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Hortas e Biodiversidade: A importância das hortas para perpetuar as sementes

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Academic year: 2021

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Filomena Rocha

2º Encontro de Compostagem Doméstica - 22 de Junho de 2013

Hortas e Biodiversidade:

A importância das hortas para

perpetuar as sementes

Hortas

Sistemas de produção de alimentos de origem vegetal, geralmente em pequenas áreas de terreno– quer no meio rural ou urbano.

(2)

3

Características das Hortas

 Cultivadas em pequenas lotes de terreno;  Localizadas nas proximidades;

 Produção de uma grande variedade de produtos;

 Produção durante todo o ano de acordo com a época de sementeira;

 Sobretudo para auto-consumo, por vezes venda dos excedentes;

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Vantagens das Hortas

 Disponibilidade de diversos produtos - proporcionam dietas equilibradas e de qualidade.

 Acesso directo aos alimentos de forma permanente -poupança em relação à aquisição; e retorno económico com a venda dos excedentes.

 Sistemas de produção, normalmente baseados em práticas agroecológicas.

 Hobbie relaxante, saudável, didático e que permite o contacto com a natureza.

Alface

Cenoura

Industria Alimentar Industria Medicinal Industria Cosmética

Industria Alimentar Industria Medicinal Industria Cosmética

Principais utilizações

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Couves

Melão

Industria Alimentar Industria Medicinal Industria Cosmética

Industria Alimentar Industria Medicinal Industria Cosmética

Principais utilizações

Pimento e Piri-piri

Pepino

Industria Alimentar Industria Medicinal Industria Cosmética

Principais utilizações

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Hortas

Micro reservas da Biodiversidade - contribuem para

a conservação da biodiversidade agrícola:

 Diversidade de produtos (Hortícolas, Leguminosas, Plantas Aromáticas e Medicinais, Fruteiras, Plantas Ornamentais e Cereais);

 Práticas agroecológicas - manutenção da biodiversidade e preservação dos recursos naturais de modo sustentável  Isolamento geográfico.

Que sementes utilizar

Variedades Tradicionais  Elevada variabilidade genética;

 Maior resistência a epidemias de pragas e doenças;  Sementes produzidas em agricultura convencional;

 Material genético adaptado a um sistema de policultura de autoconsumo;  Sementes com elevada adaptação ecológica – seleccionadas e

guardadas de ano para ano ao longo de séculos;

 Material adaptado a técnicas agrícolas que não provocam desequilíbrio ao ambiente;

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(7)

Polinização e Isolamento

Espécies Tipo de Polinização Distancia (m)

Alface Autopolinização 2 – 10

Beringela, Pimento, Tomate Autopolinização (Polinização cruzada < 2%) 50 – 200 Ervilha Autopolinização (Polinização cruzada < 2%) 100 Feijão Autopolinização (Polinização cruzada < 2%) 150 Pepino Polinização cruzada (Insectos) 400 Aipo, Salsa Polinização cruzada (Insectos) 800 Abóboras, Melancia, Melão,

Rabanetes

Polinização cruzada (Insectos: abelhas, vespas e moscas)

1000

Favas Autopolinização e Polinização cruzada 1000 Couves, Cebola, Repolho Polinização cruzada (Insectos) 1500 Beterraba, Espinafres, Nabos Polinização cruzada (Insectos e Vento) 1000 Couve nabiça, Milho Polinização cruzada (Vento) 1000 Cenoura Polinização cruzada (Insectos) 1000 – 1600

 Isolamento espacial  Isolamento temporal

 Barreiras naturais ou artificiais

 Sacos de Isolamento das inflorescências

Métodos de controle de polinização:

Tamanho do fruto ou semente não é o caracter mais interessante a guardar. Tamanho adequado + bom hábito de crescimento + boa resistência às pragas e doenças, são características muito mais valiosas;

Conselhos práticos para a colheita de sementes

Selecionar os melhores frutos diretamente no campo e identifica-los – tendo por base as melhores plantas (ex. não escolher plantas mal formadas ou que apresentam doenças ou pragas);

(8)

Frutos

ou

inflorescências

selecionados

para

produção de semente - devem permanecer unidos

à planta até estarem completamente maduros;

Sementes

-

devem

resultar

de

frutos

ou

inflorescências provenientes de várias plantas da

população (conservar a variabilidade genética da

população).

Vagens e inflorescências

 Extração direta;

(9)

Abóboras, melancia, melão e pimento

 Extração direta e lavagem com água corrente;  Secagem à sombra em local arejado.

Pimento e beringela

 Secagem dos frutos maduros ao sol até enrugarem;  Pressionar e recolher as sementes com a mão;  Limpeza com utilização de crivos ou peneiras.

(10)

Tomate e pepino

 Maceração das sementes no suco durante 24– 48 horas;  Lavar as sementes em água corrente;

 Secar à sombra, em local arejado.

Conservação

Guardar as sementes em materiais transpiráveis (sacos de pano, papel, cartão);

(11)

Conservação

Melhor solução

• Conservar as sementes em frascos herméticos de

vidro e coloca-los a baixas temperaturas.

Viabilidade das sementes

Espécie Anos

Cebola 1 - 2

Alho porro, Milho doce 2 - 3

Ervilha, Feijão 3

Salsa, Alface 3 - 7 Abóboras, Cenoura, Milho 3 - 10

Tomate 4

Couve de Bruxelas, Couve nabiça, Nabos 4 - 5 Brócolos, Couves, Couve-flor, Favas, Pepino 4 - 10 Beringelas, Espinafres, Nabos, Pimento 5

Alcachofras 5 - 7

Melão, Rabanetes 5 - 10

Melancia 6

(12)

Método mais indicado para todas as plantas

(autogâmicas ou alogâmicas).

Método que está ao alcance dos agricultores.

Método de melhoramento por seleção massal

Existem duas técnicas:

• Seleção positiva: selecionam-se entre 10% a 15%

de plantas - grande pressão de seleção.

• Seleção negativa: % de plantas eliminadas cerca

de 20% - pressão seletiva é muito menor.

(13)

Inspeções periódicas ao campo, com o objetivo de identificar os caracteres positivos e destinar para colheita apenas as sementes das plantas selecionadas;

Marcar as plantas que durante a fase vegetativa respondam ao tipo esperado;

Separar as plantas selecionadas das outras antes da floração ou então eliminar as não selecionadas;

Continuar a seleção depois da floração para confirmar as características da parte vegetal desejada.

Seleção positiva:

Eliminar as plantas que não respondem

claramente ao tipo, deixando que todas as

outras produzam semente.

(14)

Toda a variedade de vida e toda a gama de

variação das formas de vida, designadamente a

diversidade dos ecossistemas, a diversidade

das

espécies,

para

além

da

diversidade

genética.

Biodiversidade

(15)

Cada população de uma espécie vegetal carrega

consigo uma carga genética que pode ser

diferente de outra população da mesma espécie.

Já se perderam 75% da diversidade genética das

plantas

cultivadas

devido

ao

abandono

generalizado

das

variedades

tradicionais

geneticamente variáveis e à sua substituição pelas

variedades modernas geneticamente uniformes.

(16)

A principal causa da erosão genética é a substituição

das variedades tradicionais pelas variedades modernas (híbridos, variedades comerciais):

 Os genes encontrados nas variedades tradicionais não se encontram na sua totalidade presentes nas variedades modernas;

 Um elevado número de variedades tradicionais é reduzido quando se introduzem variedades comerciais.

Relatório da FAO sobre o estado dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura no mundo, 2009

À medida que ocorre a erosão genética destes

recursos

A humanidade perde possibilidades de se

adaptar a novas condições socioeconómicas e

meio ambientais:

• Crescimento da população;

(17)

“Em 1970, em Espanha, um velho agricultor que ia com um burro encontrou-se com um jovem estudante que recolhia sementes de melão. O agricultor perguntou-lhe o que estava a fazer e este disse-lhe que queria registar os melões autóctones de Espanha antes que desaparecessem.

- Vem ver os meus melões – disse o agricultor – nunca apanham doença.

O velho agricultor deu-lhe algumas sementes, as sementes continham um gene resistente a um fungo do melão. Este gene foi transferido para outros melões, o que beneficiou os agricultores de todo o mundo”.

José Esquinas-Alcázar, 2002 - Secretário da Comissão de Recursos Genéticos para a Alimentação e Agricultura da FAO

Os recursos genéticos constituem um património

da Humanidade de valor incalculável e o seu

desaparecimento é um processo irreversível e

uma grave ameaça para a estabilidade dos

ecossistemas, o desenvolvimento agrícola e a

segurança alimentar mundial.

(18)

Nikolai Ivanovich Vavilov

1886-1942

Conservação de sementes em bancos de

germoplasma - Conservação ex situ.

Para contrariar a erosão genética

(19)

Combinar a conservação ex situ com a conservação

in situ realizada pelos agricultores nos seus

ecossistemas agrícolas - Conservação on farm.

Melhor estratégia

2º Relatório Mundial da FAO 2010 7.4 MILHÕES de acessos Conservados ex situ

(20)

Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV)

Grupo de espécies Total

Aromáticas e Medicinais 1 257

Cereais 27 086

Fibras 201

Forragens e Pastagens 2 928

(21)

Colheita de espécies cultivadas

Colheita de germoplasma vegetal

Colheita de espécies silvestres

(22)

Número de acessos colhidos por grupo de espécies

Grupo de espécies Total

Aromáticas e Medicinais 1 248 Cereais 2 653 Fibras 160 Forragens e Pastagens 494 Hortícolas 3 067 Leguminosas grão 3 344 Outras espécies 22 TOTAL 10 953

Missões de colheita

Grupo de espécies Entradas

Nacionais Entradas Internacionais Total Aromáticas e Medicinais 4 5 9 Cereais 23 693* 740 24 433 Fibras 41 41 Forragens e Pastagens 2 391 43 2 434

(23)

Coleção Mediterrânea de Milho

Representatividade dos países

País de Origem Nº acessos

Alemanha 8 Espanha 193 França 16 Grécia 216 Itália 19 Marrocos 172 Portugal 1 690 Yemem 43 Total 2 357 Países Nº acessos França 16 Espanha 24 Itália 19 Grécia 12 Alemanha 8 Portugal 17 Total 96

European Union Maize Landrace Core Collection

(EUMLCC)

Itinerário para a conservação

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Registo

(25)

Extracção

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Taxa de Germinação

(27)

Desidratação

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Embalagem

(29)

Conservação em frio

Coleção Ativa

Coleção Base

Temperatura: 5ºC; Humidade relativa: 45% Temperatura: -18ºC Allium sativum L. (319 acessos) Humulus lupulus L (105 acessos) Mentha aquatica L. (14 acessos)

Thymus caespititius Brot (18 acessos)

Mentha pulegium L.

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Vasário

Conservação in vitro

Allium spp.

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Conservação em crio

(32)

Avaliação Morfológica

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Avaliação Molecular

(34)

Aplicação de Sistemas de Informação Geográfica

(35)

Variedades originadas do material genético preservado no BPGV e registadas no Catálogo Nacional de Variedades:

• Trigos Mole: Almansor, Alva, Ardila, Barbelinha, Eufrates, Jordão, Mondego, Nabão e Sever;

• Trigos Duro: Celta, Elvio e Marialva;

• Triticales: Alter, Douro e Fronteira;

• Grão de Bico: Ervedal;

• Aveias: Boa Fé, S. Aleixo, S. Eulália e S. Rita;

• Centeio: Alvão;

• Trevo Subterrâneo: Davel e Romel;

• Luzernas Anuais: Lentisca Atalaia e Revilheira;

• Milhos: Bragança e Viseu;

• Melões: Casca de Carvalho Fino, Ponderado e Robusto;

• Couves Pencas: de Chaves, de Mirandela e da Póvoa;

• Abóbora moshata: Famoesa;

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Produtos originários de material genético preservado no BPGV inscritos no catálogo da Arca de Sabores da Fundação Slow food.

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Referências

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