que em virtude da dificuldade de adaptação sensório motora, durante a aprendizagem de movimentos, ou por meio de lugares desconhecidos, a pessoa com deficiência visual pode demonstrar incapacidades diversas e inesperadas, podendo ser vinculadas à ansiedade e principalmente, à insegurança (FONSECA, 1993).

CONCLUSÕES

A Deficiência Visual, seja a cegueira ou a baixa visão, congênita ou adquirida, é uma das deficiências que mais comprometem o desenvolvimento global do sujeito. Sobretudo, é imprescindível a estimulação dos sentidos remanescentes para o desenvolvimento do repertório percepto-motor, assim como afirma Caiado (2002) quando em seu estudo, ao analisar artigos publicados na Revista Benjamin Constant, no período de setembro de 1995 a dezembro de 2000, constatou que dentre oito, sete afirmam a importância de se trabalhar com os sentidos sensoriais

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remanescentes na educação da pessoa cega. Nesse sentido, Franca-Freitas e Gil (2012) afirmam ainda que, quando a pessoa cega é devidamente estimulada, com profissionais qualificados, por meio de intervenções freqüentes e funcionais para a vida diária, ela pode adquirir novos desempenhos e ter oportunidades de superar seus limites. E é por meio das inúmeras informações advindas do meio, que o sujeito com deficiência visual poderá garantir a aprendizagem de fato (SEABRA JR, 2008). Para tanto, fica claro que a estimulação das capacidades percepto-motoras são essenciais, para a locomoção de pessoas cegas, para que essa lacuna da dependência seja minimizada e/ou extinguida. E para que isso ocorra, por meio deste estudo, pode-se concluir, como imprescindível, a estimulação da Memória Motora, que se caracteriza pelo rol de experiências físicas e motoras, realizadas pela pessoa cega, em determinados trajetos, por meio principalmente, da repetição, pois, somente ao se orientar de forma mais apropriada no ambiente, que a pessoa com deficiência visual, poderá estar segura e confiante no ambiente de aprendizagem.

REFERENCIAS

ALMEIDA, José Julio Gavião de, et. al., A Educação Física e suas contribuições em um Programa de Orientação e Mobilidade para Crianças Deficientes Visuais. Edfeportes.com, Buenos Aires, n. 91, p., jan. 2005. http://www.efdeportes.com/

BASTO, Luciana de Sousa Cione; GAIO, Roberta Cortez. Orientação e Mobilidade na habilitação de deficientes visuais. Movimento & Percepção, São Paulo, v. 11, n. 16, p.205-215, jan./abr. 2010. LIEBERMAN, L. J. Strategies for inclusion: a handbook for physical educators. Champaign: Human Kinetics, 2002.

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Referências

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