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HELENA CABRAL DOS SANTOS ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB: LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS MORADORES

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Academic year: 2021

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA-IFPB

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, INOVAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENAÇÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DOS

RECURSOS AMBIENTAIS DO SEMIÁRIDO

HELENA CABRAL DOS SANTOS

ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB: LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS MORADORES

PICUÍ – PB 2018

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HELENA CABRAL DOS SANTOS

ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB: LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS MORADORES

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Ambientais do Semiárido, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba-Campus Picuí, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Especialista em Gestão dos Recursos Ambientais do Semiárido.

ORIENTADOR (A): Dr. Djair Alves de Melo

PICUÍ – PB 2018

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HELENA CABRAL DOS SANTOS

ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB: LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS MORADORES

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Ambientais do Semiárido, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba-Campus Picuí, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Especialista em Gestão dos Recursos Ambientais do Semiárido.

Aprovada em ____ / ____ / _______

Banca Examinadora

____________________________________________ Prof. Dr. Djair Alves de Melo

Orientador (IFPB)

________________________________________________ Prof. Dr. José Lucínio de Oliveira Freire

Examinador (IFPB)

___________________________________________________ Prof. MSc. George Henrique Camêlo Guimarães

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Dedico este trabalho a Deus, companheiro fiel de todas as horas.

À minha família, em especial aos meus pais Salete e Marivaldo.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força dada para enfrentar todos os obstáculos.

Aos meus pais, Maria Salete e Marivaldo, pelo incentivo e dedicação, que sempre estiveram comigo, contribuindo para a minha formação.

As minhas irmãs, Marivam e Maria das Mercês, pela companhia, incentivo e apoio incondicional.

A todos os meus familiares, em especial, as minhas tias: Tereza Cabral e Lindalva, pelo carinho e apoio quando precisei.

Ao professor Djair Alves de Melo, pela orientação, paciência, compreensão e conhecimento proporcionado durante o desenvolvimento deste trabalho.

Os Professores José Lucínio de Oliveira Freire e George Henrique Camêlo Guimarães, por terem aceitado o convite em participar como menbros da banca examinadora e pelas valiosas contribuições em torno deste trabalho.

À todos os meus professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (Campus Picuí) que contribuíram para a minha formação acadêmica.

Agradeço aos meus colegas de sala, em especial a Robson Júnio, Joedson Rocha, Luís Carlos, Alexandra Pereira, Sâmala Souto, pelo companheirismo e momentos compartilhados.

Ao Sr. Maciel Pereira, pelo apoio e disponibilidade do transporte todas as quartas-feiras.

Sou grata aos amigos Karlos Lima e Ednalva Alves, pelo auxílio durante o desenvolvimento deste trabalho.

A todos os moradores que prontamente se dispuseram a colaborar com esta pesquisae compartilharam conosco seus conhecimentos.

À todos aqueles que cruzaram a minha vida, participando de alguma forma direta ou indiretamente, na construção e realização deste estudo.

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RESUMO

A arborização exerce papel fundamental no meio urbano, sendo responsável por proporcionar inúmeros benefícios, ecológicos e sociais, contribuindo de maneira significativa na melhoria da qualidade do meio ambiente e bem-estar da população. Contudo, o planejamento adequado da arborização ainda tem sido negligenciado na maioria das cidades brasileiras. Neste sentido, a percepção ambiental tem auxiliado na compreensão das inter-relações entre o homem e o meio ambiente, contribuindo assim na elaboração de planejamento e manutenção da arborização das cidades. Diante do exposto, o presente trabalho objetivou realizar um levantamento da diversidade florística da arborização urbana do município de Cuité – PB, além de analisar a percepção ambiental dos moradores acerca da arborização local, a fim de fornecer subsídios para a elaboração de projetos futuros de educação ambiental que visem contribuir para o desenvolvimento de ações conservacionistas voltadas à utilização de espécies nativas da Caatinga de potencial ornamental. A pesquisa foi desenvolvida na zona urbana do município de Cuité - PB, entre os meses de outubro de 2017 a janeiro de 2018. Os dados foram obtidos através de observações in loco das espécies e formulários semiestruturado, complementados por entrevistas livres. No levantamento realizado foram identificadas 64 espécies, classificadas em 52 gêneros e distribuídas em 18 famílias botânicas. Foram entrevistados 75 moradores que possuíam árvores na fachada principal de suas residências. Destes, 52% são mulheres e 48% homens, com idade variando entre 19 e 80 anos. Um total de 52% dos entrevistados mostraram serem conhecedores do significado e importância da arborização, 33% elencaram a sombra e 24% redução de calor como sendo os principais benefícios da arborização, enquanto 31% indicam os danos a calçada como desvantagens. Parte dos entrevistados (77%) conseguiu identificar a árvore plantada em frente à residência, no entanto, muitos não têm conhecimento sobre a origem das espécies e 68% não participam de ações de preservação. Os moradores indicaram espécies nativas da Caatinga para arborização da cidade de Cuité-PB, destacando o T. impetiginosa Mart. - Ipê – roxo (11,9%), e o S. tuberosa Arruda - umbuzeiro (11,1%), e as espécies frutíferas 15% e outras plantas exóticas inadequadas ao uso no Paisagismo. Conclui-se que existe a necessidade de projetos de Educação Ambiental na cidade da Cuité-PB, para informatização da população sobre os benefícios da arborização, dando enfoque a valorização e conservação das espécies nativas da Caatinga com potencial ornamental.

Palavras-chave: Percepção Ambiental. Caatinga. Espécies Nativas. Conservação. Paisagismo.

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ABSTRACT

The afforestation plays a fundamental role in the urban environment, being responsible for providing innumerable benefits, ecological and social, contributing in a significant way in improving the quality of the environment and well-being of the population. However, adequate afforestation planning has still been neglected in most Brazilian cities. In this sense, the environmental perception has helped in the understanding of the interrelations between the man and the environment, thus contributing in the elaboration of planning and maintenance of the afforestation of the cities. In view of the above, the present work aimed to carry out a survey of the floristic diversity of the urban arborization of the city of Cuité - PB, in addition to analyzing the environmental perception of the residents about local afforestation, in order to provide subsidies for the elaboration of future education projects aiming to contribute to the development of conservation actions aimed at the use of native Caatinga species of ornamental potential. The research was carried out in the urban area of the municipality of Cuité - PB, between October 2017 and January 2018. Data were obtained through in situ observations of species and semi - structured forms, complemented by free interviews. In the survey, 64 species were identified, classified in 52 genera and distributed in 18 botanical families. We interviewed 75 residents who had trees on the main façade of their homes. Of these, 52% are women and 48% are men, ranging in age from 19 to 80 years. A total of 52% of respondents showed to be knowledgeable about the significance and importance of afforestation. About 33% highlighted shade and 24% heat reduction as one of the main benefits of tree planting, while 31% indicated road damage as disadvantages. Some of the respondents (77%) were able to identify the tree planted in front of the residence, but, however, many are not aware of the origin of the species and 68% do not participate in preservation actions.The local people suggest to plant native species of the Caatinga in order to forestation, in particular, T. impetiginosa Mart-IpêRoxo (11,9% (n:17), S. tuberosa Arruda umbuzeiro tree 11,1% (n:16) they also prefer to plant species of fruit 15% (n:06). In conclusion, there is a need to develop an Education environmental projects in the city, for informatization of the population on the subject of afforestation, focusing on the valorization and conservation of native Caatinga species with ornamental potential.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Pag.

Figura1. Vista área da cidade de Cuité-Paraíba, Nordeste do Brasil...18

Figura 2 .Respostas dos entrevistados para a seguinte questão: Você conhece a definição da arborização urbana?...25

Figura 3. Principais vantagens atribuídas á arborização urbana segundo os moradores da cidade de Cuité, Paraíba...26

Figura 4. Principais desvantagens atribuídas á arborização urbana segundo os moradores da cidade de Cuité, Paraíba...27

Figura 5. Motivo da escolha da árvore plantada em frente fachada principal da residência dos moradores da cidade de Cuité, Paraíba...29

Figura 6. Distribuição das espécies encontradas em frente à residência dos moradores da cidade de Cuité, Paraíba...30

Figura 7. Percepção dos moradores sobre a origem das espécies utilizadas na arborização da cidade de Cuité, Paraíba...31

Figura 8. Bauhinia forticata link (Pata-de-vaca ou mororó)...38

Figura 9. Handroanthus avellanedae Griseb (Ipê –roxo)...38

Figura 10. Tabebuia chrysotricha (Mart. exDc.)(Ipê amarelo cascudo)... 39

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LISTA DE TABELAS

Pag. Tabela 1. Lista de espécies arbóreas – arbustivas utilizadas na arborização de Cuité- PB...22 Tabela 2. Dados relativos ao perfil socioeconômico dos moradores residentes na zona urbana do município de Cuité, Paraíba...24

Tabela 3. Lista de espécies utilizadas na arborização da cidade de Cuité-PB e consideradas como nativas da Caatinga pelos moradores entrevistados...32

Tabela 4. Espécies nativas da Caatinga indicadas pelos moradores para serem utilizadas na arborização urbana do município de Cuité, Paraíba...35

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

CEMIG- Companhia Energética de Minas Gerais

CNIP- Centro Nordestino de Informações sobre Plantas da Caatinga CPRM – Serviço Geológico do Brasil

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza

PMARB - Manual Para Elaboração Do Plano Municipal De Arborização Urbana do Paraná TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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LISTA DE APÊNDICES

Pag.

Apêndice A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)...49 Apêndice B – formulário Semiestrururado...51 Apêndice C - Registros fotográficos das espécies encontradas na fachada principal da residências dos moradores da cidade de Cuité-PB...53

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SUMÁRIO

Pag.

1 INTRODUÇÃO...12

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

2.1 Aspectos e importância da arborização urbana nas cidades ... 14

2.2 Uso das espécies nativas da Caatinga na arborização urbana ... 15

2.3 Percepção Ambiental e arborização ... 16

3. MATERIAL E MÉTODOS...18

3.1 Caracterização da área de estudo...18

3.2 Coleta e análise dos dados ... 18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 20

4.1Primeira etapa: Diversidade florística na arborização urbana de Cuité, PB ... 20

4.2.1 Perfil socioeconômico dos entrevistados ... 23

4.2.2Dados sobre o tema arborização ... 25

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 42

APÊNDICES A- Termo de Consentimento de Livre Esclarecido ... 49

APÊNDICE C - Registros fotográficos das espécies encontradas na fachada principal da residências dos moradores da cidade de Cuité-PB. ... 53

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1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos tempos têm crescido as lutas por áreas verdes no meio urbano, no entanto, poucos são os locais destinados para estes fins. As áreas verdes são consideradas como um bem precioso para a sociedade, mas infelizmente, a urbanização acelerada têm provocado profundas modificações sobre essas paisagens intraurbanas (COSTA e COLESANTI, 2011). Neste sentido, a arborização tem função primordial de transformar esse cenário em uma realidade mais atenta à conservação da biodiversidade, mitigando os efeitos negativos da urbanização nos espaços verdes.

A arborização urbana exerce papel fundamental na manutenção das cidades, sendo responsável por proporcionar inúmeros benefícios ecológicos, estéticos, sociais, contribuindo de maneira significativa na melhoria da qualidade ambiental e bem-estar da população (RIBEIRO, 2009; ZAMPRONI, 2017). A vegetação é um elemento essencial no ambiente urbano, pois desempenha funções relevantes, tais como: sombreamento, diminuição da poluição sonora e atmosférica; embelezamento estético das cidades e valorização imobiliária; melhoria do ciclo hidrológico, interferência na velocidade e direção dos ventos, aumento da qualidade do ar, além de fornecer locais de abrigo e reprodução para a fauna silvestre (DANTAS e SOUZA, 2004).

Apesar dos vários benefícios proporcionados a área urbana, a arborização tem sido negligenciada devido à falta de planejamento urbanístico na maioria das cidades brasileiras, causando uma série de desordens no meio urbano, como: deterioração de estruturas pavimentadas, conflitos com fiações elétricas, telefônicas e demais equipamentos urbanos, como consequência dos plantios de árvores inadequadas aos ambientes (FRANÇA, SOUZA e GOMES, 2012), além de ocasionar a redução na diversidade de espécies.

No Brasil, a utilização expressiva de espécies exóticas na arborização das cidades é uma prática contínua desde o período da colonização europeia, e seu uso ocorre devido à falta de informações sobre a flora nativa com potencial ornamental e beleza paisagística (LORENZI, 2009). Salienta-se que, além das plantas exógenas contribuírem com a monotonia estética na paisagem das cidades, elas dificultam o estabelecimento da flora regional, aumentando os riscos da perda da biodiversidade (HEIDEN, BARBIERI e STUMPF, 2006; ALENCAR et al., 2013).

Na área de ocorrência do domínio Caatinga são poucas as cidades que fazem uso de espécies nativas na arborização (ALVAREZ et al., 2012). Além disso, pouca atenção tem sido dada aos estudos do uso sustentável e das estratégias de conservação da flora da Caatinga.

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Isso ocorre devido à falta de conhecimento e valorização por parte da população, pela ausência de informação sobre as técnicas de cultivo e pela dificuldade de aquisição das mudas de espécies regionais (RODRIGUES e COPPATTI, 2009).

Para Trigueiro (2003), o conceito de Percepção Ambiental pode ser entendido como um processo pelo qual o ser humano toma consciência do seu meio circundante, ou seja, é a maneira como o homem percebe o ambiente em que se encontra inserido, aprendendo a respeitar e a utilizar de melhor forma possível. Segundo Pizzioloet al. (2014) o estudo da Percepção Ambiental é crucial para compreender as inter-relações entre o homem e o ambiente.

Os estudos da Percepção Ambiental têm sido utilizados em bairros de diversas cidades brasileiras (LACERDA et al., 2010), buscando compreender a maneira como os moradores percebem estes ambientes, reconhecendo ou não os benefícios da arborização, o perfil de uso urbanístico das espécies e as vantagens e desvantagens que estas trazem para o meio urbano e o que podem fazer para melhorar ou manter os espaços verdes urbanos. Estas pesquisas podem ser úteis na elaboração do planejamento e manutenção da arborização de uma cidade, além da possibilidade de incluir a participação da população nas ações a serem desenvolvidas, desde o plantio a manutenção da vegetação (RODRIGUES et al., 2010).

Diante do exposto, o trabalho objetivou realizar um levantamento da diversidade florística da arborização urbana do município de Cuité-PB, além de analisar a percepção ambiental dos moradores acerca da arborização local, a fim de fornecer subsídios para a elaboração de projetos futuros de educação ambiental que visem contribuir para o desenvolvimento de ações conservacionistas voltadas à utilização de espécies nativas da Caatinga de potencial ornamental e com características biológicas e estéticas adequadas ao uso paisagístico no contexto urbano.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Aspectos e importância da arborização urbana nas cidades

O crescimento rápido e desordenado das cidades brasileiras dificultou a execução de planejamento adequado para o uso e ocupação dos solos. Isto há vem interferindo na qualidade de vida do homem e do meio ambiente (PIVETTA e SILVA FILHO, 2002; SILVA, BARROS e AMORIM, 2011). Nas últimas décadas, a população mundial passou a se aglomerar nos centros urbanos, contribuindo ainda mais com o crescimento contínuo das cidades (RODRIGUES et al., 2010), isso influenciou na retirada da vegetação para a construção de moradias, intensificando cada vez mais o processo de degradação do meio ambiente.

A destruição de habitats induzidas pela ação humana, a fragmentação dos espaços florestais urbanos e as invasões biológicas aos ecossistemas são responsáveis por ameaçarem a conservação da biodiversidade brasileira (MACEDO, 2014). Ainda segundo o autor (2014), à medida que se observa que os processos de degradação ambiental vêm se agravando descontroladamente, a arborização urbana, surge neste sentido como uma estratégia de conservação, se tornando uma solução ecológica e estética para as cidades.

A arborização urbana é uma tendência recentemente difundida no Brasil, comparado aos países europeus, tendo surgido há pouco mais de 120 anos (DANTAS e SOUZA, 2004; RODRIGUES et al., 2010; ALVAREZ et al., 2012). Embora, tenham se intensificado as buscas por soluções para unir as políticas públicas de áreas verdes urbanas (SCHUCH, 2006), no entanto, ainda são poucas as informações na literatura científica e contribuições técnicas sobre a arborização (LOBODA et al., 2005).

Para Ferreira e Amador (2013), a arborização urbana é compreendida como sendo a cobertura vegetal arbórea natural ou cultivada que as cidades ou centros urbanos apresentam em suas áreas livres públicas ou privadas. Ela se caracteriza por ser de grande importância para a população, influenciando direta ou indiretamente no bem-estar do homem e na qualidade do meio ambiente (GONÇALVES, SANTOS e SILVA, 2010).

Santos e Teixeira (2001) e Ribeiro (2009), afirmam que a arborização de vias públicas contribui para a qualidade do ar, sendo possível reter até 70% da poeira em suspensão, bem como reduzir a poluição sonora, pois as árvores possuem a função de refletir, refratar e absorver as ondas sonoras, diminuindo assim os níveis de ruídos. Além disso, as árvores são agentes redutores da temperatura do ar, visto que são ativas na direção e velocidade dos ventos, bem como interceptadoras da radiação advinda do céu e ainda proporcionam altos

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índices de umidade relativa do ar através da evapotranspiração (PIVETTA e SILVA FILHO, 2002; DANTAS e SOUZA 2004).

A arborização mal planejada implica em uma série consequências negativas para o meio urbano, ocasionado conflitos com as fiações elétricas, o entupimento de encanamento, as calhas, os calçamentos, os danos aos muros e postes, além dos transtornos relacionados a iluminação das ruas (RIBEIRO, 2009; CECCHETTO, CHRISTMANN e OLIVEIRA, 2014). Ainda segundo Ribeiro (2009), antes de fazer o plantio de uma espécie no meio urbano, deve-se fazer uma análideve-se do espaço disponível, levando-deve-se em consideração a distância entre a fiação elétrica e rede de esgoto, assim como a largura da calçada e demais aspectos.

O estudo das condições ambientais e a escolha adequada da espécie são fatores indispensáveis para o planejamento da arborização, conforme o Manual Para Elaboração Do Plano Municipal De Arborização Urbana do Paraná – PMARB, (2012). A escolha correta da árvore é fundamental quando se planejara arborização, pois diminuirá os custos com a manutenção ou até mesmo com a substituição da mesma do local inadequado (DANTAS e SOUZA, 2004; RESENDE, 2011). No entanto, antes de fazer a escolha da planta devem-se analisar alguns aspectos morfológicos da espécie, dentre eles: porte, crescimento, floração, frutificação, sistema radicular, tamanho das flores ou frutos, ausência de princípios tóxicos e tipo de copa (GONÇALVES e PAIVA, 2004; PIVETTA e SILVA FILHO, 2002). Outro fator ímpar para um bom planejamento é a preferência que se deve dar às plantas regionais (LACERDA, LIRA FILHO e SANTOS, 2011).

2.2 Uso das espécies nativas da Caatinga na arborização urbana

A Caatinga é atualmente considerada a quarta maior formação vegetacional do Brasil (ALBUQUERQUE et al., 2010), contudo pouca atenção tem sido dada à sua conservação (SILVA et al., 2004; SANTOS & FARIAS, 2013). Esta região sofre com a degradação ambiental que atualmente corresponde a mais de 80% de sua área (ALBUQUERQUE et al., 2010). Neste sentido, o uso das espécies exóticas na arborização das cidades intensifica cada vez mais o processo de degradação da Caatinga (ALVAREZ et al., 2012).

A Caatinga possui uma riqueza de espécies com potencialidade de uso ornamental que poderiam ser aproveitadas na arborização das cidades (OLIVEIRA et al., 2010). Todavia, devido à escassez dos estudos voltados ao conhecimento destas plantas, com a finalidade de uso atrelado ao paisagismo ainda tem sido limitado e, na maioria das vezes, desconhecido (KULCHETSCKI et al., 2006).

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Cavalcante et al. (2017), expõem que além da beleza peculiar, as plantas nativas são mais adaptadas as condições ambientais e apresentam maior resistência a incidência de pragas e moléstias do seu hábitat natural. Dessa maneira, a inserção das espécies nativas nos espaços urbanos apresentam benefícios evidentes em detrimento das exóticas, destacando os baixos custos de manutenção, contribui com a conservação ex-situ da flora e do material genético, com a redução dos riscos de invasões biológicas ocasionado pelo uso de espécies exóticas, além de permitir o alcance da educação ambiental, difundindo a identidade florística regional (HEIDEN, BARBIERI e STUMPF, 2006; KULCHETSCKI et al., 2006; MENEZES et al., 2015).

No semiárido, a arborização tem sido desenvolvida de maneira empírica e na maioria das vezes sem conhecimentos técnico-científicos que subsidiem ações de conservação voltadas à utilização das espécies nativas (ALVAREZ et al., 2012). Alguns estudos desenvolvidos na região do Semiárido evidenciam o uso das espécies exóticas na arborização urbana (DANTAS & SOUZA, 2004; OLIVEIRA, PARANHOS & ALVAREZ, 2007; RODRIGUES et al., 2010; SANTOS, LISBOA & CARVALHO, 2012; ALENCAR et al.; 2014; LUNDGREN, SILVA e ALMEIDA, 2013;BARBOSA, LOPES & LOPES, 2015).

2.3 Percepção Ambiental e arborização

A Percepção Ambiental na arborização se torna uma peça chave no sentido de compreender a maneira como os moradores percebem e avaliam a arborização local, visto quea partir da percepção dos cidadãos, será possível o estabelecimento de projetos futuros de Educação Ambiental, que visem à utilização destes recursos naturais de maneira mais sustentável. Neste sentido, essas pesquisas podem ser úteis na elaboração do planejamento da arborização de uma cidade, além de incluir a participação da população nas ações de plano de gestão e manutenção das árvores nos espaços urbanos (RODRIGUES et al., 2010).

Apesar dos avanços quantitativos dos trabalhos voltados ao campo da análise da percepção ambiental dos indivíduos sobre os diversos segmentos ligados ao tema meio ambiente e aos recursos naturais, no entanto, ainda são poucas as pesquisas que buscam reunir informações aprofundadas acerca da percepção de moradores sobre a arborização urbana, destacando-se os estudos de Malavasi e Malavasi (2001), Roppaet al. (2007), Teixeira et al. (2009) e Ribeiro (2009), Rodrigues et al.(2010), Ferreira e Amador (2014), Pizziolo et al.(2014), Ho et al.(2015), Maia et al. (2017) e Souza et al. (2017).

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Sabe-se, no entanto, que são poucos os estudos na região Nordeste com este temaque vêm sendo desenvolvidos em cidades do interior da Paraíba (LACERDA et al., 2010; ARAÚJO, ARAÚJO e ARAÚJO, 2010; SOUZA et al., 2017). Na Microrregião do Curimataú Ocidental, com enfoque para o município de Cuité-PB, as pesquisas com esse caráter científico são inexistentes. Mediante a necessidade desses estudos, deve-se haver uma maior explanação e investigação na região, bem como o desenvolvimento de projetos com relevância educativa e informativa voltados para a arborização local.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área de estudo

A pesquisa foi desenvolvida na zona urbana do município de Cuité-PB (06˚ 28’53’ 94” S; 36˚ 08’ 58’87” W”), localizado na Mesorregião do Agreste Paraibano e Microrregião do Curimataú Ocidental (figura1), Nordeste do Brasil. Sua população é estimada em 19.978 habitantes, dos quais 13.462 residem na zona urbana (IBGE, 2010).

Figura 1. Vista área da cidade de Cuité-Paraíba, Nordeste do Brasil.

Fonte: Google earth, 2018.

O clima característico é semiárido, mas devido a sua atitude a temperatura é quase sempre anema oscilante entre 17º a 25º C (COSTA, 2005; CPRM, 2005). A região apresenta fitofisionomia típica de áreas de Caatinga. Sua cobertura vegetal é caracterizada como mata Serrana Subcaducifólia, com ampla diversidade espécies nativas e exóticas (CPRM, 2005).

3.2 Coleta e análise dos dados

A pesquisa foi realizada nos bairros: São José, Jardim Trevo, Ulisses Guimarães, Jardim Planalto, Maria Pessoa, Básilio da Fonseca, São Vicente, Centro, Jaime Perreira da Costa, Santo Antônio, Antônio Mariz, 25 de Janeiro, Novo Retiro, Das Graças e Castelo Branco. O período de realização da pesquisa foi de outubro 2017 a janeiro de 2018.

As atividades foram desenvolvidas em etapas:

1ª etapa: Foram realizadas expedições aleatórias para observação diretas das espécies

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informações, tais como: nome científico e popular, família botânica, e origem (Exótica ou Nativa).

2ª etapa: Foram escolhidas aleatoriamente 75 (setenta e cinco) residências de moradores que possuíam a calçada arborizada, sendo selecionado um integrante com idade superior a 18 anos de cada grupo familiar. Antes da aplicação dos formulários, foi explicada à natureza e objetivo da pesquisa. Os entrevistados formalizaram o aceite de participação da pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Apêndice A), ficando uma via com a pesquisadora e outra com o informante.

Os dados foram coletados através da utilização de formulários semiestruturados complementados por conversas informais (ALBUQUERQUE, LUCENA ALENCAR, 2010), bem como anotações em caderneta de campo, observações diretas in loco para identificação das espécies e registros fotográficos. O formulário continha questões socioeconômicas e específicas referentes à definição, importância, as vantagens e desvantagens da arborização; a origem e uso de espécies utilizadas; a manutenção e conservação das espécies vegetais existentes nas vias públicas; indicação de plantas nativas da Caatinga para a arborização da cidade de Cuité-PB (Apêndice B), dentre outros conceitos acerca da temática trabalhada.

As espécies foram identificadas com o auxílio de literatura botânica especializada (MAIA, 2004; LORENZI, 2009; LISTA DE ESPÉCIES DA FLORA DO BRASIL 2020 EM CONSTRUÇÃO 2018; CNIP, 2018). O sistema de classificação taxonômica seguiu de acordo com o AngiopermPlylogenyGroup – APG III (2009). Foi consultado a “Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção” (2014), para que se averiguar se alguma das espécies citadas pelos entrevistados, figura em uma das categorias adotadas pela Lista vermelha da União Mundial para a Natureza (UICN, 2013).

Os dados foram tabulados em planilhas eletrônicas, utilizando-se a Microsoft Office Excel 2016©. Em seguida, analisados de forma qualitativa, seguindo do modelo de união das diversas competências individuais (HAYS, 1976). Adicionalmente, utilizou-se a estatística descritiva, ou seja, a frequência absoluta das respostas dos entrevistados foi calculada e transformada em porcentagem.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1Primeira etapa: Diversidade florística na arborização urbana de Cuité, PB

No levantamento realizado no perímetro urbano da cidade de Cuité-PB, foram identificadas 64 espécies, classificadas em 52 gêneros e distribuídos em 18 famílias botânicas (Tabela 1).

As espécies botânicas encontradas na cidade de Cuité-PB, é inferior as observadas no levantamento de Camilo, Bregagnoli e Souza (2013) na cidade de Guaxupé, sul do Estado de Minas Gerais. Tal resultado pode ser explicado por diversos fatores, tais como, a pouca valorização da flora nativa pela população o que reflete nas ações de preservação ocasionando o desaparecimento da vegetação existente no perímetro da cidade.

As famílias botânicas com maior número de espécies, foram Fabaceae (17 espécies), Anarcardiaceae (7), Bignoniaceae (7), Apocynaceae (6), Malvaceae (6), Arecaceae (5), demais famílias variaram entre três a uma espécie.

A família Fabaceae se destaca pela quantidade e diversidade de espécies, com destaque para os táxons pertencentes aos gêneros Hymenaea, Caesalpinia, Cassia, Erythrina, Peltophorum, Clitoria Enterolobium, Adenanthera, Bauhinia e Senna. Diversas espécies desta família tem sido utilizadas na arborização, devido aexuberância das flores no período de floração (LORENZI, 2009).

O estudo desenvolvido nas praças de Nova Xavantina – MT, por Lima, Kreutz e Pereira (2015), também demonstraram uma maior representatividade da família Fabaceae, como o de Camilo, Bregagnoli e Souza (2013) na cidade de Guaxupé, sul do Estado de Minas Gerais. Da mesma forma, no trabalho de Vichiato e & Ádamo (2016), ao estudar as plantas herbáceas e arbustivas nativa da flora brasileira com potencial ornamental.

No levantamento realizado foi verificado que a maior parte das espécies (67% do total) são de origem exótica. As demais são nativas brasileiras (33%). Estes dados confirmam que a maioria das espécies que compõe a arborização da cidade de Cuité não pertencem ao bioma Caatinga.

Dantas & Souza (2004), ao estudar as espécies utilizadas na arborização da cidade de Campina Grande-PB, relataram que 51,2% das espécies eram exóticas, representando 67,2% dos espécimes amostrados. Seguindo essa mesma tendência, Kramer e Krupek (2012), na cidade de Guarapuava, Estado do Paraná, registraram 48% espécies exóticas, correspondendo a 59,8% do total de indivíduos estudados.

(22)

Atualmente, o aumento na utilização das espécies exóticas na arborização das cidades no semiárido paraibano, é uma prática bastante preocupante, visto que essa tendência tende a aumentar os riscos da perda da biodiversidade nativa (LACERDA et al., 2011).

Em relação ao hábito das plantas, as arbóreas representaram 72% do total das espécies identificadas,enquanto as arbustivas e as palmeiras constituem, respectivamente, 20% e 8% (Tabela 1). O estrato arbóreo é composto, em sua grande maioria, por indivíduos pertencente as famílias: Anacardiaceae, Annonaceae, Bignoniaceae, Brassicaceae, Cactaceae, Chysobalanceae, fabaceae, Malvaceae, Meliaceae, Myrtaceae,Moraceae e Sapindaceae (Tabela 1). Das palmeiras identificadas, sobressaiu-se: C. prunifera Mill.,C. babadensis, O. bacaba Mart. (Bacaba) R.oleracea (Jacq.), D. lutescens Wendel.

Quanto ao estrato arbustivo, as espécies que se destacaram foram: A. cathartica L.-(Alamanda) N. oleander L.(Espirradeira) P. rubra L. (Jasmim-manga), T.peruviana (Chapéu-de napoleão, P. pudica Jacq .(Buque-(Chapéu-de-noiva), T. stans (L.) Juss (Ipê-mirim), C.pulcherrima (L.) Sw .(Famboyant-mirim), G. hirsutum L.(Algodão- mocó), H.rosa-sinensis L.(Hibisco), P.guajava L. (Goiaba), M. emarginata DC.(Acerola), Bougainvillea spectabilis Willd.-(Primavera)e Citruslimon (L.) Burm(Limão).

Observou-se, portanto, a utilização de espécies potencialmente nocivas ao seres humanos e animais, devido estas espécies possuírem substâncias tóxicas com destaque para o F. benjamina L., N. oleander L., P. rubra L, T. peruviana-K. Schum, A.indicaJuss Nim, P.pudicaJacq. e T.populnea (L.). Estas espécies são utilizadas respectivamente na arborização de todo o país, inclusive em Cuité -PB.

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FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME

POPULAR ORIGEM ANACARDIACEAE

Spondias tuberosa Arruda Umbu N Schinopsis brasiliensis Engl Braúna N Myracrodruon urundeuva

Allemão Aroeira Nativa N Schinus terebinthifolius

Raddi.

Aroeira da

praia E Mangifera indica L. Mangueira E Anacardium occidentale L. Cajueiro E Schinus molle L. Aroeira Salsa E

ANNONACEAE

Annona squamosa L. Pinheira E Annona muricata L. Graviola E

APOCYNACEAE

Allamanda cathartica L. Alamanda E Himatanthus phagedaenicus Burra leiteira E Nerium oleander L. Espirradeira E

Plumeria rubra L.

Jarsmim –

manga E Thevetia peruviana (Pers.)

Schum

Chapéu-de-napoleão E Plumeria pudica Jacq. Buque de noiva E

ARECACEAE

Copernicia prunifera Mill. Carnaúba N Coccothrinax babadensis Palmeira Leque E Oenocarpus bacaba Mart. Bacaba E

Roystonea oleracea (Jacq.)

Palmeira Imperial

E E E Dypsis lutescens Wendel Areca bambu

BIGNONIACEAE E

Tabebuia chrysotricha Mart. Ipê – cascudo

FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME

POPULAR ORIGEM

Tabebuia caraíba Mart . Craibeira N Crescentia cujete L Coité E Tecoma stans (L.) Juss Ipê –mirim E Tabebuia impetiginosa Mart. Ipê-roxo N Tabebuia serratifolia Vahl. Ipê-amarelo N Handroanthus avellanedae Ipê –Rosa N

BRASSICACEAE

Crateva tapia L. Trapiá N

CACTACEAE

Cereus jamacaru DW. Mandacaru N

CHYSOBALANCEAE

Licania tomentosa (Benth.) Oiti N

COMBRETACEAE

Terminalia catappa L. Castanhola E

FABACEAE

Hymenaea courbaril (L). Jatobá N Caesalpinia Pyramidalis Tul. Catingueira N Cassia fistula L. Acácia E Erythrina velutina Willd Mulungu N PeltophorumdubiumSpreng Canafístula N Caesalpinia ferrea Mart. Jucá N Clitoria fairchildiana Howard Sombreiro N Enterolobium contortisiliquum (Vell.)Morong Orelha-de-macaco N Caesalpinia pulcherrima (L.)Sw. Famboyant mirim E Adenanthera pavonina L. Tento coralina E Bauhinia variegata L. Pata de vaca E Prosopis juliflora (Sw.) DC Algaroba E

Paubrasilia echinata L. Pau -brasil

N

FAMÍLIA/ESPÉCIE

NOME

POPULAR ORIGEM

Delonix regia (Bojer ex Hook Flamboyant E Senna siamea (Lam) Cássia siamesa E Tamarindus indica L. Tamarindo E

Senna spectabilis W. Schrad.

Flor-de-são-joão E

MALPIGHIACEAE

Malpighia emarginata DC. Acerola E

MALVACEAE

Ceiba glaziovii K. Schum Barriguda N Gossypium hirsutum L. Algodão- mocó E Thespesia populnea (L.) Tespésia E Hibiscus rosa-sinensis L. Hibisco E Pachira aquatica Aubl Falso-cacau E

Hibiscus pernambucensis A.

Algodão da

Praia E

MELIACEAE

Azadirachta indica Juss. Neem E

MORACEAE

Artocarpusheterophyllus Lam. Jaqueira E Ficus benjamina L. Fícus E

MYRTACEAE

Syzygium malaccense (L.) Jambo E Syzygium cumini (L.) Skeels Azeitona-preta E Psidium guajava L. Goiaba E

NYCTAGINACEAE

Bougainvillea spectabilis

Willd. Primavera E

RUTACEAE

Citrus limon (L.) Burm. f. Limão E

SAPINDACEAE

Talisia esculenta Radlk. Pitomba N

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4.2 Segunda etapa das atividades: Percepção dos moradores sobre a arborização urbana da cidade de cidade de Cuité, PB

4.2.1Perfil socioeconômico dos entrevistados

Foram entrevistados 75 moradores que possuíam árvores na fachada principal de suas residências. Destes, 52% são mulheres e 48% homens, com idade variando entre 19 e 80 anos. Considerando este intervalo de idades, as faixas etárias mais frequentes foram entre de 19 a 35 anos (31 entrevistados). Maia et al. (2017), ao estudar a percepção ambiental dos moradores do bairro Fonte Boa, município de Tefé - Amazonas, constataram que 47% dos entrevistados tinha idade inferior a 30 anos. Tais dados nos fazem refletir sobre a importância de compreender a percepção ambiental de pessoas sobre arborização nas diferentes gerações.

No que diz respeito ás atividades ocupacionais, se verificou que cerca de 35% (n=29) são agricultores, seguida de estudantes 23% (n=14). Esses dados levam a crê que a renda mensal é obtida através da agricultura, comércio, aposentadorias, benefícios do Governo Federal (Bolsa Família) e funcionalismo público.

Em relação às condições de moradia, foi verificado que 80% (n=60) dos entrevistados residem em casa própria e 16%(n=12) em residência alugada. Os grupos familiares são compostos por cerca de 1 a 3 pessoas (51%; n=38), a maioria 52% (n=39) tem renda mensal igual a 1 (um) salário mínimo (R$ 953,00). Os moradores que ganham de 1 a 3 salários ou mais, correspondem aos aposentados e servidores públicos, e/ou aqueles que desenvolvem alguma atividade, como por exemplo, vendedor ou comerciante.

No tocante ao nível de escolaridade, cerca de 29% (n=22) dos entrevistados possuem o ensino fundamental incompleto. Os dados mostram as dificuldades enfrentadas no passado quanto à escolarização, na medida em que a grande maioria dos moradores relatou não ter continuado os estudos devido ao ingresso precoce no mercado de trabalho.

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Tabela 2. Dados relativos ao perfil socioeconômico dos moradores da cidade de Cuité, Paraíba. Perfil socioeconômico Fr (%) Sexo Feminino 52 % Masculino 48% Idade 19 a 35 41% 36 a 45 20% 6 a 65 28% 66 a 80 11% Profissão Agricultor 39% Estudante 19% Aposentada 9% Funcionário público 9% Frentista 4% Marceneiro 3% Doméstica 7% Comerciante 3% Vendedor 3% Agente de endemias 1% Agente de saúde 1% Autônomo 1% Radialista 1% Condição de Moradia Casa própria Alugada Cedida 80% 16% 4% Tamanho da família Moram sozinhos 9% 1a 3 Pessoas 51% 4 a 7 Pessoas 35% 8 a 10 pessoas 5% Escolaridade Nenhuma escolaridade 8% Fundamental completo 3% Fundamental incompleto 29%

Ensino Médio incompleto 16 %

Ensino Médio Completo 16%

Superior incompleto 13%

Superior completo 15%

Renda Familiar Mensal

1 Salário Mínimo 52%

1a 3 salários 45 %

Superior a 3 salários mínimos 3%

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4.2.2 Dados sobre o tema arborização

Ao serem indagados sobre o significado da arborização urbana, 52% (n=39) dos entrevistados afirmaram conhecer a definição, seguido de 45% (n=34) que não conhecem e 3% (n=2) não responderam (Figura 2).

Figura 2. Respostas dos entrevistados para a seguinte questão: Você conhece a definição da arborização urbana?

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Entre os moradores que afirmaram conhecer o significado da arborização urbana, 54% (n=21) correlacionaram o termo a sua importância ambiental e ecológica. Conforme se observa no depoimento dos entrevistados, as definições e atribuições referentes ao tema estudado apresentam caráter positivo (p.ex.“as árvores que são plantadas na cidade, servem para contribuir com o equilíbrio do meio ambiente e ainda traz vários benefícios ao ser humano”- N. G. V, 40 anos), devido aos benefícios proporcionados ao meio urbano (p.ex. “a arborização é importante para manter o ar limpo e livre de poluição”- M. C. M, 46 Anos).

Houve ainda 46% (n=18) dos entrevistados que relacionaram à arborização as árvores presentes nas ruas e avenidas, assim como também foram capazes de perceber as mudanças e alterações na paisagem da cidade e na qualidade do meio ambiente. (p.ex. “as árvores presentes no meio urbano melhora a aparência e aspecto visual [da cidade], como também [promove] melhorias nas condições ambientais” - H. S. S, 28 anos).

Observou-se que mais da metade dos entrevistados possuem uma boa percepção ambiental sobre a arborização, relacionando a temática com as árvores presentes na cidade e seus benefícios ecológicos e ambientais, de fato o significado da palavra arborização foi

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conceituada corretamente. De acordo com Ferreira e Amador (2013), entende-se por arborização como sendo toda cobertura vegetal de porte arbóreo presentes em áreas livres públicas ou privadas de uma cidade.

Quando questionados acerca dos benefícios advindos do plantio de árvores nas calçadas ou nos canteiros da cidade onde reside, os moradores assinalaram mais de uma vantagem, 33% (n=65) citaram a sombra, 24% (n=48) a redução do calor, 14% (n =27) flores, 11% (n=22) frutos, e por fim, uma pequena porcentagem se dividiu entre os que citaram efeito estético e abrigo e alimentos para os animais (9%; n=17 para cada categoria de respostas recém-criadas) (Figura3). Além disso, alguns dos participantes da pesquisa acreditam que as árvores contribuem com a purificação do ar, torna a paisagem mais agradável e colabora de maneira direta para a preservação de espécies da flora e fauna da região. Tal fato nos permite confirmar que, apesar de alguns dos moradores não saberem definir o significado correto da arborização, os mesmos têm conhecimento sobre as necessidades e vantagens das árvores no meio urbano.

Figura 3. Principais vantagens atribuídas á arborização urbana segundo os moradores da cidade de Cuité, Paraíba.

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Os moradores reconheceram a sombra e a redução do calor como os principais benefícios provenientes da arborização, podendo este fato ser justificado pela localização da cidade de Cuité-PB que está inserida na região do Semiárido, onde as condições climáticas

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são marcadas por longos períodos de estiagens e temperaturas elevadas. Evidentemente, a população percebe a importância da presença das árvores na área urbana para lhes proporcionar um maior conforto ambiental (LACERDA, LIRA FILHO e SANTOS, 2011). As flores e frutos também foram muito citados pelos moradores, demonstrando que o plantio de árvores além de embelezar a cidade traz ganhos ambientais.

Resultados semelhantes quanto aos benefícios provenientes das árvores foram encontrados em trabalhos desenvolvidos por Malavasi e Malavasi (2001), em Cândido Rondon, PR, Roppa et al. (2007) em Santa Maria, RS, Ribeiro (2009) em Uberlândia, Pizziolo et al. (2014) em Ubá, MG, Maia et al.(2017) em Tefé - Amazonas e MG e Souza et al. (2017) em Patos-PB. Foi constatado em todos esses estudos que a maioria dos entrevistados também considera a sombra e redução de calor como as principais vantagens da arborização.

Com relação às desvantagens e/ou prejuízos que as árvores causam ao ambiente da cidade ou bairro onde residem, os moradores elencaram mais de um dano, 31% (n=32) citaram os problemas nas calçadas ocasionada pelo sistema radicular das plantas, 28% (n=29) elencaram a sujeira nas calçadas provocada pela queda das folhas e flores, 16% (n=16) não veem nenhum prejuízo, 15% (n=15) relataram a redução na iluminação, e 10% (n=10) assinalaram como sendo os problemas relacionados à rede elétrica e telefônica (Figura4).

Figura 4. Principais desvantagens atribuídas á arborização urbana segundo os moradores da cidade de Cuité, Paraíba .

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Ferreira e Amador (2013), ao analisar a percepção da população sobre as espécies utilizadas na arborização das praças e calçadas do município de Lajedo-PE, constataram que 77,8% dos entrevistados responderam que a grande desvantagem proveniente da arborização seria os problemas nas calçadas provocados pelas árvores. Por isso a importância do planejamento nas escolhas das espécies que apresentem sistema radicular ideal para a arborização urbana.

Em uma pesquisa similar, realizada em praças do município de Patos-PB, Souza et al. (2017) verificaram que os entrevistados apontaram a sujeira das ruas como a principal desvantagem da arborização, correspondendo a 70% das respostas. Os autores elencaram ainda outras desvantagens que segundo os moradores, seria os problemas na calçada (15%), redução na iluminação pública e problemas nas redes elétricas e telefônicas (7% para cada categoria ora citadas).

Observa-se que a maioria das espécies presentes na arborização da cidade de Cuité foram introduzidas pelos próprios moradores, estes visando principalmente a sombra. O plantio foi feito de forma aleatória, dentre as árvores, estão: o Fícus Benjamina, Azadirachta indica e Terminalia catappa,no entanto, estas plantas possuem raízes superficiais, o que é prejudicial aos calçamentos. Contudo, a introdução dessas espécies no espaço urbano é consequência da ausência de orientação técnica para a população no momento da escolha das espécies e da realização do plantio, assim como nas atividades de manejo e execução de podas (RIBEIRO, 2009).

Cerca de 47% (n=35) dos entrevistados manifestaram-se, em sua maioria como sendo o responsável pela iniciativa de plantio do espécime no imóvel, justificando os motivos pelos quais levaram a escolher a espécie, em que: 29% (n=9) citaram a sombra; 17% (n=6) efeito estético (embelezamento da cidade); 23%(n=9) o sistema radicular ideal ao tipo de calçadas; 17% (n=6), alegaram ser a única muda que estava sendo doada pela prefeitura; 6% (n=2) preferiram pelo rápido crescimento da espécie, 2% citaram a proteção do transito e 6% (n=2) escolheram a árvore visando os frutos (Figura 5). Os dados levam a crê que a falta de participação dos moradores na arborização pode está relacionada com as condições de moradia e o tempo de residência dos entrevistados no local. Desta maneira, pode-se constatar que no momento que o morador atual chegou ao imóvel, à planta já estava estabelecida, e assim supõe-se que as mudas foram plantadas pelos proprietários ou por antigos moradores.

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Figura 5. Motivo da escolha da árvore plantada em frente fachada principal da residência dos moradores da cidade de Cuité, Paraíba.

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Em relação à identificação da árvore ou arbusto plantado em frente à residência, a expressão majoritária de 77% (n=58) dos moradores identificaram a espécie. Apesar de a maioria conseguir fazer a identificação, houve ainda aqueles 23% (n=17) que se enquadraram no item não sabem e, preferiram não arriscar nenhum nome, supõe-se que estes mesmos entrevistados consequentemente, não sabem nenhuma informação quanto à adequação das espécies para o plantio em ambientes urbanos.

Foram identificadas em frente à residência dos entrevistados, um total de 19 espécies arbóreas e arbustivas(Apêndice C). Entre as espécies vegetais, as mais encontradas foram: Fícus benjamina L. (Fícus 29%; n= 17); Azadirachta indica Juss. (Neem 23%; n= 14); Terminalia catappa L. (Castanhola 12%; n=7); Paubrasilia echinata L.(Pau-Brasil 3%; n=2); Plumeria pudica Jacq. (Buque-de-noiva 3%; n=2), Hibiscus pernambucensis Arruda. (Algodão - da - praia 3%; n=2); Cassia fistula L. (acácia 3%; n=2) e as demais 2% (n=1) cada espécie (Figura 6).

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Figura 6. Distribuição das espécies encontradas em frente à residência dos moradores da cidade de Cuité, Paraíba.

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Originário da Índia e Malásia, o Fícus benjamina (Moraceae) tem sido bastante utilizado para arborização das cidades, devido ao seu fácil poder de adaptação aos mais variados tipos de climas e solos, assim como também por apresentar rápido crescimento e copa vistosa, extremamente fechada (GOMES et al., 2017). Aliado a isto, a introdução desta planta no ambiente urbano ocorre em virtude do desconhecimento da população acerca das características físicas e biológicas da espécie. Todavia, o fícus é considerado como uma das espécies exóticas inviáveis para uso na arborização, por apresentar sistema radicular superficial que aflora sobre o solo e ocasiona diversos danos os calçamentos e tubulações subterrâneas (CARVALHO et al., 2013).

O Nim (Azadirachta indica (A. Juss) é uma espéciearbórea de origem asiáticae natural das regiões do subcontinente indiano (NEVES, OLIVEIRA & NOGUEIRA, 2003). Ainda segundo o autor, devido ao seu rápido crescimento e fornecimento de sombra, a espécie tem sido bastante utilizada na arborização das vias públicas de várias cidades. Enquanto no campo, sua utilização é como quebra-vento, em áreas pouco chuvosas e com muitos ventos, tem a função de, proteger as culturas da dessecação.(NEVES , OLIVEIRA e NOGUEIRA, 2003)). Contudo, o Nim também pode acarretar prejuízos ambientais à fauna e flora, devido ao seu efeito como inseticidas. Desta forma, sugere-se que seja adotada medidas preventivas de

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controle para o plantio desta planta na cidadede Cuité, uma vez que a proliferação desta espécie pode acabar se tornando um contribuinte para a perda da biodiversidade local.

No que concerne à origem dessas espécies, verificou-se que apenas o Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) (Ipê-roxo) e o Paubrasilia echinata L. (Pau-brasil) são consideradas nativas do Brasil. Tal resultado denota a necessidade de elaboração de um plano de arborização urbana que considere a origem das espécies, e recomende o uso de plantas nativas da região adequadas à arborização urbana, pois estas possuem o benefício de estarem inteiramente adaptadas às condições de solo, clima e, consequentemente, ao ecossistema local.

Ao serem questionados sobre a origem das espécies vegetais utilizadas na arborização urbana da cidade de Cuité, 39% (n=29) dos entrevistados alegaram que as plantas são oriundas de outras regiões (exóticas), 32% (n=24) afirmaram que todas são originárias do ambiente onde estão inseridos (nativas), 24% (n=18) não souberam responder e os demais (5%; n=4) afirmaram a ocorrência tanto espécies exóticas como nativas (Figura 7). Estes dados demonstram a percepção errônea dos moradores, provocada provavelmente pela falta de conhecimentos e de relação com o ambiente onde estão inseridos.

Figura 7. Percepção dos moradores sobre a origem das espécies utilizadas na arborização urbana do município de Cuité, Paraíba.

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Cerca de 59% (n=44) dos entrevistados têm conhecimento sobre o potencial ornamental das plantas da Caatinga, mencionando um total de 35 (trinta e cinco) espécies vegetais que consideram nativas utilizadas na arborização da cidade, todas distribuídas em 20 famílias e 33 gêneros (tabela 3).

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Tabela 3. Lista de espécies utilizadas na arborização da cidade de Cuité-PB e consideradas como nativas da Caatinga pelos moradores entrevistados.

FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR ORIGEM CITAÇÕES FR%

ANACADIACEAE

Mangifera indica L. Mangueira Exótica 5 4,5%

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro Nativa 4 3,6%

Anacardium occidentale L. Cajueiro Exótica 1 0,9%

ANNONACEAE

Annona muricata L. Graviola Exótica 1 0,9%

APOCYNACEAE

Catharanthus roseus Boa noite Exótica 1 0,9%

ARECACEAE

Cocus nucifera(L) Coqueiro Exótica 1 0,9%

Palmeira sp Palmeira Exótica 1 0,9%

ARACEAE

Dieffenbachia amoena Bull. Comigo-ninguém-pode Exótica 2 1,8% ARAUCARIACEAE

Araucaria bidwilliiHooker Pinheiro Exótica 3 2,7%

BIGNONIACEAE

Handroanthus impetiginosusMart. Ipê-roxo Nativa 9 8,1%

Crescentia cujete L Coité Exótica 12 10,8%

Tabebuia caraíba Mart. Craibeira Nativa 3 2,7%

Handroanthus avellanedae Ipê-rosa Nativa 1 0,9%

Tabebuia serratifoliaVahl. Ipê-amarelo Nativa 1 0,9%

CACTACEAE

Cereus jamacaru DW. Cardeiro Endêmica 3 2,7%

Pilosocereus paclrycladusRitter Facheiro Endêmica 1 0,9%

CARYOPHYLLACEAE

Dianthus caryophyllus L Cravo Exótica 1 0,9%

COMBRETACEAE

Terminalia catappa L. Castanhola Exótica 2 1,8%

FABACEAE

Cassia fistula L. Acácia Exótica 3 2,7%

Enterolobium contortisiliquum Morong Tambor Nativa 2 1,8%

Peltophorum dubium (Spreng.) Canafístula Nativa 1 0,9%

Paubrasilia echinata L. Pau-brasil Nativa 3 2,7%

Prosopis juliflora (Sw.) DC Algaroba Exótica 13 11,7%

LAURACEAE

Persea americana Mill. Abacate Exótica 2 1,8%

MALVACEAE

Hibiscus rosa-sinensis L. Hibisco Exótica 1 0,9%

Hibiscus pernambucensisArruda. Algodão-do- Pará Exótica 4 3,6%

Gossypium hirsutum L. Algodão – mocó Exótica 1 0,9%

MALPHIGIACEAE

Malpighiae marginata DC. Acerola Exótica 1 0,9%

MELIACEAE

Azadirachta indica A. Juss Nim Exótica 5 4,5%

MYRTACEAE

Eucalyptus globulus Labill. Eucalypto Exótica 2 1,8%

MORACEAE

Ficusbenjamina L. Fícus Exótica 17 15,4%

Artocarpus heterophyllus Lam. Jaqueira Exótica 1 0,9%

MUSACEAE

Musa spp Bananeira Exótica 1 0,9%

ROSACEAE

Rosa chinensis var. Roseira Exótica 1 0,9%

RUTACEAE

Citrussinensis L. Laranjeira Exótica 1 0,9%

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Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Dentre as espécies vegetais, as mais citadas foram: F. benjamina L. (Fícus 15,4%; n=17); C. cujete L. (Coité 10,8%; n=12); P. juliflora (Sw.) DC (Algaroba 11,7%; n=13); H.impetiginosus(Mart. ex DC.) (Ipê – roxo 8,1%; n=9); M. indica L. (Mangueira 4,5%; n= 5) e A. indicaJuss (Neem 45%; n=5) (Tabela 2). As famílias botânicas mais representativas quanto ao número de espécies foram: Fabaceae(14%; n=5), Bignoniaceae (14%%; n=5) e Anacardiaceae (11%; n=4) e as demais variaram entre 6% e 3% (respectivamente n=2 e n=1). Estas se constituem, portanto, nas famílias que têm maior representatividade no imaginário dos participantes da pesquisa.

Tais dados nos fazem refletir sobre a importância das espécies da família Fabaceae para uso no paisagismo, sendo, portanto, bastante utilizadas na arborização urbana, englobando plantas dos mais variados habitats e portes, com importância alimentícia, medicinal, madeireiro, ornamental, forrageira e extração industrial de produção de compostos químicos (FALCE et al., 2012).

Sobre a origem das espécies, é interessante notar a falta de conhecimento por parte dos entrevistados, haja vista um número significativo considerarem culturalmente como nativas, o Fícus (F. benjamina L.) Algaroba (P. juliflora (Sw.) DC.) e o Coité (Crescentia cujete L), utilizadas, respectivamente, para a ornamentação das cidades e forragem para os animais. Estas são espécies vegetais introduzidas que se adaptaram perfeitamente na região semiárida do Brasil. No entanto, acredita-se que, estes vegetais estejam presentes nas respostas devido à sua distribuição e contribuição na parte econômica na região da Caatinga (ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002). Em suma, pode-se afirmar que os participantes da pesquisa, reconheceram apenas as espécies vegetais que fazem parte do meio onde eles residem e interagem.

Ao questionar os moradores sobre as formas de colaboração com a manutenção e conservação das espécies existentes em frente à residência ou no bairro onde reside, a maioria (68%; n=51) afirmaram não colaborar de nenhuma maneira. Estes dados acendem uma preocupação vigente em relação à conservação de muitas espécies vegetais exóticas e nativas e ao processo de sensibilização dos entrevistados, por meio do processo educativo informal, na medida em que se observa que o quadro de degradação da flora tende a se agravar no decorrer dos anos, e que estes mesmos moradores devem se tornar os agentes promotores da preservação e conservação da paisagem local.

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Em se tratando de soluções a fim de se manter e conservar as espécies vegetais no meio urbano, apenas 32% (n=24) dos entrevistados respondeu que desenvolvem alguma ação. Destes, 93% (n=39) fazem a manutenção das plantas (irrigação, adubação e podas), além dessa colaboração 5% (n=2) sensibilizam a população acerca da importância de preservar os vegetais já existentes e 2% (n=1) não danificam as árvores. Lacerda et al. (2010), ao estudar a percepção dos moradores de São José de Piranhas (PB) sobre a arborização urbana, constataram uma grande atuação por parte da população na implantação e manutenção de árvores no meio urbano. Ferreira e Amador (2013) observaram que a maioria (40%) dos entrevistados colabora plantando árvores.

Acerca de ações que deveriam ser feitas no sentido de melhorar a arborização da cidade de Cuité-PB, os entrevistados expuseram várias sugestões, como por exemplo, plantar mais árvores no espaço urbano, mobilizar a população na manutenção e preservação das espécies já existentes, intensificar os investimentos por parte da prefeitura. Angelis (2012), em um estudo sobre a educação ambiental como ferramenta para a conscientização sobre aarborização urbana da cidade de Maringá-PR, constataram que 46,2% dos entrevistados citaram que o plantio de um número maior de árvores seria uma alternativa viável para melhorar a arborização.

Os entrevistados sugeriram também a criação de um grupo de apoio, constituído por uma equipe técnica qualificada. Estes profissionais deverão orientar a população na escolha, plantio adequado e nas práticas sistematizadas de manutenção das espécies na área urbana. Um depoimento que expressa bem à sugestão dos moradores para a melhoria na arborização diz que: “[...] é preciso criar um grupo de apoio composto por profissionais capacitados, para sensibilizar a população a plantar mais árvores [...]”-N.G. V, 40 anos).

Os moradores indicaram um total de 39 (trinta e nove) espécies nativas e exóticas (Tabela 3), para ser utilizada na arborização da cidade de Cuité-PB. Entre as espécies, 21 (vinte e uma) são nativas do Brasil e algumas já são efetivamente utilizadas na arborização. O uso dessas plantas proporciona uma série vantagens ecológicas e estéticas à cidade, sendo importante principalmente para a conservação da diversidade florística regional.

A maioria dos moradores indicou o uso das espécies visando à sombra, que essa vantagem foi apontada pelos entrevistados no decorrer deste trabalho. Além dessa preferência, ainda foi possível verificar que 15% (n=6) sugeriram a implantação de frutíferas, que também com um planejamento adequado e cuidados de manutenção, se mostra como um benefício indispensável para a manutenção da fauna silvestre.

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Tabela 4.Espécies nativas da Caatinga indicadas pelos moradores para serem utilizadas na arborização urbana do município de Cuité, Paraíba. Legenda: Al– Alimentício; ME- Medicinal; FO – Forrageiro; OR- Ornamental; AR- Artesanal; MA-Madereira.

FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME

POPULAR CITAÇÕES

POTENCIAL

DE USO FR%

ANACARDIACEAE

Anacardium occidentale L. Cajueiro 6 AL, ME 4,2%

Mangifera indica L. Mangueira 8 AL, ME 5,6%

Schinopsis brasiliensis Engl Braúna 5 ME,FO,MA 3,5%

Spondias tuberosa Arruda Umbuzeiro 16 AL, ME, FO 11,1%

Myracrodruon urundeuvaAllemão Aroeira 5 ME, FO,MA 3,5%

ARECACEAE

Roystonea oleracea (Jacq.) Palmeira 2 OR 1,4%

Copernicia prunifera Mill. Carnaúba 1 OR, AR 0,7%

Cocus nucifera (L) Coqueiro 1 AL,OR 0,7%

BIGNONIACEAE

Handroanthus impetiginosa Mart. Ipê-roxo 17 ME,OR,MA 11,9%

Tabebuia caraíba Mart. Craibeira 7 ME,OR,MA 4,9%

Tabebuia serratifoliaVahl Ipê-amarelo 4 ME,OR,MA 2,8%

Tabebuia roseo-alba Sand Ipê-Branco 3 ME,OR,MA 2,1%

Handroanthus avellanedae ExGriseb Ipê-rosa 1 ME,OR,MA 0,7%

Crescentia cujete L Coité 4 OR,AR 2,8%

BROMELIACEAE

Bromelia laciniosa Mart. exSchult Macambira 1 FO 0,7%

Cereus jamacaru DW. Mandacaru 6 ME,FO,OR 4,2%

Pilosocereus paclrycladusRitter Facheiro 2 ME,FO 1,4%

Melocactus bahiensis (Britton & Rose) Coroa de frade 1 ME,FO, OR 0,7%

Opuntia ficus-indica Mill Palma 1 ME,FO, 0,7%

COMBRETACEAE

Terminalia catappa L. Castanhola 1 OR,MA 0,7%

EUPHORBIACEAE

Cnidoscolus-urens (L) Arthur. Urtiga 1 ME 0,7%

FABACEAE

Paubrasilia echinataL. Pau –brasil 6 OR,MA 4,2%

Amburana cearensis( Allemão) Cumarú 2 ME, OR,MA 1,4%

Poincianella PyramidalisTul. Catingueira 2 ME,FO, OR,MA 1,4%

Enterolobium contortisiliquumVell.) Tamboril 2 OR,MA 1,4%

Peltophorum dubium(Spreng.) Canafistula 5 OR,MA 3,5%

Caesalpinia ferrea Mart. Jucá 2 ME,OR,MA 1,4%

Anadenant heramacrocarpa(Benth. Angico 2 ME, OR,MA 1,4%

Erythrina velutina Willd. Mulungu 8 ME, OR 5,6%

Hymenaea courbaril (L). Jatobá 1 ME,OR,MA 0,7%

Cassia fistula L. Acácia 1 OR,MA 0,7%

Bauhinia forficata Link Mororó 2 ME,OR,MA 1,4%

Prosopis juliflora (Sw.) DC Algaroba 1 FO,MA 0,7%

MALVACEAE

Ceiba glazioviiK. Schum Barriguda 4 ME, OR 2,8%

Gossypium hirsutum L. Algodão 1 FO,OR 0,7%

MYRTACEAE

Psidium guajava L. Goiabeira 4 AL,ME,OR 2,8%

Syzygium cumini (L.) Skeels Azeitona 1 AL 0,7%

MORACEAE

Artocarpus heterophyllus Lam. Jaqueira 3 AL, MA 2,1%

RHAMANACEAE

Ziziphus joazeiro Mart. Juazeiro 3 AL,FO,OR 2,1%

Total : 11 famílias/39 espécies 143 100%

(37)

Lacerda, Filho e Santos (2010), em estudo desenvolvido no Sertão Paraibano, também indicaram as espécies Ziziphus joazeiro, Caesalpinea férrea, Myracrodruon urundeuva, Tabebuia caraíba e Copernicia prunifera para a arborização de vias públicas.Cavalcante et al. (2017), ao realizar um estudo na região do Vale do Submédio São Francisco sobre o potencial ornamental da flora da Caatinga, indicou Schinopsis brasiliensis, Bromelia laciniosa, Cereus jamacaru e Melocactus bahiensis para uso no paisagismo. Alvarez et al. (2012), recomendam as espécies Amburana cearensis, Bauhinia forficata, Ceiba glaziovii, Erythrina velutina, Handroanthus impetiginosus, Myracrodruon urundeuva, Hymenaea courbaril, Poincianella pyramidalis, Schinopsis brasiliensis, Tabebuia caraíba, Ziziphus joazeiro, para arborização das cidades do semiárido.

O elenco de espécies indicadas pelos moradores tem reconhecido potencial de uso medicinal, ornamental, alimentício, forrageiro entre outras aplicações (GIULIETTIet al., 2004;MAIA, 2004; KILL et al., 2007; ALBUQUERQUE et al., 2010; PAREYN, 2010).

Em relação ao status de conservação das espécies indicadas, algumas apresentam situação mais delicada em nível de conservação, estando presente na Lista oficial das Espécies da Flora do Brasil Ameaçadas de Extinção (2014) e UICN (2013). Sendo, a aroeira (M. urundeuva), Braúna (S .brasiliensis),Jatobá (H. courbaril) e o Pau-brasil (P.echinata), se enquadram na categoria Em Perigo (EN), merecendo uma atenção mais urgente quanto a sua conservação. Neste sentido, a arborização urbana pode ser uma estratégia de conservação ex situ de espécies ameaçadas de extinção.

Com base em uma análise feita sobre a indicação dos entrevistados, verificou-se que a espécie mais indicada para a arborização urbana da cidade, foi o Ipê-roxo (H.impetiginosus) (11,9%; n=17), muito provavelmente em razão da exuberância de suas flores. O Ipê - roxo “é [tida como] uma espécie extremamente ornamental, principalmente quando em flor; isto tem estimulado seu uso para o paisagismo” (LORENZI, 2002). Verificou-se da mesma forma, uma preferência acentuada pelo Umbuzeiro (S. tuberosa Arruda), correspondendo 11,1% (n=16) das respostas dos entrevistados. É válido ressaltar que esta planta também foi muito citada pelos participantes da pesquisa (Tabela 03), devido à espécie ser de origem nativa bem adaptada ao ecossistema semiárido, e por ser uma árvore com elevado potencial frutífero.

Segundo os participantes da pesquisa, o umbuzeiro fornece o fruto (umbu), muito apreciado e utilizado para consumo in natura e fabricação de doces (ALBUQUERQUE etal., 2010). Contudo, apesar de ser uma árvore nativa exclusivamente brasileira, o umbuzeiro não se adequa à arborização em calçadas, visto que a planta possui sistema radicular superficial,

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